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01:48A CIDADE NO BRASIL
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02:16É impossível isso?
02:27Você é um homem muito mau.
02:29Você não sabe que é muito fé machucar uma criança?
02:31Machucar? Machucar é pouco.
02:33Não precisa formar em cachorro quente, moleque.
02:46Eu peço que me esclareça o que tem maior valia
02:56Se há esperança frustrada ou é ela quando ainda via
03:03Calma, Dona Tina. Por favor, fica calma. Não fica assim. Calma, tá?
03:10O senhor não está entendendo.
03:12Meu filho está correndo perigo.
03:16É como... É quase como um grito.
03:20É um zunido dentro de minha cabeça.
03:23Como um aviso.
03:26Assim como um sinal de alerta insistente.
03:31É um pedido de socorro.
03:35Meu filho está precisando de mim.
03:39Dona Tina, a senhora acredita de verdade
03:43Que possa ter uma ligação telepática com o seu filho, é isso?
03:47Eu tenho.
03:49A minha mente está conectada com a dele.
03:53É assim desde quando ele era pequenininho.
03:56Eu sei quando meu filho está correndo perigo
04:01E agora ele está.
04:04Eu imagino.
04:05Olha, fica tranquila, tá?
04:07Eu vou fazer de tudo para tentar achar o cativeiro dele.
04:11Mas a senhora tem que ficar calma, Dona Tina.
04:13E precisa me ajudar também.
04:14Tudo bem?
04:15O que mais que o senhor quer saber?
04:17Onde é que está seu marido agora?
04:20Ex-marido.
04:21Isso, ex-marido.
04:23A senhora sabe dele?
04:24Tem notícias dele?
04:25Eu sei lá, de Pachola.
04:28Aquilo ali é...
04:29Pachola é uma pessoa amada, doutor.
04:31Mas ele deve saber quem são esses bandidos, Dona Tina.
04:33E possivelmente ele pode estar devendo alguma coisa para eles.
04:36Olha, no momento,
04:38A melhor pista que a gente tem é o Pachola.
04:40Assim a gente pode encontrar esses bandidos que sequestraram seu filho.
04:43Eu acredito até que ele possa ter alguma ligação com essa história de ele estar se transformando naquele monstro.
04:48Aquela fera horrorosa.
04:50Às vezes eu sinto até um calafrio quando eu lembro.
04:55Sabe o que eu não contei para quase ninguém?
04:57Eu fiquei morrendo de medo das pessoas estarem achando que eu estou ficando maluco, eu estou ficando louco.
05:02Vem cá, Dona Tina.
05:04A senhora...
05:06A senhora já procurou o centro de crianças desaparecidas, além do Barco da Luz?
05:10Já, sim.
05:11Foi o primeiro lugar onde eu fui.
05:16Seu Ernesto.
05:20Eu não acredito que meu filho tenha desaparecido de novo.
05:26Calma, Dona Tina.
05:27Por favor, fica calmo, tá?
05:30Vai dar tudo certo.
05:31Fica calmo.
05:41Tá valendo no jornal outro dia que tinha um lobisomem assustando o pessoal de uma favela aí, acho que em Paraisópolis.
06:00É, eu fiquei sabendo disso.
06:02O Ernesto disse que é tudo real, aconteceu mesmo, lá na favela.
06:04É, eu estou te dizendo, guria.
06:07Agora ele deve estar aqui.
06:09Nossa, gente, que horror.
06:12Será que aquele bicho que eu vi ontem era mesmo um lobisomem?
06:15É, estou te dizendo.
06:17Ontem eu estava aqui, né?
06:18Aí veio um homem estranhíssimo, eu me pedi, assim, emprego.
06:22Ele falou que queria vender cachorro quente, mas, Bah, eu achei aquilo tris suspeito.
06:26Cachorro quente?
06:28Um lobisomem vendedor de cachorro quente?
06:32Muito estranho isso.
06:33É, aí daí, né, daí eu cheguei e falei com ele, assim, aí ele veio, assim, para cima de mim, assim, me chavecando, né?
06:40Eu estava correntinha e fui para cima dele.
06:42Ele se assustou, né, estava de brincadeira.
06:43Aí ele se assustou, ficou bem nervoso, foi ficando nervoso, foi virando um lobisomem.
06:48Bah, foi a coisa mais esquisita que eu vi na minha vida já.
06:51Não é esquisito isso, eu estou toda arrepiada de medo.
06:54Não, tu não sabe.
06:55Aí eu vim aqui para a sala dos espelhos, né, encontrar com o Fernando, aí falei com ele, porque o monstro estava lá fora,
06:59ele saiu correndo, foi lá encontrar com o monstro e eu fiquei aqui sozinha.
07:03Quando eu olhei ali, o monstro estava lá.
07:05Já está em medo dele ter ficado escondido aqui.
07:08Não, não.
07:10Está aí não que eu já olhei tudo.
07:12Mas mesmo assim, eu não quero que ninguém aqui do circo fique andando por aí sozinha,
07:16que isso pode ser perigoso, principalmente de noite.
07:23Pepe, eu estou olhando aqui, quem tem mais alunos inscritos é o curso de capoeira do Mestre Bamba.
07:31É isso aí, eu adorei a gente começar pela capoeira, sabe?
07:35Porque capoeira é em roda, sabe?
07:37É uma roda de capoeira, é diferente do aprendizado, assim, formal, que é um atrás do outro, sabe?
07:43A capoeira é em roda, todo mundo aprende junto, sabe?
07:46E é tudo, né?
07:47É música, né?
07:48E cultuos antigos, é?
07:49É música, né?
07:50É a dança, é a luta, é uma beleza.
07:54É isso, e a roda, a roda é incrível, porque assim, a roda é uma coisa milenar, cara,
07:58tanto na África, como nas sociedades tribais aqui da América, sabe?
08:02E as pessoas, os meninos aprendem dançando, jogando, cantando, todo mundo aprende brincando.
08:09Isso é maravilhoso, e cada um ganha um apelido, e ninguém se importa com isso,
08:13porque a roda é uma brincadeira.
08:15É isso mesmo, cara, e assim, não é coisa só teórica, não, sabe?
08:19É jogo, é na prática, é ali na prática, sabe?
08:21E é oral, né?
08:22É uma coisa que é falada, que é cantada.
08:25Os mestres antigos estão todo dia na roda.
08:27É lindo, né, Pepe?
08:29As pessoas aprendem a dançar, a lutar, a se defender, a cultura africana, a respeitar os mais velhos.
08:37Pepe, Ana!
08:39Marisa, Marisa, me acorde, me acorde, eu vou ter um troço.
08:44Meu Deus, Marisa, meu Deus, Marisa, o que aconteceu, Marisa?
08:48E era um gude.
08:49E era um gude?
08:50Ah, meu Deus, meu coração tá pulando igual uma bola de futebol.
08:54Mas como é que foi isso, Marisa?
08:56Ah, botaram dois quilos de droga na mochila dele enquanto ele tava dando aula, minhas filhas.
09:03Eita, Lelê, como diz a Maria, que tão armando pro botar o gude traficante.
09:07Botaram ele no camurão, levado pra delegacia.
09:09Isso é armação naquele deleguento que não presta, tá na cara com o gude.
09:13Botaveira, tá armando pra se vingar do gude.
09:15Porque o gude abriu um processo contra ele na corredoria.
09:19Meu Deus do céu, meu coração tá pulando igual uma perereca no breche, minha filha.
09:24Breche que vai sair assim pela minhas bucês, senhor.
09:27Vamos ligar pro carvalho, vamos ligar pro carvalho.
09:29Liga pro carvalho, é isso.
09:34Pode falar, Ana.
09:36Carvalho, você tá sabendo que armaram o gude, né?
09:38É, eu acabei de receber uma ligação dele.
09:41Vim direto aqui pra delegacia pra poder encontrá-lo aqui.
09:44Ana, pergunta se ele pode tirar o gude da cadeia.
09:46Você acha que tem alguma condição do habeas corpus?
09:50Olha, é complicado, Ana.
09:52Mas eu vou ver o que eu posso fazer.
09:54É, a situação é muito séria.
09:56O tráfico de drogas é considerado um crime hediondo e inafiançável.
10:00Eu vou precisar de uma argumentação bem sólida e muito bem fundamentada
10:03pra poder pedir a liberdade provisória.
10:06Olha, a Marisa tá muito nervosa, muito nervosa.
10:09Ai, deixa eu falar pro carvalho, deixa eu falar pro carvalho, deixa eu, deixa eu.
10:12Ai, meu filho.
10:15Ai, carvalho.
10:17Você é um grande advogado, meu filho.
10:21Tira meu filho da prisão, pelo amor de Deus.
10:26Olha, fica calma, dona Marisa.
10:28Eu vou fazer o possível e o impossível pra tirar o Gustavo daqui.
10:32Obrigada.
10:32Tá bom.
10:33Tchau.
10:54Tati, chega de exibições e demonstrações dos seus poderes telecinéticos.
11:00Desça já daí, por favor.
11:01É, minha linda, ó, ó.
11:03Achei mó legal, mó legal que você consegue fazer isso, mas, por favor, obedece, vovó.
11:07Vai, obedece.
11:08Ai, gente, só mais um pouquinho, eu tô gostando de levitar.
11:12Eu não sei como é que você consegue fazer isso.
11:14Parece uma astronauta em gravidade zero.
11:17Você também quer levitar, né, tia Beto?
11:18Eu?
11:23Mãe, olha isso aqui.
11:26Caramba, Tati.
11:27Como que a gente nunca pensou nisso antes, Tati?
11:30Beto, não dá força pra essa loucura, senão essa menina não vai parar de levitar nunca mais.
11:34Tati, desce daí que eu tô ficando nervosa.
11:36Você também quer levitar, né, vó?
11:39Você não se atreva a fazer uma coisa dessas.
11:41Ai, tá bom, vó, tá bom.
11:43Eu não vou fazer com você uma coisa que você não quer.
11:45Muito obrigada.
11:46Agora, desça daí e coloque seu tio Beto no chão, por favor.
11:55Ah, já?
11:56Ó, viu, vó?
11:57O tio Beto gostou.
11:58Gostei?
11:59Isso é animal, Tati.
12:01Você vê que você realizou um sonho meu de criança?
12:03É bom a gente realizar os sonhos, né?
12:05É, eu também acho.
12:07Será que você poderia realizar o meu sonho?
12:09E qual é o seu sonho?
12:11O meu sonho, nesse exato momento, é que você não queira parar de estudar e suba pra colocar o seu uniforme porque você já está atrasada.
12:20Vó, naquela escola eu não volto nunca mais.
12:22E você tem que respeitar isso.
12:25Eu não vou voltar pra escola pra eu ser zoada pelos meus colegas.
12:28E quer saber?
12:29Vamos fazer uma coisa.
12:30Eu só volto pra escola quando meu pai voltar pra casa.
12:33Olha, seu pai não vai gostar nadinha de saber disso, viu?
12:37Meu pai não está mais preocupado comigo.
12:39Ele só quer saber da Maria.
12:40Não, meu amor.
12:41Olha, você sabe que isso não é verdade.
12:43Seu pai ama muito você.
12:45Ele só está batalhando pra desvendar o mistério desses crimes.
12:48Poder provar que ele e a Maria são inocentes e voltar pra casa pra gente ser feliz pra sempre, viu?
12:56Bom, tio Beto, eu tive uma ideia.
13:00Que ideia, Tati?
13:01Agora que eu estou sentindo que eu posso controlar cada vez melhor meus poderes,
13:06eu posso tentar provar pro pedreira que a gente estava falando a verdade o tempo todo.
13:11Imagina se o pedreira vem aqui e você faz ele levitar?
13:14Eu posso tentar.
13:14O pedreira vem aqui e você faz ele levitar?
13:28Eu posso tentar.
13:33O pedreira vem aqui e você faz ele levitar?
13:37Vou te pegar agora, moleque.
13:44Para aí.
13:57Volta aqui, Mová.
13:59Deixa o garoto.
14:01Você não vai me pegar.
14:04Mová, vamos começar.
14:06Olha só, se você se comportar direitinho, eu prometo que eu vou comprar uns biscoitinhos, uns docinhos para você, hein?
14:13Você é um mentiroso.
14:15Vá, vá, vá, vá, vá, volta.
14:19Vá, vá.
14:21Não adianta se esconder, vá, vá.
14:23Está cercado, vá, vá.
14:26Onde é que você está aí, moleque?
14:28Né?
14:30Vem cá, vamos brincar, vá, vá.
14:32Se não, é uma brincadeira legal, vá, vá.
14:34Se eu for aí, vai ser pior, hein, moleque?
14:36Vou te botar na coleira, hein, vá, vá.
14:40Vá, vá.
14:41Eu estou aqui.
14:44Ah, agora eu te peguei, moleque.
14:49Vá!
14:52Ai!
14:53Agora você foi longe demais, ô moleque.
14:55Você vai se arrepender.
14:58De nada, de nada.
14:59Chegou, vovó.
15:01Vá.
15:01Onde é que eu vou te pegar, vá, vá?
15:04Vai virar picadinho, hein?
15:09Volta aqui, ô palhaça!
15:12Ô, vá, vá!
15:12Sabe você o que é o amor?
15:16Não sabe, eu sei.
15:20Sabe o que é um trovador?
15:23Não sabe, eu sei.
15:27Sabe andar de madrugada,
15:30Tendo a amada pelo amor.
15:33Sabe gostar, não sabe nada.
15:36Não sabe, não.
15:40Ah, você não sabe, não.
15:45Ah, ei, ei, ei.
15:49Não sabe, não.
15:52Ah, eu amei, Felipe.
15:54Obrigada.
15:55Puxa, eu nem sei como te agradecer.
15:57Olha, Paola, se você puder amanhã passar por aqui,
15:59pra nós combinarmos alguns detalhes do desfile do circo,
16:05aí quem sabe a gente não pode sair pra comer alguma coisa,
16:08um jantar gostoso.
16:11O que você acha?
16:11Claro, claro, vai ser um prazer.
16:14Ah, eu também quero te convidar pra festa do meu aniversário.
16:16Pode ter certeza que eu vou com o maior prazer.
16:20Olha, se tiver algum compromisso, eu desmarco.
16:23Porque você é uma menina muito especial.
16:25É?
16:25Ai, obrigada.
16:27Então amanhã eu passo aí as sete, tá bom?
16:30Aí a gente conversa, eu falo tudo do meu aniversário.
16:33E te explico meus dramas também.
16:35Tá combinadíssimo, então.
16:37Combinadíssimo.
16:38Então tá.
16:39Outro pra você.
16:41Tchau.
16:42Que boninha, eu nem acredito.
16:44Eu, modelo.
16:46Isso.
16:47Tá vendo?
16:48No outro dia você tava toda triste, achando que não ia conseguir.
16:51Conseguiu, viu?
16:53Ai, tem razão.
16:54Não, acho que eu fiquei triste à toa, né?
16:55Acho que eu vou adotar essa pática, hein?
16:57Tudo que for pra amanhã, só pensamentos bons.
17:00Viu só?
17:01David Rumi sabia das coisas, né?
17:03Ai, eu tô tão feliz.
17:05Eu vou ser modelo.
17:07Ai, o Felipe é um doce, né?
17:09Paola, um mundo novo está se abrindo pra você, né?
17:15Então, que tal esquecer essa bobagem que você quer fazer com a Janete?
17:20E dar uma chance pro destino.
17:23O Marcelo Montenegro não ligou porque ele tava fugindo da polícia com a Maria Luz.
17:42É, faz sentido.
17:44Mas ele vai ligar.
17:45Tenho certeza.
17:46Ele vai, sim.
17:47Eu sinto.
17:49Não, na verdade eu precinto.
17:50Incrível como agora eu tô conseguindo dominar melhor esses poderes.
17:56A gente vai se aliar ao Montenegro e a Maria Luz pra tentar descobrir quem tá atrás de tudo isso.
18:00Ele vai ter que confiar, cara.
18:02Ainda mais depois que a gente salvou a filha dele, né?
18:04É que ele é tentado, é a prova de que ele não é culpado.
18:07Tenho certeza que ele tá falando a verdade.
18:09Só que a mídia, a mídia não tá acreditando nele.
18:11É, cara.
18:11A opinião pública tá achando que ele e a Maria Luz são responsáveis por todos os crimes.
18:15A Maria, desde quando eu fui lá na carceragem e ouviu os pensamentos dela, eu tive certeza que ela é inocente.
18:22É, tô armando pros dois.
18:25Eu só não consigo ver quem é.
18:26Os bandidos.
18:41Eles vão atacar o Vavá.
18:42O Vavá, Jeanette?
18:43Então quer dizer que o Vavá consiga fugir, é isso?
18:45Eles querem fazer mal ao menino.
18:48Os dentes dele.
18:49Eles tão crescendo.
18:51Ele só quer se defender.
18:53Ai, meu...
18:54Jean, calma.
18:55Oh, meu Deus, desmaiou.
18:58Lucas, Lucas, Lucas, é um copo d'água lá, cara.
19:01Peraí, espere aí.
19:05Papai, você está absolutamente deslumbrado por essa velha.
19:09Ela está mudando a sua cabeça de uma forma que...
19:13que eu acho muito perigoso.
19:14Cassandra, olha a maneira de como você se refere à minha amiga Simone.
19:20Não vá perder a educação que eu lhe dei.
19:23Eu posso não estar sendo muito cordial.
19:26Mas é porque eu também estou sendo atacada.
19:29E quer saber de uma coisa, papai?
19:30Eu não fui muito com a cara dela mesmo.
19:33Estou sendo sincera, pelo menos.
19:35Está mais para ciúme do que para sinceridade.
19:37Pois o senhor pode chamar do que você quiser.
19:43Eu tenho mania de falar o que eu penso mesmo.
19:46Abre teu olho, papai.
19:47Você devia era deixar-se contagiar da alegria de viver e não ficar aí reclamando da vida.
19:55Papai, eu só estou querendo proteger o nosso patrimônio.
19:59A empresa da nossa família, o futuro dos meus filhos.
20:02Você sempre foi assim, Cassandra.
20:07Ambiciosa, teimosa.
20:08Mais teimosa do que sua mãe.
20:11Que Deus a tenha.
20:13Mas às vezes você me assusta, sabe?
20:16Você ainda não viu nada, papai.
20:18Eu não vou deixar a progênese afundar desse jeito.
20:22Eu vou tomar minhas providências, eles vão ver.
20:25Que providências?
20:27Você vai tomar, hein, Cassandra?
20:29Agora, diga, do que é que você é capaz?
20:36Fala pra mim.
20:41Papai, você não está desconfiado?
20:47Esses crimes todos, essas mortes, você não está desconfiando que eu...
20:53Eu não falei nada disso pra você.
20:54Eu disse que a sua obsessão pela empresa é tamanha que me faz ter medo.
21:04E não posso negar.
21:13Alô.
21:15Bom dia, dona Cassandra.
21:17Sou eu, Amália.
21:20Obrigada.
21:20Amália, querida.
21:24Que surpresa você me ligar assim tão cedo.
21:27Aconteceu alguma coisa?
21:29Aconteceu, sim, senhora.
21:31O doutor César, ele foi internado.
21:34Doutor César internado?
21:37Mas por quê?
21:38Doutor César?
21:39O que houve com o doutor César?
21:40Deu um daqueles ataques novamente.
21:42Virou um bicho.
21:44Meu Deus, meu Deus nos acude aqui na progênese ontem.
21:48O César se transformou de novo.
21:49Mas que loucura, Amália.
21:53Me conta direitinho.
21:55Como foi isso?
21:56O doutor César, ele não pode ficar nervoso.
21:58Toda vez é a mesma coisa.
22:00Ele vira um bicho.
22:00É uma coisa horrorosa.
22:02Olha a dona Cassandra.
22:03Só mesmo vendo pra entender.
22:05Mas ele fica mesmo igual um lobisomem?
22:08Fica.
22:09É impressionante, dona Cassandra.
22:12Mas que coisa...
22:13Como é que pode uma coisa dessas?
22:17Eu tô muito assustada.
22:18Eu avisei, não avisei.
22:20Eu falei.
22:21O César não pode continuar na presidência.
22:25Ele não está num bom momento.
22:27Mas eu concordo plenamente com a senhora.
22:30Foi a doutora Júlia que disse que não ia ter problema.
22:32Ele machucou alguém?
22:34Tem certeza que está tudo bem com você, Amália?
22:36Não, comigo está, graças a Deus.
22:39Mas foi por pouco, viu, dona Cassandra?
22:41Quase que lhe devorou a minha dona Irma.
22:44Ah!
22:46A Irma também estava com você ontem aí?
22:49Fazendo o quê?
22:50Ela quer saber onde fica a ilha.
22:53Quer saber o paradeiro da filha?
22:55Hum, sei.
22:57Sei.
22:58Mas me diga uma coisa, Amália.
23:00O doutor César vai continuar na presidência mesmo depois de tudo o que aconteceu?
23:07Não.
23:08Claro que não.
23:09E é por isso que eu estou te ligando.
23:11A doutora Júlia pediu que a senhora assumisse a presidência da progênese ainda hoje, se possível.
23:16Assumir a presidência?
23:20Mas é claro que é possível, Amália.
23:25Eu vou pra aí imediatamente.
23:30Até logo.
23:31Outro pra você.
23:33Tchau.
23:34Finalmente, papai.
23:51Aquele tonto do César saiu do meu caminho.
23:54E eu vou assumir a presidência da progênese.
23:57Isso não é maravilhoso?
23:58Que seja bom pra você e para todos.
24:00Mas não esqueça daquele velho ditado.
24:06Cuidado com os seus desejos.
24:09Que um dia eles se realizarão.
24:26Bom, o guarda-volumes só pode ser esse.
24:29Ah, ainda bem que chegamos.
24:31Número 77.
24:3477.
24:36Aqui.
24:37Abre.
24:37Abre.
24:42Abre.
24:43Abre.
24:43Abre.
24:43Abre.
24:45Abre.
24:45Abertura
25:15Uma mala?
25:24Vamos levar.
25:28Nossa, parece que está pesado.
25:31Será que tem chumbo aqui dentro?
25:33Não dá para abrir.
25:37Aqui não, Maria.
25:38Vou pegar um carrinho para levar isso para o carro.
25:40Está muito pesado.
25:41Está muito pesado mesmo.
25:42Parece que tem pedra aqui.
25:45Nossa, já pensou se tiver diamante aqui dentro?
26:02Vamos embora daqui.
26:03O que foi? Alguém viu a gente?
26:06Aquele gerente do banco suíço, onde a gente pegou a chave e o outro pódio.
26:10Ele está aqui no aeroporto.
26:11Ele acabou de me ver.
26:12Meu Deus do céu, ele vai avisar o Taveira.
26:14Vamos sair correndo daqui, Maria.
26:16Vem.
26:19Dá licença, gente.
26:21A gente está atrasado para o voo.
26:22Dá licença, dá licença.
26:23Cuidado aí.
26:24Cuidado da licença.
26:25Dá licença, moça.
26:27Alô, delegado Taveira.
26:29Eles pegaram uma mala, saíram do guarda-volume e fugiram correndo.
26:32Como é que é?
26:34É, é exatamente isso que eu acabei de falar.
26:37Eles fugiram.
26:38Parou por quê, Taveira?
26:39Assim a gente vai perder os dois.
26:40O que foi que houve?
26:41Desgraçados.
26:43O seu Salles disse que eles pegaram uma maleta no guarda-volume e se saíram correndo.
26:46Eles já sabem que estão sendo seguidos.
26:48Isso significa que...
26:49Que eles vão voltar para o estacionamento onde foram vistos pela primeira vez.
26:52Vou pegar o carro.
26:53Ah, se a gente puder saber qual o carro deles.
26:55Eles devem ter trocado de carro no lado esquerdo, doutor.
26:57Eu pedi para verificar as placas do sistema de estacionamento.
27:00Parece que o carro do Monte Negro não está aqui.
27:01Mas devem estar com o placa fria, carro roubado, enfim.
27:04Mas, certamente, eles vão indo para lá.
27:06Vão para lá, com o bote contra eles.
27:09Atenção a todas as unidades.
27:10Suspeitos indo para o estacionamento sul.
27:12Máximo urgência, câmbio.
27:13Não podem fugir de jeito nenhum.
27:15A verdade é que eu te amava.
27:27Eu te amava muito.
27:31Muito mesmo.
27:34Estava completamente apaixonada por você.
27:39Então, Célia.
27:42Ainda dá tempo.
27:43Não.
27:45Não dá, não, Rodrigo.
27:49Porque você é um mentiroso.
27:52Eu não estou mentindo.
27:53Eu estou falando a verdade.
27:54Chega, Rodrigo.
27:56Para de mentir.
27:56Mas que coisa?
27:57Chega.
27:59Eu sei que você combinou tudo com a Amália.
28:02Eu sei disso.
28:05Eu sei que você combinou com ela,
28:06que ia falar para todo mundo
28:07que vocês não estavam mais namorando,
28:09que vocês tinham terminado.
28:10Inventou uma historinha ridícula
28:12de que estava tudo muito perigoso
28:13e que era melhor ninguém ficar sabendo
28:15que você continuou namorando com ela.
28:18Aquela idiota,
28:20aquela interesseira,
28:22até pode fazer de tudo para não te perder, Rodrigo.
28:25Mas eu não.
28:28Eu não sou assim.
28:36Eu vou terminar com a Amália de verdade na sua frente.
28:41Para você ter certeza.
28:42porque eu não quero te perder.
28:48Eu não vou te perder.
28:50Eu até queria, Rodrigo.
28:54Eu queria muito.
28:58Mas eu não acredito mais em você.
29:00dar um rumo para a sua vida, vai.
29:08Antes que seja tarde demais
29:09e você termine sozinha,
29:14sem ninguém.
29:15fechar.
29:26Mas eu não quero te perder o queere.
29:28Eu não quero te perder o queer.
29:29Minha mãe 부분zina
29:30Foi você que contou tudo para a Célia,
29:31se encontrar um pouco tempo.
29:31Depois que a
29:32outubra Dave seja
29:33Foi você que contou tudo pra sério, não foi?
29:46Bom dia, doutor Rodrigo.
29:48Bom dia, confessa.
29:50Confessar o quê?
29:52Você sabe.
29:54Você ouviu minha conversa com a Mari e contou tudo pra sério, não foi?
29:56Viu?
29:57Ô, louco, eu fico na minha.
29:59Eu não atraso o lado de ninguém, manja.
30:01Manjo, manjo muito bem.
30:03O senhor tá falando do quê, exatamente?
30:06Eu tô falando da conversa que eu tive com a Mari no telefone.
30:09Você ouviu e contou tudo pra sério, não foi?
30:12Mas qual conversa? Eu não tô sabendo.
30:16Você se acha muito espertinho, não é?
30:19O senhor me conhece desde pequeno.
30:21O senhor deve saber se eu sou esperto ou não, eu não...
30:24Sempre com uma respostinha na ponta da língua, né?
30:26É, eu gosto de conversar, né, doutor Rodrigo?
30:29Não me sacanem, não.
30:31Não vacila pra mim ou não, Batista.
30:37Você acha que me conhece.
30:39Mas você não me conhece.
30:43Você não me conhece de verdade.
30:44Se liga.
31:01Ô, louco, meu.
31:08Então me dá um abraço apertado, gostoso, vai.
31:12Eu tô carente, Dona.
31:15Ah, você vai ter que ficar dormindo, porra, um homem gostoso.
31:17Toda noite, pelo menos eu quero uns amassos, uns beijinhos, uns abraços, vai.
31:22Tá, tá, tá, tá, Lucinha, ó, eu vou te dar um beijo, um abraço, mas só porque você tá muito carente, hein?
31:27Tá.
31:31Agora o peixe.
31:33Mas você é exigente, hein, fofa?
31:35Queridinho, eu quero tudo.
31:37Tudo que eu até me gerei.
31:38Mas eu não sei se eu aguento, eu não funciono bem com mulher, sabe?
31:45Aquele dia você funcionou muito bem.
31:48Aquele dia eu tava bêbado, tá?
31:51Completamente bêbado, eu não lembro de nada.
31:55Relaxa, Dona.
31:56Você fica achando que não vai funcionar?
31:59Relaxa, vai.
32:01Relaxa e me beija.
32:03Você não gosta de beijar?
32:05Eu gosto, mas eu não quero.
32:07Eu sei que você não vai parar de me beijar, isso não vai prestar.
32:10Olha, o combinado não é esse, Lucinha.
32:12Dona.
32:14Me beija, vai.
32:16Agora você só me abraça e me beija.
32:19E depois a gente volta nesse assunto, tá?
32:37Graças a Deus, parece que o bicho foi embora.
32:49Pelo menos parou de rugir, né?
32:55Pai, um barco.
32:56Hã?
32:57Tem certeza, minha filha?
32:59Tem, o barco tá vindo pra cá.
33:00Impressionante, eu não tô vendo nada.
33:04Vamos pedir socorro.
33:07Não, minha filha.
33:08É melhor não.
33:10Ô, pai, essa pode ser a nossa chance de sair daqui.
33:13Meu filho, se esse barco tá vindo pra cá, deve ser gente que sabe que tem aqui na ilha.
33:17E daí, pai?
33:19Daí que não deve ser gente de confiança.
33:21Pode querer fazer mal pra nós, minha filha.
33:23Meu pai tá certo.
33:23Vamos arranjar um lugar desse jeito pra gente se esconder.
33:25A gente vê quem é e aí resolve se vai pedir ajuda ou não.
33:29Vamos, Pampers.
33:30Como diz o velho ditado, o presidente morreu no velho.
33:32Me segura, foi a oitinho.
33:34Vamos nos esconder aqui nessa espera, pessoal.
33:53Eu já resolvi.
33:57Eu vou lá nessa clínica, conversar com essa doutora Júlia e resolver o problema da Leonor.
34:00Guiga, é perigoso.
34:02Vambora, o ônibus já tá lá fora.
34:04Ele tá esperando a gente.
34:06E se a gente não for agora, vai perder o ônibus.
34:08As meninas, peçam pro motorista esperar um minutinho.
34:11Eu já tô indo, tá?
34:13Guiga, liga primeiro.
34:15Fala com a Leonor, vê se tá tudo bem.
34:17Mas eu já liguei, já deixei a Ricardo.
34:19Ela não me retorna.
34:20Qual é o problema?
34:21Eu vou lá na clínica, converso com a tal doutora Júlia e resolvo o problema.
34:24Acabou.
34:32O que a senhora está pesquisando, doutora Júlia?
34:36Eu estou vendo o sangue do César.
34:39E aqui no computador você pode ver o sangue do Pachola.
34:42Vem cá.
34:44Olha só.
34:44Aqui você pode ver melhor o sangue do Pachola.
34:48Ambos estão contaminados.
34:50Com a mutação do menino lobo, ele produziu um vírus que invade o código genético do hospedeiro.
34:57E cria crises de transformação agudas.
35:02Doutora Júlia, é impressionante.
35:04É.
35:05Eu nunca imaginei que esse tipo de transformação pudesse ser real.
35:08Eu tenho que isolar o vírus, torpediar e destruir.
35:13Porque esses dois coitados não podem viver nessa condição deplorável de lobisomens.
35:18Não, não podem mesmo.
35:20A doutora precisa descobrir um antígeno e terminar de vez com essas crises.
35:25Isso não pode continuar assim, doutora.
35:27O doutor César se transformou na frente da Irma e da Amália e quase devorou as duas.
35:32O meu medo é que o César se transforme lá no hospital da Progênese, em Pinheiros, onde ele está internado.
35:40Se eu não conseguir achar uma solução, esse vírus vai se espalhar de uma forma incontrolável.
35:50Mutantes lobisomens.
35:53Que horror.
35:54Conseguimos.
36:03Vamos morar daqui.
36:05Vai, Abra.
36:09Nossa, o que tem dentro dessa mala?
36:10Que peso.
36:11Deixa a mala comigo, vai.
36:12Liga o pão.
36:12Sua força às vezes me assusta, sabia?
36:23Tu vai ser nervosa, parece que é mais forte.
36:25Que bom.
36:26Estou reclamando, meu filho.
36:34São eles, Marcelo.
36:36Para de os dois!
36:37Vocês estão presos!
36:38Montenegro e Maria, saiam do carro com as mãos para o alto!
37:00Cara, ela continua desmaiada.
37:02Isso sempre acontece.
37:04O posto dela está noemal?
37:05Não, está tudo ok, cara.
37:06Por que eu fico preocupado, né, bicho?
37:08De repente, ela acorda.
37:16Eu estou vendo o menino.
37:19Estão perseguindo ele.
37:21Ele caiu.
37:24Ele está tentando morder o bandido.
37:35Eles estão lutando agora.
37:36Traz dinheiro para que situação?
37:38A gente tem que ir para lá agora, cara.
37:40Amor, amor, você consegue ver onde é que eles estão?
37:42Onde é que está?
37:43É um lugar, irmão.
37:45É no meio da mata, não sei.
37:47Gente, gente.
37:48Pode ser na Serra da Cantareira.
37:50Préto daquele galopão onde eles esconderam a Regina.
37:52Comprar lá, então, cara.
37:53Agora.
37:54Ai, que covardia.
37:55Ele é muito maior que o menino.
37:57Não pode fazer isso.
37:59Não faz isso.
38:01Para!
38:02Não faz isso!
38:04Para, não!
38:05Calma, calma.
38:06Não!
38:07Não faz isso.
38:11Calma, calma, calma.
38:13Calma.
38:14Calma, calma, Jorinha.
38:16Calma, calma.
38:17Calma, calma.
38:18Calma, calma.
38:48O espelho tranquilizante, isso não está funcionando, mostrinho?
38:51Essa maquinha lhe dá choca.
38:54Você é muito bandido mesmo.
38:56Que horror.
38:57Ameaçando uma criança que nem eu.
38:59Tão mãe não te deu educação, não?
39:01Criança, que criança?
39:02Tu é moço, filhote pequenês.
39:04Não adianta tentar morder, não, hein?
39:06Vai ser pior para você.
39:07Deixa eu ir embora.
39:08Senão, eu vou morder você.
39:10Não vai fazer nada, moleque.
39:12Vai ser pior para...
39:14Vá, vá.
39:14Vá, vá, não adianta você fugir, vá, vá.
39:19Você não vai conseguir.
39:20Bandido sujo!
39:21Vai tomar banho!
39:23Agora vê se seu aparelhinho de daxão que está funcionando.
39:27Droga, estragou!
39:29Eu vou te matar, moleque!
39:35Assustado, né, louco?
39:35Também confesso que eu não estou muito tranquilo, não.
39:41Aquela pegada que a gente viu lá fora era enorme.
39:46Aquilo só pode ser de um urso ou de um macaco muito grande, um curiva, sei lá.
39:51Mas, olha, ainda bem que eu trouxe as minhas facas lá do circo.
39:53Isso daqui, não é que não é para cortar fruta, não.
39:58Não é para cortar graveto.
40:01Se esse bicho aparecer de novo,
40:03vou ficar preparado para ele.
40:08Vem cá, velho.
40:10Vem cá, não precisa ficar com essa cara, não, hein?
40:13Se bobear, ele já foi até embora daqui.
40:15A gente tem que ficar preparado.
40:17Mas se bobear, ele já está bem longe.
40:19Vem cá, velho, vem.
40:32Eu sou um escoito.
40:35Tá certo, a gente não pode ficar nessa tensão toda.
40:39Sabe o que eu vou fazer?
40:39Eu vou lá fora preparar umas armadilhas.
40:42Se, pelo acaso, esse bicho resolver aparecer de novo,
40:47a gente pega ele.
40:49O que vocês estão fazendo comigo é um absurdo, viu?
40:59Tenho certeza que isso é a armação daquele delegado daqui, né?
41:02Doutor Taveira, não é isso?
41:03Cala a boca, rapaz.
41:04Cuidado, que além de traficante,
41:05tu vai preso por calúnia e difamação, hein?
41:07Calúnia e difamação, rapaz?
41:08Botaram o negócio na minha mochila.
41:09Esse negócio não é meu.
41:11Policial, por favor, acredita em mim.
41:12Você vai me dizer o quê agora?
41:14Que você é inocente,
41:15que você nunca viu aquilo antes
41:16e que você nunca ouviu aquele negócio do seu brulho antes.
41:19Não vi mesmo, eu tô falando sério.
41:21Peraí, cara, devagar aí.
41:22Eu não vi, eu tô falando sério.
41:25O Xavier, pega os pertences dele.
41:26Sim, senhor.
41:27Carteira, celular.
41:29Aqui, ô, Rastafari.
41:31Eu já tô acostumado.
41:32Todos dizem a mesma coisa.
41:34Agora vai lá.
41:35Se não foi você, foi quem?
41:36Foi mágica.
41:37Eu abri a sua mochila, falei abracadabra
41:40e a maconha apareceu ali.
41:41Não é isso?
41:42Não, não é isso, não.
41:44É armação mesmo.
41:45Fizeram armação pra mim.
41:47Igualzinho que estão fazendo com a minha amiga Maria aqui.
41:49Maria?
41:50Maria é a menina que matou o pai milionário
41:52pra ficar com a grana dele?
41:53Eu tô sabendo.
41:55É amiguinha sua?
41:57Vocês fazem parte da mesma quadrilha?
41:59Que mané quadrilha.
42:00Não existe quadrilha.
42:02A Maria não é criminosa, não matou ninguém, não.
42:03O que tem sim é prova, prova apontada, né?
42:07Você vai me falar o quê?
42:08A arma do crime na mão da Maria.
42:10Se ela não matou ninguém, como é que tem a arma do crime?
42:13E o corpo do cara que colocaram lá em frente
42:14a porta do trailer dela?
42:16Armação, policial.
42:17Só armação.
42:19Coitadinhos, né?
42:20Tão inocentes.
42:22O mundo é muito injusto.
42:24Olha aqui, rapaz, o que eu sei é que você tá ferrado.
42:26Eu quero ver você provar que aquela maconha não era sua.
42:30Tava na sua mochila.
42:31Você foi preso em flagrante.
42:33Já era.
42:35Já foi.
42:36Você vai apodrecer no Chilindró.
42:38Eu vou descobrir.
42:40Eu vou descobrir quem é que tá por trás disso.
42:43Aí, policial, a hora que isso acontecer, ó,
42:45corrigedoria pra todo mundo.
42:48Não vai escapar ninguém.
42:49Tá bom?
42:50E eu tenho quase certeza que quando isso acontecer,
42:52eu vou descobrir também que o delegado Taveira
42:55tá por trás dessa história toda.
42:56Claro.
42:57Se liga, o resto da fada.
42:58Olha, vai por mim.
42:59É melhor você parar de acusar o delegado assim.
43:01Essa denúncia não vai dar em nada.
43:03E sabe por quê?
43:05Quem é que vai acreditar nas palavras de um traficante?
43:08Eu não sou traficante.
43:11É, mas infelizmente não é o que o juiz vai pensar, né?
43:13Que, ô, Rastafari, você se ferrou o meu chão.
43:17A casa caiu pra você.
43:18Bom dia.
43:36Bom dia.
43:37Bom dia.
43:38Eu queria falar com uma paciente que tá internada aqui.
43:41Qual o nome dela?
43:42É Leonor Lima de Almeida.
43:43Leonor Sencento.
43:45Um instante, por favor.
43:46Eu vou ver.
43:47Não consta não, senhor.
44:00Como assim?
44:00Não tô entendendo.
44:01Não tem nenhuma Leonor internada aqui na Progênesis.
44:03Mas como não tem, querido?
44:04Eu falei com ela no telefone ontem.
44:06Ela me disse que tava internada aqui.
44:07Eu tenho certeza do que eu tô te dizendo.
44:09Desculpa não poder ajudar, senhor.
44:10Não consta na relação de internamento.
44:12É, mas deve estar vendo algum defeito no comp...
44:13Olha, como é que é seu nome?
44:15Marlin.
44:15Marlin, eu preciso da sua ajuda.
44:17A Leonor é uma menina magrinha, branquinha, o cabelo encaracolado.
44:21Ela tá com oito meses de gravidez.
44:23Me ajuda, por favor.
44:24A mãe do menino de luz?
44:25Isso, exatamente.
44:26Então você conhece, não é?
44:28O bebê dela brilha.
44:30Aliás, a barriga dela é toda iluminada.
44:33Desculpa.
44:34Eu não devia ter falado.
44:36Mas por que você não deveria ter falado?
44:38Dá um segredo?
44:39Sua patrona deixa?
44:40Por favor, não conta nada pra ninguém que eu disse isso.
44:43Então você conhece a Leonor.
44:45Agora me faz um favor, encontre a minha sobrinha porque eu preciso falar com ela.
44:48É estranho o nome dela não constar no computador.
44:51Não tem nem ficha dela aqui.
44:53Que esquisito.
44:56Olha aqui, deixa eu te falar uma coisa.
44:58Presta atenção.
44:59Eu não vou sair dessa clínica enquanto não encontrar a minha sobrinha.
45:02Portanto, você vai lá dentro, vai falar com a sua patroa e vai dizer que Luiz Guilherme
45:06precisa falar com ela urgentemente.
45:09Tá?
45:10Por favor, não diz nada pra ela que eu te disse sobre a minha sobrinha.
45:12Eu quero falar com a doutora Júlia.
45:15E eu quero falar agora.
45:17Marlene.
45:26Não me obriguem a atirar.
45:28Manda bala, tá vendo?
45:29Se não eles vão fugir, mata esses dois.
45:30Segura aí, Dino, segura aí, calma.
45:32Montenegro pode até morrer, mas a mutante eu quero viva.
45:44Vou acelerar, Maria.
45:45Tá pronta?
45:46Pisa fundo.
45:48Vambora daqui.
46:00Sabe você o que é o amor?
46:07Não sabe, eu sei.
46:11Sabe o que é um trovador?
46:14Não sabe, eu sei.
46:18Ah, você não sabe não.
46:30Tchau.
46:31Tchau.
46:32Tchau.
46:33Tchau.
46:33Tchau.
46:33Tchau.