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00:00Janeiro de 2008
00:04O Boeing 777 é o padrão ouro para aviação comercial
00:09Durante mais de 10 anos o avião já fez 2 milhões de voos sem um único acidente grave
00:15Mas a menos de mil pés acima do aeroporto de Heathrow em Londres tudo aquilo mudou
00:20Pete, não consigo potência nos motores
00:22O que?
00:24Eles não respondem
00:26Isso não pode estar acontecendo
00:28Eu pensei, se eu não fizer alguma coisa, todos irão morrer
00:32Mayday, Mayday, Mayday
00:35Speedbird, Speedbird
00:37O que quer que tenha derrubado um dos aviões mais modernos do mundo em termos de tecnologia
00:46Não pode ser encontrado no local do acidente
00:49Havia pilotos, havia os passageiros, o avião, estava tudo lá
00:54Exceto a única coisa que provocou o acidente
00:57Que havia desaparecido, como que por mágica
01:00Mayday, Mayday
01:03Mayday, Desastres Aéreos
01:14Esta é uma história real, baseada em relatórios oficiais e relatos de testemunhas
01:19O Enigma de Heathrow
01:25O voo 38 da British Airways, uma viagem de 10 horas e meia de Pequim até Londres
01:32O comandante Peter Burkill já fez esta viagem muitas vezes
01:35Eu fazia muito aquela rota, era um dos meus voos favoritos
01:39Porque era durante o dia, e você podia apreciar a vista ao longo de todo o percurso
01:45Burkill e o copiloto John Coward tem milhares de horas de voo no 777
01:50É um prazer pilotar aquele avião, é muito tranquilo, tem equipamentos modernos, os computadores são fáceis de usar
01:59Ele lhe dá a possibilidade de fazer viagens curtas e longas com a mesma eficiência
02:04Para os dois pilotos, assim como para muitos outros, um dia de trabalho consiste em estar no cockpit durante longas horas enquanto os computadores pilotam o avião
02:13Com dois grandes motores, Rolls-Royce e o Boeing 777, é um dos aviões mais seguros na indústria
02:20Nick Harris está voltando para Londres depois de uma viagem de negócios à China
02:27O que era bom é que parecia que chegaríamos cedo ao Heathrow, e eu estava ansioso para ir para casa e ver a família
02:33O destino do voo 38 é o aeroporto de Heathrow, um dos aeroportos internacionais mais movimentados do mundo
02:41Situado a sudoeste de Londres, ele faz limite com a autoestrada A30
02:46E os moradores do bairro vizinho de Haslow estão acostumados ao som dos jatos decolando e pousando
02:54A área repleta de casas é vista à distância pelo voo 38 da British Airways
03:05O piloto automático está no controle enquanto a tripulação se alinha com a pista 27 esquerda
03:16A medida em que se aproxima do solo o avião é fustigado por ventos fortes
03:22Só um pouco de turbulência
03:24É o primeiro problema em uma viagem até então tranquila
03:27Não sou eu, é o autothrottle fazendo as suas
03:36Estávamos enfrentando rajadas de vento de cerca de 20 a 30 nós e estávamos plenamente cientes
03:42De que os autothrottles conseguiriam lidar com aquilo, movimentando bastante as manetes para cima e para baixo
03:48Se quiser pode manter o piloto automático um pouco mais do que o habitual até que o vento diminua
03:53Vou fazer isso
03:54Em momentos de turbulência o piloto automático pode fazer ajustes mais rápidos do que os pilotos para manter um avião nivelado
04:021.200 metros acima do solo
04:05Será que desligar por enquanto?
04:06Claro
04:06Obrigada
04:07Dois minutos antes da aterrissagem, Coward assume o controle do avião
04:11E o seu comando?
04:15Assim como os dois pilotos tinham planejado
04:17Assumindo o comando
04:18Tínhamos alguns segundos antes da liberação para pouso e eu estava arrumando meus mapas
04:29Speedbird 38, pouso autorizado na 27 esquerda
04:38Liberado para pouso na pista 27 esquerda, Speedbird 38
04:42Lembro de ter olhado para ver se o nosso portão estava disponível
04:47500 pés
04:49500 pés
04:51Se estável
04:53Mais ou menos
04:55De repente um problema
04:57Fica, não consigo potência nos motores, eles não respondem
05:00O que está acontecendo?
05:03O que está acontecendo?
05:03O que quer dizer?
05:05Eu estava olhando para os instrumentos do motor e eles não faziam sentido
05:10Pois estávamos pedindo potência total, mas os instrumentos do motor não estavam usando potência alguma
05:17O que está acontecendo?
05:20O Polo 38 tem o maior problema que se poderia imaginar
05:24Ao que parece temos uma falha nos dois motores
05:26Com nenhum dos motores fornecendo potência suficiente, o jato não conseguirá chegar ao aeroporto
05:32Com 152 pessoas a bordo, o voo 38 está caindo em direção a Londres
05:37Faltando apenas alguns segundos para atingir o solo
05:40Isso não pode estar acontecendo, esse é um dos jatos mais modernos no mundo
05:50Na cabine não há nenhuma indicação de que alguma coisa está errada
05:55A aproximação para a aterrissagem, todos pareciam tranquilos na cabine
06:01Estávamos apenas ansiosos para pousar
06:03Velocidade baixa, velocidade baixa
06:06Velocidade baixa
06:07Naquele momento eu estava olhando para o nosso ponto de impacto
06:14Eu vi um conjunto de edifícios ao redor da área de Hatton Cross e um posto de gasolina
06:21Eu sabia que se caíssemos ali haveria 100% de mortes
06:25Naquele momento eu senti todo o peso e a responsabilidade da minha patente
06:29Eu sou o comandante
06:34E se eu não fizer alguma coisa, todos vamos morrer
06:37Estando tão próximos do solo, Burkell não tem muitas opções
06:42Ele poderia assumir o controle do avião que está com Coward
06:45Mas não acha que essa seja a coisa certa a fazer
06:48A primeira decisão realmente foi a de não assumir o controle
06:53E lembro de ter olhado para John e ele continuava pilotando bem o avião
06:56Isso é bom, ele está fazendo um bom trabalho e está fazendo o que eu preciso que ele faça
07:00Burkell sabe que ainda que eles consigam sair de Houselow
07:04O jato ainda poderia cair na movimentada autostrada A30
07:08Ou atingir as antenas dos limites do aeroporto
07:10Pensei em recolher o trem de pouso, esse é o maior arrasto em um jato comercial
07:14Mas eu precisava do trem de pouso para sustentar o choque com o solo
07:18E íamos sofrer um impacto e o peso disso estaria sobre ele
07:22Por isso eu tinha que deixar o trem de pouso baixado
07:24Diante de um acidente iminente
07:28A única coisa que resta Burkell envolve um enorme risco
07:32Eu sabia que tinha cerca de 15 segundos para tomar uma grande decisão
07:38Eu precisava passar por aqueles edifícios
07:40Para mim era óbvio que eu tinha que recolher os flaps
07:45A retração dos flaps irá reduzir o arrasto, mas também a sustentação
07:51O avião irá voar mais longe, mas irá cair mais depressa
07:54Burkell precisa resolver o que é mais importante
07:57Eu queria discutir isso com a tripulação, mas tínhamos uma questão de segundos
08:03Lembro de ter segurado aquela alavanca por uma fração de segundo
08:07Ele espera que esse movimento ajude seu avião a evitar uma catástrofe
08:11O efeito foi imediato
08:13Agora Burkell faz um anúncio que todo piloto teme precisar fazer
08:17Mayday, Mayday, Mayday, Mayday, Speedburn, Speedburn
08:21Foi difícil, muito difícil
08:28Lembro de alguns impactos e do barulho
08:30Meu Deus
08:35A aterrissagem foi difícil
08:37Houve um estrondo enorme
08:40Corridos, pedaços se desprendendo do teto
08:44Então também me tornei um dos passageiros
08:47Porque agora estávamos em um avião descontrolado
08:49Estávamos deslizando no solo e eu não sabia em que iríamos bater no momento seguinte
08:55E eu pensei em minha esposa e meus filhos e disse adeus a eles
08:59As luzes se apagaram
09:05Eu ouvi o avião se desmantelando
09:07Então paramos
09:11E quando realmente paramos
09:15Eu fiquei surpreso de eu ainda estar lá
09:22Então eu olhei ao redor para o flight deck
09:29E fiquei ainda mais surpreso ao ver que nós três estávamos ilesos
09:34Sentados e com os cintos afivelados
09:39E eu rapidamente me tornei um comandante outra vez
09:43A tripulação desliga o combustível
09:46Interruptor de incêndio, APU
09:48Sistemas hidráulicos e elétricos
09:50Controle de interruptores desligado
09:52Check list completo
09:53Eu tinha que cuidar dos que haviam sobrevivido
09:56E eu achei que 20% dos passageiros estivessem mortos
09:59Uma vez que a aeronave tinha se partido
10:01Essa é uma emergência, evacuar o avião, evacuar
10:04E então a aeromoça assumiu todo o controle
10:10E quando ela abriu a porta
10:12Eu senti o cheiro do combustível
10:15Temos de nos apressar
10:18Percebi que tínhamos de sair dali
10:21Agora o grande perigo é o fogo
10:24Tendo sobrevivido a aterrissagem
10:26Os passageiros poderiam ser mortos por um incêndio do jato
10:28Deixei toda a bagagem e simplesmente desci pela escorregadeira
10:33Vamos sair daqui
10:36Atravessei a cozinha e verifiquei o corredor do lado direito
10:40Fiquei surpreso quando não vi ninguém ali
10:42Apesar dos estrenhos de Barkell
10:47Não há vítimas mortas
10:49Do lado de fora, no frio, arde janeiro
11:00A dimensão do desastre é visível
11:02A roda direita tinha sido arrancada durante o impacto
11:06Os motores estavam destruídos
11:08Tinham sido arrebentados
11:09As carenagens tinham sido arrancadas
11:11E os motores estavam semi-queimados
11:13Não era mais uma aeronave
11:15E então comecei a perceber
11:19Que tínhamos sofrido um acidente grave
11:21Vi os danos à estrutura e à asa
11:23Por pouco, o avião não atingiu a A-30
11:27E as antenas na cabeceira da pista
11:29A destruição poderia ter sido total
11:32Se o impacto tivesse ocorrido em outro tipo de solo
11:35E não sobre a lã e grama
11:37A probabilidade de um incêndio teria sido enorme
11:40Considerando-se a abrangência dos danos
11:46É incrível que apenas 47 pessoas tenham se ferido
11:49Eu me senti com muita sorte por ainda estar vivo
11:52Foi uma sensação surreal
11:54Da China, o primeiro-ministro britânico
11:58Gordon Brown elogia Barkell e sua tripulação
12:00Devo elogiar a calma e o profissionalismo
12:04Da tripulação da British Airways
12:06E do comandante Peter Burkell
12:07Por terem conseguido um pouso sem fatalidades
12:11E os investigadores têm alguns palpites
12:15Sobre o que levou à falha dos motores
12:16Eles também têm muitas pistas
12:18Mas uma peça-chave está desaparecida
12:22As equipes de emergência no Hidro
12:26Entram em ação
12:27A queda do voo 38 da British Airways
12:31Domina o noticiário
12:32É o acidente mais grave no aeroporto de Hidro
12:34Em 30 anos
12:35O aeroporto de Hidro é muito movimentado
12:38É o principal aeroporto do Reino Unido
12:42E portanto qualquer coisa que aconteça ali
12:44Logo chega à mídia
12:45O que chama mais a atenção é que o 777
12:50É um dos jatos mais modernos e confiáveis do mundo
12:53O acidente desconcerta o setor aéreo
12:56O 777 é o mais seguro que um avião pode ser
13:03Ele tinha um registro de segurança soberbo
13:06O que teria acontecido?
13:09Precisamos saber se isso pode vir a acontecer com o restante da frota
13:12Investigadores logo chegam ao local
13:16Filiz Light é engenheiro-chefe da AA e B da Grã-Bretanha
13:22Agência de Investigação de Acidentes Aéreos
13:25Quando você chega a um local de acidente como este
13:27A primeira coisa em que pensa é
13:29Por onde eu começo?
13:31O avião pousou pouco mais de 300 metros antes da pista
13:34O trem de pouso foi empurrado para cima através das asas
13:38O trem de pouso do nariz se soltou
13:41Apenas algumas horas depois do acidente
13:44Investigadores entrevistam a tripulação
13:46O comandante Peter Burkill relata em primeira mão o que aconteceu
13:49Acho que eu queria falar a respeito
13:53Porque eu sabia da inocência de toda a tripulação
13:55Isso não foi nossa culpa
13:57Nós não fizemos nada de errado
13:59Não havia potência nos motores
14:01Ao que parece temos uma falha nos dois motores
14:03Tentamos mais potência manualmente
14:06Mas eles não responderam
14:07Burkill explica que alguma coisa tinha levado os dois motores a jato
14:11E o Rolls Royce não responderem
14:12Ao mesmo tempo deixando a aeronave sem potência
14:15Quando se ouve a respeito de falha de dois motores
14:17Você começa a procurar aquilo que é comum
14:20O que poderia ter levado os dois motores a pararem ao mesmo tempo
14:23Portanto a primeira coisa em que pensamos
14:26Foi que poderiam ter ficado sem combustível
14:28Falta de combustível é algo raro
14:32Mas já aconteceu antes
14:33Em 1983
14:35Um Boeing 767 ficou sem combustível
14:38Quando sobrevoava a parte central do Canadá
14:40Um erro na conversão entre as medidas métricas e as inglesas
14:44Deixou o avião com muito menos combustível do que a tripulação imaginava
14:48A 26 mil pés eles perderam os dois motores
14:52O comandante consegue planar o avião e fazer uma aterrissagem segura em uma base aérea abandonada
14:58No caso do voo 38
15:04Essa teoria é imediatamente questionada
15:07O combustível de jato tem um determinado cheiro
15:10Qualquer um que já tenha trabalhado com uma aeronave
15:13Conhece o cheiro característico de combustível jet a um
15:15Quando chegamos ao local
15:17Havia uma grande quantidade de combustível vazando da aeronave
15:20Devido as rupturas do fundo dos motores
15:22Uma verificação dos motores confirma que dois dos tanques realmente tem combustível
15:28Portanto sabíamos que havia muito combustível no avião para completar o voo
15:33Restam ainda várias outras explicações possíveis para a perda de potência do avião
15:38E os investigadores devem verificar todas elas
15:40Há uma grande confiança em que o mistério possa ser resolvido
15:45A vez que os investigadores têm acesso a tudo que poderiam desejar
15:48Eles têm acesso ao piloto, à tripulação
15:51E o mais importante
15:53A todo o avião
15:54Tivemos muita sorte de ter a quantidade de dados que tivemos nessa aeronave
16:04Porque o avião permaneceu praticamente intacto
16:06Pudemos verificar muitos computadores e também ter acesso a grande quantidade de dados a partir dos gravadores
16:12Além disso, tínhamos dados de fora da aeronave, como dados de radar e também das transmissões de rádio
16:17Mark Ford recupera os gravadores de dados do voo do avião
16:22Que prometem fornecer aos investigadores indícios importantes
16:25E ele tem outro recurso
16:27O QAR
16:28Ou o gravador de acesso rápido
16:31Enquanto as caixas pretas estão no fundo do avião
16:33O QAR é um gravador de dados que fica na frente e usado principalmente para diagnóstico
16:38Ele oferece uma vantagem em relação ao gravador de voo
16:42Porque tem uma maior capacidade de memória
16:45E pode gravar parâmetros adicionais
16:47Além daqueles disponíveis no gravador de dados do voo
16:50Em alguns casos, você consegue recuperar os dados de um gravador de acesso rápido em questão de minutos
16:55Altitude, velocidade, configurações de controle e conversas na cabine
17:00No total, os gravadores preservaram 1.400 diferentes dados que devem ajudar os investigadores a encerrar o caso
17:07Mas ao estudar o QAR, eles descobrem algo assombroso
17:11O gravador de dados de acesso rápido parou cerca de 45 segundos antes do acidente
17:16Pensamos que poderia ter havido um problema elétrico que afetou não só o QAR, mas possivelmente os motores
17:23O 777 é um dos mais modernos no que diz respeito à assistência por computador
17:29Os pilotos não controlam diretamente o avião
17:31Em vez disso, seus comandos são enviados para um computador
17:34Isso então é transmitido para os motores, flaps e outros sistemas da aeronave
17:40Pete, não consigo potência nos motores
17:43Uma enorme falha dos sistemas de informações do avião poderia explicar por que os motores pararam de funcionar
17:51Talvez os computadores que o controlam tivessem parado
17:55A AA e B ficam em Farnborough
17:58E o gravador de dados do voo foi enviado para cá para ser analisado
18:03No caso de um problema elétrico, ele seria registrado nesse equipamento
18:09Mas a interpretação dessas informações irá levar algum tempo
18:13O tempo que os investigadores não têm
18:15Há centenas de 777 pousando todos os dias
18:20E é preciso encontrar respostas antes que o que provocou a queda do voo 38 cause outro acidente
18:26Enquanto esperam, as autoridades voltam sua atenção para o combustível recuperado do avião destruído
18:34Um lote ruim de combustível poderia ter privado o avião de potência justamente quando ele mais precisava
18:41O combustível pode ser contaminado de diversas maneiras
18:45Ele pode ser contaminado por partículas
18:47Pode haver uma contaminação biológica
18:49E isso pode ficar nos filtros, limitando o fluxo
18:52Coletamos diversas amostras de vários pontos dentro do sistema de combustível
18:57Não apenas o tanque em si
18:58Mas também de restos dentro das simulações de combustível
19:01E dentro de seus vários componentes
19:03Por meio de documentação, nós conseguimos rastrear o combustível até um embarque de jet A1
19:11Que viera da Coreia do Sul e que tinha sido transportado em um navio tanque para a China
19:15E então, por gasoduto, para o aeroporto de Pequim
19:18Nós o comparamos com mais de 1.200 outros lotes de combustível no Reino Unido
19:24E o resultado foi que o combustível era muito bom
19:28Em seguida, os investigadores consideraram a possibilidade de um bloqueio nos tanques de combustível
19:35E descobrem algumas evidências bizarras
19:39Vários pequenos pedaços de fita são recuperados juntamente com mais alguma coisa
19:48Quando analisávamos os tanques de combustível, achamos alguns pedaços pequenos
19:54Um deles de um raspador vermelho
19:55Os itens haviam provavelmente sido deixados ali quando o avião foi construído sete anos antes
20:00Mas se por um lado isso é algo peculiar, não há indicação de que isso possa ter desempenhado um papel na queda do avião
20:06Obviamente não é ideal encontrar qualquer coisa dentro de um tanque de combustível
20:10Nós verificamos se isso teria afetado o fluxo de combustível para os motores
20:14Porém, os pedaços eram tão pequenos que não teriam provocado tal problema
20:18À medida em que a busca por respostas prossegue
20:23Uma descoberta surpreendente vem à tona
20:26Menos de três anos antes do acidente em Hydro
20:29Outros 777 sofreram um problema sério e semelhante em pleno ar
20:33Depois de decolar em Perth, na Austrália, um jato de passageiros da Malásia estava subindo
20:3911.500 metros
20:41Quando de repente o piloto automático colocou o nariz do avião para cima
20:45Fazendo-o subir vertiginosamente
20:47Um desastre só foi evitado quando o piloto assumiu o controle manual do jato
20:51Eles conseguiram voltar em segurança e os investigadores descobriram um problema no computador
20:58Autoridades da aviação britânica consideram a possibilidade
21:03De que o cérebro eletrônico de um dos aviões mais confiáveis do mundo pudesse estar com defeito
21:07A aeronave da Malaysian Airlines era realmente pouco confiável
21:13De posse dos arquivos do avião, os investigadores começaram a verificá-los em busca de alguma pista
21:19Será que teria havido um problema com o sistema de controle eletrônico, levando os motores a não responder?
21:26Se forem encontradas falhas nos computadores do voo 38
21:30Isso significa que 777s em todo o mundo poderiam estar sujeitos a acidentes a qualquer momento
21:35Este pensamento paira pesadamente sobre a indústria
21:37Quando a leitura do gravador de dados do voo é feita em Farnborough, investigadores descobrem que o acidente poderia ter sido muito pior
21:49Muito pouco poderia ter sido feito
21:54Ao que parece, temos uma falha nos dois motores
21:56Eles tiveram apenas 30 segundos depois de tomarem consciência do problema
22:01Baixa velocidade
22:03E o acidente era inevitável
22:04Registros mostram que depois de os motores falharem, o avião começou a cair a mais de 500 metros por minuto
22:11Uma descida muito acentuada
22:12Entretanto, a falta de potência foi apenas um fator contra a tripulação
22:17Eles tinham estendido os flaps na descida, o que ajuda a controlar o avião em velocidades mais baixas, aumentando a sustentação
22:24Mas os flaps estendidos criaram um arrasto que diminuiu a velocidade do avião
22:28É preciso mais potência para manter um avião voando com uma asa maior
22:31Baixa velocidade
22:33Eu precisava recolher os flaps
22:36Eu sabia que se colocasse os flaps em 25 graus, seria a coisa certa a fazer para reduzir o arrasto
22:47O que ele fez aqui, deu a eles mais alguns metros
22:53Se os flaps tivessem permanecido em 30 graus, o avião teria atingido o solo pouco antes de um conjunto de antenas ILS
23:02O avião teria se chocado contra as antenas, provocando ainda mais danos e aumentando a possibilidade de ferimentos graves
23:09Por seus esforços, Burkell e sua tripulação são considerados heróis
23:16Voar é um trabalho de equipe, tínhamos uma excelente equipe
23:21Não há dúvida, sem as ações da tripulação, o pouso do voo 38 teria sido catastrófico
23:28Agora as gravações
23:33À medida que a análise dos gravadores de dados do voo continua
23:36Continuam até o momento do impacto
23:39Os investigadores não estão mais próximos de solucionar o caso
23:43A análise do gravador de dados do voo não identificou nenhuma falha em particular com o sistema elétrico da aeronave que pudesse ter resultado na parada dos dois motores
23:53Eles conseguem determinar por que não foi encontrado nada no gravador de acesso rápido nos últimos 45 segundos
23:59Não se tratava de falha elétrica como pensaram inicialmente
24:03Os 45 segundos de atraso na gravação do QAR devem ser ao fato de que esse dispositivo não faz um registro em tempo real
24:11Ele armazena os dados que então são gravados cerca de 45 segundos depois
24:15Agora com a recuperação de todas as informações dos vários gravadores do avião
24:20Os pesquisadores têm uma visão clara do que aconteceu
24:23O jato estava no rumo correto em sua aproximação para a aterrissagem
24:29Quando teve início o terrível problema
24:32A 720p, cerca de 220 metros, houve a falha do motor direito, sete segundos depois a do motor esquerdo
24:39O autothrottle tentou conseguir maior potência
24:42Não sou eu, é o autothrottle
24:45Mas os motores não responderam
24:47Não consigo potência nos motores
24:49Enquanto os problemas elétricos e do computador são descartados como causas do acidente
24:55Os registros de dados do voo mostram aos investigadores a provável causa do problema
25:00Os dois parâmetros mais importantes no gravador de acesso rápido eram as válvulas de indicação de combustível
25:06As duas válvulas indicavam estar abertas na posição totalmente aberta
25:09Os computadores do avião estavam exigindo dos tanques o máximo de combustível possível
25:15E embora as válvulas estivessem completamente abertas, os motores não recebiam combustível suficiente
25:21Ainda que o avião o tivesse, ele despencou
25:25E os investigadores não conseguem descobrir o porquê
25:29E se concentram nas condições atmosféricas no dia do acidente
25:34Havia uma massa de ar muito frio sobre a Sibéria
25:41Por isso estávamos cientes das condições de frio
25:43Mas previa-se que o voo seria tranquilo e rápido
25:46A trajetória do voo os levou sobre a Rússia
25:50A temperatura exterior chegava a menos 74 graus centígrados
25:53Uma temperatura potencialmente perigosa se não for acompanhada de perto
25:57Com massas de ar frio, você precisa estar ciente das temperaturas do combustível
26:02Quando o combustível começa a congelar, ele produz uma pasta viscosa
26:07À medida que a temperatura dele cai, esse volume de pasta torna-se maior
26:12Até que chega um ponto em que ele deixa de fluir
26:14Temos um medidor de temperatura de combustível no convés de voo que é monitorado o tempo todo
26:20Eu pessoalmente verifico constantemente, no mínimo a cada hora
26:24Você não quer abaixo de 34 graus centígrados negativos
26:28Embora as temperaturas estivessem baixas, elas nunca caíram para uma zona perigosa
26:34Em que o combustível pudesse se transformar em pasta viscosa e entupir o sistema
26:38Além disso, a temperatura do combustível aumentou significativamente quando o jato se aproximava de Londres
26:44Estávamos chegando a 7 mil metros e eu me lembro de ter visto menos 20 graus centígrados
26:51Então já estava começando a esquentar
26:52Outra possível causa do acidente está descartada
26:56Os investigadores estão ficando sem explicações possíveis
26:59A expectativa da mídia e de especialistas em aviação era de que teríamos a resposta em alguns dias
27:07Entretanto, não houve comentário algum sobre a investigação em curso
27:12Logo ficou claro que não seria esse o caso
27:15Havia os pilotos, havia os passageiros, o avião
27:19Estava tudo lá, exceto a única coisa que provocou o acidente
27:22Que havia desaparecido
27:25Como que por mágica
27:27Apesar de disporem de inúmeros dados e provas físicas
27:32Os investigadores ainda não conseguem dizer o que provocou a queda de um Boeing 777 da British Airways no aeroporto de Heathrow
27:38Eles se voltam para uma possível falha do sistema de fornecimento de combustível
27:50Para provar que isso teria levado ao acidente
27:53Eles precisam localizar qualquer coisa fora do comum sobre o voo 38 no dia 17 de janeiro de 2008
27:59Trata-se de um voo diário vindo de Pequim para Heathrow
28:05Queríamos descobrir o que era singular em relação ao voo
28:08O porquê do problema com este voo em especial
28:11Se você tem um incidente intrigante como o acidente com o 777 no aeroporto de Heathrow
28:19Você irá vasculhar todos os dados possíveis
28:21Coloque aqui por enquanto
28:24Conversamos com muitos operadores para obter alguns dados de voos anteriores
28:31Para que então pudéssemos fazer uma comparação
28:33Eles coletam dados de voo de empresas no mundo todo
28:40No total tínhamos algo em torno de 144 mil voos
28:46Mas serão precisos meses de trabalho para verificar este volume enorme de informações
28:51Para analisar mais detalhadamente o sistema de combustível do voo 38 partes imensas
28:57São trazidas para o hangar da AA e B e são remontadas
29:01Aquilo nos permitiu simplesmente olhar para elas
29:06Conversar a respeito e discutir ideias sobre o que poderia ter ocorrido
29:10McDermott e sua equipe consideram todas as possibilidades
29:14Desde falhas de projeto até um mau funcionamento específico da aeronave
29:18A análise não traz resultados
29:20Fizemos uma inspeção exaustiva e completa
29:23Além de testes do sistema de combustível
29:25E não achamos nada errado
29:27Frustrados, os investigadores estão em um beco sem saída
29:30E estávamos andando em círculos
29:33Continuávamos voltando para o que já tínhamos feito
29:36Será que tínhamos deixado passar alguma coisa?
29:39E a cada vez a resposta era
29:41Não
29:41Não havia problemas com os computadores do avião
29:45Ele tinha combustível suficiente
29:47E não havia problemas com o combustível em si
29:50Porém, por algum motivo, no momento mais vital
29:54Os motores não conseguiram o combustível de que precisavam
29:59Os investigadores da AA e B não têm qualquer outra hipótese
30:04Não havia uma explicação clara
30:10Nada do que já tínhamos visto antes em outro avião
30:15Muito menos em um 777 poderia explicar isso
30:19Agora eles deixam de lado as pistas que têm
30:22E se voltam para as que eles não têm
30:25Phil Phil chegou com um manta
30:31Uma citação de Sherlock Holmes
30:33Seja o que for que reste, mesmo que improvável
30:36Deve ser a verdade
30:37Tem de ser
30:46Neste caso, sempre nós voltávamos para o que estava lá
30:50E o que poderia ter estado lá que não estava mais
30:52E acabamos chegando ao gelo
30:54Suspeita-se de que a causa do acidente tenha sido o gelo que se tornou cada vez mais forte
30:59Mas os investigadores estão diante de uma tarefa quase impossível
31:04Como provar que gelo teria derrubado o avião
31:06Se as provas necessárias para isso teriam derretido quando eles chegaram
31:10Três meses após o acidente
31:13Ryan McDermott voa até Seattle para trabalhar com engenheiros na Boeing
31:18A empresa que construiu o 777
31:21Se foi gelo que derrubou o voo 38, eles precisam provar como e por quê
31:27Pegamos as tubulações do lado direito do sistema de combustível
31:31E usamos, bem como as junções dos aparelhos de teste na Boeing
31:35Gelo nas tubulações de combustível tem sido uma preocupação em jatos de todos os tipos
31:43Mas há décadas engenheiros encontraram uma maneira engenhosa de lidar com esse problema
31:48Em jatos de passageiros
31:49A parte central do sistema é o chamado Fuel Oil Heat Extender
31:53Trocador de calor a óleo combustível ou FOHE
31:56Onde o combustível frio percorre tubos finos que estão rodeados pelo óleo quente
32:00Usado na lubrificação dos motores
32:02A finalidade de um aquecedor de combustível
32:04É o aquecimento para evitar o congelamento do delicado sistema de controle de combustível
32:09O FOHE é projetado para impedir exatamente o tipo de problema
32:13Que os investigadores suspeitam que tenha afetado o voo 38
32:16Mas também é um potencial gargalo no sistema
32:18Durante o teste de combustível
32:23Procuramos estabelecer onde poderíamos começar uma restrição
32:27Que diminuísse o fluxo de combustível para 6 mil libras por hora
32:30E a única maneira de termos tal restrição
32:33Seria na superfície do Fuel Oil Heat Exchanger
32:36Os investigadores precisam provar três coisas
32:40Primeiro, que quantidades significativas de gelo
32:43Podem se acumular no interior dos tubos de combustível
32:45Segundo, que o gelo pode ser subitamente liberado
32:49E finalmente provar que ele pode bloquear um dispositivo projetado especificamente para derretê-lo
32:54Utilizamos métodos diferentes de controle do ambiente ao redor dos tubos
33:00Que variaram de gelo seco até combustível frio e ar quente
33:03Para simular o ambiente em torno dos tubos
33:06Que foi o que aconteceu na aeronave durante o voo
33:09Depois de cada teste de resfriamento de combustível
33:13Os investigadores verificam o interior dos tubos em busca de gelo
33:16Mas não conseguem nem a formação de muito gelo
33:19E muito menos o bloqueio dos tubos de combustível
33:21E como a temperatura do combustível era de menos 30 graus centígrados
33:26Muito pouco gelo ficaria no interior dos tubos de combustível
33:29Os investigadores sabem que a temperatura naquele voo não chegou a ficar muito fria
33:33Então como foi que o gelo se formou?
33:35Ainda não tínhamos respondido a pergunta
33:41De onde veio o gelo?
33:42Na verdade teria sido gelo ou haveria alguma outra coisa que não tínhamos percebido?
33:48Surpreendentemente, quando as temperaturas do combustível são mais elevadas, o fato acontece
33:52Se você tem água no combustível, a água congela e forma cristais de gelo
33:56E em seguida, quando a temperatura baixa para cerca de menos 20 graus centígrados
34:00Os cristais de gelo vão começar a se agrupar e a aderir ao interior dos tubos
34:04Com temperaturas inferiores a 20 graus negativos, os cristais de gelo no combustível são muito frios para aderirem aos tubos
34:13Mas no intervalo entre menos 20 negativos e 8 graus centígrados negativos
34:18Forma-se um gelo riscoso que adere às laterais dos tubos de combustível
34:22Portanto, quando demonstramos que o gelo poderia realmente acumular e aumentar nas paredes os tubos de combustível
34:30Houve uma certa surpresa sobre como poderia realmente haver esse aumento
34:34Agora estamos chegando a algum lugar
34:37Naquele estágio, a pergunta era
34:39De que forma aquele gelo poderia ser retirado das tubulações?
34:42Investigadores acreditam ter achado a resposta para o acidente
34:46Porém, eles ainda não conseguem provar como o pequeno acúmulo de gelo poderia derrubar um avião de 200 milhões de dólares
34:52Eles continuam a analisar milhares de voos comparativamente para descobrir o que tornava o voo 38 singular
34:58Entretanto, depois de 7 meses, eles ainda não conseguem solucionar o caso
35:02Dentre 35 mil voos com motores Rolls-Royce
35:05Menos de 1% tinham as mesmas características de voo que sofreram o acidente
35:09E então, em 26 de novembro de 2008, mais de 10 meses após o acidente
35:15A importância de se encontrar uma resposta fica ainda mais evidente
35:19Quando o inacessível culpado ataca novamente
35:21Outros 777 se veem em apuros a 39 mil pés acima dos Estados Unidos
35:26Quando um dos seus motores simplesmente para de funcionar
35:30Felizmente, naquele caso, o motor voltou a funcionar e a aeronave pousou em segurança em Atlanta
35:38Ainda que não tenha resultado em um acidente, o acontecimento aumenta as preocupações
35:44Quanto à existência de uma falha potencialmente perigosa em todos os 777 ao redor do mundo
35:49O incidente chama a atenção dos investigadores de acidentes da British Airways
35:54O voo da Delta Xangai foi de fato investigado com enorme interesse
35:58Os motores eram Rolls-Royce, do mesmo tipo
36:03Portanto, imediatamente foram procurados indícios do mesmo problema
36:08E de fato, eles encontram semelhanças importantes entre o avião da Delta e o voo 38 da British Airways
36:17A aeronave fazia o percurso de Xangai na China para Atlanta
36:22As temperaturas do combustível estavam dentro da escala que tínhamos definido durante a pesquisa
36:27Pudemos ver que o funcionamento do motor tinha sido semelhante à do 777 no aeroporto de Rio
36:34Análises posteriores do voo da Delta não mostram evidência alguma de qualquer problema eletrônico mecânico
36:45Ou no sistema de combustível, sugerindo fortemente que o gelo teria sido responsável
36:50Quando soubemos a respeito do voo da Delta, ficamos mais convencidos de que estávamos no caminho certo
36:56McBermott e os investigadores na Boeing em Seattle continuam seus testes
37:01Já se passou um ano desde o acidente e o problema não foi encontrado ou resolvido
37:06Eles fazem centenas de simulações e gastam milhões de dólares
37:11Eles ainda não conseguem observar o gelo nos tubos de combustível obstruindo o FOHE
37:17E provocando o tipo de bloqueio que derrubou o voo 38
37:20Chegamos a um ponto em que, na verdade, não tínhamos descoberto o que havia causado o acidente
37:31E havia uma certa inquietação na mídia e entre o público em geral
37:36Sobre o porquê de não termos ainda chegado a uma resposta
37:39Aumenta a pressão da indústria para a solução deste caso
37:50Os investigadores ainda precisam saber o que fez com que o voo 38 fosse diferente de milhares de outros que ocorriam em condições semelhantes
38:00Para descobrir isso, eles reconstroem cada momento da viagem do voo
38:05A viagem de Pequim envolveu uma subida gradual
38:10Uma velocidade de cruzeiro constante e uma descida gradual
38:13As temperaturas do combustível subiram e desceram de acordo com isso
38:18Levando-o ao acúmulo de gelo nos tubos de combustível
38:21A menos que ele se soltasse, aquele gelo não representava perigo algum
38:24Agora os investigadores analisam o fluxo de combustível e descobrem que ele permaneceu constante durante a maior parte do voo
38:31O piloto automático manteve a velocidade constante e baixa potência durante horas
38:35Não exigindo um aumento abrupto da potência do motor, se não pouco antes da aproximação da pista
38:40A aproximação em Heathrow foi bastante turbulenta
38:44Os motores estavam exigindo diferentes níveis de potência
38:48Não sou eu, o autotroto
38:50E houve quatro mudanças no fluxo de combustível
38:54Uma das quais levando seu fluxo muito elevado de cerca de 12 mil, 13 mil libras por hora
38:59Um exame mais minucioso do voo da American Delta
39:06Revela que o seu motor parou sob as mesmas circunstâncias
39:09Com uma demanda repentina de potência depois de um longo período de velocidade constante
39:14Os investigadores reproduzem exatamente essas condições
39:21Eles esperam que ao reproduzirem os momentos pouco antes do pouso
39:26O único trecho do voo em que a tripulação de repente exigiu mais potência
39:30Eles consigam finalmente chegar à resposta que estão procurando
39:33O problema que estávamos examinando é muito difícil de ser reproduzido
39:38E foi durante um dos últimos testes que realmente conseguimos reunir todos os elementos
39:41Após simular os motores funcionando a uma velocidade constante, os investigadores aumentam a potência
39:48Deixamos que o gelo se acumulasse durante três horas
39:51E então, o índice do fluxo aumentou
39:54O que aconteceu em seguida realmente revela o que teria acontecido
39:58No laboratório da Boeing em Seattle
40:04A solicitação repentina por parte dos investigadores de uma maior potência do motor
40:08Faz com que a pressão do combustível no FOHE caia drasticamente
40:12E quando os investigadores analisam esse componente vital
40:16Vemos que gelo havia se formado na parte da frente do equipamento
40:23Gelo semi-derretido que se formou no interior dos tubos de combustível
40:28Se soltara quando a pressão foi aumentada de forma abrupta
40:31E isso restringiu o fluxo de combustível para os motores
40:35Os investigadores tinham finalmente encontrado o calcanhar de Aquiles oculto no 777
40:40Os tubos que trazem o combustível através do FOHE
40:45Ficam cobertos de gelo logo acima do recipiente de óleo quente
40:49São apenas alguns milímetros
40:51Mas o suficiente para impedir que o gelo entrasse em contato com a superfície quente
40:56Abaixo e derretesse
40:57O gelo não impede totalmente que o combustível passe por ele
41:01Ele tem uma certa porosidade
41:03Portanto, o combustível continuará a fluir através dele
41:06Mas com um fluxo muito menor do que deveria ser
41:09Dentre os testes, apenas um deu aos investigadores o resultado que eles procuravam
41:15O teste que reproduziu exatamente a jornada do voo 38
41:19Enquanto o avião sobrevoava a Rússia, a água no combustível se transformou em gelo
41:24Com a temperatura de 20 graus negativos, ele começou a se acumular ao longo do interior dos tubos
41:30A velocidade constante da aeronave garantiu que o acúmulo não fosse interrompido
41:34E então, quando o avião se aproximava de Hydro, a turbulência levou a primeira demanda de potência desde o início do voo
41:42E a coisa se transformou em um grave problema
41:44Se quiser, pode manter o piloto automático um pouco mais do que o habitual até que o vento diminua
41:51O combustível que jorrava levou o gelo através do sistema de combustível
41:56Até que ele se acumulou sobre a superfície do F.O.H.E. com resultados desastrosos
42:00Pete, não consigo potência nos motores
42:03Eles não respondem
42:06Diante de uma ameaça que ninguém sabia que existia
42:09Os pilotos não tiveram a chance de resolver o problema
42:13Mas, por que a tripulação da American Delta conseguiu eliminar o bloqueio
42:24Enquanto o voo da British Airways quase terminou em catástrofe?
42:32O que se descobre é que depois de apenas alguns segundos da redução da potência do motor para a Idle
42:37O bloqueio no F.O.H.E. é eliminado
42:40Mas, essa manobra não estava disponível para os pilotos da British Airways
42:46Uma vez que eles estavam muito próximos do solo
42:49Logo após os testes em Seattle
42:53A Rolls-Royce faz um novo projeto do F.O.H.E.
42:57O que a Rolls-Royce fez foi remover os tubos salientes
42:59De modo que agora se tenha uma superfície limpa
43:01Descobriram que se tornassem a superfície nivelada
43:06Ainda que houvesse a formação de cristais de gelo sobre o combustível
43:10Passariam direto pelos buracos no bloco
43:12Uma correção muito fácil
43:14Passa a ser feita a exigência de que outros fabricantes de aeronaves
43:19Garantam que seus sistemas não estejam vulneráveis ao mesmo problema
43:23Peter Berkley, John Coward e o restante da tripulação do voo 38
43:29Recebem a medalha Airways Safety da British Airways
43:32Por seu desempenho durante o acidente
43:34É a maior honra da companhia
43:36A tripulação se viu diante de uma falha sem precedentes
43:39E fez o melhor que pôde no tempo de que dispunha
43:42A tripulação fez o melhor que pôde
43:48E uma vez que tiveram apenas cerca de 30 segundos para pensar sobre o que fazer
43:52Não poderiam ter feito melhor do que fizeram
43:55O gelo que derrubou um dos aviões mais sofisticados do mundo já havia derretido quando os investigadores chegaram
44:03O que foi singular em relação a esta investigação foi que o culpado havia fugido de cena
44:09A investigação sobre o ocorrido consumiu milhares de horas de trabalho e custou milhões de dólares
44:15Essas pessoas não esmoreceram até descobrirem o porquê do acidente
44:22E por quê? Porque precisamos saber
44:24Com dedicação incansável e um pouco de inspiração de Sherlock Holmes
44:29O mistério foi finalmente resolvido
44:32Seja o que for que reste
44:35Mesmo que improvável
44:37Deve ser a verdade
44:39Versão Marshmallow São Paulo