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La Promesa Capitulo 599

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00:00Então eu decidi confiar nele.
00:02Durante todos esses anos que eu fui recluída nesse lugar horrível,
00:07eu deixei de viver,
00:10eu deixei de ter uma família,
00:13eu deixei de ter um filho,
00:16eu deixei de ter uma mãe,
00:19eu deixei de ter um filho,
00:22eu deixei de ter uma mãe,
00:25eu deixei de ter um filho,
00:28eu deixei de viver como meu filho Curro cresceu.
00:33Eu te asseguro que isso foi o pior.
00:35Espero que sofras a metade do que eu sofri.
00:40Se é na vida, melhor.
00:42E se não, não me cabe dúvida que o inferno te espera.
00:52Se Romulo reaciona de uma maneira tão hostil quando se lhe saca o tema de Emília,
00:56é porque ainda sente algo em relação a ela.
00:58Então por que se enche de raiva como menino?
01:00Seja sincero de uma vez.
01:02As coisas não são tão fáceis, por desgraça.
01:06O que Deus uniu, não o separa o homem.
01:09Catalina, Adriano, eu declaro-vos marido e mulher.
01:15Depois de tanta dor, esta casamento é um respiro para a família Luján.
01:20Essas lágrimas apenas contenidas, essas olhadas.
01:25Eu acho que tinham um significado importante para o Sr. Manuel e para o Sr. Alonso.
01:33Curro caiu do cavalo por sua intervenção.
01:35Não tenho nada contra este jovem, eu te asseguro, senhorita.
01:38Então por que o fez?
01:39Por dinheiro.
01:40Se quiser respostas, as encontrarei na joiaria.
01:45Um garoto me trouxe esta nota para você.
01:48Estas horas não podem ser boas notícias.
01:51Dona, ele se foi.
01:55Sei que toda a família se encheu com você quando foi à prisão visitar a minha irmã Cruz.
01:59De fato, quero pedir-lhe algo.
02:02Eu decidi ir ver a minha irmã.
02:04E você é a única pessoa que pode me ajudar a fazê-lo.
02:10Diz que quer ir ver a Cruz.
02:14Isso mesmo.
02:15Eu acho que você pode me ajudar, já que você foi visitá-la há pouco tempo.
02:22Eu acho que não vou poder fazê-la feliz.
02:29Mas por que não quer me ajudar?
02:30Não, não é que eu não queira ajudá-la.
02:31Na verdade, eu gostaria de poder ajudá-la e até acompanhá-la à prisão para vê-la.
02:37Então?
02:39É algo que está terminamente proibido para nós agora.
02:44E pode ser sabido que foi proibido?
02:49Não é que seja alguém específico, é mais como uma pressão social.
02:56Pressão social?
02:57O que aconteceu foi tão horrível que os Lujans não podem avaliar um comportamento tão monstruoso.
03:02Os Lujans? Em conjunto?
03:05Martina, fale claro, porque não estou entendendo.
03:09Quem em concreto o proíbe?
03:13Meu tio Alonso.
03:16Alonso?
03:17Sim, mas não é coisa sua.
03:19É que ele é o Marquês de Lujan e tem que ser prudente,
03:21porque este é um caso delicado que está à espera de juízo e que involucra
03:24uma personalidade relevante da nobreza como é a tia Cruz.
03:27E quanto menos nos vejam por ali, melhor.
03:29Cruz é minha irmã e eu tenho todo o direito do mundo de ir vê-la.
03:34Ninguém pode proibir isso. Ninguém.
03:37Sim, mas não precisa ficar assim.
03:40Desculpe, Martina, por falar com você assim.
03:42Não, não, não, não acontece nada.
03:44Na verdade, se eu fui à prisão, foi porque senti a necessidade de vê-la também.
03:54Vou...
03:57Vou falar com meu tio Alonso para ver se há alguma possibilidade de levantar essa proibição.
04:01Você faria isso por mim?
04:06Vou tentar organizar uma visita à prisão de Córdoba.
04:12Obrigada, Martina.
04:14Espero que consiga.
04:17Cruz é minha irmã e preciso ver que está bem de primeira mão.
04:31A CIDADE NO BRASIL
05:01A CIDADE NO BRASIL
05:31A CIDADE NO BRASIL
05:34A CIDADE NO BRASIL
05:37A CIDADE NO BRASIL
05:40A CIDADE NO BRASIL
05:43A CIDADE NO BRASIL
05:46A CIDADE NO BRASIL
05:49A CIDADE NO BRASIL
05:52A CIDADE NO BRASIL
05:55A CIDADE NO BRASIL
05:57A CIDADE NO BRASIL
06:00A CIDADE NO BRASIL
06:03A CIDADE NO BRASIL
06:06Não posso acreditar.
06:09Não posso acreditar que tenha feito isso, Pia.
06:13Eu confiava nele.
06:15Confiava nele!
06:17Senhor, sua marcha repentina da promessa deixa entrever sua culpabilidade.
06:21E eu que pensava que ele tinha ido denunciar o roubo das autoridades, por isso não o havia visto o dia inteiro.
06:25Mas ele ia se denunciar, senhor. Por isso colocou a terra no meio, para não falar com a Guarda Civil.
06:33Eu me enganei como um tonto.
06:36Senhor, não diga isso, por favor.
06:38Diga que ele te enganou, sem mais, mas não se descalifique. Você não tem culpa de nada.
06:42Eu lhe abri a mão, Pia.
06:44Eu lhe ofereci um trabalho.
06:46Um futuro.
06:48E ele tirou tudo para fora, sem contemplação, sem...
06:53O que eu falhei?
06:54Você não falhou em nada.
06:56Tonho é um adulto que toma suas decisões.
06:59Neste caso, terríveis e muito erradas.
07:02Talvez se eu tivesse mostrado o futuro.
07:05O futuro que esperava aqui. E se eu tivesse sido mais compreensivo com ele, ele não teria tido a necessidade de me roubar e de ir embora dessa maneira.
07:11Senhor, você não cometeu nenhum crime. Você é a vítima, por favor.
07:15Ainda assim, Pia.
07:17Ainda assim.
07:20Eu deveria ter visto ele vir.
07:25Eu deveria tê-lo tratado com mais compreensão.
07:29Eu não sei.
07:30Me dar conta do quão delicada era sua situação.
07:33Senhor, não é motivo suficiente para abusar de sua confiança e permita-me que lhe diga.
07:37Pode ser, mas...
07:40Isso não me torna mais do que um estúpido, Pia.
07:46Eu pensava que Tonho estava recuperado.
07:48Eu pensava que...
07:50que ele estava bem trabalhando.
07:51Não fui mais do que um cego.
07:55Um cego que queria vê-lo.
07:59E agora tudo pelo que eu trabalhei foi para trás em um suspiro.
08:04Senhor, o negócio dos motores...
08:07Está bem, não?
08:09Com o Tonho e sem ele.
08:13Até aqui eu cheguei.
08:14Pia, me enganei todo esse tempo.
08:17Porque sem Zana nada tem sentido.
08:23Mas...
08:25esse dinheiro...
08:27era o único que eu tinha para começar o negócio.
08:31E sabe o que é o pior?
08:34O que é o pior?
08:37O que é o pior?
08:39O que é o pior?
08:41O que é o pior?
08:42O que é o pior?
08:45Que o importante não é o dinheiro.
08:49É descobrir que a felicidade está vetada para mim.
08:55Não diga isso, por favor, senhor.
08:58Você ainda é muito jovem.
09:00Pode que agora o veja todo negro, mas...
09:03mas há luz.
09:04No final do túnel, eu lhe asseguro.
09:07Essa luz não existe.
09:08Sim que existe.
09:09Só que agora não a vê.
09:12Olhe para a sua irmã Catalina, por exemplo.
09:14Ela voltou.
09:15Apesar de ter tudo contra ela.
09:18E aos olhos dos outros era uma mãe solteira e devastada.
09:21E agora...
09:22é uma mulher casada com um homem maravilhoso.
09:25Aproveitando dois filhos maravilhosos.
09:29Maravilhosos e sanos.
09:34Eu me alegro por ela.
09:37Mas minha irmã não perdeu o amor de sua vida, Pia.
09:43A minha irmã era o meu mundo.
09:47E esse mundo saiu por aí.
09:55Eu lhe juro que tentei, mas...
10:01não acho que há nada lá que mereça viver.
10:13FATOS
10:32O que faz aqui tão cedo?
10:33Desespero.
10:35Por muito que frote, não consigo tirar essa mancha.
10:38É manteiga?
10:40Sim.
10:41junto com os outros ingredientes golosos da tarta anuncial.
10:46Na verdade, estava espetacular.
10:48De fato, diria que está entre uma das três melhores tartas que eu já tive na vida.
10:52Sim, assim é.
10:53Eu a comi com tal ímpetu que me manche.
10:56E agora não quero deixar passar o tempo porque seguro que se agarra.
10:59Bom, se não está já agarrada como uma lata.
11:02E por que não deixas a tarea para alguma das doncelhas?
11:05Ah, não, não, não.
11:06Fui eu quem me manche e serei eu quem quite o lamparão.
11:09Pois se me caem os anilhos por frotar.
11:11Além disso, não quero molestá-las por uma tonteria.
11:14Elas também tiveram um dia muito agotador hoje.
11:17Sim, sim.
11:19Por certo, aproveitando que está aqui, me gostaria que me contasse algo mais
11:23sobre o episódio que sofreu minha mãe.
11:25Bom, eu te disse que não foi importante.
11:28Por sorte, se encontra perfeitamente.
11:30Eu sei, eu sei.
11:31É só que me deixei um pouco inquieto.
11:34Entendo.
11:35E o que quer saber?
11:37Qualquer coisa que você considere importante.
11:40É que não há muito mais para falar.
11:42Apesar de que, por alguns segundos, parece que se despegou da realidade.
11:47Se despegou?
11:48Você me contou que se havia desorientado.
11:51Mas não sabia que havia perdido a noção da realidade.
11:54Já, não foi para tanto.
11:56Bom, esqueceu que sua irmã estava na prisão.
12:00E pediu que a chamassem para que colocasse ordem na casa.
12:03Ou seja, que chegou a tal extremo.
12:06Eu insisto, não foi nada grave.
12:09Bom, sempre que se fica em um episódio isolado.
12:12Mas você acha que poderia se repetir?
12:14Bom, não tem porquê.
12:16E uma vez superado o assusto, teremos que estar atentos.
12:20Entendo.
12:23Poderia pedir-lhe um favor pessoal?
12:25Se está em minha mão.
12:28Poderia estar atento a Vitor, para que minha mãe não esteja perto de...
12:32de determinadas pessoas.
12:35Você está falando de alguém, concretamente?
12:39Do capitão da Mata.
12:40Entendi.
12:41Não quero culpar o capitão diretamente pela crise que sofreu minha mãe,
12:45mas não me estragaria.
12:47E isso?
12:48Esse homem tira de suas casas a qualquer um.
12:51Especialmente a minha mãe.
12:53E por isso, pedo-lhe que...
12:55que vigie, para que não esteja perto dela.
12:58Bom, prometo-lhe que tentarei fazer, mas não posso garantir.
13:03Porque cuidar da Catalina e dos bebês me leva quase todo o tempo.
13:07E, além disso, estou aqui por ela, não por Dona Eugenia.
13:09Eu sei, eu sei.
13:10Entendo que você tem suas obrigações.
13:14Sim, é assim.
13:15Não pude estar atrás de sua mãe todo o dia.
13:18Mas, quando puder,
13:20prometo-lhe que tentarei evitar que Dona Eugenia se encontre com o capitão.
13:24Conte com isso.
13:26Obrigado, de coração.
13:29Bom, vou ajudá-lo.
13:30Não, não, não.
13:31Não, não, não.
13:32Isso é minha.
13:43Don Manuel?
13:45O que você está fazendo nesses passos?
13:48Aconteceu algo?
13:54Simona, eu...
13:56Você está me preocupando.
14:01O Tonho se foi.
14:03Como que ele se foi?
14:05Mas para onde?
14:08Não tenho a menor ideia.
14:11Só sei que...
14:13Pia me entregou uma nota de despedida em seu nome e...
14:18E ela não vai voltar.
14:25Sinto muito, Simona.
14:28Não.
14:30Eu sou a única que tem que se desculpar.
14:35Isso confirma meus temores.
14:38Desculpe, Don Manuel.
14:40Desculpe.
14:41Uma e mil vezes,
14:43me amaldiçoou o comportamento indigno do meu filho.
14:46Simona, você não precisa pedir desculpas por nada.
14:50Se o Tonho se foi, você tem razão.
14:51Ele não.
14:53Ele não decidiu isso.
14:55Eu o pedi.
14:56Sim, eu o pedi.
14:57Porque meu filho é um ladrão desgraçado,
14:59que está descarreando há muito tempo.
15:01Por favor, Simona.
15:02Não.
15:03Não, Manuel.
15:04É melhor assim.
15:08Meu filho jogou com ele.
15:10E eu...
15:12Eu tentei avisá-lo.
15:17Simona, se confie em Tonho.
15:19Foi porque eu quis.
15:23Eu não deveria ter feito isso.
15:27Antônio é meu filho e eu o amo com loucura.
15:34Mas não é de confiar.
15:37Espero que eu tenha errado.
15:40Mas meus temores eram certos.
15:41Ele é um criminoso que não merece nada.
15:43Simona, por favor.
15:46Simona.
15:48Simona, por favor.
15:50Pare.
15:57Olha, sim.
16:00Sim, é verdade que Tonho me enganou.
16:01O único responsável pelas suas decisões é ele.
16:07Sim.
16:09Mas ele é meu filho.
16:10E um homem de fato e direito.
16:13Que, se errado, vai ter que dar suas explicações.
16:16Não.
16:18Porque eu lhe dei a excusa perfeita para fugir.
16:20E que não tenha que render contas nem do seu dinheiro, nem do automóvel.
16:26Eu também me sinto culpado pelas suas ações.
16:30Mas tem alguém que me fez ver que o único responsável pelas suas decisões é ele.
16:35Mas são já muitas decepções com ele.
16:42Sei como se sente.
16:45De verdade que sim, Simona.
16:47Mas não tem nenhum sentido continuar dando voltas a algo que não tem solução.
16:51Sim.
16:55Como pode estar tão tranquilo depois de que alguém tenha quebrado sua confiança desta forma?
17:04Por que há não o mesmo sendo compreensivo que não sendo...
17:11Simona, eu...
17:14Só espero que Tonho, onde esteja, encontre a paz.
17:17Você é um homem muito bom, Don Manuel.
17:20E sim, você merece a verdade.
17:23Encontre a paz.
17:26Espero que possa descansar.
17:30Agradeço-lhe que tenha tido a diferença de vir me informar em pessoa.
17:39Te agradeço de coração.
17:47Eu também.
18:04Agora sim que dorme, hein?
18:08Como gosta o trajeio noturno.
18:12Até arruinou a noite de casamento dos seus pais.
18:15Sem vergonha.
18:17Sim.
18:28Adriano, não faça barulho que eles acabaram de dormir.
18:33Não sou Adriano.
18:36Sou o orgulhoso avô destas duas criaturas.
18:47Como você está, filha?
18:49Exausta.
18:51Suponho.
18:53Acabei de encontrar o seu marido e ele me disse que eles ficaram na Alfa toda a noite.
19:00Não, dormiram até a tarde.
19:04Têm mais energia do que eu.
19:06Podem acabar comigo.
19:12Sinto que este sinta tão duro.
19:15Não, não se apure.
19:17A felicidade que sinto supera com crescer o cansamento.
19:22Qualquer coisa que façam meus filhos é uma bendição do céu.
19:28Entendo.
19:33Pois se você é feliz, eu também sou.
19:39Não sabes o quanto me alegro de que esteja casada.
19:44Pelo menos meus filhos têm um pai.
19:46Não, Catarina. Não estou falando agora de convenções sociais.
19:50Estou falando de você.
19:53Você se vê brilhante e isso é o que mais importa.
19:57Não posso estar mais.
20:01A plenitude que senti esta manhã ao ver Adriano ao meu lado foi imensa.
20:10Lamento que tenhas tido que recorrer um caminho tão longo e tortuoso para chegar até aqui.
20:13Bem, valeu a pena.
20:18Agora só resta fazer o público.
20:23Isso vai ter que esperar, filha.
20:26Pelo menos até que estejamos longe do ponto de vista da Casa Real.
20:33Sabe,
20:37teu marido me parece um bom homem.
20:39Descompreensivo, intolerante...
20:41Trabalhador.
20:42Sim.
20:43Vai continuar gestionando as terras que lhe cediu o conde de Monte Verde
20:47e as que tem arrendadas aqui.
20:49Me alegro muito.
20:51Mas isso não é o que mais valoro de ele.
20:55Se não, o que é capaz de tirar sempre uma sorriso?
21:04Te faz bem estar com Adriano.
21:06E se nota.
21:10Finalmente, o destino foi bom comigo.
21:21Desejo que sejamos muito felizes juntos nesta etapa que começas.
21:25Com certeza.
21:28Minhas preocupações se esfumaram de repente.
21:30Eu confio nisso.
21:31Só tem que ver o quão feliz você é com seu marido e com seus dois filhos.
21:38Você tem todo o futuro à frente.
21:43Eu te amo.
21:44E eu.
21:47Minha pequena.
22:02Simona.
22:03Você tem um momento?
22:05Sim.
22:06Simona, temos que lhe dar uma...
22:09Uma ruima notícia.
22:13Seu filho enviou uma nota para o Don Manuel.
22:17E é uma nota com pouca esperança agora.
22:20Sim, mais ou menos o contrário.
22:22O que você quer dizer?
22:23O que você quer dizer?
22:24O que você quer dizer?
22:25O que você quer dizer?
22:26O que você quer dizer?
22:27O que você quer dizer?
22:28O que você quer dizer?
22:29O que você quer dizer?
22:30O que você quer dizer?
22:31O que você quer dizer?
22:32O que você quer dizer?
22:33O que você quer dizer?
22:38Eu heiße a minha mostra...
22:40Claro que sim.
22:41Nos sentimos muito.
22:43Somos conscientes dos desvelos e dos quebradeiros de cabeça que lhe deu seu filho.
22:47E...
22:48Não é apenas o Pájaro de Malagüero.
22:50Mas não podíamos deixar de informá-lo, claro que sim.
22:54Não.
22:55Não se apurem.
22:57Já estou à notícia de que meu filho não está na promessa.
23:01O próprio Dom Manuel me informou ontem à noite,
23:04quando eu estava no meu dormitório.
23:07Sei que não é próprio que os senhores subam às salas de serviço,
23:11mas eu...
23:12Eu lhe agradeci muito.
23:15Pobre Dom Manuel.
23:18Como se não fosse pouco.
23:20Ficar tirado sem que se despedam dele.
23:23Além disso, tem que dar a cara e dar explicações como se fosse culpa sua.
23:28Sim, o verdadeiro é que o pobre não ganha para desastres.
23:32Eu, quando lhe dei a nota, ficou muito... muito chocado e...
23:36E devastado.
23:37Estava alertado.
23:39Espero que não fosse muito duro com o senhor,
23:42mesmo que não tenha ouvido seus avisos.
23:44Claro que não.
23:46Não era momento de reproches.
23:48Fez bem.
23:50É o menos.
23:52Depois do bem que se comportou o Dom Manuel nesse assunto,
23:55ele podia ter colocado sua raiva no meu Antonho.
23:58Sim, com certeza, podia ter feito isso, claro.
24:00Mas não queria fazer lenha de árvore caída.
24:03Demonstra a qualidade humana.
24:05E eu acho que também não queria fazer mais dano a você, Simona.
24:09Sim.
24:10Já sei que se contuvo por isso, e isso lhe honra.
24:15Mas,
24:17apesar dos esforços do senhor,
24:21eu me sinto mal.
24:22Terriblemente mal.
24:24Sim.
24:27De fato, eu confesso que ontem...
24:29ontem eu não olhei.
24:32Não sofra por seu filho, mulher.
24:34Com certeza vai melhorar.
24:36Não era o Antonho que eu pensava, mas...
24:39o Dom Manuel.
24:41E todo o dano que meu filho fez a todos os níveis.
24:46Eu acho que...
24:48vou falar com o Marques como responsável da família.
24:52Eu não acho que seja uma boa ideia colocar o Marques no meio de tudo isso.
24:55Também não sei o que poderia fazer ele a respeito.
24:57Não, por Deus, não.
24:59Não pretendo que faça nada.
25:01Só quero pedir perdão.
25:03Porque meu filho roubou seu automóvel.
25:06Simona, você não tem que pedir perdão.
25:09Seu filho é maior e toma as suas decisões.
25:12E uma mãe nunca é responsável
25:14dos desmanes que cometa um filho.
25:16A senhora Darre tem razão.
25:18Cada pessoa é responsável de seus atos.
25:23Obrigada.
25:45E também devem revisar os mantelos,
25:49a cobertura e a cristalina que foram usadas
25:52durante a celebração da festa da Sra. Catalina.
25:55Claro.
25:56Algumas das peças parecem ter sofrido desprefeitos.
26:02Sim, é normal que...
26:05em alguns desses eventos, algumas peças rompam o frangol da batalha.
26:09Por isso mesmo, devem substituir o jogo completo
26:12por um que esteja em condições.
26:14Infelizmente, ninguém além da Sra. Leocádia
26:16se deu conta disso.
26:18E foi ela mesma que me informou
26:20esta manhã cedo.
26:22Sim, essa mulher está em tudo.
26:24Conhece os utensílios melhor que se fossem
26:26os de sua própria casa.
26:28Bem, é que...
26:29agora mesmo, e a todos os efeitos, é como se fosse.
26:33Mas a Sra. Leocádia não só está atenta às coisas.
26:37Também é muito consciente do grande esforço
26:39e trabalho que realizou todo o serviço
26:41durante a celebração da festa.
26:43Então me autorizou a dar
26:45uma tarde a mais livre este mês
26:47a todo o serviço.
26:49Um grande ato de generosidade, não é?
26:53O que lhes acontece?
26:55Não lhes faz ilusão, porque não os vejo muito felizes.
27:01É que está acontecendo algo que eu não sei.
27:07É que ninguém ia dizer nada.
27:10Bem, no fim ele vai saber, então...
27:13Bem, fale.
27:15E deixe-me estar, Deus. Diga-me.
27:18É por Tonho, o filho de Sra. Simona.
27:21Deixou plantado um Manoel,
27:23saiu da promessa sem aviso.
27:27Ele fez isso?
27:28Sim.
27:29Então imagina como estão Sra. Simona e Manoel.
27:31Destruídos.
27:32Um porque se sentiu abandonado,
27:34e o outro porque já avisou que isso podia acontecer.
27:37E não é para menos.
27:41Podemos voltar ao trabalho, Sra. Petra?
27:44Sim, sim.
27:46Eu me aproximarei para ver a Sra. Martínez,
27:49para ver como ela está.
27:51Como?
27:54A Sra. Simona?
27:56Sim, eu disse isso.
27:58Bem, está destruída.
28:00Sra. Petra, como vai estar?
28:02Bem, por isso mesmo.
28:03É que não é de recebo que a Mãe de Jeves se aproxime
28:05para perguntar se precisa de algo.
28:08Se precisa de algo?
28:10Se refere a oferecer-lhe seu apoio.
28:12E a que eu vou me referir se não?
28:14Não, claro, claro.
28:15A que você vai se referir?
28:17Eu lhe pediria que não fosse duro com ela, por favor.
28:22Claro.
28:24É o momento para apoiá-la, e não para fazer sangue.
28:39A Mãe de Jeves
28:55Senhorita...
28:57Está procurando alguma das Doncelhas?
28:59Estão todas reunidas no comedor.
29:01Recebendo as instruções da Mãe de Jeves.
29:04É que, a verdade, estou procurando por você.
29:08E estamos sozinhos, então você já está deixando de usar esse tono agulhado.
29:15Sabe o que acontece?
29:18Que me resulta perigoso que estes por a zona de serviço.
29:21Pois se não queres que baixe a verte, suba tu a verme a mim.
29:25Já sabes que se a montanha não vai a Mahoma, Mahoma vai a montanha.
29:28Não, se já vejo que tu quieta, não vas a estar.
29:32Pois não.
29:34Além disso, para ser um lacaio, te vejo muito pouco por a planta noble.
29:40Entendi.
29:43E...
29:46Te deixo de menos por aí.
29:50E para que me buscas?
29:54Já lhe devolvi o dinheiro a minha mãe.
29:57E nunca sabrá que se o tire.
29:59Perfeito.
30:01De fato, Angela, queria agradecê-la de novo.
30:04Por tudo o que fez.
30:08Agora quero saber qual é o próximo passo.
30:12Não. Não, Angela, é que não há próximo passo.
30:16Aqui se acaba o caminho.
30:18O que?
30:19Estás a dizer que não vas a fazer nada de nada?
30:21Que não queres saber quem lhe ordenou a Basílio matar?
30:24Não.
30:25Estou a dizer que é melhor que tu deixes de investigar.
30:29Ah, já.
30:31O que queres deixar-me ao margem?
30:33Sim, isso é.
30:36Angela, se te acontecesse algo por minha culpa,
30:38não me perdoaria nunca.
30:39Podes deixar de jogar a ser um cavaleiro andante?
30:42Me precisas para descobrir a verdade, Curro.
30:45Mas que não me estás a escutando?
30:46Não há peros que valgam.
30:49Não há peros que valgam.
30:51Não há peros que valgam.
30:53Não há peros que valgam.
30:55Quando vamos à joiaria que mencionou o Basílio?
30:57A joiaria Job.
30:58Angela...
30:59Curro.
31:02Olha,
31:03para aquela joiaria vamos ir Lope e eu.
31:06Temos um plano.
31:07E não me sentiria confortável se estivesse ali,
31:09porque esse lugar é perigoso, Angela.
31:11E apenas temos informação.
31:16E quando vais ir?
31:20Esse é o grande problema.
31:22Não é fácil para um lacaio e um cozinheiro
31:24ter o tempo suficiente para sair quando quiserem.
31:29Isso deixe comigo.
31:32Vem, também vai negar isso?
31:34Angela, o que vais fazer?
31:37Já o descobrirás.
31:39Não, quero que...
31:40Curro, por favor.
31:43No fundo, sabes que me precisas.
31:44Deixe-me te ajudar.
31:46Mesmo com isso.
31:49Por favor.
31:52Por favor.
31:59Então seu filho foi sem dar a menor explicação.
32:03Nem se despediu.
32:06E você não tem ideia de onde ele pôde ir?
32:10A mais remota.
32:12Entendi.
32:13E como foi com o sr. Manuel?
32:16Isso é quase o pior.
32:18Porque o sr. Manuel se deu uma decepção muito grande.
32:22Confiava no meu filho para iniciar
32:24sua nova empresa de motores.
32:28Sei que, no fundo, você está pensando
32:30que eu posso ter parte de culpa
32:32por não ter insistido no sr. Manuel
32:34para não contratar o meu filho.
32:37E você tem razão.
32:39Por desgraça, eu conheço o meu filho
32:42e sabia que algo assim podia acontecer.
32:45Vamos, não pense nisso.
32:46Você não é responsável por nada.
32:49Mas sei o que sofremos com as malas decisões
32:52de nossos filhos.
32:55Nos doe mais que se tivéssemos tomado
32:57nós mesmas.
33:01Quero que saiba que pode contar comigo
33:03para o que precisar.
33:06Muito obrigada.
33:09É o menos.
33:12Isso é tudo?
33:13Sim.
33:16Desculpe, sr. Arcos. Tem um momento?
33:19Claro, senhorita.
33:21Pode ir.
33:23Bom dia.
33:24Bom dia.
33:27Tome um assento.
33:28Não, não será necessário.
33:30Então, você vai?
33:32Verá.
33:33É que uma muito boa amiga minha
33:35vai celebrar sua festa de aniversário.
33:37Encontrou a boa cozinha da promessa
33:39e...
33:40me pediu ajuda para elaborar o menu.
33:43Sem dúvida, nossa fama
33:44se extende por toda a região, sim.
33:46Com certeza.
33:47É por isso que me comprometi a
33:49emprestá-lo a um dos cozinheiros.
33:51A Lope, concretamente.
33:52Seriam um par de dias.
33:55Não sei, senhorita.
33:57E de que amiga se trata?
33:59Pensei que...
34:01você havia estado todos esses anos fora
34:03e que não tinha amigos por aqui.
34:05Se trata precisamente de um amigo.
34:07Filha dos Marquêses de Belmont.
34:10Então, não me parece esse nome.
34:12Logicamente, não lhe parece,
34:14porque, como acabei de dizer,
34:16tanto minha amiga quanto sua família
34:17são estrangeiros.
34:18Levam pouco tempo na Espanha
34:20e apenas conhecem alguém.
34:21Por isso, me pediram ajuda com este menester.
34:23Sim.
34:24Tem todo o sentido, com certeza.
34:27Mas, ainda assim, senhorita, não me...
34:29não me faz muita graça
34:31desprender-me da Lope.
34:33Não, senhorita.
34:34Não me faz muita graça
34:35desprender-me da Lope.
34:37Não me parece tão grave.
34:39Há mais pessoas na cozinha.
34:40Não acho que se acabe o mundo
34:41por prescindir de uma delas.
34:44Enfim, se não há mais remédio...
34:48E, além da Lope,
34:49precisaria de mais uma pessoa.
34:52Duas.
34:53Verá,
34:54gostaria que Curro
34:56exercisse como cofre
34:57e fosse o encarregado
34:58de levar a Lope em suas viagens.
35:00Acho que assim perderíamos muito menos tempo.
35:02Mas, senhorita,
35:03o automóvel foi levado por Tônio,
35:05filho da senhora Simona.
35:07E, lamentavelmente,
35:08foi roubado por uns malditos.
35:11Sim, sei.
35:12Mas também sei que o empresário
35:14e amigo da minha mãe,
35:15José Castex Casajus,
35:17foi informado do que aconteceu
35:19e teve a amabilidade
35:20de nos emprestar um automóvel
35:21enquanto não tivéssemos
35:22um próprio.
35:24Mas, senhorita,
35:25para esses menesteres,
35:26a promessa já conta com um cofre.
35:29O cofre está para atender os senhores.
35:31Não um cozinheiro.
35:32Por isso prefiro que seja Curro
35:33quem leve a Lope.
35:35Já.
35:37E posso perguntar por quê?
35:38Não.
35:40Não, não pode.
35:42Mas, se quiser,
35:43podemos perguntar a minha mãe
35:44por que está você colocando tantas pegas
35:46sem cumprir um mandato
35:47que, evidentemente,
35:48já consultou com ela antes.
36:02Onde está indo com tanta impetuidade, Martina?
36:06Bem, já sabe que sou de natureza
36:08veemente, mas...
36:10esta vez é porque tenho algo
36:11que dizer-lhe.
36:13Adiante.
36:16Verá,
36:19a ver como se lhe digo.
36:21Sem panhos quentes.
36:24Muito bem.
36:25Resulta que a Sra. Eugênia
36:27compartilhou comigo seu desejo de...
36:31ir à prisão visitar a Cruz.
36:37E por que contou-lhe a você?
36:40Porque quer que ajude-a
36:41a ir à prisão de Cordoba.
36:42Não sei como se soube
36:44que fui há alguns dias.
36:47E quer que eu ajude-lhe
36:48a ir à prisão de Cordoba.
36:49Não sei como se soube
36:50que fui há alguns dias.
36:53E quer que eu ajude-lhe
36:54a ir à prisão de Cordoba.
36:56E o que contou-lhe?
36:58Que não posso reconhecê-la
36:59porque temos proibido ir lá.
37:02Bem,
37:04lhe disse que sou responsável
37:05por essa proibição?
37:06Tentei evitar.
37:08Disse-lhe que era por as convenções sociais
37:09que não aconselhavam
37:10que fôssemos e...
37:13E não acreditou?
37:15Evitei que eu fôssemos
37:16pelas Montanhas de Gueda
37:17e acabei admitindo
37:18que havia sido uma proibição sua.
37:20Mas tentei deixar claro
37:21que não era coisa sua como tal,
37:23mas as convenções...
37:24Deixe-o, Martina.
37:26Não é necessário
37:27que você seja contra eles.
37:28E não precisa justificar minha ordem.
37:30De fato, me reafirmo nela.
37:33E se insistir novamente com o tema,
37:36diga-lhe que eu ratifico
37:37essa proibição
37:38e que terá que aceitá-la,
37:39goste ou não.
37:41Mas não posso fazer isso.
37:44E por que não pode fazer isso?
37:45Não me mal interprete.
37:46O que fez a Tia Cruz
37:47é horrível e ninguém o nega.
37:50Mas estamos falando
37:51de que sua irmã
37:52seja visitada na prisão.
37:54É o nome da minha família,
37:55o que está em jogo.
37:56Eu entendo suas razões.
37:58Então?
37:59Mas entendo também as suas.
38:02É que ela está muito tempo
38:03sem ver a sua irmã.
38:04Será sempre assim.
38:05É normal que ela queira vê-la.
38:06Eu disse que não, Martina.
38:08Não há mais o que falar.
38:11E não tem que tomar-la comigo
38:12porque eu só estou informando-lhe
38:13sobre as intenções de Eugênia.
38:14Sou a mensageira e já está.
38:17Você tem toda a razão.
38:18Desculpe-me.
38:22Desculpe-me.
38:23Obrigado por me informar.
38:26Era o que eu devia fazer
38:27e com a maior prejuízo possível.
38:29Sim.
38:30Mas, dito isso,
38:31não vou dar um passo atrás.
38:33Eugênia não pode ir visitar a sua irmã.
38:40Informarei-lhe do seu negativo.
38:41Diga-lhe
38:43que eu proíbo
38:44que, sob nenhum conceito,
38:45ela se aproxime daquela prisão.
38:50Mas eu ignoro como ela vai reagir.
38:53O que acontece a partir daqui
38:54não é minha questão.
39:03Me disseram que queria falar comigo,
39:04senhora Arcos.
39:05É assim.
39:07A senhora Angela
39:09precisa de sua ajuda para um assunto.
39:12Sobre o que se trata?
39:14Ela mesma lhe explicará.
39:16Mas, a partir de agora,
39:17eu quero que você esteja
39:18sempre à sua disposição.
39:21Verá, Lope,
39:22você deve ir imediatamente
39:23para a casa dos Marquêses de Beaumont.
39:25Você tem que ajudar
39:26uma amiga minha
39:27a preparar sua festa de aniversário.
39:28Com certeza,
39:29ela vai precisar de você em alguns dias.
39:31E meu trabalho em um palácio?
39:34Evidentemente,
39:35a promessa não deve sofrer
39:36nenhum menoscabo por isso.
39:38Então, antes de ir,
39:39você terá que deixar tudo organizado
39:41com a senhora Candela
39:42e com a senhora Simona
39:43para que não se note sua ausência.
39:46E trabalhar a 10 horas,
39:48se for necessário.
39:51Espero que
39:52não seja muito esforço.
39:57Não.
39:58Não, não, não.
39:59Será um prazer.
40:02Bem, então,
40:03estou segura de que
40:04os Marquêses de Beaumont
40:05saberão reconhecer seu esforço.
40:08Ah, e outra coisa, Lope.
40:10Quero que avise também a Curro
40:12para que esteja disponível.
40:13A partir de agora,
40:14porque será ele
40:15o encarregado de conduzir o automóvel
40:16que o levará e o trará de casa a Beaumont.
40:20De acordo?
40:21Sim.
40:23Obrigada, senhora Arcos.
40:25Você é muito eficaz.
40:28Para isso estamos, senhorita.
40:43A chamada telefônica com seu pai
40:45não durou muito, não?
40:47Você vê.
40:48Mas tudo está bem?
40:49Sim, sim, sim.
40:50Só que a comunicação foi cortada
40:51e não consegui reanudá-la.
40:53Mas ele ficou inquieto, então?
40:55Não, não, não.
40:56Não se preocupe.
40:57Já falamos tudo
40:58o que tínhamos que falar.
40:59Ele só queria saber
41:00se estávamos bem
41:01e pouco mais.
41:02Enfim.
41:03Que,
41:04mudando de tema,
41:05como está a Catalina,
41:06tem que estar radiante, não?
41:08Sim.
41:09E espero que goste do momento
41:11que as etapas de calma na promessa
41:13não duram muito.
41:14Não faltam os problemas.
41:16E isso você diz por algo em concreto?
41:19Não.
41:22Bem, um pouco.
41:24Vamos ver.
41:25O que acontece?
41:28Pois é que ontem...
41:32Ontem estive falando com a senhora Eugenia
41:34no salão.
41:36E me pediu ajuda
41:37para ir à prisão em Veracruz.
41:38E você deixou bem claro
41:39que não pode ser, não?
41:41Bem...
41:42Martina,
41:43não quer que faça enfadar o Marquês?
41:44Não, não.
41:45De fato, eu falei com ele esta manhã
41:46e lhe contei tudo.
41:47Você lhe contou?
41:48Sim.
41:49E, efetivamente,
41:50ele não se sentiu bem.
41:51Ele se tornou uma fera.
41:52Claro.
41:53Na última vez,
41:54eu deixei bem claro
41:55que não queria que ninguém
41:56fosse à prisão
41:57sob nenhum conceito.
41:58Sim, mas eu não sei
41:59se estou totalmente de acordo com isso.
42:00Minha querida,
42:01você não teve o suficiente
42:02com o rapa-polvo
42:03que fez quando
42:04você foi ver a sua tia Cruz.
42:05Sim, e entendo suas razões,
42:06mas também entendo
42:07as de Eugenia.
42:08Tudo isso me faz sentir
42:09como se eu estivesse
42:10entre a espada e a parede.
42:11É uma situação
42:12muito desagradável.
42:13Martina, você vive
42:14debaixo do teto do Marquês.
42:15Você se deve a ele.
42:16Sim,
42:17e a Eugenia estava
42:18muito unida à Cruz,
42:19então entendo
42:20que ela queira vê-la.
42:21É que se eu a sinto
42:22a menos,
42:23eu não quero imaginar ela.
42:24Não,
42:25é que você não pode
42:26deixar-se arrastrar.
42:27Minha querida,
42:28não precisa ser um lince
42:29para se dar conta
42:30de que a presença
42:31dessa mulher
42:32está desestabilizando você.
42:33Bem, eu não diria tanto.
42:34É que é verdade
42:35que me emociona,
42:36mas porque eu vejo
42:37tanto sofrimento
42:38em seu olhar que...
42:39Martina, eu te lembro
42:40que até há pouco
42:41essa mulher
42:42estava internada
42:43em um sanatório.
42:44E eu te lembro
42:45que estive
42:46em um lugar muito parecido.
42:47E por isso eu entendo.
42:48É que tudo isso
42:49está me removendo
42:50muitas coisas por dentro.
42:51Sim,
42:52eu entendo.
42:53Entendo, minha querida,
42:54mas você é muito mais forte.
42:55Além disso,
42:56eu vou estar aqui,
42:57ao seu lado,
42:58sempre.
42:59De acordo?
43:00Venha aqui.
43:02Dá uma olhada em você de novo.
43:03Não, é que...
43:04Sinto-me tão rápido.
43:05Eu acertei o puro
43:06que estava a sovar.
43:07É que eu não lembro
43:08onde eu acertei.
43:09Não, não, não, não.
43:10Não, não,
43:11você está maluco.
43:12Não, não, não.
43:13Não, sou muito maluca.
43:14Não, não, mas não.
43:15Só sei que
43:28Ele tirou do puro que estava afundando.
43:30É que não lembro nem por onde caiu.
43:31Não, não se preocupe.
43:32O choque foi coisa dos dois.
43:33Eu também ia despistado.
43:39O importante é que você esteja bem.
43:41Você é muito amável.
43:43Me permitirá, pelo menos, que lhe reponha a mão no mal-logrado?
43:45Não, não.
43:46Não, claro que não.
43:47Eu tinha um pouco de tosse e acho que você me fez um favor.
43:50Não sei.
43:51No final foi quase uma sorte.
43:52Que tenhamos tropeçado.
43:54Quase providencial, diria eu.
43:56Talvez tenha sido coisa do destino que nossos caminhos se cruzassem
43:59e que você trabalhe em uma joia.
44:02E isso?
44:04Pois porque meu bom amigo,
44:06o primogênito do Marquês de Velarde,
44:08acabou de chegar de ultramar com sua família.
44:10E está interessado em fazer-se com uma joia para seu prometido.
44:14E não se me ocorreu um melhor lugar para adquirir-la
44:16que este estabelecimento.
44:17Pois sim, na verdade.
44:19Qualquer um diria que você está tropeçando pela rua
44:21para captar os clientes.
44:24Bem, não se me ocorreu, mas...
44:26a partir de agora, vou seguir esse método.
44:31Pois traga seu amigo qualquer dia
44:33e eu mesma me encarrego de que receba a melhor atenção.
44:36O que você acha desta mesma tarde?
44:38Tão cedo?
44:40Vejo que você escapará suas oportunidades ao voo.
44:42É assim.
44:43Está aqui perto.
44:44Poderá procurá-lo e trazê-lo.
44:46Claro.
44:47Não há problema.
44:50Vou apontá-lo no livro de contas.
45:00Me diga o nome de seu amigo.
45:02Amadeo.
45:04Amadeo Velarde.
45:07E você se chama?
45:09Ramiro.
45:10Pedro Alva.
45:11A seu serviço.
45:13Um nome lindo.
45:14Imagino que não tanto como o seu.
45:19Como é seu nome?
45:20Trinidad.
45:21Mas pode me chamar Trini.
45:24Trinidad.
45:29Um prazer.
45:38O que você ouve?
45:40Petra se mostrou mais compreensível
45:42quando soube da marcha do meu filho.
45:44Eu fiquei assustada
45:46quando me disse que queria falar contigo.
45:48Eu também pensava que iria ficar de volta e meia
45:50e sair daqui com as orelhas quentes.
45:52Seria o mais normal
45:54vir do outro lado dela.
45:56Não sei, no final vai ser um ser humano e tudo.
46:02Dona Simona.
46:04Como está?
46:06Deve ter sido um golpe duro.
46:07A marcha de Tonho.
46:08Que tão duro?
46:10E o que? Como está?
46:13Bem, eu só posso...
46:16aguentar.
46:18E levá-lo com resinação cristiana.
46:22Sim, mas eu não posso evitar me sentir muito culpada.
46:26E dá-lhe de aborrecer o trigo.
46:27Outra vez vai começar com o mesmo.
46:29Candela tem razão.
46:30Aqui o único responsável é Tonho.
46:32Que é o maior.
46:33Então você esqueça de carregar com esse peso.
46:35Sim.
46:37Quer que eu também esqueça do meu filho?
46:39Não.
46:40Ninguém está pedindo isso de você, Simona.
46:42Claro que não deve esquecê-lo.
46:44Mas você também não pode se culpar por seus pecados.
46:48Você tem toda a razão, pai.
46:52E o que a senhora Petra disse?
46:54Sobre esse assunto, foi muito desagradável?
46:56Não, tudo o contrário.
46:58Estava comentando com a Candela.
47:00Ela se mostrou muito compreensiva.
47:02Até me ofereceu ajuda, se estava em sua mão.
47:05Veja, essa mulher anda à guarda como um calçotinho.
47:08Não pode ser.
47:09Sim, sim.
47:10Parecia sincera.
47:13Ou seja, tão ruim, tão ruim.
47:15Agora se tornou boa.
47:16Isso deve ser.
47:17Ela se tornou boa.
47:18Eu não sei por que ele surpreende tanto.
47:21Essa mulher já tem um tempo com um comportamento exemplar.
47:25Me pergunto quando vocês vão aceitar a nova Petra.
47:28O pai tem razão.
47:30Temos que pensar.
47:31Pensar que o cambio é sincero, digo eu, não?
47:34Deveria ser um motivo de alegria para todas vocês.
47:38Você ganhou uma companheira que antes estava contra.
47:41Nem quer que agora sejamos suas amigas, que ainda tem muito o que demonstrar.
47:44Isso também é verdade.
47:46E o que mais provas você precisa para ficar fiel a ela?
47:50Também é verdade que a coisa mudou bastante.
47:53Então, não resiste?
47:55Abra os seus braços e pegue-a.
47:57Que taquita que me pica.
47:59Uma coisa é ser boa e outra não imprudente.
48:02Já verão.
48:03Como mais cedo que tarde, volta à andada.
48:17DEPOIS DE UMA NOVA PETRA
48:38Justo na hora.
48:39A pontualidade é sincera em um cavaleiro.
48:42Me apresento ao meu bom amigo, Don Amadeo Velarde.
48:44Prazer em conhecê-lo.
48:46Pode me chamar Amadeo.
48:48Não, por favor. Como vou perder as formas com um marquês?
48:51Não, eu não sou marquês.
48:53Ainda não.
48:54O marquês é meu pai.
48:56E espero ter que esperar muito para ostentar esse título.
49:00Você me acompanha?
49:08Agora nós tomamos um café e passamos.
49:10E me diga o que está procurando.
49:15Seu amigo me contou que vinha de Ultramar.
49:17Isso mesmo.
49:19É por isso que temos que visitar as famílias importantes da zona.
49:23É demorado, mas é necessário.
49:26E graças à ajuda de Don Ramiro,
49:28está ficando muito mais fácil.
49:30Não se preocupe, você poderá descansar hoje.
49:32Não temos nenhuma visita programada.
49:34Mas amanhã temos que ir à La Promesa.
49:36La Promesa?
49:38Sim.
49:39É o palácio dos marquêses de Wuhan.
49:41Conhece a família?
49:42Claro.
49:44Você conhece eles? São clientes?
49:46Bem, apenas a Dona Cruz.
49:49Mas a verdade é que não vem por aqui há muito tempo.
49:51Isso? O que está acontecendo?
49:55Digamos que a senhora não passou o seu melhor momento.
49:58Ela teve problemas com a justiça.
50:01Sim, eu também ouvi algo.
50:03Mas eu pensei que eram rumores caluniosos.
50:07O que realmente aconteceu?
50:13Parece que a marquesa foi acusada de matar a mulher de seu primogênito de um tiro.
50:21Isso é um escândalo.
50:23Melhor não pensar nesses temas.
50:25Não é de bom gosto.
50:26Você não acha?
50:27Claro.
50:30E que tipo de joia pensou dar à sua namorada?
50:38Então não podemos contar com o Lope ou com o Curro.
50:41A senhora Arcos autorizou a senhora Ângela a fazer isso.
50:44Sim, eu vi isso mais de uma vez.
50:46Então teremos que cobrir os postos.
50:48Obviamente.
50:49Bem, eu posso ir com as donzelhas para a cozinha,
50:52e você busque um lacaio para cobrir o trabalho de Curro,
50:54e assim que ninguém note sua ausência.
50:56Estes mudanças de última hora perturbam o meu quadrante.
50:59Não sempre teve a cintura para se adaptar aos mudanças, senhora.
51:02Sim, mas a senhora Ângela tinha que ter falado comigo em vez de fazer isso com a senhora Arcos.
51:06Sim, mas não há tempo.
51:07Não podemos contradizir a senhora Arcos, porque nos deixariam evidência em frente à senhora Leocadio.
51:11Mas não me parece de recebo que os lacaios tenham que assumir uma decisão
51:15que foi tomada sem me consultar antes.
51:18E além disso, que suponha uma carga de trabalho extra para eles.
51:22Por que têm tantos reparos, senhor Baeza?
51:24É o que há, não é? E você sabe melhor do que eu.
51:26Sim, mas não me parece justo.
51:27É que ninguém fala de justiça.
51:29Você acha que eu quero ir à cozinha?
51:31Não, não quero.
51:32Você ouviu que eu me queixo?
51:33Bem, absolutamente.
51:34Não, é que a mim não importa o que você pense.
51:36Eu defendo o meu, falo em nome próprio e em nome dos meus subordinados.
51:42O que eu acho é que, ultimamente, não lhe vem nada bem.
51:45A que vem isso agora? Fale claro.
51:47Não, não vem nada, que não quero discutir.
51:49Você faça o quadrante e eu acatarei as normas.
51:53Até quando vai continuar pagando a sua frustração com os outros?
51:56Não sei por que você se mete onde não te chamam.
51:58Seus companheiros não têm culpa de nada.
52:00E dizem que não reconhecem a pessoa que você se tornou.
52:03Você não é mais um garoto pequeno, Rômulo.
52:05E você é inteligente.
52:07Reação, por favor.
52:13Você não é mais um garoto pequeno, Rômulo.
52:15E você é inteligente.
52:17Reação, por favor.
52:22Reação, por favor.
52:26A verdade é que tudo saiu a pedir de boca na festa da Catalina.
52:30Só faltava que algo tivesse ido mal.
52:33Éramos quatro gatos, pelo amor de Deus.
52:35O Lorenzo sabe perfeitamente que as circunstâncias não eram propícias.
52:38Mas de lá a se congratular como se tivesse feito uma grande proeza...
52:43Bom, o importante é que a Catalina e o Adriano sejam casados,
52:46vão ser felizes e isso não vai transcender até que toque.
52:49Que isso também é fundamental.
52:51Sim.
52:53Com licença.
52:54Eu gostaria de anunciar a visita de D. Lisandro de Carvajal e Cifuentes.
52:59D. Lisandro?
53:01O grande da Espanha?
53:03Grande da Espanha, duque e gentil homem da sua majestade, rei.
53:06Não acho que haja muitos com esse nome tão...
53:09Peculiar.
53:11Lisandro de Carvajal e Cifuentes.
53:14Mas esse homem é a mão direita do rei.
53:17E amigo e confidente.
53:19E rico.
53:20Com um poder quase ilimitado.
53:23Vai vir até aqui para se preocupar que as coisas estão sendo feitas como exigiu a corona?
53:29Anunciou a razão da sua visita? Sabemos quando virá?
53:32Talvez não tenha me explicado corretamente.
53:34Não queria dizer que o duque fosse vir, mas que já estava aqui. De fato, acabou de chegar.
53:38Como que já está aqui?
53:44Iremos, Lope e eu, e já está.
53:46Não, não, Curro, não podes me fazer isso.
53:48Não depois de tudo o que fiz por ti, não podes me deixar atrás agora.
53:50Angela, não insiste, por favor.
53:53Amadio Velarde?
53:57O que você está fazendo aqui?
53:58Querido, na verdade essa é a forma de receber a sua prometida?
54:05E agora o que?
54:06Que esse mau duque seja, é um ingrato e muito mal educado.
54:10Que fez muitas coisas muito malas para a família.
54:13Você está se amotinando, senhora García.
54:15Não, eu só estou dizendo uma coisa muito clara.
54:17E esse homem não deveria entrar nesta casa.
54:19Então, vai deixar que continue manipulando seus desejos?
54:23Manu, mas em que mundo você vive?
54:26Esse homem tem afetos práticos, é o valido do rei.
54:28Farei tudo o que me pedir. E você também.
54:31Uma coisa é que temos que manter nosso segredo de portas para fora.
54:35E outra, muito diferente, é ter que me encarar entre os desejos de ninguém e minha própria casa.
54:39Catalina, por favor, calme-se.
54:40Não, não, não me vai convencer. Adriano.
54:42Curro.
54:43É assim, minha filha.
54:45Se o duque descobrir que continua em palácio e que o marquês não fez como exigiu a casa...
54:48Não podem expulsá-lo.
54:49Senta-se.
54:50Eu tenho medo que é muito tarde para isso agora, Martina.
54:52Temos que nos assegurar que Curro e D. Lissandro não coincidem em nenhuma instância,
54:56ou isso nos explodirá na cara.
54:58Espere, espere, espere.
55:02Sua cara me parece familiar.
55:05Já está.
55:08Você é o famoso bastardo dos Lujan.
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