Lula fez um pronunciamento transmitido em cadeia nacional nesta quinta (1º), Dia do Trabalho. O presidente endossou o debate sobre o fim da escala 6x1 e falou sobre o esquema de fraude no INSS.
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NotíciasTranscrição
00:00Para começar, naturalmente, os eventos que envolvem esse feriado nacional, dia 1º de maio,
00:07o presidente da república decidiu abrir mão dos atos do dia de hoje,
00:12após se irritar com um evento esvaziado no ano passado, vocês se lembram bem.
00:16Ao invés de comparecer aos atos marcados para este dia 1º de maio,
00:20que é uma tradição dos governos de esquerda, especialmente os governos do Partido dos Trabalhadores,
00:27as administrações do PT, o presidente Lula fez um pronunciamento em cadeia nacional, rádio e TV.
00:35Ele prometeu dar importância ao debate sobre o fim da escala de trabalho 6x1
00:40e também anunciou que associações que lesaram os aposentados e pensionistas do INSS
00:49serão processadas e obrigadas a ressarcir as vítimas.
00:54Bem, alguns aspectos para a gente analisar em relação ao 1º de maio,
00:59a maneira como o presidente da república tem lidado com os eventos que são promovidos por essas entidades,
01:05inclusive pelo seu partido, e também as promessas e os anúncios e sinalizações
01:10que ele fez ontem nesse pronunciamento em cadeia nacional.
01:14Chama o Luiz Felipe Dávila, já preparado, conectado com a gente.
01:18Dávila, seja bem-vindo.
01:19Ótima noite a você, mudança de postura do presidente da república.
01:25Sim, em outro momento ele era muito convicto em relação à força de seus apoiadores,
01:32seguidores, sempre comparecendo nesses eventos promovidos pelas centrais sindicais.
01:36Agora, ele adota uma outra postura, muito mais cautelosa, quase uma vacina.
01:43Prefere fazer um pronunciamento em rádio e TV, cadeia nacional, do que ir em loco e prestigiar
01:49esses movimentos que também não arrastam tanta gente hoje em dia, se a gente olha para 10, 15, 20 anos atrás.
01:56O que mudou de lá para cá, hein, Dávila?
01:57Por que que ele também não acredita tanto nesse tipo de movimentação?
02:03Ah, Caniato, boa noite a você, ao Mota, ao Beralda, a nossa querida audiência.
02:08Né, esse primeiro de maio mostra um novo Brasil, um novo contexto.
02:12Você se recorda, 10 anos atrás, esse primeiro de maio era um verdadeiro show místios, né?
02:19Iam os principais artistas do momento, uma adinheirada danada.
02:24Só que aí, nesses últimos anos, aconteceram coisas extraordinariamente positivas.
02:32Primeiro, acabou a contribuição obrigatória para os sindicatos, naquela famosa reforma de Michel Temer em 2017.
02:41Começou a secar o dinheiro, aí já começou a ficar mais difícil trazer artistas caros para esses grandes shows.
02:49Depois, o trabalho informal e a flexibilização da legislação trabalhista, permitindo a criação de banco de horas, né?
02:59O negociado sobre o legislado começou a enfraquecer ainda mais o poder dos sindicatos.
03:07E terminou o ano passado com aquele fracasso total.
03:11O presidente Lula apareceu lá num evento que tinha lá poucos gatos pingados, nada mais daquela grande multidão no passado.
03:17Isso vem mostrando o esvaziamento do movimento sindical no Brasil.
03:22Essas categorias organizadas vêm perdendo espaço, vêm criando outras categorias.
03:27É a pejotização, é justamente o negociado sobre o legislado, é a flexibilização da legislação trabalhista.
03:35E isso vem esvaziando a posição dos sindicatos.
03:38Então, o que o presidente da república fez?
03:41Foi em cadeia nacional para evitar o fracasso.
03:44A pior coisa que poderia acontecer para Lula hoje, já que ele está despencando nas pesquisas de opinião,
03:50é justamente aparecer num evento esvaziado, né, Caniato?
03:54Então, ele preferiu optar para um pronunciamento, essa coisa oficial, né?
04:00Em cadeia nacional, protegida de eventos esvaziados ou fracassados.
04:06Só que neste evento, o presidente Lula toca num ponto desastroso para o trabalhador no dia do trabalho,
04:14que é justamente a alteração da legislação do jeito que ele quer fazer.
04:20Ou seja, diminuir a jornada de trabalho e manter o mesmo salário.
04:23Isso é conto da carochinha, é conto do vigário, não vai acontecer isso.
04:28Primeira coisa é que isso vai aumentar o desemprego, vai custar mais caro para as empresas contratarem trabalhador.
04:34O que vai acontecer? Vai aumentar a demissão, ao invés de aumentar a contratação.
04:38Ninguém hoje, com a produtividade tão baixa no Brasil,
04:42quer manter as pessoas trabalhando pelo mesmo salário e por menos tempo.
04:46Isso não existe.
04:47Então, vai gerar desemprego.
04:49Segundo, que vai aumentar a informalidade do trabalho.
04:52Porque quando você perde o trabalho de carteira assinada, o que acontece?
04:55Você joga o trabalhador na informalidade.
04:58E a informalidade é o pior negócio para o trabalhador,
05:01porque ali ele não tem direito algum, não tem benefício algum.
05:06E terceiro, vai destruir os empregos de qualidade.
05:11Segundo o professor José Pastore, um dos maiores especialistas em legislação trabalhista,
05:16ele diz que essa mudança que o presidente da República está promovendo
05:20aumentaria em 18% o custo trabalhista.
05:24Isso significa que vai custar 112 a 115% para uma empresa contratar alguém.
05:30Então, se ele contrata um trabalhador aí por mil reais, vai custar para a empresa 2,15.
05:37Isso não existe.
05:38É aumentar custo.
05:40Então, mostra de novo um presidente completamente divorciado da realidade.
05:48O que o brasileiro precisa é trabalho formal, trabalho com garantias e não criar regras que vai aumentar a insegurança,
05:59o desemprego e o custo para o empregador.
06:02Pois é, o dia 1º de maio, em destaque, a manifestação do presidente da República em cadeia nacional no dia de ontem,
06:10a ausência dele nos eventos que foram promovidos pelas centrais sindicais no dia de hoje.
06:15E, naturalmente, esse anúncio que ele faz dá necessidade de um debate sobre o fim da escala 6x1.
06:22chamar o Roberto Mota também com a gente, vai trazer suas análises, apontamentos e reflexões acerca desses temas.
06:30Mota, seja bem-vindo.
06:32Ótima noite a você.
06:33Seu destaque inicial em relação ao posicionamento do presidente da República optou em não participar dos eventos no dia de hoje.
06:41preparou o vídeo com a manifestação dele, o posicionamento dele em relação ao tema e já dá sinalizações de que a escala 6x1 certamente vai ganhar o noticiário e o debate político.
06:58Agora, ainda que muitos entendam que talvez a escala 6x1 poderia ser adotada por algumas empresas,
07:04é o governo que tem que dizer se vai ter ou se não vai ter, cada patrão e cada empregado que sabem bem o que fazem, né, Mota? Bem-vindo.
07:15Essa é a forma com a qual eu penso, Caniato, e com a qual os países mais avançados do mundo lidam com esse assunto.
07:25Boa noite para você, boa noite aos meus colegas de bancada, boa noite à nossa audiência.
07:30Eu acho que o governo perdeu uma excelente oportunidade nesse 1º de maio.
07:36O governo podia ter convocado os seus 40 ministros e feito um anúncio de grandes medidas.
07:43Por exemplo, podia subir logo o salário mínimo para 10 mil reais.
07:47Por que o governo não faz isso?
07:50Que escala 6x1 coisa nenhuma?
07:52O governo poderia implantar a escala 3x4.
07:57Trabalha 3 dias, fica 4 dias em casa.
08:01Por que não, ao invés de descontar dinheiro do contra-cheque dos aposentados para dar para sindicatos e associações,
08:10por que o governo não manda logo o Tesouro Nacional dar o dinheiro direto para essas organizações
08:17sem usar o aposentado de intermediário?
08:21O governo não faz nada disso porque o governo não é louco.
08:26Mas é um governo que frequentemente acha que nós somos bobos.
08:32Chamar também o Cristiano Beraldo vai trazer suas impressões acerca do posicionamento do presidente da República,
08:39esse pronunciamento sobre o dia do trabalho, também a opção dele em não participar dos eventos,
08:45porque no ano passado, né Beraldo, ele foi inclusive em uma dessas manifestações,
08:50desses eventos em comemoração ao dia do trabalho,
08:53e aí os cinegrafistas e fotógrafos tiveram de usar as técnicas de não mostrar que o espaço estava vazio, né?
09:01E para ele não passar por essa situação mais uma vez, optou em nem participar.
09:04Pelo menos essa é a leitura que muitos fizeram.
09:08Agora, ele já dá o tom sobre a discussão em torno da escala 6x1.
09:14Então, parece que ele e os aliados estão convictos que isso poderia ajudar demais.
09:19Pouco provável. Bem-vindo.
09:22Obrigado, Caniato. Boa noite a você, boa noite ao Dávila Mota e boa noite a nossa audiência
09:26que nos prestigia diariamente aqui nos Pingos nos Is.
09:29Essa participação de Lula no evento de 1º de maio do ano passado
09:33teve um outro ponto importante também, Caniato, para a gente lembrar,
09:36que foi a campanha antecipada em favor de Guilherme Boulos,
09:40até então pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
09:44E isso rendeu uma puniçãozinha.
09:47Aliás, nem sei se efetivamente chegou a render aqueles 5 mil reais de multa para Lula.
09:53Porque, afinal de contas, Lula tudo pode.
09:56Se ele está num evento de trabalhadores, eles têm o direito pleno, total e restrito
10:01de estar lá e falar o que ele bem entender,
10:03fazer campanha antecipada para quem ele quiser,
10:07desrespeitar as regras da justiça eleitoral da forma que melhor lhe convier.
10:11Afinal de contas, há sempre uma leniência naquilo que acontece vindo de figuras como ele no Brasil.
10:21Mas ficou ali aquela mancha.
10:23A discussão foi grande depois do evento.
10:25Quem era o responsável por um evento tão vazio?
10:30Afinal de contas, por que, apesar de toda a força do governo,
10:34dinheiro infinito, não é que poderia ter sido usado para convencer as pessoas a estarem presentes?
10:41Por que não tinham conseguido fazê-lo?
10:43Por que os sindicatos não mobilizaram um público, uma claque suficiente para fazer uma foto bonita?
10:50E aí entra essa paranoia de que não há mais condição do governo, da esquerda brasileira,
10:58dos partidos de esquerda, das causas de esquerda causarem uma mobilização que se equipare
11:04ou, na visão deles, supere as mobilizações que são feitas na direita.
11:09E isso é aterrorizante.
11:11Aliás, também por isso, eles insistem em demonizar as redes sociais,
11:18acreditando que é em razão das redes que a direita consegue inflar esses apoiadores
11:26e fazer com que eles, então, saiam de casa, abram mão dos seus afazeres
11:31para poderem estar nas ruas protestando ou apoiando conforme a situação.
11:35Mas essa não é a realidade da esquerda brasileira hoje.
11:38Isso é uma crise para eles e aí tem o ponto simbólico do dia, o 1º de maio,
11:44que é o dia do trabalho não apenas no Brasil, mas em vários lugares do mundo.
11:48E esse 1º de maio é um bom momento para a gente refletir
11:51por que o Brasil passa por esse problema de perda de poder aquisitivo, digamos assim.
12:00Temos emprego, numa certa medida, temos uma informalidade gigantesca,
12:06porque o custo de se contratar das formas tradicionais é muito alto.
12:12Temos um número muito grande, assustadoramente grande,
12:16de pessoas que sequer procuram emprego porque elas vão se virando ali
12:20com uma esmola que vem do governo, mais um bico aqui, outro acolá,
12:25e perderam o interesse em trabalhar.
12:26Tudo isso é efeito do pensamento que vem de Getúlio Vargas,
12:31aquele político covarde que tirou a própria vida ao invés de enfrentar a realidade e os seus adversários,
12:37porque ele colocou o trabalhador brasileiro como um pobre coitado.
12:41Ele pega o patrão como alguém que quer escravizar,
12:46quer fazer mal ao empregado.
12:47E o empregado, um ser indefeso, um pobre coitado que não tem recursos, instrumentos
12:53para poder reagir, para poder fazer valer o seu direito como pessoa humana,
12:59além dos direitos trabalhistas.
13:00Portanto, o empregado hoje no Brasil, e a gente tem uma justiça trabalhista inteira
13:05para provar que isso é verdade,
13:08o trabalhador é um pobre coitado.
13:11E aí, como este pobre coitado, ele fica completamente dependente do governo,
13:17jogando a sua vida no lixo, porque alguém que levanta todos os dias de manhã,
13:21pega trânsito, pega ônibus, pega trem,
13:23vai trabalhar num trabalho que não gosta,
13:26com uma mentalidade absolutamente medíocre,
13:29dizendo que não vou pedir demissão porque eu quero ser demitido.
13:34Se eu for demitido, eu tenho seguro-desemprego,
13:37eu tenho FGTS, eu tenho isso, eu tenho aquilo.
13:39E aí a pessoa vai fazendo algo improdutivo, que não gosta,
13:44que não lhe faz feliz, convivendo com gente que não é do seu agrado,
13:48simplesmente achando que vai se dar bem
13:52para ter acesso a um dinheiro que é dele para o direito.
13:56Então, essa mentalidade vai destruindo o sistema de trabalho no Brasil.
14:02E aí, para piorar isso tudo,
14:04ainda há essas bandeiras completamente estapafúrdias,
14:08que foi proposto pelo PSOL no caso do fim da escala 6x1,
14:14e que agora o PT está indo a reboque do PSOL,
14:17o presidente Lula viu que tem ali popularidade nessa pauta,
14:20então ele incorporou isso para ele,
14:22como se fizesse algum sentido.
14:25As pessoas serem proibidas,
14:27porque nós não estamos falando aqui de direitos,
14:29mas sim de proibição.
14:30é proibido trabalhar seis dias por semana.
14:34Quer dizer, isso é coisa de gente
14:36que não tem absolutamente nenhuma capacidade cognitiva
14:41de reconhecer o óbvio e a realidade brasileira,
14:44de que há um número imenso de pessoas
14:47que têm vergonha na cara e contam para pagar,
14:49que trabalham absolutamente todos os dias,
14:52e que isso não faz cair mão, não faz cair perna,
14:54não faz cair nada.
14:55Talvez caia cabelo,
14:57porque a pessoa está ali se dedicando,
14:59agora ela está prosperando,
15:00ela está procurando caminhos,
15:02ela está dando um bom exemplo aos seus filhos,
15:03ela está servindo a sociedade,
15:05ela está fazendo aquilo que fortalece o Brasil como país.
15:09Mas não, o que eles querem é deixar a população,
15:13a massa trabalhadora absolutamente atônita,
15:17dependente do governo.
15:19E isso fica muito bem combinado
15:22com essa estratégia de manter a população na ignorância
15:26com uma qualidade horrorosa do ensino
15:30que essas pessoas ficam aí usando os seus cargos,
15:33as suas funções e o seu poder
15:35para oferecer à população brasileira.
15:38Essa população que vem tendo o seu QI reduzido,
15:42essa população que está emburrecendo
15:44graças a essa figura tão celebrada pela esquerda brasileira
15:48chamado Paulo Freire.
15:49Então a realidade do Brasil é essa,
15:51sem perspectiva de melhora.
15:53Se formos pelo caminho que está sendo proposto por eles,
15:57seremos um país cada vez menos competitivo,
16:00ficaremos cada vez mais para trás
16:02e as pessoas ficarão cada vez mais ignorantes,
16:05sem trabalho e humilhadas.
16:08Esse é o plano de nação que eles têm para o Brasil.
16:12Já somos pouco competitivos na escala 6x1.
16:16Imagine só se a gente alterar essa dinâmica.
16:19Aí os trabalhadores passariam a trabalhar menos.
16:22Então é preciso também a gente fazer uma reflexão em cima disso.
16:26O Beraldo mencionou a CLT,
16:28Consolidação das Leis Trabalhistas,
16:31um conjunto de regras de 1943.
16:35Primeira publicação, como bem destacou o Cristiano Beraldo,
16:38época de Getúlio Vargas.
16:40Algumas alterações até aqui, sim,
16:42alguns ajustes aqui, outros ali,
16:45mas a lei é praticamente a mesma,
16:48válida até hoje.
16:50Enfim, é preciso também olhar para a questão que envolve
16:52esse arcabouço que trata da legislação trabalhista
16:57para muitos, o que atrasa também o Brasil
17:00em relação à competitividade.
17:02Chamar o Dávila, porque o Dávila fez uma introdução
17:05a esse tema da possível mudança da escala 6x1,
17:10mas o que eu percebo, viu, Dávila,
17:12é que há uma certa simpatia de parte da população
17:17com essa ideia,
17:18pessoas que não se aprofundam na discussão
17:20e acabam fazendo uma análise sobre o seu mundinho ali.
17:26Qual é a conta que a pessoa faz?
17:27Bom, eu trabalho seis dias e descanso um.
17:30Poxa, imagina só uma mudança, uma lei
17:34que vai permitir que eu fique três dias em casa.
17:38Posso arrumar um outro trabalho?
17:39Posso, mas se eu quiser posso descansar, sei lá.
17:42Talvez essa seja a reflexão do brasileiro médio,
17:45do trabalhador ali que tem um trabalho
17:47com carteira assinada, né?
17:50Talvez não ganhe tanto assim,
17:52mas a pessoa faz a seguinte reflexão.
17:55Vou ganhar a mesma coisa?
17:56Vou ficar mais dias em casa?
17:57E aí eu queria que você trouxesse,
17:59fizesse alguns apontamentos
18:01e fizesse também uma reflexão sobre consequências.
18:05Imaginemos que isso passe porque, sei lá,
18:08parlamentares olham uma oportunidade,
18:10eleições chegando.
18:12Não, vamos dar essa colher de chá para o governo,
18:15vamos aprovar essa medida.
18:16E aí o governo federal,
18:18a figura do presidente acaba sancionando.
18:21Ninguém judicializa, isso vai para frente.
18:23Quais seriam as consequências na sua opinião, Dávila?
18:26Ganhato, a pergunta certa é perguntar para o trabalhador,
18:30você quer ganhar 30% a mais do que você ganha?
18:32Então vamos fazer um negociado sobre o legislado.
18:34E aí começa a ganhar mais dinheiro.
18:36Então é óbvio, porque o custo hoje é absurdo.
18:40E se a CLT fosse boa,
18:43como você bem disse,
18:44desde 1943,
18:47como é que nós temos hoje
18:48metade da força de trabalho no Brasil
18:52na informalidade?
18:53Se ela fosse boa,
18:55estaria todo mundo no trabalho formal.
18:57A maior prova de que essa CLT é arcaica,
19:02ajuda a aumentar o desemprego no Brasil,
19:05é que metade da força de trabalho no Brasil
19:08está justamente na informalidade.
19:11Aí você tem 40 milhões de carteira assinada,
19:14você tem outros 40 milhões que estão na informalidade,
19:19e depois você tem a pejotização,
19:22você tem pequena e microempresa,
19:25tem as MEIs, as microempresas individuais,
19:28você tem várias formas para burlar uma lei antiquada
19:34que não ajudam a aumentar a empregabilidade
19:38e que gera enorme despesa para as empresas.
19:42Na verdade, o Brasil deveria seguir o caminho dos Estados Unidos,
19:47que nem tem legislação trabalhista.
19:50Lá é tudo o negociado sobre o legislado.
19:54Essa é a única regra.
19:56E aí cada um faz a regra que entende,
19:58vai trabalhar quanto precisa,
19:59do jeito que for determinado no contrato de trabalho.
20:04O que nós precisamos é contrato de trabalho,
20:07não de uma legislação trabalhista de 1943,
20:12tentando legislar a situação de trabalho
20:15no mundo moderno que mudou completamente.
20:19O que nós precisamos é formalizar o trabalho.
20:22Segundo ponto que nós precisamos considerar, Caniato,
20:26essa lei 4 por 3,
20:28essa flexibilização da lei,
20:29que propõe o presidente Lula,
20:33seria um desastre para as contas públicas.
20:36Por quê?
20:37Porque com este turno de mais salário
20:42e menos hora trabalhada,
20:44nós teríamos que incluir
20:45um quarto turno de trabalho no setor público.
20:49Para professor, para enfermeiro,
20:53para segurança policial,
20:55isso teria um impacto desastroso
20:58na já capenga conta pública.
21:01Então, quem fala isso é porque não está olhando os números,
21:05é porque está menosprezando a matemática, a conta,
21:10e está criando uma ilusão em algumas pessoas
21:13de que isso vai gerar mais emprego,
21:15disso que é bom para elas.
21:16Isso é péssimo para elas.
21:18Vai jogar essas pessoas na informalidade,
21:21vai aumentar a conta do setor público
21:23e vai aumentar o custo para se contratar pessoas
21:27na economia formal.
21:29Ou seja, é péssimo para o trabalhador.
21:32Isto é o típico da proposta populista,
21:36que pode soar com uma coisa muito boa para o trabalhador,
21:40mas, no fundo, vai ser altamente prejudicial
21:43para o trabalhador e para os empregadores.
21:47E o Brasil não precisa disso.
21:49Portanto, vamos focar no negociado sobre o legislado,
21:54seguir o exemplo americano
21:56e sepultar uma lei que fez sentido em 1943
22:00e que não faz o menor sentido em 2025.
22:05Pois é, quem nos acompanha pela TV
22:07e pelas plataformas digitais,
22:09enquanto o Dávila concluía o raciocínio,
22:12ao lado, a produção separou trecho, inclusive,
22:15do pronunciamento do presidente da República
22:17e aí a gente percebe também uma mudança na comunicação.
22:20Sim, em outros tempos, a comunicação era feita
22:23no gabinete do presidente, de paletó e gravata,
22:26com aquela bandeira do Brasil.
22:28Agora, uma comunicação muito mais informal.
22:31Há quem diga que, inclusive, se utilizando
22:34de estratégias de campanha eleitoral,
22:38uma figura mais despojada,
22:41uma camisa informal com um botão aberto,
22:45uma linguagem levemente sorridente,
22:48adotando um outro tipo de linguagem.
22:50Muitos fazem também essa reflexão
22:52e análise sobre a comunicação adotada agora
22:55pelo presidente da República
22:56após a mudança, naturalmente, da chefia da SECOM.
23:00Chamar o Mota também para trazer as suas impressões
23:03sobre esses aspectos que envolvem
23:05a possibilidade de mudança nesse esquema.
23:08Deixa eu só trazer uma fala do presidente, Mota.
23:10Ele disse o seguinte, nesse comunicado,
23:13está na hora de o Brasil dar esse passo,
23:15ouvindo todos os setores da sociedade
23:17para permitir um equilíbrio
23:19entre vida profissional e o bem-estar
23:22dos trabalhadores e trabalhadoras.
23:26Fecho aspas, essa fala do presidente.
23:28Vai lá, Mota.
23:30É, trabalhador, mas nesse primeiro de maio,
23:33você que trabalhou a vida inteira e se aposentou,
23:36não deixe de dar uma olhadinha no seu contra-cheque
23:39para ver se lá não tem aquele desconto maroto.
23:44Esse é o amor que o Estado brasileiro tem por você.
23:48Todo mundo quer trabalhar menos e ganhar mais.
23:53É lógico, é um desejo universal.
23:57Mas isso jamais vai acontecer
23:59através de uma medida tomada pelo governo.
24:03Isso jamais vai acontecer através da aprovação de uma lei.
24:07É muito fácil entender isso.
24:10Vejam, nos Estados Unidos não existe
24:13essa nossa legislação trabalhista.
24:16Lá não tem CLT, não tem carteira assinada,
24:19não tem FGTS.
24:20Vejam que absurdo.
24:22Lá não tem 30 dias de férias
24:24determinados por lei.
24:27Lá a lei depende de Estado para Estado,
24:30de cidade para cidade.
24:32Em muitas empresas, você começa a trabalhar
24:34tendo direito a cinco dias de férias.
24:36Depois você vai acumulando um dia de férias extra
24:40para cada ano trabalhado.
24:41É um inferno trabalhista.
24:44Agora, não existe nenhum brasileiro
24:47que, se tiver uma oportunidade,
24:49recusa a chance de ir trabalhar nos Estados Unidos.
24:53Por quê?
24:54Porque os brasileiros querem abandonar
24:56esse paraíso maravilhoso
24:58para ir trabalhar no inferno nos Estados Unidos.
25:02A resposta é muito simples.
25:03Porque toda essa legislação,
25:06todo esse emaranhado,
25:08tem um único efeito
25:10de tirar dinheiro do bolso do trabalhador
25:12e do bolso das empresas
25:14e colocar no bolso do Estado.
25:17É o Estado que fica com a maior parte da riqueza.
25:20Por isso, nós somos um país pobre, atrasado.
25:23Por isso, os Estados Unidos
25:25são um país desenvolvido.
25:28Porque lá a maioria da riqueza
25:30fica no bolso dos trabalhadores.
25:31Para isso, nós não precisamos de mais leis.
25:35Nós precisamos, ao contrário,
25:38de menos leis.
25:40Nós precisamos deixar que
25:41trabalhadores e empresários
25:43cheguem a um acordo, eles próprios,
25:46e resolvam o que é melhor para eles.
25:48Se você, que está me ouvindo,
25:50quiser trabalhar sete dias por semana,
25:53porque assim você progride mais rápido,
25:55porque assim você consegue fazer uma poupança,
25:58porque assim você consegue juntar dinheiro
26:00para tratar aquele problema de saúde
26:03ou para mandar um filho para a faculdade,
26:04é a sua escolha.
26:05Se você quiser trabalhar só dois dias por semana
26:08e ganhar menos
26:09e ter uma vida mais tranquila,
26:11é a sua escolha também.
26:13Eu pergunto a você,
26:14para que você precisa do governo
26:17se metendo no meio dessa história?
26:19Pois é, bem interessante isso que o Mota traz.
26:22Eu passo para o Beraldo,
26:23que mora nos Estados Unidos,
26:24e eu me lembro, viu, Beraldo?
26:25No início dos anos 2000,
26:27eu tive contato com uma moça
26:28que morava em Los Angeles
26:29e tinha três empregos.
26:30Fazia faculdade
26:31e de manhã trabalhava
26:34numa espécie de um centro acadêmico,
26:37mas que tinha uma emissora de rádio
26:38na universidade,
26:39enfim, era como se fosse uma bolsa auxílio.
26:41De manhã, então,
26:42tinha essa atividade na faculdade.
26:43À tarde, trabalhava numa loja,
26:45na Old Neve,
26:46e aí como vendedora.
26:48E à noite,
26:49trabalhava numa chapelaria
26:50de um bar barra discoteca.
26:53Então, tinha três salários.
26:55Lógico, salários baixos,
26:57mas conseguia ali manter a renda
26:58e ganhava por semana.
26:59Então, sempre estava entrando dinheiro.
27:01E assim, a pessoa se vira muito melhor
27:03quando ela consegue
27:05organizar o seu tempo
27:08achando vários lugares
27:09para vender o seu tempo
27:11e prestar aquele tipo de serviço.
27:13E a gente nunca teve isso aqui,
27:14essa experiência.
27:16O trabalhador brasileiro
27:17nunca conseguiu se organizar
27:18dessa forma,
27:18porque a rigidez da série T
27:20não permite que ele se organize
27:22de uma forma diferente.
27:25Esse é o caminho, Beraldo,
27:26pegando um pouco do que o Malta disse,
27:28a flexibilização,
27:30porque talvez empregadores
27:32queiram contratar
27:33cinco por dois,
27:34quatro por três,
27:36três por quatro,
27:37enfim,
27:37há muitas possibilidades.
27:39E talvez vários funcionários
27:40queiram também
27:41esse esquema diferente, né?
27:42É, mas é,
27:44eu acho que é mais do que um ajuste.
27:46A gente precisa começar do zero,
27:48porque o modelo que está aí,
27:50ele claramente não funcionou.
27:53É preciso mudar a mentalidade.
27:55A população brasileira
27:56precisa compreender
27:57o valor do seu tempo,
27:59que o tempo de trabalho,
28:01cada hora trabalhada,
28:03tem um valor
28:03e que essa remuneração
28:05pela hora trabalhada
28:07vai refletir no bolso
28:09do trabalhador
28:10quanto mais ele trabalhar,
28:11mais dinheiro ele vai ter.
28:13Nós começamos a ter isso agora
28:15em razão do número expressivo
28:18de pessoas que dirigem
28:20carros de aplicativo.
28:23Então,
28:24quanto mais horas eles trabalham,
28:26maior a renda que eles têm,
28:28maior a receita que eles geram.
28:30A partir daí,
28:31quantas e quantas vezes
28:32a gente pega carro de aplicativo
28:33e o motorista diz,
28:34não, estou aqui trabalhando
28:35há 10 horas,
28:36há 12 horas,
28:37trabalho de domingo a domingo,
28:39sempre que tem alguma coisa
28:41eu venho,
28:41às vezes eu estou em casa,
28:42mas eu vejo que vai ter
28:43um show,
28:45uma coisa assim
28:45que vai movimentar a cidade,
28:47então eu pego meu carro
28:47e vou trabalhar.
28:49Porque é assim,
28:49porque a pessoa compreende
28:51que ela tem a opção
28:51de ficar em casa,
28:52ela tem a opção
28:53de jogar bola,
28:54tem a opção
28:54de ficar no churrasco,
28:56mas que objetivamente
28:57ela está abrindo mão
28:58de uma determinada
29:00remuneração para isso.
29:01E esta mentalidade
29:03é muito consolidada
29:06nos Estados Unidos.
29:07e é por isso,
29:09talvez,
29:10por haver essa relação
29:11tão direta
29:12e não burocrática,
29:14que é desnecessário
29:15haver uma justiça
29:16trabalhista
29:17num país como
29:18Estados Unidos.
29:19Então a pessoa
29:19está trabalhando,
29:20ela não gostou
29:21do seu trabalho,
29:22se desentendeu,
29:23está chateada,
29:24ela vai embora.
29:25As empresas,
29:26em geral,
29:27quando tem,
29:28é aviso de 15 dias,
29:30tanto da empresa
29:30quanto do empregado.
29:32Isso, inclusive,
29:33pode ser negociado,
29:34dependendo do caso.
29:35e a pessoa vai
29:36e vai procurar
29:36outro emprego.
29:37Por que ela vai
29:37encontrar outro emprego?
29:38Porque é fácil contratar
29:39e é fácil demitir.
29:41Então não fica
29:42nessa paranoia
29:43que é o que está
29:44em discussão no Brasil,
29:45que é a proibição.
29:47Você está proibido
29:48de trabalhar
29:49mais horas
29:50do que o governo
29:51quer deixar você trabalhar.
29:52Ora, o que o governo
29:53tem a ver com isso?
29:54Ah, mas você não pode
29:55trabalhar sete dias por semana
29:57todas as semanas do ano.
29:58Você nem consegue
29:59trabalhar sete dias por semana
30:00todas as semanas do ano.
30:01É óbvio que você vai
30:02encontrar um equilíbrio,
30:04é óbvio que vai ter momentos
30:05na sua vida
30:05onde a sua situação
30:06financeira,
30:08por diversos motivos,
30:09vai estar mais apertada
30:10e você vai estar ali
30:11mais motivado
30:12a trabalhar
30:12para poder resolver
30:14os seus problemas,
30:14para poder conquistar
30:15as coisas que você quer.
30:17Em outros,
30:17você vai estar mais tranquilo.
30:19E aí, quando você estiver
30:19mais tranquilo,
30:20você vai levar também
30:21uma vida profissional
30:22mais tranquila.
30:24E é assim que é
30:25no mundo
30:25onde as pessoas
30:26assumem responsabilidade
30:28pelos seus atos,
30:29que é diferente do Brasil.
30:31Qualquer motivo
30:32é motivo para que no Brasil
30:34as pessoas transfiram
30:36a sua responsabilidade
30:37para alguém.
30:38Ora, isso não pode,
30:40isso destrói o país.
30:42E a gente não vê
30:43condição de mudar
30:46esta lógica
30:46se a gente não começar
30:47lá no início.
30:49Eu volto sempre
30:49nesse tema,
30:50parece muito batido,
30:52mas essa mentalidade
30:53se muda dentro das escolas.
30:55A gente precisa alterar
30:57o que é ensinado
30:57nas escolas.
30:59Isso tem que vir junto
31:00com a mudança
31:01de legislação.
31:02Isso tem que vir junto
31:03com uma mudança
31:03do conceito
31:04do que é o Estado brasileiro,
31:06do propósito
31:07do Estado brasileiro,
31:08a reforma administrativa
31:09que falamos aqui ontem.
31:11Tudo isso
31:12faz parte
31:13da transformação
31:14fundamental
31:16para que o Brasil
31:17consiga se tornar
31:19um país competitivo,
31:21porque não é,
31:22e transformar
31:24as muitas riquezas
31:25que ele possui
31:26em algo positivo
31:28para o país
31:29e para as pessoas.
31:31Porque hoje
31:32está isso
31:32completamente desequilibrado,
31:34inclusive porque as pessoas
31:35sequer conseguem compreender
31:37como o Brasil funciona,
31:39como é que essas riquezas
31:40circulam
31:41e no bolso de quem
31:42vai parar.
31:43Então, enfim,
31:44é realmente
31:45um trabalho
31:45muito amplo
31:47para que a gente
31:48de fato
31:48mude essa mentalidade.