Após negociações em Genebra, China e Estados Unidos anunciaram a redução de tarifas para 10% por 90 dias. O correspondente Diego Mezzogiorno detalhou os termos do acordo e a analista Mariana Almeida analisou os impactos geopolíticos e econômicos. Mariana Almeida analisou o assunto.
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NotíciasTranscrição
00:00Após negociações em Genebra, na Suíça, ao longo do fim de semana, Estados Unidos e China anunciam redução de tarifas comerciais por 90 dias.
00:10Então vamos lá para a Europa conversar com o correspondente Diego Mezzogiorno, que tem os detalhes.
00:16Oi, Diego, muito bom dia para você. A expectativa era grande e finalmente já inicia um acordo ou temos, habemos um acordo, é isso?
00:25Seja bem-vindo ao Agora, Diego.
00:30Bom dia, Klein. Sim, é isso. Eu estive lá agora há pouco, inclusive, no anúncio aos jornalistas e representantes dos governos.
00:41O representante do governo americano se disse bastante satisfeito com o que eles conseguiram chegar de acordo.
00:51Ele disse que este acordo cria também uma sala de reunião permanente entre o governo dos Estados Unidos e o governo da China.
01:03Então haverá uma mediação permanente também entre eles.
01:08O que foi declarado aqui é que haverá uma pausa de 90 dias com apenas 10% da taxação, ou seja, eles reduziram praticamente toda a taxação a 10%.
01:21E a partir desses 90 dias haverá uma taxação de produtos chineses entrando nos Estados Unidos de 30%, essa tarifa anunciada até agora.
01:35E haverá uma da outra parte entrada dos produtos dos Estados Unidos entrando na China com pagamento de 10%.
01:42Eu conversei agora há pouco também com o representante aqui em Genebra do governo chinês, que se disse bastante satisfeito, mas foi enfático.
01:51Essa guerra comercial não foi uma ideia nossa, nós não começamos isso, nós somos competitivos com as tarifas apresentadas.
01:59Então parece que esse tipo de acordo deixa tranquilo ambos os lados.
02:06Obviamente a gente está sempre falando de Donald Trump e isso pode mudar do dia para a noite, como conhecemos bem, Clayton.
02:13Tá certo então, Diego.
02:15Já já qualquer coisa você traz novas atualizações para a gente desta guerra comercial e desse início de acordo.
02:23Obrigado, Diego.
02:25E nós já estamos aqui com a Mariana Almeida.
02:29Tudo bem, Mariana?
02:30Bom dia para você, a nossa analista.
02:33Como é que foi de final de semana?
02:34Muito bem, Clayton.
02:35Bom dia para você e para todo mundo que está aqui nos acompanhando no Agora.
02:38Maravilha.
02:39Mariana Almeida, eu quero saber uma coisa.
02:41Donald Trump colocou fogo na casinha, como a gente chama, né?
02:45Causou um alvoroço no mundo, senta para negociar com os chineses e praticamente volta como era antes.
02:51O que sai ganhando disso? Estados Unidos, China e por que Trump fez tudo isso se era para recuar?
02:57Bom, Clayton, como era antes eu não sei não, porque é importante a gente dizer que talvez a guerra comercial,
03:02no sentido daquela escalada e daquele, os ataques lado a lado, pode ter amenizado.
03:09Mas a gente, o mundo tarifado, digamos assim, o mundo protegido, ele fica.
03:15Porque bem ou mal, 30% de um lado e 10% do outro já é mais tarifa do que a gente tinha antes.
03:21E mais do que isso, o espírito de que é legítimo o processo de, digamos assim, proteção de cada uma das economias
03:29com direcionamento por parte da lógica política e não tanto do setor privado, ele está posto.
03:35Me preocupa particularmente, Clayton, como se diz, vamos ter uma reunião permanente entre os dois governos daqui em diante.
03:42Ou seja, primeiro que não foi definido também, cravou que vai ficar assim, né?
03:45Vai ter 90 dias. E além disso, essa reunião permanente.
03:49O que é uma reunião permanente do ponto de vista da economia?
03:52Significa que os preços relativos, a determinação aí de quanto vai custar entrar com um produto de um lugar para o outro,
03:59está permanentemente na mesa sendo discutida e pode vir uma surpresa a qualquer momento.
04:04Isso parece que veio para ficar.
04:06E do ponto de vista econômico, é um grau adicional de insegurança que com certeza atrapalha decisões,
04:13principalmente aquelas de longo prazo, as decisões mais estruturantes para quem quer investir realmente em plantas, em produção.
04:19Então, me parece, claro, é uma boa notícia porque saímos do caos completo, como você falou, né?
04:24Talvez a casinha não esteja pegando fogo.
04:26Mas a gente ainda está aí nos escombros do que teria sido esse grande ideal aí de liberdade comercial,
04:32onde antes a gente acabava se ancorando.
04:34Ô Mari, e como a China talvez sempre fica desconfiada, aquela pulguinha atrás da orelha, né?
04:41É um pezinho atrás com os Estados Unidos.
04:43Nós vamos ver uma reportagem agora porque eles já estão se calçando, viu, Maria Almeida?
04:48E você já volta para comentar com a gente.
04:49Porque em busca de fortalecer as relações comerciais com outros países, a China recebe nesta semana líderes e autoridades latino-americanas.
04:59Veja na reportagem.
05:00O encontro é um esforço para aproximar a região em resposta à guerra comercial com os Estados Unidos.
05:07Pequim intensificou a cooperação econômica e política com as nações latino-americanas nos últimos anos
05:13e pediu uma frente unida contra a recente onda de tarifas do presidente Donald Trump.
05:19Dois terços dos países latino-americanos aderiram ao programa de infraestrutura Cinturão e Rota de Pequim de um trilhão de dólares
05:28e a China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Brasil, Peru e Chile, entre outros.
05:36O Fórum entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, composta por 33 membros, começa amanhã.
05:45O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a Pequim no sábado para uma visita de Estado de cinco dias,
05:52tem buscado melhorar os laços com a China e com os Estados Unidos.
05:56As exportações brasileiras para a China atingiram mais de 94 bilhões de dólares no ano passado,
06:03de acordo com o banco de dados ComTrade das Nações Unidas.
06:07A potência agrícola sul-americana envia principalmente soja e outras commodities primárias para a China,
06:14enquanto o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos para o Brasil.
06:22Outros participantes esperados no Fórum são o presidente colombiano, Gustavo Petro,
06:27e o presidente chileno, Gabriel Boric.
06:29De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Pequim, o presidente da República Popular da China, Xi Jinping,
06:36discursará na cerimônia de abertura da cúpula.
06:39Um alto funcionário do ministério disse no domingo que Pequim sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América-Latina
06:47de uma perspectiva estratégica e de longo prazo.
06:51Ele complementou dizendo que a China estava disposta a fortalecer a comunicação e a coordenação com os países latino-americanos
06:59diante das tarifas dos Estados Unidos e trabalhar em conjunto para se opor ao unilateralismo e à intimidação econômica.
07:09Maria Almeida e a China, que não é boba nem nada, está se aproximando dos vizinhos dos Estados Unidos.
07:16Quer dizer, é um pé num barco, um pé no outro, né?
07:19Está ali negociando com os Estados Unidos, mas de olho também numa relação, numa proximidade aí com países latino-americanos e Caribe.
07:26Pois é, Eric, se a gente estava aqui comentando o possível fim de uma guerra comercial e o que fica de novo no mundo
07:31depois desse movimento aí do Donald Trump.
07:34Eu acho que um aspecto também que veio para ficar é a importância da diversificação de parceiros.
07:39Bom, de vista da China tem todo um olhar geopolítico para pressionar os Estados Unidos, como você estava comentando,
07:44mas se a gente pensar em geral para quem está na economia, se é verdade que agora está liberado a ideia de trabalhar com protecionismo
07:52e puxar a conversa dos setores econômicos para os gabinetes de governo, bom, governos mudam, né?
07:58A maioria dos governos mudam. A China tem a sua estabilidade, o que não necessariamente é um fator positivo, mas é isso.
08:03A maioria dos governos pode mudar sua ideia de uma hora para outra e isso significa que você está sempre em instabilidade.
08:09Se eu estou em instabilidade com cada país, qual é a maneira de eu me proteger?
08:12Isso os mercados financeiros sempre souberam e falaram.
08:16Diversificar, não colocar todos os seus ovos numa mesma cesta e é isso que está aí, parece que vai acontecer.
08:22Ou seja, frente às instabilidades e se ela é real e está dada, então eu vou tentar não depender de um único lugar,
08:28de uma única estratégia e isso parece que está posto, além, claro, da busca pelos mercados domésticos.
08:33Mas o que a gente está assistindo ali hoje, nesse encontro lá na China, é essa maior aproximação de outros países
08:39e até mercados não tão tradicionais se conversando e vamos ver no que se vão ter anúncios interessantes ou importantes
08:44em relação às questões comerciais também. Klein?
08:47Mari, conversando com alguns especialistas também em comércio exterior, a percepção é o seguinte,
08:52que os Estados Unidos incentivaram os outros países que muitos até dependiam do comércio com os Estados Unidos
08:59a procurar novos caminhos, foram forçados a isso e eles acharam esses novos caminhos, acharam interessantes
09:06e aí perceberam que não precisam ser totalmente dependentes dos Estados Unidos.
09:11Pode ter sido um tiro no pé dos Estados Unidos, porque a gente vê o Brasil se aproximando da Rússia,
09:15o Lula esteve há pouco na Rússia com o Putin, agora esse encontro, sei lá, aqui,
09:21a gente viu também a China fazendo acordo ali com o Sudeste Asiático, Europa com a Índia,
09:29pode ter sido um tiro no pé do Trump?
09:31Klein, tem um modelo que os Estados Unidos defendeu, puxou e exatamente criou todo esse ambiente
09:38econômico e político dos países em torno desse modelo, que é a ideia de uma grande hegemonia
09:42pró-liberalismo, ou seja, que estimula o livre comércio e o livre comércio com a justificativa
09:49de que o livre comércio e a boa alocação de recursos deveria levar, com a ação do capital privado,
09:56uma busca pelos melhores lugares para trabalhar, para você investir, o que significa ampliar a produção
10:01no mundo todo e eventualmente ter um bem-estar maior gerado no mundo todo, o que não chegou a acontecer
10:06propriamente como na promessa, mas essa era a promessa, então fazia parte da conta que os Estados Unidos
10:13concorresse com mais gente, exatamente porque estaria sendo produzido mais coisa em outros lugares.
10:17Nesse sentido, é contra isso que o Donald Trump vem se levantando, quer dizer, essa ideia da concorrência
10:25e do bem-estar generalizado não parece ser a ficha do Donald Trump, ele quer inverter essa lógica,
10:31falando, olha, tem alguns setores que eu não quero que cresçam em outro lugar, eu quero que cresçam aqui em casa,
10:35eu quero fazer desta forma.
10:37Muda radicalmente a lógica? Muda. Os Estados Unidos perdem? Perdem em termos da sua capacidade também
10:43de influenciar politicamente com valores, perde em termos de lucros, inclusive, que ele já recebia de outros países,
10:50mas pode ganhar em vários setores internos, é só uma outra lógica de fazer um negócio e esse pode ganhar
10:56fica mais centralizado em quem faz a política. Essa é a defesa de Donald Trump, então eu não sei se dá para dizer
11:02que é tiro no pé em relação à intenção de Donald Trump. Certamente é um tiro no modelo que os próprios Estados Unidos
11:09vinham desenvolvendo ao longo dos últimos 50, 60 anos no mundo. Agora, o que se espera? O que se acredita?
11:16Se você acredita que Donald Trump, sozinho, com a sua caneta, é mais capaz de escolher setores e fazer funcionar,
11:21aí, de repente, é isso que ele está conseguindo colocar em marcha. Vamos ver qual é o resultado disso
11:26para o conjunto da produção e do consumo e bem-estar, até para os americanos.
11:30É porque o que me parece é que Donald Trump tirou o pessoal da zona de conforto, né?
11:34Porque eu estava ali negociando com os Estados Unidos, de repente vem tarifa, aí eu procuro outros mercados
11:39e vejo que há um mundo lá fora também não tão dependente dos Estados Unidos.