Após o primeiro dia de votação no Conclave, sem consenso sobre o novo papa, Fabrízio Neitzke analisa o que esperar dos próximos dias e os possíveis desdobramentos do processo de escolha no Vaticano.
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NotíciasTranscrição
00:00O Fabrício Naitz, que o que a gente precisa observar agora nos próximos dias, como que deve acontecer?
00:05As decisões podem sair de manhã e depois, nesse período que a gente acompanha hoje aqui do nosso 3 em 1,
00:114 horas da tarde aqui e 9 horas da noite já lá, né?
00:13É, um pouquinho mais cedo a gente até poderia imaginar o resultado das votações à tarde.
00:18São duas votações de manhã, duas à tarde, ou menos, claro, se houver definição já, né?
00:23Podemos ter definição amanhã cedo ali, por volta das 6 da manhã horário de Brasília, aproximadamente.
00:29E aí isso já elimina, obviamente, as outras votações.
00:32Amanhã, qual que é o roteiro, o script?
00:36Os cardeais vão agora para a Casa Santa Marta, é um prédio de 5 andares, ali onde morava o Papa Francisco,
00:43que abriu mão de morar no Palácio Apostólico para morar na Casa Santa Marta.
00:49Ao acordar, eles têm um café da manhã em conjunto, é um café da manhã comunitário, vamos dizer assim.
00:55E aí tem uma missa que sempre, antes de iniciar as votações, tem uma missa que é feita para eles ali,
01:03especialmente antes deles voltarem à Capela Sistina e darem início às votações.
01:07Geralmente a votação é mais curta do que a gente viu hoje, né?
01:10Por isso que a gente mencionou aqui que há uma certa frustração.
01:13Em 2013, a primeira votação do conclave que acabou elegendo o Papa Francisco durou duas horas,
01:21essa aqui durou aproximadamente três horas e meia.
01:23Então, a expectativa é que cada votação tenha isso aí, duas horas, duas horas e pouquinho.
01:28Vamos ver se na próxima manhã a gente vai ter esse mesmo ritmo de hoje.
01:33Serão votações mais extensas, até porque aquilo que a gente falou tem mais cardeais agora.
01:36Então, o processo fica um pouco mais lento, tanto da realização dos votos quanto da contagem também.
01:44Isso altera um pouco a situação, mas é aquele script, agora o momento é de esperar.
01:51E é isso que está no nosso roteiro, esperar até que haja uma definição,
01:55porque os cardeais não vão falar, não podem falar, ninguém do Vaticano pode falar.
01:59E o que a gente já sabe, amanhã, mais um dia de votação.
02:04Caso não tenha uma definição amanhã, aí tem ainda na sexta, sábado seria uma pausa.
02:10Depois de dois dias de votação, se não há definição, tem um dia de pausa,
02:14para eles se recolherem, fazerem suas orações e aí voltarem ao conclave, quem sabe, com a mente mais decidida.
02:21Beleza. Fabrício Naitski, ótima cobertura para você, obrigado pela participação no nosso 3 em 1, meu amigo.
02:26Você é sempre bem-vindo. Ótimo trabalho por aqui.
02:29Vou voltar a falar com o Luca Bassani, que está lá em Roma.
02:32Luca, qual é a situação aí neste momento?
02:35Agora melhorou, Evandro. Inclusive, pude voltar às tecnologias mais recentes da internet para me comunicar com vocês.
02:42A primeira transmissão foi por telefone, que por mais que possa parecer algo pouco usual,
02:49acabou salvando, trazer a notícia em primeira mão para todos vocês.
02:53Mas a gente vê que o movimento já é mais normal comparando com as outras noites.
02:58Quase todas as noites eu tenho permanecido aqui na Praça de São Pedro,
03:01até o jornal Jovem Pan para fazer a abertura com o Tiago Uberache,
03:07todos os nossos queridos comentaristas, e a gente vê que o movimento está parecido com as outras noites.
03:13É muito diferente do que como foi o funeral do Papa Francisco, com muitas pessoas,
03:18e também hoje a primeira espera por essa fumaça.
03:22Como o Fabrício bem destacou, a partir de amanhã, esse ritual, ele ganha certos horários em que é plausível termos uma resposta.
03:33Pela manhã, entre mais ou menos 10h30, horário aqui de Roma, portanto 5h e 7h da manhã, horário de Brasília,
03:40e a tarde também parecido com o que é hoje, mais ou menos entre as 2h da tarde até as 13h30 da tarde,
03:48no horário de Brasília, o que seria mais ou menos 7h às 8h da noite, quase 8h30 da noite aqui na Itália.
03:56Há muita expectativa, muita especulação.
03:59Como eu estava falando anteriormente, a gente tem esse espírito meio imediatista hoje em dia,
04:04por conta da internet, até mesmo por acompanhar as eleições em tempo real no Brasil,
04:09o TSE mostra todos os dados de cada uma das sessões eleitorais bastante rápido,
04:14o ano passado nas eleições norte-americanas também, com cada um dos condados,
04:19qual estado foi para qual candidato.
04:22A gente tem que lembrar que por mais que seja uma eleição, se trata de uma eleição diferente.
04:28Tem um aspecto religioso por trás, um aspecto místico por trás, e não há partidos políticos.
04:33Há visões litúrgicas diferentes, visões até mesmo pessoais de mundo diferentes,
04:38mas os cardeais fazem todos parte do mesmo colégio, da mesma irmandade,
04:43e devem dar um bispo a essa cidade de Roma, que viu tantos papas,
04:49e um papa para 1.4 bilhão de católicos.
04:51Ou seja, não é uma decisão fácil de se tomar,
04:54sobretudo por conta dos dois terços necessários para se encontrar um consenso.
05:02A gente sempre fala de eleições majoritárias, 50% dos votos mais um, dois terços,
05:07por mais que sejam apenas 133 votantes, não é fácil chegar a esse número,
05:12e com certeza eles precisarão de algumas conversas na Casa de Santa Marta,
05:16nos refeitórios, nos jardins do Vaticano, antes de chegar a uma decisão.
05:21Muito obrigado, Luca Bassani.
05:23A gente continua conversando ao longo da nossa edição aqui do 3 em 1.
05:26Piperno, o papa não é uma entidade política, digamos assim, mas de Estado.
05:33E por que, de certa forma, a política acaba passando tanto por essa escolha
05:38e pelas decisões que são tomadas pelo principal homem da Igreja Católica?
05:43O ser humano é um ser gregário, ele vive em sociedade.
05:47Exato.
05:48A Igreja também, em muitas sociedades, por sinal.
05:51Então, o papa, ele é, entre outras coisas, um chefe de Estado.
05:55O menor Estado do mundo, mas um chefe de Estado que, paradoxalmente, embora seja...
06:00Isso é algo interessante, porque embora o Vaticano seja fisicamente o menor Estado do mundo,
06:06o Vaticano, na verdade, ele comanda um rebanho que tem a população da China.
06:11Então, vejam quantas correntes estão reunidas dentro desse rebanho que o papa comanda.
06:20Então, é natural que o papa tenha as suas conexões.
06:28E o papa não é um ser, um líder político e religioso apartado do seu tempo.
06:35Então, é alguém que vive exatamente a sua época, aquele momento.
06:43Então, vamos pegar, por exemplo, o que aconteceu lá atrás com o papa João Paulo II.
06:47O papa João Paulo II, ele emerge, ele é escolhido em 1978,
06:52no momento em que se acentuam as convulsões políticas, principalmente do leste da Europa.
06:58Ele, um polonês, viveu aquilo.
07:01Ele tinha relacionamentos políticos, ele tinha posições.
07:05Então, naquele momento, a Igreja Católica, que também era um dos motores de uma certa abertura política
07:15naquela região do mundo, ela toma frente de alguns movimentos,
07:21como aqui no Brasil, na luta contra a ditadura, como em tantos outros países.
07:24Eu estou pegando só Polônia e Brasil, porque no espectro político são dois casos até mais ou menos antagônicos,
07:32para exatamente inserir essa autoridade papal.
07:35Ou até casos mais regionais, como a Igreja Católica combatendo os criminosos no norte do país, né?
07:41Perfeito.
07:41As pessoas que lidavam com o garimpo ilegal, que muitas vezes colocavam sob risco as comunidades locais.
07:47O que aconteceu recentemente lá na Nicarágua, com perseguição de religiosos,
07:51a Igreja se colocando na defesa deles.
07:54Então, é óbvio que o Papa também não pode se ausentar desse tipo de movimento,
08:01de acontecimento que ocorre durante o tempo todo.
08:05Agora, de certa forma, Langani, a rede social fez com que as pessoas se envolvessem mais politicamente
08:09em seus países, em seus redutos.
08:11Para você, isso trouxe um desafio maior para essa escolha de Papa?
08:14Ah, com certeza, né?
08:17Porque agora a gente tem uma sociedade, digamos, mais laica, né?
08:24Menos religiosa.
08:26E as redes sociais transformaram o mundo em vários aspectos.
08:30No aspecto político, no aspecto econômico, né?
08:33Nas relações humanas.
08:35E é claro que isso, Evandro, também acaba se refletindo na escolha do Papa, né?
08:41A gente não sabe exatamente como que a tecnologia opera, se o Papa já tinha conhecimento, né?
08:48Dos outros, né?
08:49Dos 133, se havia esse prévio conhecimento ou não, né?
08:54Como os colegas aqui levantaram.
08:56Então, acredito que sim, muda bastante esse jogo.
08:58Fala, Zé.
08:59Pois é, mas exatamente essa comparação da igreja com o partido político, que os cardeais
09:07fazem questão de separar.
09:10A diferença é que todos os cardeais admitem, e é bom que seja assim, que a igreja é uma
09:16congregação.
09:17Até esse nome é muito usado em várias religiões, né?
09:20Congregar, porque lá estão pessoas que pensam diferente, são pessoas que têm culturas
09:28diferentes, né?
09:30Que têm o trabalho diferente, são pessoas diferentes e que pensam num mundo diferente.
09:36E qual é o amálgama?
09:38É Deus, é procurar a Deus.
09:40Aí é o significado da religião, todas elas.
09:44A igreja católica, por ser grande demais, ela é muito plural.
09:48E os cardeais vêm de regiões diferentes e têm lá as suas culturas e os seus posicionamentos.
09:56E o que há de comum é a fé em Deus, o que há de comum é a congregação através
10:01da igreja.
10:03Então, a igreja sempre foi muito plural e sempre foi muito dividida.
10:08Isso, quem me diz, são os próprios cardeais.
10:12A história é longa, né?
10:13A gente viu que lá atrás o Martim Lutero fez o grande cisma, né?
10:19Porque ele concluiu que a igreja católica não estava alimentando as suas expectativas
10:24e que não era exatamente o que ele via na Bíblia.
10:29E aí abriu o protestantismo e acabou se transformando em vários segmentos.
10:35E o que é hoje?
10:36Então, a igreja católica é uma congregação, é uma união de vários e vários sentimentos
10:44e que tem em comum Deus e que tem em comum essa congregação na igreja católica.
10:49E os cardeais, eles projetam exatamente isso e representam isso.
10:54Daí a dificuldade de comparar a igreja católica com política ou com partido político, né?
11:01Mas é isso aí, tem junto ali a política do que eu penso.
11:06Me disse o cardeal que está lá, inclusive lá em Roma na Cabela Sistina, né?
11:12O Paulo César.
11:15O seguinte, a gente tem uma...
11:16Foi ele que me disse isso.
11:18A gente tem uma tendência de achar que os outros devem gostar do que a gente gosta.
11:23Então, nós, católicos, achamos que os evangélicos deveriam gostar ou amar a Deus do jeito que a gente ama.
11:32Não.
11:33Eles amam a Deus, os evangélicos, os espíritas e outras religiões, da maneira deles, né?
11:40Então, na igreja católica também tem essa dificuldade entre os cardeais.
11:44Imagina, se existe entre os cardeais, olha, para chegar a cardeal é um caminho, um caminho longo, né?
11:51Então, se tem essa diferença entre eles, imagina entre nós que somos seguidores da igreja católica.
11:58Então, é um processo muito complexo.
12:01Como diz o Lucas, é muito místico, né?
12:05É um sentimento ali do Espírito Santo que ilumina e tem dado certo, né?
12:10Os papas da igreja católica fizeram história.
12:15E a importância de um papa é também muito histórica.
12:18Que era quem coroava os reis, né?
12:20Para ter uma ideia do poder papal.
12:22Então, é sempre cercado de muito mistério e muito poder.
12:26Arremate, Krigner.
12:28Eu acho que é só importante, assim, é claro que a igreja católica, assim como as outras igrejas cristãs,
12:33ela tem essa característica da pluralidade em termos de ter representantes de diferentes classes sociais,
12:40e até traços culturais nesse sentido.
12:43Mas também a gente não pode negar que existe uma coesão e uma coesão também doutrinária.
12:49Porque o relacionamento do indivíduo, isso na tradição católica é presente por conta da inspiração bíblica,
12:56ou seja, todo cristianismo pensa dessa maneira.
12:58O relacionamento com Deus, com a figura do divino, ela vai além de só uma questão de foro íntimo.
13:05Ela se aplica também no foro social e público.
13:08Então, a maneira como a pessoa se relaciona com Deus vai impactar nas decisões e posicionamentos que ela toma fora também.
13:15Isso não é para dizer que ali não existe espaço para debate de ideias,
13:19ou não existe espaço para avançar em determinados assuntos,
13:22ou mesmo até conversar um pouco com o famoso espírito do tempo, né?
13:27Mas isso é sim para dizer que existem dogmas, existem princípios,
13:31existem questões que estão fincadas na Bíblia, nas escrituras sagradas para os cristãos,
13:37e também na doutrina da Igreja Católica, para os católicos,
13:40que vão ser questões que vão ser imutáveis.
13:43Então, por exemplo, até o Papa Francisco, muitos atribuem, né?
13:47Dizem que ele foi muito mais aberto em determinados assuntos,
13:49e claro, ele teve grandes avanços,
13:51porém, isso não se traduziu em mudanças doutrinárias para a Igreja.
13:55Então, é aí que a distinção existe entre o que é um progressismo no sentido de cardeais, etc.,
14:02e também do que seria um progressismo político, né?
14:05Acho que é só importante esse ponto dos dogmas e doutrinas da Igreja.
14:09Muito interessante, Henrique Kriegner.
14:10A gente vai acompanhar ao longo da nossa edição,
14:13mas agora não vai ter fumaça alguma,
14:16então não haverá atualização,
14:17mas é claro que a gente mantém você informado sobre tudo isso que está ao redor da escolha do novo Papa
14:22nesse conclave que começou nesta quarta-feira.