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O governo e o INSS devem utilizar recursos públicos para reembolsar aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos em seus benefícios. De acordo com o novo presidente do instituto, Gilberto Waller Júnior, o uso de verba dos cofres públicos será inevitável diante da dimensão do problema. Estima-se que cerca de 4 milhões de beneficiários tenham sido afetados, resultando em um prejuízo de R$ 6,3 bilhões. A devolução dos valores será feita diretamente nas contas dos segurados. Cristiano Beraldo analisa o caso.

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Transcrição
00:00Muitos alertas foram feitos nos últimos meses em relação aos indícios que apontavam para um mega esquema de desvios e fraudes nesses benefícios do INS.
00:11Cristiano Beraldo já em tela com a gente. Beraldo, seja bem-vindo.
00:14Ótima noite a você.
00:16Reforçando a informação para a nossa audiência, o novo presidente do INSS, no dia de ontem,
00:22disse que o plano final de ressarcimento, que ainda está sendo redigido e ajustado com a equipe do INSS,
00:31será divulgado no máximo na próxima semana.
00:35Só que já temos algumas informações e sinalizações importantes, viu Beraldo?
00:39Como o dinheiro que vai ser utilizado para ressarcir os velhinhos, os aposentados e também os pensionistas.
00:46Será o dinheiro de todos nós, o dinheiro público, Beraldo.
00:49Segundo ele, inevitável mexer no dinheiro público, pegar o dinheiro público para ressarcir aqueles que foram lesados.
00:57Bem-vindo.
00:59Caniato, boa noite, Dávila.
01:01Morte, boa noite.
01:01A nossa audiência que nos prestigia diariamente aqui nos Pingos nos Is.
01:05Olha, Caniato, há muita gente defendendo que se use dinheiro das pessoas porque,
01:10ao se dividir esses 6 bilhões pelo número de brasileiros,
01:14chega-se a uma quantia que é tida por alguns como irrisória, coisa de 30, 40 reais,
01:23como se isso fosse nada, como se as pessoas estivessem aí com 30, 40 reais no bolso,
01:30prontas para dar, para cobrir o buraco gerado pela incompetência safadeza
01:35de pessoas que ocupam cargos no governo e não atuam com a responsabilidade que deveriam
01:42em relação à função pública que exercem.
01:45Nós estamos diante de um caso escabroso, porque este não é um caso de mero desvio.
01:50A gente teve, na época do auxílio emergencial, fraudes que aconteceram com inscrições falsas,
01:58uso de CPFs falsos, enfim, era uma quadrilha especializada, pode ter tido ajuda de agentes públicos, sim,
02:06mas era uma quadrilha que estava ali para fazer fraude.
02:09Nesse caso, não.
02:10Nesse caso, houve a concordância interna dentro do INSS para que associações golpistas,
02:18associações que muitas delas sequer tinham uma estrutura mínima para serem reconhecidas
02:25como efetivas associações, pudessem já descontar na fonte, ou seja, o INSS repassava
02:32para as associações e não aos aposentados o valor mensal referente às tais assinaturas,
02:39enfim, compromissos assumidos com elas de forma fraudulenta.
02:43Então, aqui estamos falando de um crime que vai de A a Z.
02:46O envolvimento tem envolvimento político, tem envolvimento do funcionalismo público,
02:50tem envolvimento de picaretas, tem pagamento de propina, tem tudo.
02:55Esse é um caso que é um modelo amplo de corrupção que a gente vê com uma frequência
03:02assustadora no Brasil.
03:04E vai ficar por isso mesmo, quer dizer, vão socializar o prejuízo e dizer que não é só
03:09um pouquinho para cada um, mas e os outros prejuízos?
03:12E os aposentados e pensionistas, por exemplo, dos fundos de pensão das empresas estatais
03:18que foram assaltados por quadrilhas, que provavelmente tem gente da mesma quadrilha do INSS
03:24que também participou da festa do roubo do dinheiro dos fundos de pensão das empresas
03:30públicas.
03:31E aí?
03:32São os próprios pensionistas que estão pagando esse buraco.
03:36E aí eu não entendo como é que é essa decisão tomada no Brasil.
03:42Quer dizer, o roubo promovido por agentes indicados pela política, no caso do INSS, fica
03:48para todo mundo pagar.
03:49No caso dos fundos de pensão, aí os próprios pensionistas que se virem.
03:53A gente vê que o Brasil, ele vai não com uma regra sólida, ele vai conforme a circunstância,
04:01ele vai conforme o momento, ele vai conforme a popularidade da ação que se quer tomar.
04:07E a gente vê isso assustadoramente se repetirem em inúmeros casos.
04:12Até a justiça brasileira, ela funciona para o lado A ou para o lado B, conforme a pressão
04:19popular, nós estamos escravos dessa repercussão midiática, desse movimento calculado, se vai
04:28me ajudar, se vai me atrapalhar.
04:30É uma patifaria sem fim.
04:33E aí vamos assistir novamente os ladrões, aqueles que roubaram bilhões, se dando bem.
04:40Os bagrinhos vão perder a sua Ferrari, vão perder lá o seu apartamento, mas os verdadeiros
04:46mentores que são políticos, agentes públicos, esses eu não estou vendo ser incomodados.

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