Flávia Loss, professora de relações internacionais, analisou a ausência da China nas negociações comerciais dos EUA com 17 países e os impactos disso para o Brasil em meio à nova ofensiva diplomática chinesa. Lula, Brics e os dilemas do comércio global entraram em pauta.
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NotíciasTranscrição
00:00Como a gente mostrou no começo do Conexão, o secretário do Tesouro americano, Scott Bassett,
00:06disse que os Estados Unidos estão negociando acordos com 17 países e alguns podem ser concluídos ainda esta semana.
00:15Mas a China não está nessa lista.
00:18Sobre a relação entre os dois países e o que esperar no curto prazo,
00:23eu converso com Flávia Loss, professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá de Tecnologia
00:28e coordenadora da pós-graduação em Relações Internacionais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
00:38Boa noite, professora. Muito obrigado por sempre nos atender aqui com tanta qualidade.
00:43Professora Flávia, só entre a gente aqui, eu, a senhora e as milhares de pessoas que estão nos assistindo,
00:49do outro lado da tela, 17 países negociando com os Estados Unidos.
00:54Você conta um, dois, três, parece bastante.
00:56Só que os Estados Unidos, naquele 2 de abril, tarifas, quando Donald Trump aparece com aquele cartaz ali, com as tarifas,
01:03eram 180 países sobretaxados.
01:0717 não chega a 10%, né?
01:10Então, tirando a expectativa e realidade, o discurso e o que é, de fato, o que está acontecendo,
01:17existe uma enorme diferença.
01:19A senhora acha que é um discurso de vitória do Scott Besant ou ele está criando uma cortina de fumaça para dizer,
01:27olha, ainda não recebemos as ligações que nós gostaríamos tanto em volume e em qualidade,
01:33porque a China ainda não está nessa lista de negociações do tarifácio.
01:38Boa noite mais uma vez.
01:39Boa noite, Marcelo.
01:41Um prazer falar com você novamente.
01:44E, de fato, o que ele coloca é mais pressão ainda, né?
01:48Em uma relação que já está extremamente tensa, ou seja, dos Estados Unidos com o resto do mundo.
01:53Como você disse, 17 países, 17 possíveis acordos, mas nenhum inclui a China,
01:59que é a grande adversária dos Estados Unidos hoje na questão comercial.
02:04E são as duas maiores economias que afetam o sistema como um todo.
02:08Então, o mais importante é que saia um acordo com a China.
02:11Isso ainda não é uma previsão, não temos nada mais necessário.
02:19Afinal, são tarifas altíssimas.
02:23Professora Flávia, acho que a gente está tendo um pequeno problema de conexão.
02:26Talvez agora a nossa ligação esteja mais estável, mas avançando um pouquinho, é o seguinte.
02:32Então, a China não está nessa lista e também teve um movimento recente do presidente da China, Xi Jinping,
02:41que faz viagens internacionais, mas num volume muito menor em comparação com outros presidentes.
02:47É exemplo do presidente do Brasil.
02:49Só a título de comparação.
02:51Isso significa, nas entrelinhas, que o Xi Jinping, quando sai da China, é para um encontro muito importante.
02:57Claro que ele vai quando tem reunião do G20, reunião dos BRICS, mas ele esteve recentemente no Vietnã, no Camboja.
03:07Isso é uma sinalização para, olha, países que também estão bastante afetados pela tarifação dos Estados Unidos
03:15e que já fizeram um primeiro movimento, há um mês atrás, de ligar para o Donald Trump e falar
03:19vamos tentar negociar aqui, a exemplo do Vietnã, que tinha uma tarifação altíssima em comparação com os outros países.
03:28É um sinal de que o Xi Jinping está dando um alerta para a zona de influência deles?
03:33De novo, nas entrelinhas.
03:35Ou o Vietnã se fica comigo, a China ou com os Estados Unidos?
03:38Com certeza, Marcela, essa é uma sinalização muito forte da China e tem sido feita com todos os países
03:48que têm sido afetados pela guerra comercial, inclusive aqui na América Latina.
03:53No mês passado, a gente teve a cúpula da CELAC.
03:57Foi exatamente o que os chineses passaram para os países latino-americanos.
04:01Agora, essa aproximação com os países do Sudeste Asiático, da APEC, da ASEAN,
04:06porque também são países importantes ali, digo, os que fazem parte do Sudeste Asiático.
04:12Claro que eles têm tentado se aproximar mais nesse momento.
04:15Ou seja, se os Estados Unidos prejudicam o comércio de vocês, façam negócios com a China.
04:20Essa mensagem tem sido intensivamente mostrada pela política externa chinesa.
04:26Ainda que o Xi Jinping realmente não viaje muito, a política externa, a diplomacia chinesa é muito ativa em todo o mundo.
04:34Professora Flávia, e agora, nacionalizando um pouco a conversa, trazendo para o Brasil,
04:40o presidente Lula está, junto com a comitiva, em viagem internacional, privilegiando os países dos BRICS,
04:48Rússia, depois China.
04:49Também é uma oportunidade.
04:53É óbvio que esses encontros são agendados com muita antecedência por conta das agendas dos líderes.
05:01Mas, numa feliz coincidência, isso acontece num cenário dessa guerra tarifária Estados Unidos-China.
05:07Obviamente, isso vai aparecer na pauta do encontro com Vladimir Putin da Rússia, com Xi Jinping da China.
05:13Como é que o Brasil fica aí?
05:16Porque o Brasil tem esse selo de a Suíça dos Trópicos.
05:22Nós estamos ali em linha de diplomacia com todo mundo.
05:27Em determinados momentos, o Brasil vai ter que fazer escolhas.
05:31Nesse caso, escolhe pelo lado da China ou escolhe pelo lado dos Estados Unidos,
05:35por mais que o discurso oficial, nós abraçamos todo mundo.
05:38Mas, na leitura da senhora, como é que deve ficar o Brasil nessa posição agora?
05:43Nós estamos numa posição de muito destaque nesse momento por conta dos BRICS.
05:50Nós assumimos a presidência, então tem essa sombra de nós estamos mais alinhados nesse momento
06:00com os outros países que fazem parte desse bloco.
06:02No entanto, a política externa brasileira tem tentado sinalizar que continuamos respeitando os princípios
06:10da ordem internacional liberal, ou seja, o livre comércio, respeito à democracia, os direitos humanos,
06:16a gente não pode esquecer do viés político também que tem dentro dessa ordem,
06:20dos regimes internacionais e os regimes de comércio.
06:24Até no vídeo que vocês mostraram anteriormente do ministro da Fazenda,
06:27ele fala do multilateralismo e da defesa do multilateralismo.
06:30Isso abarca também as relações comerciais e o Brasil tem defendido essa pauta.
06:37Sofre pressão dos dois lados, porque americanos, europeus, questionam muito essa parceria com a China.
06:43Mas, por outro lado, é o nosso principal parceiro comercial.
06:47A China hoje é o principal parceiro comercial da maioria dos países latino-americanos
06:52e essa é uma realidade incontestável.
06:54Enquanto a gente não consegue negociar como gostaríamos com os americanos,
06:59nem ratificar de uma vez o acordo Mercosul-União Europeia, que ainda tem um longo caminho,
07:05a China oferece um caminho aberto para os negócios.
07:09E a gente não pode fechar os olhos para essa realidade.
07:12Inclusive, não só para comércio, mas para investimentos também.
07:16Isso é muito importante, muito interessante para o Brasil.
07:18E a China já fez algumas propostas, inclusive, para logística, para portos,
07:23sem que o Brasil se alinhe à rota da seda, à nova rota da seda,
07:27mas com investimentos no próprio PAC, que é um programa nacional.
07:32Então, enquanto os outros países são retestina,
07:36mostra um sinal aberto para aumentar as negociações com o Brasil,
07:40a gente tem que aproveitar essa oportunidade.
07:43A ver se vamos aproveitar essa oportunidade.
07:46Eu lembro uma frase célebre do Roberto Campos,
07:50que o Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade.
07:55Espero que essa frase tenha ficado no passado, na teoria do Roberto Campos.
08:00Obrigado mais uma vez, professora Flávia Loss,
08:03que leciona Relações Internacionais no Instituto Mauá de Tecnologia
08:06e também coordena o curso de pós-graduação em Relações Internacionais
08:10na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
08:13Professora Flávia, até uma próxima oportunidade,
08:16que eu aposto que nós vamos falar de Donald Trump mais uma vez.
08:19Boa noite e excelente semana.