A disputa comercial entre Estados Unidos e China pode beneficiar países sul-americanos. Haroldo Silva, vice-presidente do Corecon-SP, analisa como Brasil e Argentina podem aproveitar o momento para ganhar espaço no comércio global com seus produtos.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora, Mária, a guerra tarifária entre Estados Unidos e China não é completamente ruim.
00:06Pode criar também oportunidades para países sul-americanos, casos de Brasil e Argentina,
00:11que podem conquistar mais espaço com seus produtos no mercado global.
00:16Vamos analisar então esse cenário com o vice-presidente do Corecon São Paulo, Aroldo Silva.
00:21Aroldo, seja muito bem-vindo, bom dia para você.
00:24Alguns economistas falam que o Brasil não tem tanta oportunidade aqui
00:28porque a produtividade aqui no Brasil não é muito grande.
00:32Você concorda com esse olhar ou não?
00:35Você acha que a gente tem sim muita oportunidade diante desse embate tarifário Estados Unidos e China?
00:42Rafa, Mária, excelente dia para vocês. Parabéns pela condução do programa.
00:48Eu concordo em partes, eu diria, com relação à produtividade.
00:52O Brasil tem sim seus problemas relacionados à produtividade,
00:55mas naqueles produtos em que a gente tem uma maior oportunidade de alcançar os mercados externos,
01:02especialmente o mercado chinês.
01:04Agora, a gente tem bastante produtividade, que é o agronegócio de uma forma geral.
01:09Então, o Brasil, mas não só o Brasil, aqui, a Argentina, Paraguai e até mesmo Uruguai
01:15tem oportunidades na área do agronegócio, olhando para carnes, para trigo, para soja.
01:22E estes mercados que nós estamos falando, que vocês mencionaram,
01:27a disputa entre os Estados Unidos e a China,
01:30são, um lado, os Estados Unidos, grande fornecedor de alimentos para a China,
01:36até frutas secas são enviadas dos Estados Unidos para a China.
01:42E a China é um grande comprador de alimentos de uma maneira bastante ampla,
01:47inclusive alimentos para animais.
01:49Por exemplo, é o caso do sorgo, que é remetido aqui do Mercosul para lá.
01:54Então, embora o Brasil tenha, assim, os seus problemas relacionados à produtividade,
01:59no agronegócio, nós temos crescido consistentemente a produtividade
02:03e eu diria que ainda há muito espaço e o Brasil e a região é bastante competitiva
02:09para fornecer ainda mais para a China nesse momento em que as relações internacionais
02:15estão estremecidas entre os dois países, que são gigantes globais.
02:21Obrigada pela tua participação aqui com a gente.
02:23Esse espaço aí, pelo menos momentâneo do agro, é uma coisa que parece mais, digamos assim,
02:28mas até é consensual, né?
02:30Está todo mundo vendo isso e tem esse movimento.
02:33Tem o outro risco dessa guerra, que é a China buscar desovar aí parte da sua produção industrial
02:39e pressionar, aí como o Rafa trouxe na primeira pergunta,
02:42pressionar em termos de competitividade de outros países.
02:45Nessa relação Brasil-China, o Brasil também vem avançando para tentar qualificar um pouquinho
02:50essa conversa mesmo e eventualmente migrar não só para uma competição comercial,
02:55mas também atração de investimentos, possíveis investimentos da China em infraestrutura.
03:00Como é que você vê esse próximo capítulo da relação Brasil-China?
03:03Tem um próximo capítulo?
03:04Você acha que a China vai olhar para a gente mais como mercado para desovar o que eu perdi nos Estados Unidos
03:09ou tem uma construção estratégica que poderia ser caminhar para alguma coisa mais ganha-ganha?
03:15Mari, você observou muito bem, né?
03:18Existem aí riscos que são importantes, o governo brasileiro tem que ficar atento com isso,
03:23mas nós temos oportunidade sim, então vamos avaliar essas duas questões.
03:28A grande preocupação, especialmente de empresários industriais brasileiros,
03:33que a gente acompanha bastante de perto, eu sou um especialista fundamentalmente na área industrial,
03:40eles têm dificuldade de competir por inúmeras diferenças, né?
03:43A taxa de juros, por exemplo, é um dos temas que vocês estavam mencionando aqui,
03:47para conter a inflação, nós temos na próxima semana mais uma reunião do Copom,
03:51que provavelmente a gente tem ainda mais um aumento de taxa de juros selic aqui,
03:56e tudo isso acaba dificultando a competitividade de produtos que são tradables, né?
04:02Que você tem uma comercialização internacional, que eles podem vir de diferentes países.
04:07Então sim, há um risco de produtos que não forem enviados para os Estados Unidos
04:12buscarem outros mercados, e o Brasil é um mercado com 200 milhões de habitantes,
04:16mais de 200 milhões de habitantes, e é um mercado relevante.
04:18Basta lembrar também, Mari, que Jeff Bezos, por exemplo, já fez uma resposta,
04:25embora seja bastante próximo, estivesse lá na posse de Donald Trump,
04:29fez uma resposta colocando lá nos produtos da Amazon a informação seguinte,
04:35olha, esse imposto aqui, consumidor americano, adicional a essa tarifa desse produto que vem da China,
04:41quem está pagando é você, não é o produtor chinês.
04:44Então há aí uma resposta imediata, e estes produtos que por acaso, ficando mais caros,
04:50não vão para os Estados Unidos, eles podem ir para outros lugares, o Brasil é um desses lugares.
04:54Mas eu queria dizer que também há possibilidades de maior estreitamento de relações, né?
05:02O governo brasileiro, por exemplo, tomou uma atitude bastante inteligente do meu ponto de vista,
05:07dentre outros problemas que não têm tido o mesmo endereçamento,
05:11por exemplo, se aproximou do Japão, houve uma visita do próprio presidente Lula,
05:16buscando, por exemplo, mais espaço para venda de alimento brasileiro no Japão.
05:21Então, essa questão de busca de novos mercados, ela deve ser estruturante,
05:27ela deve ser constante, e o Itamaraty, todos os nossos técnicos daquele órgão,
05:34são muito experientes e certamente vão encontrar novos mercados.
05:39A China é uma grande investidora no Brasil, e eu vejo que há espaço, sim,
05:44para que a gente amadureça ainda mais essa relação,
05:48claro, sempre mantendo cuidado, porque qualquer tipo de avalanche de produto chinês
05:54pode desestruturar o mercado como o brasileiro,
05:57que evidentemente não tem o mesmo tamanho do mercado norte-americano.
06:01Há que se ficar atento, sim, você chamou bem a atenção.
06:04A gente falou bastante sobre Brasil, né?
06:07Vou pedir agora para você falar um pouquinho sobre a Argentina,
06:10outros países sul-americanos, de que forma eles podem se beneficiar
06:14com essa guerra tarifária Estados Unidos-China, por favor.
06:18Claro.
06:19Os Estados Unidos é um grande fornecedor de produtos do agronegócio para a China.
06:26Só para vocês terem uma ideia, a gente falando aqui, pegando dados rápidos aqui,
06:302022 foram exportados dos Estados Unidos para a China só de agronegócio,
06:35algo como 40 bilhões de dólares, em 2023, 33,
06:41e a expectativa é que agora em 2025 isso possa ficar em 24 bilhões.
06:45O que eu estou querendo mostrar com essa fala é que já há um processo de desaceleração
06:50ou de redução de dependência que a China vem promovendo em relação ao agronegócio norte-americano.
06:58Nós temos que lembrar, é importante dizer isso para a nossa audiência aqui,
07:03que a China está no 14º plano plurianual.
07:07As coisas lá não são feitas de uma hora para outra, são planejadas.
07:11Então já vem reduzindo essa dependência do mercado norte-americano
07:14para o fornecimento de alimentos.
07:17E aí, países como a Argentina, que oferece bastante carne, trigo,
07:23tem a oferta também de soja.
07:29Então esses três produtos a Argentina já fornece para a China
07:33e pode intensificar isso sim.
07:35Claro, nós vamos depender de condições climáticas apropriadas para isso,
07:39mas há espaço, já há essa conexão, já há essa venda.
07:42A mesma coisa no Uruguai.
07:44Uruguai também é um grande produtor de carne e pode fazer essa oferta lá.
07:48Basta lembrar que as oportunidades já começam a aparecer.
07:52A semana passada, a China já pôs restrições adicionais
07:56à venda de carne de porco dos Estados Unidos para o seu mercado.
08:01Então, nestes países aqui, inclusive o próprio Paraguai,
08:05também tem oportunidade.
08:07Vale lembrar, o clima aqui no Mercosul
08:10é propício que cada um dos países tenha aí a sua vantagem competitiva
08:16e comparativa em produtos específicos,
08:19mas a região é bastante produtora de alimentos.
08:22E, Rafa, eu diria que todo o Mercosul aqui, em especial,
08:27pode ter oportunidades interessantes nessa guerra,
08:30que é lamentável de uma forma geral,
08:33que pode resultar em juros maiores lá nos Estados Unidos,
08:38e juros maiores nos Estados Unidos mais adiante para conter inflação,
08:42pode resultar também em juros maiores em grande parte do mundo.
08:46Os malefícios, vamos dizer assim, Rafa, da guerra comercial de Trump,
08:51eles parecem já começar a sinalizar algo.
08:54Houve uma retração do PIB do primeiro trimestre nos Estados Unidos,
08:59e a razão apontada pelos especialistas, que a gente tem consultado,
09:04é que foi uma antecipação de aquisições de produtos chineses
09:10para tentar escapar das tarifas.
09:11Então, ainda temos muita movimentação, Rafa e Mari,
09:16para assistir ao longo dos próximos meses a isso.
09:19Foi só em 100 dias de governo.
09:21Imaginam o que temos pela frente diante do restante do governo Trump.
09:26Queria falar exatamente sobre isso.
09:28Você mencionou que a China já vinha num processo,
09:31ela própria, de diversificação.
09:32China que tem uma visão de longo prazo,
09:34muito mais como padrão do que outros países.
09:37Mas, nesse novo normal estabelecido pelo presidente Donald Trump,
09:41o risco político de uma decisão que muda tudo,
09:45que joga os preços lá para outro patamar,
09:48que altera essa construção de organização do comércio,
09:52parece que vai ser um fantasma permanente.
09:56Com esse ambiente mais instável,
09:58diversificação você acha que vai ser realmente uma demanda mais generalizada?
10:03E, nesse sentido, você estava mencionando já oportunidade para o Brasil,
10:06para a Argentina, mas talvez isso seja posto como,
10:09olha, para fugir das decisões políticas abruptas que podem acontecer,
10:13todo mundo vai ter que, de maneira consistente,
10:16diversificar e diversificar em vários aspectos.
10:19Você enxerga a diversificação como uma das consequências possíveis
10:22desse movimento Trump?
10:24Eu concordo plenamente com você, Mari.
10:28Enxergo, sim, a diversificação, há que se lembrar,
10:31os próprios empresários, de uma forma geral, já têm isso embutido.
10:35Você não deve ficar dependente de mais de um único fornecedor
10:39ou de um único cliente.
10:40Isso não é bom para nenhum tipo de negócio.
10:42É que, às vezes, as contingências acabam levando a isso.
10:45Mas é importante diversificar.
10:46E eu queria mencionar o seguinte, nesse processo de diversificação.
10:52Há uma janela de oportunidade, em texto, para o Brasil aqui
10:55e também para a região do Mercosul, como é o caso da nossa fala aqui.
11:00E por que eu vejo dessa forma?
11:02Nós temos ainda a utilização de carvão para a geração de energia na China
11:09e em outros lugares, como na Europa.
11:12O Brasil tem, e a região tem, basta lembrar aqui, por exemplo,
11:17o caso de Itaipu, a Binacional, Brasil e Paraguai,
11:20energia de altíssima qualidade em termos sustentáveis.
11:27E a gente pode absorver parte de investimentos
11:31que são demandantes de energia que estão, por exemplo, na Europa hoje
11:36ou que estão na China, por exemplo.
11:37Então, isso nos dá uma vantagem interessante
11:41para que estes mercados, tanto o europeu quanto o mercado chinês,
11:46possa transmitir para a gente, possa trazer aqui para a região
11:51parte dos seus investimentos que são intensos em energia elétrica.
11:54Isso é só um exemplo.
11:56E esta diversificação também de produtos de uma maneira geral,
12:01a própria Europa é um mercado fundamental para a gente.
12:04esta briga entre os Estados Unidos e a China,
12:08essa guerra, essa disputa comercial,
12:11ela ainda, para mim, parece estar muito longe
12:14de ter uma solução objetiva.
12:17O governo chinês já sinaliza, o Ministério do Comércio chinês,
12:20já sinaliza que está disposto a conversar,
12:23mas que colocou a seguinte palavra, que para mim é fundamental,
12:27e que tem a ver com a sua fala.
12:28É necessário que os Estados Unidos mostrem de verdade sinceridade.
12:34E sinceridade em alguém que muda tanto de opinião assim,
12:37eu acho bastante difícil que aconteça.
12:39O resultado final, Mari, por exemplo,
12:42para a nossa audiência, pode ser que este acordo,
12:45União Europeia-Mercosul,
12:48que está aí para ser discutido tanto tempo,
12:51possa se materializar.
12:53Então, isso seria uma forma de diversificação de mercados
12:56bastante interessante para a gente
12:58e uma diminuição evidente da dependência da própria Europa
13:02de produtos americanos ou de produtos chineses.
13:05Eles já pagaram muito caro em relação ao gás russo,
13:08a alta dependência que eles tiveram,
13:10a Alemanha, por exemplo, do gás russo.
13:12Então, sabem exatamente o que acontece
13:15dependendo de um único mercado
13:17para fornecer ou para ser comprador.
13:21Valeu, Haroldo Silva,
13:23vice-presidente do Curecom São Paulo.
13:26Até uma próxima excelente dia para você.
13:29Para vocês também.
13:30Obrigado, Rafa.
13:31Obrigado, Mari.
13:32Parabéns pelo trabalho de vocês.
13:34Muito obrigado.
13:35Parabéns pelo seu também.
13:36Valeu.
13:36Obrigado.
13:37Obrigado.
13:38Obrigado.
13:39Obrigado.