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Transcrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30Cada vez que eu vejo uma borboleta azul, é uma bênção pra mim.
00:39Ué, sai daí, rápido!
00:49Galera, tem um monte de aranha vindo ali.
00:55Meu Deus, isso aqui tá parecendo a ilha da doutora Júlia.
00:59De onde saíram essas aranhas?
01:01Elas tão vindo pra cá.
01:04Ai, o porra!
01:08Sai, ele vai me matar!
01:16Cuidado! Ele vai me matar!
01:18Eu só sei que eu tô escutando o que elas tão dizendo.
01:22E elas escutaram o que eu disse.
01:26Essa gosmia aí na sua mão, de onde veio?
01:29Essa gosmia?
01:31Não sei.
01:34Calma!
01:35Atenção, agente!
01:37De costas, um bloco em posição de círculo, olhando pra mata!
01:40É, mas eu vou ficar entre você e a Nath, viu, Ferraz?
01:43Você não vai fazer nada contra ela.
01:44Deixa o saco, monte negro!
01:47Posição agente, sabe?
01:54Toca pro QG!
01:56Não!
01:57Não!
01:57Bianca!
02:00Toca esse carro pro hospital!
02:02Ou ele tem um taco-fogo no livro.
02:04Eu acho melhor a gente ir embora por hoje.
02:15Vai ficar cada vez mais perigoso continuar a nossa missão à noite.
02:19Concordo, vambora.
02:20Tá ficando tarde.
02:22Mas a gente volta.
02:24Eu não vou sossegar
02:24enquanto não acabar com um por um desses mutantes desgraçados.
02:30Mutante bom é mutante morto.
02:33Vambora!
02:34Eu quero que você encontre um cara bacana.
02:38Que seja leal,
02:40honesto com você.
02:44Que ele te ame tanto quanto eu te amo.
02:49Se é que isso é possível.
02:52Não, Valentina.
02:53Não.
02:54De novo, meu filho?
02:55Pelo amor de Deus!
02:57De novo se movendo em confusão
02:59por causa da Sofia!
03:01Será que não é suficiente
03:03a história do rapaz morto?
03:05Agora você vai sair brigando com todo mundo
03:06que chegar perto dela!
03:07Tá doendo muito?
03:27Um pouco.
03:28É como se fosse uma cólica.
03:31Um pouco mais forte.
03:32Fica quietinha.
03:35Já vai passar.
03:39Juno.
03:42Me diz
03:43o que é que você tá vendo no meu futuro.
03:46O meu bebê vai nascer.
03:48Eu não sei, Igor.
03:50Eu não consigo ver planejado assim.
03:55O futuro me aparece em lance.
03:58Eu não escolho o que eu vejo.
04:00Não mente pra mim.
04:04Eu sei.
04:05Eu sinto que eu perdi o meu bebê.
04:13Antes eu sentia a presença dele aqui comigo.
04:17Uma presença espiritual, sabe?
04:23Como se eu não estivesse mais sozinha.
04:28Agora não.
04:29Agora eu só sinto um vazio
04:33e uma solidão terrível.
04:38Ele não tá mais aqui comigo.
04:41Não é?
04:42O meu bebezinho
04:44foi embora.
04:44Não foi.
04:48Não fala assim.
04:51Vamos esperar a doutora chegar.
04:54Ela ver seus exames
04:55pra ter certeza de alguma coisa, tá?
04:56Com licença.
05:02Como é que você tá se sentindo?
05:04Tô péssima, doutora.
05:06Ai.
05:08Fala pra mim.
05:10Me diz alguma coisa boa
05:12e me fala que eu não perdi o meu filho.
05:14Olha, infelizmente
05:15eu não posso te dizer isso.
05:17Eu tô com seus exames aqui
05:18e você realmente sofreu
05:21um aborto espontâneo.
05:23Apesar das taxas hormonais estarem altas.
05:26Olha, eu sinto muito.
05:33Não!
05:40Não!
05:42Não!
05:45Não!
05:47Não!
05:48Não!
05:48Não!
05:48Não!
05:49Não!
05:49Não!
05:55Nossa, pelo jeito você caprichou hoje, hein, gata?
06:05Claro, eu quero comemorar em grande estilo o sumiço da Nath.
06:12Você deu um sumiço nela, não deu?
06:15A gente precisa mesmo conversar sobre isso agora, hein?
06:18Claro, você me prometeu que ia acabar com ela.
06:22Pois é, eu ainda não consegui exterminar aquela moça.
06:32Ai, eu não acredito, Ferraz.
06:35Você não conseguiu de novo.
06:39Quanta incompetência.
06:40Escuta aqui, Gabriela, eu já disse pra você não falar assim comigo, hein?
06:43Eu falo como eu quiser, me solta.
06:44Muito pouco, eu já mandei muita gente comer grama, hein?
06:48Não vem cantar de galo pra cima de mim, eu não tenho medo de você.
06:50Só deu pra perceber que você é mau papo furado.
06:52Fala, mas não faz.
06:54Olha, não brinca com fogo, hein?
06:58Eu quero a cabeça da Nath.
07:01Eu quero a cabeça da Nath bem aqui, na palma da minha mão.
07:05Uma bandeja.
07:06Eu não vou desistir enquanto eu não conseguir.
07:11Eu adoro quando você fica assim, sabia?
07:13Mas, você sabe, Isabel, conforme eu te disse lá no colégio,
07:36eu pensei muito em tudo aquilo que você falou
07:39e realmente eu admito, eu fui muito injusto com o Nestor.
07:44Injusto pra caramba, né?
07:46Você ficou me acusando de ter roubado aquele cofre do colégio
07:48sem ter prova nenhuma.
07:49Você pegou pesado.
07:51Tudo bem.
07:51É, eu sei, meu filho, eu sei.
07:54E é exatamente por essa razão que agora
07:56vou aguardar o resultado da investigação policial
07:59e vou parar de fazer acusações a você.
08:01Acho bom, pai.
08:05Acho muito bom.
08:08Ó,
08:09você vai ver que eu sou inocente, viu?
08:12Tomara, meu filho.
08:13Tomara.
08:16Cirilo, eu tô tão feliz com essa sua mudança de atitude.
08:20É, muito mais importante do que o prejuízo
08:23é nós mantermos a nossa família unida.
08:26É, graças a Deus.
08:27Bom, chega de briga, então.
08:29A gente precisa de um pouco de paz nessa casa.
08:31Ô,
08:31ô,
08:32ô,
08:32ô,
08:33ô, pai.
08:37Eu acho que
08:38você me devia um pedido de desculpa, sabia?
08:44É,
08:44é,
08:46você ficou me esculachando na frente de todo mundo, né?
08:49Pegou mal.
08:57Claro.
08:59Com certeza, meu filho,
09:00eu lhe devo, sim,
09:01pedido de desculpas.
09:03Eu peço desculpas aqui a você,
09:06porque,
09:08eu admito,
09:09não deveria ter dito
09:10todas aquelas coisas horríveis
09:12sobre você.
09:14Eu acho que você também
09:15podia pedir desculpa
09:17pro papai, né,
09:17gestor?
09:18Eu?
09:18Eu?
09:19Porra.
09:21Foi ele que ficou me destratando,
09:22me chamando de irresponsável,
09:24de marginal,
09:24de ladrão.
09:26Ô,
09:26Silvia,
09:27tudo bem, minha filha,
09:28já passou.
09:30Passou não, viu, pai?
09:31Não passou coisa nenhuma.
09:35Eu fiquei
09:36muito chateado com essa história toda aí.
09:39Fiquei medo.
09:39Mas eu acho
09:41que o meu pai
09:43devia provar
09:44que ele tá mesmo arrependido,
09:45sabia?
09:46Ah, que isso, né, gestor?
09:47Deixa de besteira.
09:48Seu pai te pediu desculpas.
09:49Tá passando por cima
09:50do próprio orgulho
09:51pra te dar mais uma chance?
09:52É, só que eu acho
09:53que um pedido de desculpas
09:54é muito pouco nesse caso,
09:55viu, mãe?
09:56Quer saber?
09:58Eu quero minha mesada,
09:59quero os meus cartões
10:02de crédito de volta,
10:03quero um bom cargo
10:04no colégio
10:05porque eu acho que eu mereço,
10:05sou bom funcionário
10:06e ainda quero,
10:08não sei,
10:08um carro novo.
10:09É, um carro novo,
10:10um presentinho bom.
10:10Acho que eu mereço.
10:11Então, Nestor,
10:11você não acha
10:12que você tá abusando, não?
10:14O Nestor é impressionante, né?
10:15A gente dá a mão,
10:16ele já quer o pé.
10:17Olha, Cicida,
10:17eu não tô falando com você.
10:18Tá bom?
10:18Fica quietinha.
10:19O meu pai é que vai decidir
10:21se ele acata
10:22as minhas exigências
10:23ou não.
10:25Exigências?
10:25Do que você tá falando, Nestor?
10:28Aceita o pedido
10:28que eu te desculpe
10:29se o seu pai é pronto.
10:31Você também não tá
10:31podendo exigir nada, né?
10:33Ah, não.
10:33Uhum, não tô, né?
10:35Tô sim,
10:35pergunta pro meu pai,
10:36não tô, pai?
10:37Isso eu não tô entendendo.
10:39O jeito que você tá falando
10:40com o seu pai,
10:42parece até que você
10:43tá fazendo uma chantagem
10:44contra ele.
10:45É isso?
10:51Sempre me dá
10:54esta saudade
10:57vontade de poder te abraçar.
11:04Vem procurar
11:07sinceridade
11:11Encontre alguém bruto
11:15pra te amar
11:18Sempre me dá
11:21esta saudade
11:25vontade de poder
11:29te abraçar.
11:31É, Vavá,
11:34hoje o dia lá no colégio
11:35teve fortes emoções.
11:37Você acredita que o chato
11:37do Nestor
11:38deu uma prensa
11:39naquilo só porque
11:39ele tava conversando
11:40com a Silvia?
11:40Agora você tá
11:43aprovando o seu próprio
11:45veneno, cara.
11:46Irmão,
11:47o ciumento é assim mesmo, hein?
11:48Até você vai ficar
11:49me zoando, Vavá.
11:51Não, não tem nada a ver.
11:52Eu só tava conversando
11:53com a Silvia
11:53como amigo, sabe?
11:55Não tinha nada a ver, pô.
11:56Amigo?
11:56Sei, sei.
11:59Me engana que eu gosto,
12:00mas eu sei que você
12:01se dá de todinho
12:03pra você.
12:06É verdade, Vavá.
12:08Até o seu tom de voz
12:09muda quando você fala
12:10da Silva aqui,
12:11por favor, não.
12:12É, gente, não,
12:13mas olha,
12:13pior é a implicância
12:14do tal do Pete com o Lúcio, né?
12:16Não, o cara viu o Lúcio
12:17brilhar e depois
12:18ele ficou super desconfiado
12:19que ele é mutante, né?
12:20Aí eu tive que ficar invisível
12:22e dar uma lição, né?
12:22É?
12:25Como é que é?
12:26Quer dizer que
12:28além do Lúcio
12:30ter brilhado
12:32e o menino ter visto,
12:34você ficou invisível
12:35no colégio?
12:37Que história é essa, hein, Isis?
12:41É isso mesmo, Pepe.
12:44O Pete cismou comigo
12:45depois que me viu brilhando.
12:47A Isis resolveu
12:48dar uma lição nele
12:49e encheu o cara de cócega.
12:53É, mas ele não conseguiu
12:55ver quem era.
12:56Ai, gente, olha, desculpa,
12:59mas é que o Pete
13:00tava insuportável com o Lúcio.
13:02Ai, eu não consegui, gente,
13:03eu me descontrolei.
13:03Ai, Lucio,
13:04quantas vezes
13:04eu vou ter que repetir?
13:05Vocês têm que ser discretos,
13:06vocês têm que se preservar.
13:08A vida hoje em dia
13:09não tá nada fácil
13:10pra quem é mutante, não.
13:10Não, você tem toda razão, Érica.
13:12Gente, desculpa, tá?
13:13Mais uma vez,
13:14eu não vou fazer de novo.
13:16Eu também preciso
13:17falar uma coisa.
13:18A Renata,
13:20inspetora.
13:23Ela tá desconfiada
13:24que eu sou mutante.
13:25Ela entrou na sala
13:26e viu uma luz forte.
13:28Mas eu não tive culpa.
13:29Eu só tava tentando
13:30curar o meu tio.
13:31Será possível, gente?
13:34Onde faz o maior esforço
13:35pra disfarçar vocês
13:36aí e vocês
13:37ficam dando bandeira
13:37no colégio.
13:38Pois é,
13:39eu juro que isso
13:39não vai acontecer de novo.
13:40Foi tudo tão rápido.
13:42Eu só tava querendo
13:43curar o meu tio.
13:44Você não tinha
13:45que ter feito isso.
13:46Agora vão ficar
13:46desconfiados de você
13:47também, meu amor.
13:48Foi culpa minha.
13:50E a Clara só quis ajudar.
13:52Ela não foi por mal.
13:53Ai, meu Deus.
13:55Logo agora
13:56que tudo parecia
13:57entrar nos eixos.
13:59Érica,
14:00a gente precisa fazer
14:01alguma coisa
14:02pra reverter
14:02essa expectativa.
14:04Eu não acho
14:04nada bom
14:05o Lúcio continuar
14:06frequentando escola
14:07depois da desconfiança
14:08do Pete.
14:09Acho que ele tem
14:10que estudar em casa.
14:10Isso sim.
14:11Érica, por favor,
14:12eu não quero deixar
14:12de ir no colégio.
14:13Por favor.
14:14Não, Érica,
14:14ele não pode
14:15deixar de ir no colégio.
14:17Assim mesmo que as pessoas
14:18vão desconfiar
14:19de aquele homem.
14:20Melhor mesmo
14:21é a gente
14:22enfrentar essa situação.
14:25Calma, gente.
14:26Não precisa ficar nervoso
14:27só por causa disso.
14:29Vou abrir minhas asas
14:29pra acalmar vocês.
14:30Obrigado.
14:44Pronto, pronto.
15:02Agora você já pode me contar
15:08tudo enquanto a gente
15:10toma esse chazinho.
15:13Eu tenho estado tão mal
15:15que ultimamente, Cris.
15:18Eu não queria,
15:20mas acho que vou ter que
15:21retomar o tratamento.
15:24O tratamento com o terapeuta
15:25ou com os remédios também?
15:26com os remédios também.
15:28A última vez que eu falei
15:30com o terapeuta,
15:31ele disse que esses sintomas
15:34podiam mudar.
15:36E o que é que você tem sentido?
15:37O mesmo de sempre.
15:42A falta de interesse.
15:47Você sabe o quanto
15:48eu amo o meu trabalho, não é?
15:51Nem isso tem me motivado mais.
15:54Nem isso.
15:56Eu não consigo...
15:58Eu não consigo me concentrar.
16:03Tem apetite.
16:05Não tem insono.
16:07E o mais terrível aqui
16:11é uma sensação de fracasso, sabe?
16:17Uma vontade de chorar
16:19sem nenhum motivo.
16:23E o pior...
16:24O pior é que me dá uma vontade
16:29de terminar com essa vida,
16:31sabe?
16:31De não continuar mais.
16:33Pra quê?
16:34Minha irmã...
16:36Não fica assim, eu...
16:42Eu nem sei o que dizer.
16:47As pessoas não sabem mesmo.
16:51Elas ficam querendo levantar
16:53o astral de quem está deprimido
16:55e...
16:56e não sabem que, na verdade,
16:59isso é um erro.
17:01Só cria...
17:02ansiedade...
17:04em quem está doente.
17:06É...
17:07Pois é, minha irmã.
17:08Eu sei.
17:10Depressão é uma doença, né?
17:12Meu amor, e você deve mesmo procurar
17:14a ajuda de um médico, né?
17:16Enfim, um profissional.
17:20É isso que eu vou
17:21tentar fazer.
17:24Buscar um tratamento médico.
17:29Eu vou tentar sair dessa.
17:31Claro.
17:32E você pode contar comigo.
17:33Eu vou estar aqui sempre.
17:34para o que você precisar.
17:40E aí, Felipe?
17:41Como é que você está se sentindo?
17:43Eu estou bem.
17:45Só estou me sentindo diferente.
17:48É.
17:48Dá para ver pela sua aparência.
17:50Teu rosto está melhor mesmo, Felipe.
17:52Parece que aquela picaro da aranha
17:53ativou poderes mutantes em mim.
17:56Depois de tudo que eu já vi,
17:58eu não duvido de mais nada.
17:59Mas como assim, Felipe?
18:00Que poderes?
18:01Explique-se o direito, Felipe.
18:05É.
18:06Poderes mutantes
18:07que me permitem
18:08a comunicação com insetos.
18:11Eu posso sentir a presença deles.
18:15Eu sinto como se eu pudesse
18:17controlar mentalmente
18:18cada inseto que existe
18:21na natureza.
18:22Você jura?
18:23Agora,
18:24uma coisa muito estranha.
18:28Aquele líquido viscoso
18:30que saiu da minha mão
18:31parece que me possibilita
18:34escalar paredes.
18:36Como o Homem-Aranha?
18:38Será, Felipe?
18:41Eu posso fazer com que
18:43abelhas
18:44entrem e saiam dessa sala
18:47a hora que eu quiser.
18:55Nossa.
18:55Caramba.
18:56O que é isso?
19:09Quem é o patrão do bagulho aqui?
19:11O senhor deve ser
19:12o Chico Fuzil.
19:14Tu é o patrão do bagulho,
19:15Zagrandão?
19:16Não, meu querido.
19:17Desculpe,
19:17nós não temos patrão aqui.
19:18O que bagulho é esse
19:19de não ter patrão?
19:20Vocês têm um movimento
19:20e não tem patrão?
19:21Vai dar parada.
19:22Nós todos somos responsáveis
19:23pela ONG,
19:24Caminhos do Coração.
19:25Ah, entendi.
19:27Então quer dizer
19:27que o movimento de vocês
19:28não tem um patrão?
19:31Tem uma comissão?
19:32Gostei, não.
19:34Porque se esse bagulho
19:35pega essa moda aí, certo?
19:37Isso vai atrapalhar
19:37meu negócio.
19:39Agora é o seguinte,
19:40comigo esse bagulho
19:41não funciona não,
19:42tá ligado?
19:43Aqui nesse morro
19:43quem manda sou eu.
19:44Eu sou o dono da boca.
19:53Eu determino as ordens
19:54aqui, certo?
19:55Quem vacila comigo
19:56eu passo o rodo,
19:57meu compadre.
19:59E é isso que eu vou fazer.
20:00Vou passar o rodo
20:01em vocês geral.
20:02Certo, rapaziada?
20:09Valente,
20:09eu vim mais rápido
20:10que eu pude.
20:10Valente,
20:14a sua mão.
20:16Ela tá sumindo.
20:20Tô desaparecendo, Nath.
20:22Eu acho que eu vou morrer.
20:24Valente,
20:26a sua perna tá sumindo.
20:28O corpo inteiro, Nath.
20:31Ele tá indo embora.
20:34A parte do meu corpo
20:35que somem
20:36e depois voltam.
20:37mas vai chegar
20:40uma hora
20:41que eu vou sumir
20:41completamente
20:42até não existir mais.
20:45Isso não pode acontecer.
20:48Olha,
20:49o que vai ser
20:49da minha vida
20:50sem você?
20:52A gente precisa
20:53fazer alguma coisa
20:53e você não pode morrer.
20:55O único jeito
20:55é encontrar a Juno
20:56e fazer com que ela
20:58volte a ter contato
20:59com Lúcia
20:59o mais rápido possível.
21:01Os meus pais
21:01precisam ficar juntos
21:03de novo
21:03pra poder nascer.
21:07E atenção,
21:11assalto um milionário
21:12no centro do Rio.
21:13Uma quadrilha
21:14de bandidos
21:14mascarados
21:15assaltou uma agência
21:16bancária,
21:17levando todo o dinheiro
21:18que se encontrava
21:18no cofre.
21:19A ousadia
21:20dos bandidos
21:21impressionou os policiais
21:22que já estão
21:23investigando o caso.
21:24É o Valente
21:24no assalto?
21:25Todos os bandidos
21:25usavam máscaras.
21:27Menos um...
21:27Não, não pode ser verdade.
21:28O Valente
21:29não pode estar envolvido
21:30nisso.
21:30...conhecido pelo nome
21:32de Valente.
21:33Ele já estava
21:34na lista
21:34de procurados
21:35pela TPCom.
21:36A polícia suspeita
21:37que os demais assaltantes
21:38também são mutantes.
21:39Mais notícias
21:40depois do nosso
21:41intervalo comercial.
21:42Fique conosco.
21:44Gente, eu tô chocada.
21:45O Valente
21:46assaltando um banco?
21:47Quem faria isso?
21:47Gente, isso não pode ser errado.
21:49Tem alguma coisa
21:49por trás desse assalto
21:50porque ele jamais faria isso.
21:51É o Valente.
21:52Jamais.
21:54O Valente
21:54é um cara que eu admiro.
21:55Sempre me pareceu
21:56uma boa pessoa.
21:57Um rapaz
21:58cheio de princípios.
21:59Não dá pra acreditar
22:00uma coisa dessa.
22:00Também não dá pra...
22:01Lúcio?
22:03Lúcio.
22:04O que foi, Lúcio?
22:05Eugênia,
22:06pega um copo d'água,
22:07Erika, pé.
22:08E o Lúcio tá passando mal.
22:09Lúcio, respira, Lúcio,
22:10pelo amor de Deus.
22:10O que tá acontecendo aí, gente?
22:11O que gritaria é essa?
22:13Não, Lúcio.
22:14Lúcio.
22:15Lúcio.
22:16Lúcio.
22:18Lúcio.
22:19O que é que tá acontecendo?
22:21Você tá tremendo?
22:21O seu batimento cardíaco
22:22tá acelerado?
22:23Sim.
22:23A sua pressão tá baixa?
22:25Eu acho que ele começou
22:25a passar mal
22:26por causa do Valente.
22:27Lúcio.
22:28Por causa do Valente?
22:29É, é.
22:29Você tá sentindo, Lúcio.
22:30Fala aí pra gente.
22:31Eu acho que ele não tá conseguindo falar.
22:32Pera aí.
22:34Ele tá até sentindo dor.
22:35Clarinha,
22:36cura o Lúcio.
22:36Vai!
22:41Eu vou te curar, Lúcio.
22:43O mal não vai mais te afligir.
22:45O amor vai te curar em instantes.
22:47O amor é capaz
22:47de anular qualquer maldade.
22:48Eu não entendi nada.
23:00Por que que falar do Valente
23:02te deixou desse jeito?
23:04Tá melhor?
23:09Tô bem sim, Pepe.
23:13Que esquisito, gente.
23:14Quando eu vi o Valente
23:17na televisão,
23:18no assalto,
23:20senti uma sensação estranha.
23:22Como...
23:23Como se aquilo...
23:25Como se aquilo
23:26se fizesse parte de mim.
23:28Valente?
23:29Assalto?
23:29Eu não tô entendendo nada.
23:31Bom, a gente tava aqui
23:31assistindo TV.
23:33Aí passou uma reportagem
23:34maluca sobre o Valente
23:34assaltar um banco.
23:36Aí eu acho que ele ficou
23:36em choque assim.
23:37Como todos nós ficamos em choque, né?
23:38Vamos ver essa cena.
23:40O Valente
23:41assaltando banco?
23:43Vocês tão viajando.
23:44O Valente, ele nunca faria isso.
23:47Gente, o nosso amigo Valente
23:48que veio pra ajudar a gente
23:49a salvar a humanidade.
23:50Vocês tão de brincadeira, né?
23:52A polícia procura
23:53pistas do mutante
23:54conhecido como Valente
23:55que liderou um assalto
23:56a uma agência bancária
23:57no centro do Rio.
23:58O assalto impressionou
23:59pela audácia e frieza
24:00dos bandidos.
24:01Para a polícia,
24:02o assalto foi praticado
24:03por uma quadrilha de mutantes
24:04em busca de recursos financeiros
24:06para se manterem
24:06na clandestinidade.
24:08Gente,
24:08o assaltante não é o Valente.
24:12Eu tô vendo
24:13com a minha visão biônica.
24:15O assaltante é um metamorfo
24:17disfarçado de Valente.
24:18Eu não sabia!
24:20Tá louco!
24:21Isso é uma...
24:22É uma...
24:22Uma cilada, Pepe.
24:23Uma cilada
24:24da liga bandida
24:25pra pegar o Valente.
24:26Puxa vida!
24:27Isso daí é uma covardia
24:28desses bandidos!
24:28Será que já começou a novela?
24:45Se eu pôr na Record...
24:47Ainda tá no noticiário.
24:49O único elemento da quadrilha
24:52identificado até agora
24:53no assalto ao banco
24:54dessa tarde
24:55é conhecido pelo nome
24:56de Valente.
24:57Valente?
24:58Somente uma câmera
24:59não foi desativada
25:00no circuito interno
25:01de segurança
25:01da agência bancária.
25:03As imagens mostram
25:04Valente
25:04e os outros quatro bandidos
25:06mascarados em ação.
25:08Eles roubaram
25:08uma quantia considerável
25:09do cofre do banco
25:10e mantiveram clientes
25:11e funcionários da agência
25:12como reféns
25:13por algum tempo.
25:14Segundo testemunhas,
25:16foram momentos
25:16de puro terror.
25:17Mas o que é isso?
25:19Não pode ser.
25:21Ferraz!
25:23Ferraz, vem aqui, por favor.
25:27O que foi, gata?
25:28Você tá querendo
25:28repetir a dose?
25:30Não, Ferraz.
25:31Eu acabei de ver na TV
25:32que o Valente
25:32tá sendo acusado
25:33de ter assaltado um banco.
25:35Vi a gente do tempo?
25:36Ai, já acabou.
25:39Tem certeza?
25:40Tenho, eu vi as imagens.
25:42O Valente com arma na mão
25:43tocando terror numa agência.
25:46Quem diria, hein?
25:48Eu não podia imaginar.
25:50Não se faça desentendido, Ferraz.
25:53Foi você que armou isso
25:53pro Valente, não foi?
25:54Eu?
25:55Eu não, tô tão surpreso
25:57quanto você.
25:58E ela saber que o Valente
26:00agora é assaltante.
26:01Ele não é assaltante
26:02e você sabe muito bem disso.
26:04Eu não sei de nada.
26:05Ele é um mutante fugitivo.
26:08Capaz de fazer qualquer coisa.
26:10Olha, eu já vi muita coisa
26:11nessa minha carreira de policial.
26:12E pra mim,
26:13todo mundo é culpado
26:14até que se prove o contrário.
26:15Não, o Valente jamais
26:16faria uma coisa dessas
26:17por vontade própria.
26:18O Valente é um homem
26:18íntegro de caráter.
26:20Eu conheço o Valente
26:20com uma palma da minha mão.
26:22Ele jamais ia se envolver
26:23numa coisa dessas.
26:24Olha, Gabriela,
26:25se você viu as imagens,
26:27viu que era ele,
26:28isso prova que você
26:29não conhece tão bem
26:30assim a simutante.
26:31Não seja cínico, Ferraz.
26:34Confessa.
26:35Você tá por trás
26:36dessa história.
26:37O que é que você fez, hein?
26:39O que é que você fez
26:40pra obrigar o Valente
26:41a participar desse assalto?
26:42Não viaja, Gabriel.
26:44Eu não fiz nada.
26:45Duvido.
26:47Você tá louco
26:47por um motivo
26:48pra colocar o homem
26:49que eu amo na prisão?
26:50Eu tenho todos os motivos
26:51do mundo pra prender o Valente.
26:53O fato dele ser mutante
26:54pra mim já basta.
26:55Então não foi você?
26:58Não foi você
26:59que armou tudo isso
27:00pra incriminar o Valente?
27:01Eu já disse que não.
27:03Então como é que pode?
27:05O que aconteceu, então?
27:07O Valente ali
27:07não é ladrão.
27:08O que você tá falando, mãe?
27:11Que história é essa de chantagem?
27:13Do jeito que você
27:13tava falando com o seu pai.
27:15Mãe, não comece a inventar
27:15histórias, você não sabe de nada.
27:16Vou começar a inventar
27:17histórias de chantagem.
27:17Que chantagem?
27:19Desculpe, vamos parar
27:20com essa discussão, por favor.
27:21Ok, ok, Nestor.
27:22Eu concordo.
27:24Eu vou te devolver a mesada,
27:26eu vou te dar os cartões
27:27de crédito que você quer,
27:28eu vou te dar o carro novo,
27:29eu vou te dar o cargo bom
27:30no colégio, mas...
27:32tudo o que você quiser, tá bom?
27:36Peraí, pai.
27:36Eu não tô acreditando,
27:38você vai fazer tudo
27:39que o Nestor quer?
27:40Isso não é muito seu estilo,
27:42eu estou surpresa.
27:44Vai ser preso na consciência,
27:45não é, pai?
27:45Peso na consciência?
27:47É.
27:47Como assim?
27:48Peso na consciência, mano.
27:49Ele sabe que fez coisa errada,
27:50sabe que andou fazendo besteira
27:52e tá querendo compensar, não tá?
27:53Olha aqui, você cala a boca,
27:54seu moleque!
27:54Olha aqui, moleque...
27:55Eu não tolero essa opensa!
27:57Olha aqui, moleque,
27:58é você, e você sabe disso, tá?
28:00Você quer que eu faça o quê?
28:01Que eu conte pra minha mãe
28:02as molecagens
28:03que você anda fazendo na escola?
28:04Eu vou contar!
28:05Molecagem?
28:06Mas que molecagem
28:07você tá falando, Nestor?
28:12Cirilo?
28:14Que molecagem
28:15você anda fazendo?
28:16Não tenho molecagem
28:17nenhuma, Isabel.
28:18Não tenho molecagem
28:19nenhuma,
28:19isso é coisa do Nestor.
28:21É só pra me provocar.
28:22Ele tá testando
28:23a minha boa vontade,
28:24mas se continuar
28:25assim,
28:26você vai se dar muito mal,
28:27viu?
28:27Vai se dar mal é você,
28:29que você sabe disso.
28:30Não me desafia!
28:31Escuta, o que que tá acontecendo aqui?
28:32O que que você tá querendo
28:33insinuar, Nestor?
28:34Ele não tá querendo
28:35insinuar nada.
28:37Ele tá querendo
28:37me tirar do sério,
28:39como faz sempre.
28:39Chega, Nestor, para!
28:41O papai só tá tentando
28:42ficar uma boa,
28:43será que você não percebe?
28:44Ah, claro, claro.
28:45Nosso pai é todo bonzinho,
28:46todo coração mole,
28:47é...
28:47Olha aqui!
28:48Vai vendo, vai vendo.
28:49Chega!
28:49Chega, Nestor!
28:50Eu já concordei com tudo.
28:52Eu vou te dar os cartões de crédito,
28:53o cargo no colégio,
28:55vou te dar o carro novo,
28:56tudo o que você me pediu.
28:58Mas agora,
28:58você vai parar de me provocar.
29:00Essa história tá muito esquisita, pai.
29:02O que que é?
29:02Você não é de ceder assim
29:03pro Nestor?
29:04A menos que
29:06o Nestor realmente
29:08esteja chantageando você,
29:10não é seria louco?
29:11Não é chantageando, mas como...
29:12Chantageando?
29:13Como?
29:14Mas que ideia absurda, Isabel.
29:16A troca de quê?
29:17Ele iria me chantagear?
29:18A troca de quê?
29:19Não.
29:20Eu sou muito boba,
29:22muito ingênua mesmo.
29:23Agora eu entendi tudo.
29:26Você tá coado.
29:28Claro.
29:29O Nestor descobriu
29:30que você tá tendo
29:31o seu casinho
29:32com a professora Cristina.
29:33É isso, não é isso?
29:36O que que você tá falando, Isabel?
29:38Eu estou falando do seu caso
29:40com a professora de matemática.
29:42Mas...
29:43Que...
29:43Que caso?
29:45Não menta.
29:46Por favor.
29:48Eu vi com os meus
29:49próprios olhos
29:50no dia que eu entrei
29:52na sua sala
29:52com a minha cópia
29:54deixada.
30:07Você tava lá
30:08tão distraído,
30:10tão entretido,
30:11beijando
30:12a Cristina
30:14que você não viu
30:15quando eu abri
30:16e fechei a porta.
30:18Mas, Isabel,
30:18eu não acredito
30:19que você tá falando
30:20uma coisa dessas
30:21aqui pra mim.
30:22Cirilo,
30:23eu vi.
30:26Eu só não falei nada
30:27porque eu achei
30:30que eu podia ser discreta.
30:33Eu achei que eu podia
30:34lutar pelo nosso casamento.
30:37Eu achei que eu podia
30:38reconquistar o seu amor.
30:40Mas não dá mais.
30:43Não dá mais.
30:44Eu tô me sentindo
30:45como um vulcão
30:46prestes a explodir
30:47de tanta angústia,
30:49de tanta ansiedade.
30:52Eu tô cheia.
30:54Eu tenho que botar pra fora.
30:55Eu preciso botar pra fora.
30:56Eu sei
30:58do seu caso
31:00com a professora Cristina.
31:02Pronto, falei!
31:06Quer dizer, então,
31:07que você já sabia de tudo?
31:09Um caso
31:09com a professora Cristina
31:11ou o meu pai?
31:13Eu não tô entendendo.
31:14Desculpa,
31:14o que que tá acontecendo aqui?
31:15É isso, Silvia.
31:17O seu pai
31:18é amante
31:19da professora
31:21de matemática.
31:24Você precisa ser forte,
31:26como é que eu posso
31:31ser forte
31:31se eu acabei
31:32de perder o meu filho?
31:38Deus,
31:40se você existe mesmo,
31:43me leva embora daqui.
31:44eu te imploro.
31:49Tira a minha vida
31:50e me leva
31:51pra junto
31:51do meu filho.
31:53Não fala assim.
31:55Por favor,
31:56tente se acalmar.
31:57Você precisa repousar,
31:59ficar tranquila.
32:00Nós vamos repetir
32:01os exames.
32:02Aí as dores vão passar
32:03e você vai poder
32:04voltar pra casa.
32:05Eu não tenho casa,
32:06doutora.
32:08Eu não tenho nada.
32:09Eu não tenho ninguém.
32:10tudo que eu tinha
32:13era o meu filho.
32:16Eu não quero
32:17ficar tranquila, não.
32:19Eu não quero
32:19ficar nem um pouco
32:20tranquila, sabe por quê?
32:22Porque essa dor
32:23que eu tô sentindo
32:24não vai passar nunca.
32:26Essa dor é muito maior
32:27do que qualquer dor física.
32:28É uma dor na alma.
32:33Arrancaram
32:34um pedaço
32:35da minha alma.
32:36Nunca pensei
32:42que pudesse existir
32:43um sofrimento
32:43tão grande.
32:46Eu imagino.
32:48Mas você
32:48precisa descansar.
32:50Sai daqui.
32:52Sai daqui, doutora.
32:54Eu não quero
32:54mais ouvir a sua voz.
32:56Sai!
32:57É melhor você sair.
32:58Eu cuido dela.
32:59Olha, eu sinto muito,
33:01mas...
33:02não posso fazer nada.
33:06E agora, Juno,
33:12o que vai ser
33:13da minha vida?
33:14Vai ser como a vida
33:15de quem sofre, igual.
33:20Você fica boa
33:21e depois segue em frente.
33:27Vai viver um dia
33:28após o outro.
33:30E de repente
33:31vai engravidar de novo
33:32daqui pra frente.
33:35Não.
33:36eu nunca mais
33:37vou engravidar de novo.
33:40Não fala assim.
33:41Você não sabe
33:41o que é ficar grávida
33:42e perder um filho.
33:44Eu preferia
33:45nem ter engravidado.
33:46Preferia ter ficado seca.
33:49Essa dor
33:50só vai passar
33:51quando você se der
33:51uma segunda chance.
33:53Quando você engravidar
33:54de novo.
33:55Te ver o bebê
33:56nos seus braços.
33:57Não vai ter
33:57uma segunda chance.
34:00Eu não quero.
34:01Eu vou ser
34:04uma mulher
34:04fia
34:05seca
34:07e piedosa.
34:08Não,
34:08Gor.
34:09Eu quero me vingar, Juno.
34:13Eu quero me vingar
34:14desse mundo
34:15que nunca me deu nada.
34:17Eu passei
34:18a minha infância
34:19toda
34:20e toda
34:21a minha juventude
34:22trancada
34:23naquela concentração
34:24da doutora Júlia.
34:25Eu sei.
34:26Eu sei que você
34:27sofreu muito.
34:28mas não desiste
34:30de ser feliz
34:31por causa disso.
34:33E depois
34:33eu achei
34:37que eu tivesse
34:37encontrado
34:38a minha felicidade
34:39ao lado do Betta
34:40e ele me traiu.
34:42Mas você também
34:43já teve momentos
34:44bons na vida
34:45comigo,
34:47lembra?
34:49Quando você cuidou
34:50de mim
34:50você era feliz,
34:52não era?
34:53eu conheci
34:56a mãe e a menina
34:56do pai.
35:01Meus filhos,
35:04agora vocês
35:04são meus filhos.
35:06Quando você
35:11e o Lúcio
35:12chegaram,
35:14aquela foi
35:17a época
35:17mais feliz
35:18da minha vida.
35:19Nós éramos
35:20uma família
35:20e eu conheci
35:22o meu pai.
35:26Mas logo depois
35:27ele foi embora
35:28para o exterior.
35:31Você e o Lúcio
35:32foram tirados
35:33de mim.
35:35Eu fui presa.
35:36Tive que fugir.
35:39Tanta coisa aconteceu.
35:44E o Betta
35:45me traiu.
35:46O senhor
35:46me mudou
35:46para com esse negócio.
35:47Olha os meus olhos.
35:53Eu quero que você
35:54me fale
35:55somente a verdade.
35:56Eu vou dizer
35:57somente a verdade.
35:58Eu quero que você
35:59me diga
36:00com quem
36:01você já me traiu.
36:03Uma lucinha.
36:04A noiva do Danilo.
36:05Mas nessa época
36:06a gente não estava
36:06junto.
36:08Eu quero saber
36:09com quem você teve
36:10algum caso
36:11mais recente.
36:12No mês passado
36:13com a moça
36:15da padaria
36:15com uma mulher
36:17que eu comprei roupa
36:18lá no shopping,
36:18a vendedora
36:19e com uma mulher
36:20que eu conheci
36:21no cinema.
36:23Só isso.
36:23e eu mesmo assim
36:26tentando ser
36:27boazinha.
36:30Tentando ver sentido
36:31em viver
36:31para o bem.
36:33Sonhando com uma vida
36:34melhor para mim
36:35e para o meu filho.
36:36mas até ele
36:40foi roubado
36:41de mim.
36:42Agora chega,
36:43Juno.
36:43Chega!
36:45Eu vou voltar
36:46a ser a velha
36:48e má gorde
36:49antigamente.
36:51Eu quero fazer
36:52o mal.
36:53Não fala uma
36:53bobagem inversa.
36:54Eu quero destruir
36:55a humanidade,
36:56Juno.
36:57Que besteira,
36:58Gó.
36:58Agora...
36:59Só assim
37:02a minha sede
37:02de vingança
37:03vai ficar saciada.
37:04A CIDADE NO BRASIL
37:34É aqui unindo os dinossauros.
37:53Possivelmente
37:54velocirávidos.
37:56Difícil de acreditar
37:57que animais pré-históricos
37:58estejam atacando
37:59em pleno Rio de Janeiro.
38:00Mas estão.
38:01Alguém deve ter trazido
38:02os ovos do dinossauro
38:03da Ilha dos Mutantes
38:04para o continente.
38:05Ai, que horror.
38:07Estou ficando até arrepiada
38:08só de pensar.
38:09É, mas é bom
38:10você se preparar
38:11que é muito difícil
38:11enfrentar esses animais.
38:13Eles são muito rápidos
38:14e extremamente ferozes.
38:15E como eles foram
38:16descobertos
38:17nessa fábrica
38:17abandonada, Garcia?
38:18O vigia que fazia
38:19a ronda no local
38:20sumiu misteriosamente.
38:21E quando os policiais
38:22foram investigar o depósito
38:23deram de cara com os monstros.
38:25Saíram correndo na hora,
38:26né?
38:26Claro.
38:26É, eles tiveram
38:27muita sorte
38:27de conseguir fugir ilesos.
38:29E como eles não são treinados
38:31para lidar com esse tipo
38:31de aberração,
38:32entraram em contato
38:33imediatamente com a DP-COM,
38:35já que somos os únicos
38:36capacitados para lidar
38:37com esse tipo de operação.
38:38Sabe quantos dinossauros
38:39tem aqui?
38:40Não sei exatamente, Beto,
38:41mas não são poucos.
38:43Eles podem aparecer
38:44a qualquer momento.
38:46É melhor manter
38:46o máximo de cautela.
38:52Eu estou achando
38:53esse silêncio
38:54muito estranho.
38:55Eu também.
38:56Eu tenho a impressão
38:58de que a gente
38:59está sendo observado.
39:02Atenção, agentes.
39:03Vamos avançar
39:04por esse lado.
39:05Bora!
39:21Que estranho.
39:23Até agora,
39:23nenhum sinal deles.
39:24ali eu vi o rabo do bicho.
39:32Nossa!
39:33Tá bem bom.
39:33De um jeito,
39:34é um monstro enorme.
39:35Ele foi para aquele lado.
39:36Vamos cercar
39:37esse dinossauro.
39:37meu filho, me conta direito
39:49essa história
39:50da briga...
39:51Obrigado.
39:54Da briga do Nestor Camargo
39:56com você.
39:57Você sabia que o Cirilo Camargo
40:00é um grande amigo meu?
40:01Um grande amigo seu?
40:02É.
40:04Tem razão.
40:04Se eu tinha mencionado,
40:05eu esqueci.
40:06Aliás,
40:06isso tinha me pedido
40:07o telefone dele
40:08e eu acabei esquecendo.
40:09Desculpa.
40:10Camargo e Isabel
40:11foram meus colegas
40:12de faculdade.
40:13Aliás,
40:13nós nos falamos recentemente
40:15e estamos pensando
40:16em marcar
40:17um jantar
40:18com as famílias.
40:19O que você acha?
40:20Como é que é?
40:21Não, não, pai.
40:21É impossível
40:22de jeito nenhum.
40:23O meu desentendimento
40:24com o Nestor
40:25foi sério.
40:27Eu não vou me sentar
40:27à mesma mesa que ele.
40:28Mas, meu filho,
40:29o que esse rapaz
40:29te fez de tão ruim
40:30para você ficar desse jeito?
40:32O pai,
40:32esse rapaz
40:33é extremamente inconveniente.
40:36Ele deu em cima
40:36da Sofia na minha frente
40:37e não foi de maneira
40:38sutil, não.
40:39Ele extrapolou.
40:40Não deu para segurar.
40:41Eu não acredito,
40:42não acredito
40:44que por causa
40:44da Sofia
40:45você não vá
40:47à casa do Camargo
40:48comigo.
40:48Mas não é por causa
40:49da Sofia.
40:50É por causa
40:51desse Nestor.
40:52E o senhor
40:53está cometendo
40:53uma grosseria com ela.
40:55Amadeus,
40:56deixa eu falar, vai.
40:57Eu já estou acostumada.
40:59Sofia,
40:59eu sinto muito,
41:00mas você tem que admitir
41:01que depois que o Amadeus
41:03te conheceu,
41:04a vida dele
41:05virou só
41:06uma confusão.
41:08Põe em certo.
41:09Vem.
41:10Tudo.
41:14Ô, meu amor,
41:15me desculpa, vai.
41:17Ele não tinha o direito
41:18de falar com você
41:18dessa maneira.
41:19Deixa pra lá, amor.
41:21Eu já estou acostumada,
41:22eu te falei.
41:24Ele não deixa
41:24de ter razão, né?
41:26Antes de você me conhecer,
41:27você nunca tinha se metido
41:28em tanta confusão
41:28na sua vida.
41:29Isso é um fato.
41:30Não, eu não vou deixar
41:31pra lá.
41:31Eu vou ter uma conversa
41:32muito séria com ele.
41:33Deixa pra lá, Amadeus.
41:35Não.
41:35Esse rapaz tá nervoso,
41:36é besteira,
41:37vai por mim.
41:38É besteira.
41:39Não, eu não vou deixar.
41:40Eu vou,
41:41você tá...
41:41Não existe essa...
41:42Ai, gente,
41:43desculpa interromper,
41:45mas...
41:46Amadeus,
41:46será que você pode
41:47trocar essa lâmpada
41:48do meu quarto
41:48que queimou?
41:49Eu sou péssima
41:50nessas coisas.
41:51Uma lâmpada.
41:57Vocês mexeram com fogo.
42:00Ou vocês vão pagar caro,
42:01tá ligado?
42:02Quem me garante
42:03que esse bagulho de ONG
42:04não é fachada?
42:05Peraí,
42:05do que que você tá falando?
42:06Sei lá, meu pai.
42:07Vai que vocês estão disfarçados.
42:09Hã?
42:09Vai que vocês é de outra facção.
42:11Tão querendo invadir meu pedaço.
42:12Qual é a parada?
42:12Não, não.
42:13O senhor tá enganado.
42:15Nossa ONG
42:16não tem nada de fachada.
42:17Por favor, moço.
42:19Como a gente já conversou
42:20por telefone.
42:21Nós estamos aqui
42:22pra fazer um trabalho
42:23em prol da sua comunidade.
42:28Olha aqui.
42:30Pode ler nossos projetos.
42:31Deixa eu ver
42:31esse bagulho aqui.
42:39E essa parada aí
42:40que eu não quero ler
42:41isso hoje, não?
42:41Lê pra mim.
42:43Então,
42:43o senhor Chico Fuzil,
42:46aqui nesses papéis
42:47estão todos
42:48os nossos projetos.
42:50por exemplo,
42:52a gente tá pensando
42:53em aproveitar
42:53esse espaço
42:54pra realizar
42:56palestras
42:57com o pessoal
42:58da A.A.
43:00Dos Alcoólicos Anônimos.
43:01É,
43:01inclusive do N.A.
43:03também.
43:04Que bagulho é esse N.A.?
43:05É...
43:07Narcóticos Anônimos.
43:08Ih, não, cumpai.
43:09Vocês vão cuidar
43:10dos meus viciados,
43:11tá maluco?
43:11Pula esse item aí.
43:12Não, não,
43:13mas a gente também
43:13tá pensando em fazer
43:14várias oficinas aqui.
43:15É.
43:16Que bagulho de oficina é esse?
43:17Oficina de carro,
43:18de moto,
43:18guarda a parada.
43:19Não, não.
43:20É a oficina de cursos.
43:23Nós vamos promover cursos
43:24e contratar profissionais
43:27de cada área específica, né?
43:29E vamos dar aulas
43:30de culinária,
43:32de cinema,
43:32teatro,
43:33música,
43:34dança,
43:34capoeira.
43:35maneiro.
43:37Sem responsa.
43:38Tem várias gente aí,
43:39várias mentes criativas
43:40na comunidade, certo?
43:41Papo de futuro.
43:43Então,
43:43essa é uma das nossas intenções.
43:45É descobrir novos talentos
43:46aqui na comunidade.
43:48E,
43:48então,
43:50você vai autorizar a gente
43:52abrir a nossa ONG?
43:54Que coisa maluca
44:00você achar
44:00que você vai desaparecer,
44:01Valente?
44:01Você tá aqui.
44:02Você já nasceu.
44:04Não,
44:04Nath.
44:06Eu nasci numa época
44:07que os meus pais
44:08ficavam juntos
44:09e logo se casavam.
44:11Mas agora tudo mudou.
44:13Como a Júnior e o Lúcio
44:14não estão mais juntos,
44:16eu não vou nascer no futuro.
44:19Eu acho que tudo
44:19que acontece agora
44:20influencia os acontecimentos
44:21no futuro.
44:23Por isso,
44:23eu tô deixando de existir.
44:26Então,
44:27eu acho que
44:27tudo que acontecer
44:29entre a gente
44:29vai ser como
44:32um sonho,
44:34uma lembrança
44:35que com o tempo
44:37também vai se apagar.
44:39Não,
44:40calma.
44:40Calma,
44:41eu vou te ajudar.
44:42A gente vai colocar
44:43a Júnior e o Lúcio
44:43novamente juntos,
44:44você vai ver.
44:45Tenha fé.
44:47É o que eu mais quero,
44:48Nath.
44:50Eu quero viver
44:51pra...
44:51pra poder ficar com você.
44:59Eu te amo muito,
45:00parente.
45:05Mas não é só você
45:06correr o perigo.
45:08Hoje você quase
45:10me perde pra sempre.
45:12Como assim?
45:13Você foi atacada
45:14por algum lobisomem
45:15no abração da Picon?
45:16Não, não, não.
45:16Pior que isso.
45:18Além de ter que enfrentar
45:19a fúria daqueles lobisomens,
45:20o Ferraz tentou me matar
45:21mais uma vez.
45:22Como é que é?
45:24Não, isso é um absurdo.
45:26Você tem que denunciar
45:26esse canalha
45:27pra corrigidoria.
45:28Eu já denunciei,
45:28Valente,
45:29não adianta nada.
45:29Ele sempre se safa.
45:31Revoltante.
45:32Isso é um absurdo.
45:33Ele aproveitou que eu caí
45:35fugindo do lobisomem
45:36e fiquei na mira dele.
45:38Ele ia atirar.
45:42Ia.
45:43Mas graças a Deus,
45:44na hora, por sorte,
45:45o enigma apareceu
45:46e me salvou.
45:47Não dá pra acreditar.
45:49Esse canalha tem que ser
45:50expulso da corporação.
45:52Ainda bem que existe
45:53esse enigma, né?
45:54É.
45:55Ele é um homem muito corajoso.
45:57Sempre aparece
45:58pra ajudar as pessoas
45:58quando estão precisando.
46:00De quem será esse enigma?
46:01Eu não sei, Valente.
46:03Mas eu tenho muita curiosidade
46:05em saber a identidade
46:06desse homem.
46:06Mas não dá pra saber.
46:07Talvez ele seja um mutante, né?
46:09É, talvez é possível.
46:11Mas às vezes eu fico na dúvida.
46:13Será que não é alguém
46:14que a gente conhece?
46:15Ele pode ser humano,
46:17sem nenhum superpoder.
46:18Bom, o nome dele já diz tudo, né?
46:21Enigma, não dá pra decifrar.
46:22É.
46:23Seja quem for.
46:25Eu devo minha vida a ele.
46:26Eu também.
46:27Ele já me salvou uma vez.
46:32Se a gente vai conseguir
46:33superar isso, meu amor,
46:35a gente vai, eu, Mia, Júlio, Lúcio,
46:37você vai ver
46:37e esse pesadelo todo
46:39vai acabar.
46:41Tomara, Nath.
46:45Vai, Júlio.
46:47Tem mais uma coisa
46:48que eu quero te falar.
46:49O quê?
46:51É sobre a Gabriela.
46:56O que que tem, Gabriela?
46:57Ela esteve aqui hoje, Nath.
46:59Como é que é?
46:59E disse que você vai me trair.
47:03O quê?
47:04Ai, então, meu amor,
47:06Deus, uma ajuda, vai, por favor.
47:08Vem comigo até o meu quarto
47:09pra trocar a lâmpada.
47:11Ô, Armanda, sabe o que que é, meu filho?
47:14Vai, não custa nada, ajuda.
47:17Ô, pai, agora eu não posso.
47:20Ai, meu amor, Deus, por favor.
47:22Vai, vem comigo, vem.
47:23Você não se importa, né, Sofia?
47:25Se eu me importo,
47:27é só pra trocar uma lâmpada.
47:28Ô, deixa de ser ridícula.
47:31Ô, meu Deus, não vai fazer nada, não.
47:33É trocar uma lâmpada que você quer, é isso?
47:35Vai lá fora.
47:36Pede pro Josué, né, meu Deus?
47:38Ele tem uma escada,
47:38ele pode muito bem fazer isso pra você.
47:40Agora, ó,
47:42se fosse você, eu colocaria uma roupinha.
47:45Porque tá frio,
47:46você pode pegar um resfriado.
47:48Nossa, também não precisa.
47:49Quem não precisa vir até aqui de camisolinha
47:51pra ficar tentando seduzir o meu namorado
47:53é você.
47:54Que golpezinho antigo.
47:56Como é que é?
47:57Isso é jeito de tratar uma hóspede?
48:00Se a hóspede for você,
48:02é esse o tratamento que você merece, senhor.
48:04Sofia, por favor.
48:06Ai, ai, ai, o bicho me mordeu.
48:09Ai, ai, ai, tá correndo.
48:11Ai.
48:12É preciso passar alguma coisa.
48:13É preciso.
48:14Valeu.
48:15Já sei, eu vou pegar a caixa de primeiro socorro.
48:17É só marimbondo, gente,
48:19que nem venenoso é.
48:20Só complica essa lapa alérgica.
48:21Dá o marimbondo,
48:23vai morrer, com certeza.
48:24Ai, tô doendo muito.
48:26Ai, ai, ai.
48:26Olha aqui, vai ficar roxo.
48:29Logo a minha perna aqui é tão admirada
48:30quando eu vou na praia.
48:32Ai, ai, ai, tá ardendo.
48:35Ai, ai, ai.
48:42Eu acho que eu vou descarregar
48:4410 mil volts nesse maluco.
48:47O moço.
48:49O moço o quê?
48:50Eu tenho o nome, meu branquela.
48:52Seu Chico Fusil.
48:54Você é melhor.
48:55Eu não vejo necessidade de uma coisa dessas.
48:58Se você não quer a gente aqui, tudo bem.
49:01A gente vai procurar uma outra comunidade.
49:03Você tá querendo dizer que minha favela
49:04não tem condição de ter uma ONG?
49:05É isso que você tá falando, hã?
49:07Não, não foi isso que ela falou, não.
49:08Eu falei contigo?
49:09Te chamei no parco, playboy?
49:11Hã?
49:11Então tu cala tua boca.
49:12Chamei?
49:13Hã?
49:14Não.
49:14Então tu não se mete a besta comigo não, rapaz.
49:17Senão eu vou aí e tapo a tua boca.
49:19E eu tapo do meu jeito, tá ligado?
49:22Comédia?
49:25Eu acho que eu vou chamar as aranhas
49:27pra atacar esses traficantes.
49:29Vai.
49:30Desenvolve, branquinho.
49:32Eu não tenho mais nada pra falar.
49:33Eu só peço que você não faça nenhum mal a gente.
49:38É, sem violência.
49:40Fica na paz, por favor.
49:42Olha, Chico do Fuzil, se o senhor quiser,
49:45sei lá, nós podíamos entrar num acordo.
49:48Que tal?
49:48Acordo?
49:51Acordo.
49:52Ô meu cumpadre, não faço acordo com ninguém não, meu irmão.
49:55Aí eu sou o dão da favela.
49:56E eu já decidi o destino de vocês.
49:58E eu já decidi o destino de vocês.