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O especialista em relações internacionais Vladimir Feijó concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan. Ele analisou como será a votação durante o conclave que escolherá o próximo papa da Igreja Católica. Ao todo, 131 cardeais vão se reunir na Capela Sistina a partir do dia 7 de maio. Feijó também comentou sobre a postagem de Donald Trump em que aparece vestido como um papa, em imagem gerada por inteligência artificial, e o anúncio do republicano sobre cortes no governo norte-americano. O atual cenário da guerra na Ucrânia também foi abordado pelo professor. Maria de Carli participa.

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Transcrição
00:00A próxima semana será marcada, então, pelo conclave que vai indicar o novo Papa e ainda
00:04nas informações internacionais.
00:06Enquanto isso, na guerra na Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky rejeita a trégua de três
00:11dias que é proposta por Vladimir Putin.
00:13O nosso entrevistar agora é o especialista em relações internacionais, professor Vladimir
00:17Feijó, mais uma vez nos atendendo aqui.
00:19Tudo bem, professor?
00:20Bem-vindo.
00:20Boa noite.
00:21Muito obrigado.
00:23E aí, Tiago.
00:23Uma satisfação.
00:24Está tudo bem, sim.
00:25Muito obrigado.
00:26Bom, professor, a gente tende a começar a fazer essa discussão sobre a sucessão na
00:33igreja muito pelo lado político, com os efeitos políticos do antigo Papa, do Papa Francisco,
00:40e saber o que vai ser a partir de agora.
00:43Agora, é interessante o seguinte, eu vi uma avaliação que diz o seguinte, um artigo que
00:46dizia, com exceção de Bento XVI, o clima de já ganhou não existe no conclave.
00:52É isso, professor?
00:53É, a ideia, inclusive, aquele que ambiciona demais o grupo político que tem uma demonstração
01:02antes do conclave, tende a não votar.
01:04Exatamente, é por isso que existe o quórum de dois terços, para garantir a unidade da
01:10igreja e que, portanto, qualquer outro grupo que queira defender essa unidade, alguma pessoa
01:16ou um grupo de uma ambição muito grande, acaba travando o processo eleitoral.
01:21E por mais que a gente discuta aqui de braços políticos, ideológicos, alinhamentos ou não,
01:28a ideia é exatamente esta, tender para o centro e buscar uma força capaz de receber o mínimo
01:35de crítica possível e, a partir do início do pontificado, ter responsabilidade com as
01:40diferentes visões que devem vir unidas em torno da função da igreja.
01:46E, professor, tem muitas críticas também indicando o seguinte, que o mundo espera que
01:51seja eleito um novo chefe de Estado.
01:55Tudo bem que, na igreja, a própria função do Papa, muitas vezes, é essa.
02:00Mas, talvez, não deva ser esse foco.
02:02Mas, sim, a preocupação de se comandar uma instituição secular como a igreja católica.
02:07Também é equivocada, na avaliação do senhor, essa análise que se faz, ou que se especula,
02:14que se espera, em relação à própria figura do Papa como uma figura política?
02:21Tiago, não tem como fugir disso.
02:23Porque a curia romana, o conjunto mesmo da burocracia, do Vaticano e da Sé,
02:29um conjunto de organizações religiosas, todas fundidas para representar a fé católica romana,
02:36ela é uma administração e uma burocracia.
02:39O Papa Francisco, inclusive, tentou circundar um tanto dessa estrutura,
02:44propondo não só reformas, mas também empoderando bispos e foi criticado por tal.
02:50Então, um novo pontícipe vai ser levado em consideração para as funções do próprio pontificado
02:57e o que o conjunto de cardeais, ouvindo todas as suas paróquias, todos os seus fiéis,
03:03também espera da igreja para o futuro.
03:05Então, não pode se negar que tem, sim, o elemento burocrático,
03:09mas não é a burocracia típica de um Estado-nação que tem que prestar um conjunto de serviços públicos.
03:15É mesmo a estrutura própria da igreja construída ao longo dos milênios.
03:19Professor, vou chamar a Maria de Carli, nossa comentarista, para fazer a próxima pergunta.
03:23Maria?
03:24Oi, professor, tudo bem? Prazer em falar aqui contigo.
03:27Minha pergunta é também o que esperar do novo Papa?
03:30A gente vê um mundo cada vez mais complicado, conturbado, com uma polarização que inunda,
03:39inclusive, a escolha do Papa aí.
03:42Tem muita gente falando mal do Papa Francisco, que faleceu recentemente.
03:46Outras pessoas exaltam o seu caráter muito caridoso e tudo mais.
03:54Então, eu queria entender, assim, qual é o novo papel do Papa nesse mundo tão dividido
03:58e em trazer, né?
04:01A gente sabe que também é importante trazer mais fiéis para a igreja católica.
04:05A gente vê, a igreja católica é atual, se eu não me engano, a maior religião do mundo atualmente,
04:10mas vem perdendo muito espaço para a religião islâmica, ok?
04:13Apontam estudos que até 2070 será a maior religião no mundo.
04:18Então, nesse sentido, como é que o novo Papa vai conseguir balancear esses dois desafios?
04:22O de não perder fiéis, trazer mais fiéis e lidar com o mundo mais polarizado.
04:29Diplomaticamente, a função dos últimos Papas conseguiu, inclusive, seitas ou facções
04:34que um dia fizeram parte dessa igreja que se chamava Universal
04:38para retornar para o seio da igreja.
04:41Então, grupos de outros cristãos, o papado trabalha para a incorporação,
04:46em especial os ortodoxos, mas também trabalha para, quem sabe, reingrejar católicos
04:53que não frequentavam muito as missas, mas também fazer com que hajam conversões
04:59de outras denominações cristãs para a igreja católica,
05:03que nesses momentos de muitas transformações tecnológicas, questões morais,
05:08têm visto a igreja católica pelos seus milênios como tendo um simbolismo importante
05:14para transferir não só dogma e valores para uma vida futura com sensação de paz de espírito,
05:21mas também a ritualística e todo um conjunto de tradição importante.
05:26E aí a igreja católica sobre Francisco lidou com esse desafio.
05:31Busca-se tradições, mas também quer comunicar com os interesses específicos ao redor do mundo.
05:38Nessa espécie de busca de conversões de quem não são cristãos,
05:43sim, existe o embate com as diferentes facções, os diferentes lados do islamismo,
05:49uma outra religião monoteísta, sem contar outras religiões também.
05:53E sobre esse aspecto é importante manter as reformas do Vaticano II,
05:58que permitiu a homilia em língua local, que permitiu o contato mesmo das circunstâncias
06:05de cada uma dessas dioceses, para que os fiéis consigam ver na igreja essa fonte de referência.
06:13E ao mesmo tempo ter que lidar com as tradições.
06:16O Francisco, em especial, foi um tanto titubiante nessa convivência,
06:20ou nessa dualidade de papel, e eu imagino que um próximo Papa tenha que ter, sim,
06:26boa comunicação, siga sendo um Papa peregrino, como foi o João Paulo II e o Francisco,
06:33mas um pouco mais responsável por essa manutenção de tradições,
06:38porque é o que, no Ocidente, pelo menos, tem sido uma fonte de sucesso,
06:44pelo menos apontada como fonte de sucesso, para a reincorporação de fiéis à igreja.
06:49O professor, mudando de assunto mais nem tanto, falando sobre Donald Trump,
06:54que nessa semana teve a marca dos 100 primeiros dias, desse novo mandato dele,
07:00mas nesse sábado houve uma surpresa, porque nas redes sociais ele coloca uma imagem,
07:05feita, claro, por inteligência artificial, dele como o novo Papa, ou se fazendo de Papa, enfim.
07:12Há alguma coisa que possa surpreender mais ainda um professor de relações internacionais
07:18do que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, professor?
07:22Vindo dos Estados Unidos, é, em si, já muito surpreendente essa responsabilidade, né,
07:29de representar a instituição e o país como um todo, era levado com muito zelo.
07:34E o Trump, ao que me parece de leitura, ele acredita que a chance de sucesso dele
07:40é marcar estar sempre no noticiário e, dessa forma, ele usa do espetáculo,
07:46ele usa de eventuais escândalos, né, pelo menos aos olhos de quem é de fora,
07:50para seguir no noticiário, enquanto que o dia-a-dia da administração parece ficar em segundo plano.
07:57A própria presença dele no dia do sepultamento de Francisco,
08:02ele havia dito que se reuniria com muitos líderes,
08:05mas aí antecipou a viagem, dizendo que a prioridade era estar de volta no mesmo dia
08:10para jogar golfe.
08:11Então, quem tem que ficar mais escandalizado com essa postura
08:15são os eleitores e o povo americano.
08:17Do lado de cá, os analistas, de acordo com o que foi o primeiro mandato
08:22e o que foi a campanha presidencial esses primeiros dias,
08:25agora a gente se acostumou a ser surpreendido,
08:28ou seja, não choca quase nada esses tipos de atos que deveriam ser realmente chocantes.
08:35Maria, mais uma questão?
08:37Sim, professor, hoje, entre ontem e hoje, o Trump assinou uma nova ordem executiva
08:42ensaiando um novo orçamento,
08:44onde ele se compromete com um corte de 168 bilhões de dólares a princípio
08:50e o principal target, alvo desses cortes, são as agências federais,
08:57as agências de combate à questão do clima.
08:59Tivemos um problema aí também, anteriormente, com a questão da USAID,
09:03que era a agência de ajuda internacional.
09:05Também tivemos um corte muito forte no departamento de educação.
09:09Em contrapartida, ele aumentou, estima-se que ele aumenta para quase um trilhão
09:13o orçamento de defesa, Homeland Security, também ali com a questão das bordas.
09:19Eu pergunto a você, professor, um dos principais pilares de uma potência é o soft power
09:25e a capacidade que esse Estado, essa potência tem de transferir influência e conhecimento
09:32para demais países do mundo.
09:34Como é que você enxerga os Estados Unidos, então, diante desse novo cenário
09:37onde o Trump corta importantes agências de soft power
09:40e investe mais numa questão de tentar combater o caos interno
09:47que virou os Estados Unidos com a questão da imigração?
09:52Maria, a pergunta é excelente.
09:54Eu consigo fazer referência ao que falávamos da própria Igreja Católica.
09:57Nos últimos quase 80 anos, os Estados Unidos tentou manter-se como uma potência
10:03não assim como foram as potências do século XIX, escancaradamente imperialistas,
10:09e que ser potência na base da segurança, da estabilidade, do Estado de Direito
10:15e um conjunto de boas práticas que os outros países deveriam emular.
10:19E o que o Trump tem feito com a guerra comercial, em especial,
10:24é minar toda essa credibilidade.
10:26Junto o trabalho que o Elon Musk fez daquela secretaria especial, o DUD,
10:32para tentar aumentar a eficiência do Estado cortando gastos,
10:37ele, de alguma forma, pode ter dado um tiro no próprio pé,
10:41algo que os chineses, inclusive, escancaradamente, têm rido a respeito
10:45e deixando, por assim dizer, agora a palavra minha, os Estados Unidos se enforcar
10:50com a própria corda, não tendo aprendido do que a China,
10:54durante a revolução maoísta fez, a revolução cultural maoísta,
10:58que fez derrubar a própria estrutura, a própria burocracia,
11:03que mantinha o funcionamento minimamente do Estado.
11:07E pode ser que o Trump agora enfrente dificuldades no segundo, terceiro e quarto ano de mandato.
11:13E nas relações internacionais, em especial, esse volume de dinheiro
11:18que ele anda cortando, dizendo que é preciso influenciar a máquina
11:23em benefício do povo americano e não beneficiar o resto do mundo,
11:28é muito pouco diante o retorno que os Estados Unidos obtiam
11:31nas décadas anteriores.
11:331% de todo o orçamento para manter boas práticas e manter bons contatos
11:38e até pedidos para outros governos era algo que mantinha,
11:43ou que vinha sustentando a liderança americana
11:46como principal país negociador em diferentes assuntos.
11:50Professor, uma última questão de forma breve.
11:52O presidente da Ucrânia hoje rejeitou a trégua de três dias
11:56que tinha sido proposta pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.
12:00O senhor acha que a Ucrânia está muito inclinada
12:03nessa tentativa de se conversar com os Estados Unidos?
12:05Essa semana tivemos, inclusive, a assinatura daquele acordo dos minerais.
12:09De uma certa maneira, há uma possibilidade dessa guerra estar chegando ao fim,
12:14mas aquela máxima de ter que combinar com os russos
12:17é o que está faltando, né, professor?
12:19Isso, combinar com os russos, combinar com os europeus,
12:22por mais que tenha se feito um acordo com os Estados Unidos,
12:25é apenas um acordo de prioridade para acesso a esses minerais
12:29que não se sabe se cairão ou não do lado da administração ucraniana.
12:34Porque, ao que parece, a Rússia não está disposta a ceder território.
12:40Ela continua reivindicando cinco oblastes da Ucrânia
12:43e parte dos minérios estão aí.
12:45E, de outro lado, Tiago, esse acordo que foi anunciado,
12:49ele, em tese, seria para reconstrução.
12:51Mas metade desse acordo já é para fornecimento de novas armas
12:55para seguir lutando contra a Rússia.
12:57Então, a gente não tem ainda sequer uma pequena luz no fim do túnel
13:02para conseguir fazer projeção de quando essa guerra pode acabar.
13:05Professor Vladimir Feijó, especialista em relações internacionais,
13:08como sempre, muito obrigado pela sua gentileza.
13:11Um bom fim de semana.
13:12Voltaremos a nos falar, professor. Um abraço.
13:15Tomara que em breve. Um abraço.
13:16Um bom fim de semana.

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