Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
Antes do funeral do Papa Francisco, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontraram no Vaticano. O encontro durou cerca de 15 minutos, mas, de acordo com a Casa Branca, foi muito produtivo. Na reunião improvisada, organizada no interior da Basílica de São Pedro, foi discutido um acordo de paz. Danilo Porfírio de Castro Vieira, professor de Relações Internacionais, fala sobre o assunto.

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalJP

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E antes do funeral do Papa Francisco, como nós dissemos, o presidente norte-americano Donald Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniram para discutir um acordo de paz.
00:10Foi uma conversa relativamente rápida, mas a gente vai repercutir isso com o Danilo Porfírio de Castro Vieira, professor que sempre colabora com a gente aqui na Jovem Pan News.
00:21Professor, muito obrigado pela gentileza mais uma vez em nos atender neste sábado à noite. Grande abraço, bem-vindo.
00:30Daniel, obrigado pelo prestígio sempre e estou à sua disposição.
00:34Perfeito. Professor, essa imagem de Donald Trump e Zelensky conversando ali na Basílica de São Pedro ganhou o mundo.
00:42E aí, na sequência, o presidente ucraniano fez uma postagem falando, se referindo a esse encontro como uma boa reunião
00:50e que eles teriam tratado de uma trégua incondicional, essa expressão que ele usou.
00:56Pouco tempo depois, Donald Trump fez uma manifestação naquela sua rede social questionando se Vladimir Putin estaria
01:03verdadeiramente interessado em alcançar a paz e chegou até a falar em posição de novas sanções.
01:10Enfim, parece que nesse rápido encontro, Zelensky conseguiu trazer de volta Donald Trump para o seu lado,
01:18depois daquela rusga pública que nós acompanhamos há alguns meses.
01:22O que é preciso considerar? Para onde o conflito está caminhando, hein, professor?
01:28Bom, nós aqui observamos que, por parte dos americanos, não é?
01:35Há um ânimo de agir no processo, Daniel, de mediação e de conclusão desse conflito.
01:42Havia uma convicção do Trump, do governo Trump, do establishment do governo Trump,
01:49em ter uma solução rápida, entretanto, por parte do próprio governo russo, né?
01:56As propostas de solução ou de cessar fogo para uma posterior pacificação não obtiveram êxito.
02:07E aí nós temos que fazer, talvez, algumas ponderações.
02:13O governo russo conseguiu hoje, e aí a partir de agora nós temos que observar aqui até que as coisas andarão,
02:22o governo russo hoje conseguiu oficialmente declarar a reocupação, a reconquista do território, da região de Kursk.
02:32O que nos parece é que qualquer possibilidade de uma composição, seja de cessar fogo, seja de pacificação,
02:45não terá como objeto a possibilidade de compensações.
02:52Então, primeiramente, o que? Reocupou-se territórios que foram invadidos pelos ucranianos
03:01para que não haja nenhuma possibilidade de busca, o que? De trocas, de compensações territoriais.
03:08Esse é o grande ponto, ao meu ver.
03:10E sem contar que me parece que a paciência de Trump se esgota nessa perspectiva.
03:16Então, nós temos que agora esperar, ao nosso ver, os próximos passos, se realmente Putin sentará a mesa para a negociação,
03:31porque a situação agora, para ele, é privilegiada, e as condições, ao meu ver, partirão do governo russo para que a pacificação ocorra.
03:41Agora, professor, não sei se o senhor chegou a acompanhar, no dia de ontem, uma famosa agência de notícias
03:48divulgou informação sobre documentos que mostram justamente o impasse nas negociações sobre o fim desse conflito no leste europeu.
03:57Uma teria sido redigida pela Europa e a outra proposta pelos Estados Unidos,
04:03mas há divergências substanciais em relação à questão que envolve os territórios, as sanções e também as garantias de segurança.
04:13Quando a gente olha para essas propostas que vêm sendo discutidas, aventadas, articuladas e negociadas,
04:20quais lhe parecem os caminhos mais adequados e prováveis para a gente chegar a um bom termo,
04:27para colocar, se não um ponto final, pelo menos um ponto e vírgula nessa guerra?
04:30Um ponto e vírgula que já, né, Daniel, ocorre desde 2014 com as diversas intervenções naquela região, né?
04:39Mas o que eu quero bater na tecla, Daniel, é que não há condições de se estabelecer uma negociação de paz com o governo russo
04:49condicionando a entrada da Ucrânia, seja na OTAN, seja na União Europeia,
04:59e que haja presença de uma força de afiançamento de soberania ucraniana de origem europeia.
05:07Para os russos, a Ucrânia é uma ficção, é uma ficção.
05:15A origem da mãe Rússia, isso, nós conversamos isso desde 2022,
05:22a mãe Rússia, aos olhos do governo russo, se inicia no território ucraniano,
05:27inicia-se em Kiev.
05:31Então, não há condicionantes para se estabelecer paz,
05:38havendo o quê?
05:39Uma presença europeia naquela região.
05:41Ou mesmo o quê?
05:43Uma entrada dentro da órbita europeia da Ucrânia na perspectiva, seja política, seja militar.
05:51Então, perpassa por isso.
05:53Tanto que o próprio Putin e o próprio Trump levantaram,
05:57se há de se falar de forças de segurança, tem que ser de países neutros.
06:04Levantou-se até a possibilidade de trazer o Brasil para essa discussão,
06:08para trazê-lo como uma força militar de pacificação.
06:13Mas, volto a insistir,
06:16essa questão está se tornando, a cada dia que passa, mais europeia.
06:20E quanto mais europeia ela se torna, maior o impasse com os russos.
06:26Professor Danilo Porfírio de Castro Vieira,
06:29de Relações Internacionais, colaborando com a gente
06:32para discorrer sobre o atual momento dessa guerra no leste europeu.
06:37Professor, peço licença.
06:39Nossa comentarista Priscila Silveira fará a próxima pergunta.
06:42Priscila, com você.
06:44Boa noite, professor Danilo. Satisfação falar com o senhor.
06:46Professor, o senhor acha que esse encontro do Trump,
06:51ameaçando, questionando a Rússia de alguma maneira,
06:56ameaçando também, de alguma forma,
06:59pode influenciar nessas tratativas com relação à Ucrânia e à Rússia?
07:04Eu acredito que, doutora Priscila, nós vamos, nessa reunião,
07:12observar que o Trump quis expor que a Ucrânia não está órfão,
07:19como se, num primeiro momento, tivemos essa impressão,
07:23que, olha, o Trump é incondicionalmente pró-Rússia.
07:28E, claro, que eu insisto sempre, doutora Priscila,
07:32que a Rússia faz parte de um projeto estratégico,
07:38securitário e até econômico dos americanos,
07:42onde envolve questões chinesas e até mesmo o Oriente Médio.
07:48Mas o Trump dá um recado.
07:51Esse projeto não é um projeto incondicional.
07:54Não queiram os russos se aproveitar dessa situação.
07:59Claro que é um recurso retórico.
08:04Por trás dos bastidores, agora, nós veremos a composição.
08:07Mas volto a insistir, doutora Priscila.
08:11Agora, com a reconquista de Kersk,
08:14nós temos que ver quais serão os próximos passos.
08:17Porque agora acabou qualquer possibilidade
08:21de discurso de compensações territoriais.
08:26A Rússia está numa situação de conforto agora.
08:29Agora, professor, já dá pra elencar e projetar
08:33quais foram as principais consequências
08:36desse conflito no leste europeu
08:39para o restante da Europa?
08:40Não faz tanto tempo aqui que nós falávamos
08:43sobre uma mudança de estratégia dos governos
08:47que entenderam que seria muito importante
08:50investir mais nas suas forças armadas.
08:52Enfim, esse talvez seja um aspecto.
08:55Quais outras consequências você gostaria de listar aqui?
08:59Eu gostaria de bater na tecla da OTAN.
09:02Do destino da OTAN.
09:05Por trás de toda essa história,
09:08nós estávamos observando um redimensionamento
09:12da organização, do Tratado do Atlântico Novo.
09:16Que nasceu como resposta a combater uma guerra fria
09:20lá nas épocas da União Soviética.
09:23E que depois do fim da guerra fria,
09:26a OTAN perdeu a sua finalidade, Daniel.
09:30Perdeu.
09:31Perdeu a sua finalidade.
09:33Tanto que nós vamos ver ações da OTAN
09:36ao longo da década de 90 e dos anos 2000,
09:39na Iugoslávia, Guerra de Kosovo,
09:42Guerra do Afeganistão.
09:44E nem sempre foram exitosas.
09:48A OTAN nasce para ser um instrumento de ação americana,
09:53do hegemão americano.
09:55E o que observamos agora?
09:57Fica claro.
09:58Uma ratificação de Trump 2,
10:01daquilo que ele já falava em Trump 1.
10:04A OTAN está a serviço do hegemão americano.
10:08Não dos desejos e anseios europeus.
10:12Era para expandirmos a ação da OTAN
10:16e dos interesses europeus.
10:19E até o governo democrata,
10:20americanos na Ucrânia.
10:22E agora o quê?
10:23Nós deixamos muito claros.
10:25A OTAN tem que ser redimensionada,
10:29não na sua expansão, doutora Priscila,
10:31mas na sua regionalização.
10:35Na verdade, a Europa, como já sabemos,
10:40tem que se preocupar por conta própria
10:42da sua segurança,
10:44não contando mais com essa lógica
10:47do paladino norte-americano.
10:51O encontro de Donald Trump e Volodymyr Zelensky,
10:55a ameaça feita por Trump a Vladimir Putin,
10:59os caminhos possíveis para esse conflito
11:01no leste europeu,
11:02em destaque nessa entrevista
11:04com o professor de Relações Internacionais,
11:06Danilo Porfírio de Castro Vieira,
11:09habitué aqui da programação da Jovem Pan.
11:12Professor, muito obrigado, viu?
11:13Boa noite a você, grande abraço e até breve.
11:15Abraço forte e muito obrigado sempre.
11:20E bom fim de semana.
11:22Muito obrigado.
11:22Até mais, professor, e para você também.

Recomendado