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Você já ouviu falar em bebê reborn? Vários vídeos tem circulado nas redes sociais, com “mães” passeando e criando bebês hiper realistas. Esse mercado tem movimentado a indústria dos brinquedos, que tem diversas variações das bonecas e há até um movimento de mães de boneca que se encontram e levam até as “avós” dos bebês reborn. A psicóloga Larissa Fonseca explica o que leva diversas mulheres a tratarem os brinquedos como se fossem bebês com vida de fato.

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Transcrição
00:00A criação dos chamados bebê reborn.
00:03Diversos vídeos têm pipocado nas redes sociais com mães passeando e criando os bebês hiperrealistas.
00:10Inclusive, esse mercado tem movimentado a indústria de brinquedos.
00:14Você vê na tela aí, neste momento, uma influencer, Sweet Carol, que viralizou nas redes sociais,
00:21inclusive fazendo até um parto de um bebê reborn, de uma boneca.
00:25Ela simula ali uma bolsa gestacional e simula todo aquele procedimento do parto, rompe a bolsa,
00:36pega a boneca como se fosse uma criancinha limpa e faz tudo aquilo.
00:41Mas esse vídeo viralizou e trouxe à tona um movimento que tem crescido muito das mães de boneca.
00:48Não estou falando de criança não, viu gente?
00:50Estou falando de adultos, adultas principalmente, que fazem encontrinhos das mães de bebê realista.
00:58Elas levam as mães delas, que no caso seriam as avós dos bebês reborn.
01:03Eu quero entender o que passa na cabeça de uma pessoa que trata uma boneca como se fosse gente.
01:08O Larissa Fonseca, eu quero entender.
01:11Isso aí é normal?
01:13Tem alguma coisa por detrás disso?
01:15Isso é fruto de algum trauma, algum desvio?
01:19E aí, explica essa pra gente.
01:21São tentativas dessa mulher vivenciar a maternidade muitas vezes.
01:27E existem mulheres vivenciando a maternidade através dos bebês reborn.
01:32Acredito que, assim, do meu ponto de vista,
01:35isso pode causar uma cisão, isso pode causar um transtorno na pessoa,
01:40porque ela pode simplesmente confundir a realidade com a fantasia.
01:45Brincar de boneca é algo de criança.
01:48Agora eu posso estar sendo cancelada nesse momento, mas, enfim.
01:52O bebê reborn, ele pode ajudar a mulher a aprender como fazer uma pega na amamentação.
01:58Ele pode ensinar como fazer um banho, por exemplo.
02:01Ele pode ensinar aquela mulher a trocar a fralda.
02:05Experiências, por exemplo, um parto.
02:07Como lidar com algumas situações que estão por vir.
02:11Mas quando a gente lida com isso de uma forma,
02:13tentando lidar com a nossa possibilidade de perda
02:17ou com a nossa dificuldade em ter um bebê,
02:21isso já começa a misturar fantasia com realidade
02:25quando a gente passa a realizar esse desejo através da fantasia.
02:29Perigoso.
02:30Perigoso.
02:31Pode, de repente, se a pessoa estiver pensando em criar um bebê reborn,
02:34fazer uma consulta preventiva com o psicólogo?
02:36Sim, é porque, na verdade...
02:37Deixa eu entender o que está passando.
02:38É isso que tem acontecido.
02:40As pessoas estão criando bebês reborn.
02:43Só que aí esse bebê reborn, né?
02:45Assim...
02:46Será?
02:46Isso tem a ver, será, com alguma experiência de frustração afetiva?
02:50Tipo assim, alguém que veio, se relacionou e foi embora.
02:54O bebê não vai embora.
02:55O bebê não vai frustrar.
02:56Então...
02:56O bebê não vai trair.
02:57O bebê não vai te rejeitar.
02:59É uma boneca.
03:00Será que tem a ver com alguma experiência negativa?
03:03É possível que tenha...
03:04Normalmente tem a ver com traumas, né?
03:06E é isso que a pessoa precisa ressignificar, muitas vezes, em terapia.
03:09E conhecer.
03:10E se entender de uma forma mais profunda.
03:12E não simplesmente realizar esse desejo através de um boneco, né?
03:16É possível que o bebê ajude, quando essa pessoa está com um efeito traumático
03:22e está com dificuldade de lidar com esse luto, a entrar em contato que existe um sofrimento.
03:26Mas você vivenciar isso, experienciar uma maternidade através de um boneco, a gente está falando
03:32de uma menina, de uma criança que brinca de boneca e não de uma mulher.
03:37É perigoso.
03:39Interessante.
03:40Deixa eu trazer o comentário aqui de uma pessoa das mais sensíveis deste programa.
03:44Diego Tavares, o que você pensa sobre as mães de Bebê Reborn?
03:48Olha, primeiro, Koba, eu não posso deixar essa pauta passar sem parabenizar você ali
03:52de que foram pais de um bebê raiz essa semana.
03:55Bebê de verdade.
03:56Bebê de verdade.
03:57Bebê de verdade.
03:58E olha, eu acho que ela lá foi até muito gentil.
04:01Pra mim isso é um desvio claro, um problema psicológico muito claro.
04:05Você tratar uma boneca como um bebê, enfim, por mais que possa ser uma forma de enfrentar
04:11um trauma, de você vivenciar uma situação a qual, por qualquer motivo, você seja privado
04:16dessa situação, enfim.
04:18As motivações pra isso eu imagino que sejam as mais diversas possíveis.
04:21Mas pra mim tá muito claro que a maternidade de um bebê reborn não substitui uma maternidade
04:26real.
04:27E também grande parte disso, como o vídeo que nós veiculamos agora da Influencer Fazendo
04:32Parto, faz parte daquele aspecto espetacularizado que nós vivemos hoje em razão das redes sociais.
04:38Faz o vídeo justamente pra causar impacto, pra chocar, pra gerar esse ruído, gerar comentários
04:45que consequentemente geraram pra elas muitos likes, muitos compartilhamentos, enfim.
04:51Talvez ela não seja de fato alguém que queira experimentar um parto de um bebê, mas
04:55alguém que tá em busca de curtidas e compartilhamentos na rede social.
04:59Enfim, resumindo bem essa pauta, eu acho que isso é a grande redenção do pai e mãe
05:03de pet, que pai e mãe de pet pelo menos tem um trabalho ali, alguma coisa, né?
05:07O pai e mãe de uma boneca não tem trabalho algum, não vivencia nada semelhante à paternidade,
05:12à maternidade real.
05:13Ó, já que a gente inaugurou aí o assunto do cancelamento, eu penso a mesma coisa de
05:17pai e mãe de pet.
05:18Com todo respeito, eu acho que assim, eu gosto de cachorro principalmente, já tive vários,
05:23adoro aí os pets, mas também tem gente que trata como verdadeiras crianças, né?
05:31É, isso acontece.
05:33Tem um limite interessante, é claro que você tem que cuidar bem, tem que alimentar bem,
05:36tem que proporcionar ali uma vida boa pro seu animalzinho de estimação, seu companheiro,
05:42mas não é...
05:43Tem uma duração menor que o ser humano, mas aí a gente vê de repente um restaurante,
05:47a pessoa abrindo...
05:49Eu vi uma vez, eu vi a demora daquela mulher abrindo um carrinho e montando todo o carrinho
05:56e aí você fala assim, não, isso é uma mãe recente, enfim, e aí você vê ela colocando
06:03dois cachorros dentro do carrinho, né?
06:05É, então...
06:05É assim, ok, é uma forma da pessoa lidar com a maternidade, né?
06:11Assim, não é um ser humano, é um animal.
06:13Eu também sou mãe de pet, enfim, perdi um golden há um mês, né?
06:19Que não foi tão simples de lidar, mas...
06:22Tem luto, tem sofrimento, já perdi...
06:24Tem o luto, tem o sofrimento, tem a vivência do amor, mas não é igual a ter um filho, né?
06:29A gente não pode dizer que é a mesma coisa, que é a mesma dedicação e que a duração,
06:34inclusive, de um filho e o amor pra um filho é totalmente diferente do que a gente tem
06:38pra um pet.
06:38Realmente, realmente.
06:40Quero ouvir você também, Priscila Silveira, o que você acha desse movimento aí das mamães
06:43de boneca?
06:44Olha, eu não sei, né?
06:45Ela é a psicóloga, né?
06:47Que tá aqui, mas...
06:48Eu quero a sua opinião também, não foge não, viu?
06:50Não!
06:51Você tá andando muito com a Cássio, viu, Priscila?
06:53Não, não, não!
06:53É, você tá andando muito com a Cássio.
06:55Eu não entendo, né, cientificamente, mas o que eu quero dizer é que eu não acho
07:00que necessariamente seja, como ela diz, uma patologia, né?
07:04Da pessoa dar o banho ali.
07:06Eu acho que tem mais a ver com uma forma de a pessoa ir lá, querer saber, querer ganhar
07:13like, querer um pouco aparecer.
07:15Não tô dizendo que as pessoas não possam brincar de boneca, não estou dizendo que
07:19as pessoas não possam dar banho.
07:20Ali me pareceu até que ela tava fazendo parto, ela fez uma placenta, né?
07:25Eu não sei se ela queria ser colocada ali como mãe, né?
07:29Ou como médica.
07:30Ou como médica, de repente, né?
07:32Então, a idade dela, não sei, minha filha brinca de boneca, brincava.
07:38É uma coisa cultural.
07:40Agora, ali eu não sei se eu posso afirmar que é uma patologia.
07:44Agora, se aquilo vira uma verdade pra ela, né?
07:47Aí eu acho que fica mais...
07:49É que não é o único, tá?
07:51Na verdade, assim, ok, esse vídeo mostra o parto, mas existem outras influencers lidando
07:57com esses bebês como se fossem mães desses bebês.
08:00Como se fossem...
08:01Esse vídeo, Pri, ele trouxe a discussão de muitas mulheres que têm tratado as bonecas
08:07como crianças.
08:09Elas fazem encontro das mães dos bebês reborn.
08:12Então, eu acho que se faz isso como uma razão, né?
08:16Eu acho que pode ter solidão, pode ter alguma coisa que ela deixou de ser amada.
08:21Enfim, ou não pode ter o filho.
08:22Tem a ver com a infância, será?
08:24Eu acho que pode ter com a infância, pode ter, assim, a ver com substituição de um
08:28sentimento, sei lá, pelo outro, uma perda, sei lá, uma pessoa que não foi amada.
08:34Talvez seja isso, né?
08:35É uma tentativa que não deu certo na maternidade.
08:38O que eu poderia trazer, assim, o único, talvez, benefício, se a gente puder falar, né?
08:42Dessas mães de pet e dos bebês reborn, no meu doutorado na Unifesp, a gente tem dados
08:48de que as mulheres ainda, né?
08:50Executam o dobro de tarefas domésticas.
08:52Então, assim, se a gente não tiver as tarefas domésticas, não tiver filhos efetivamente
08:56da forma como seriam, a gente diminuiria e conseguiria se dedicar mais à carreira,
09:02mais à vida profissional e não tão, né?
09:05A questão do relacionamento, o casal consegue viver mais o relacionamento.
09:08Mas, enfim, é possível, sim, que a questão, né, do bebê reborn seja um pouco
09:14uma forma de vivenciar uma fantasia ao invés da realidade.
09:18A Cássio Miranda faz uma pergunta pra nossa Lala Fonseca.
09:22Ô, Koba, de verdade, a Lala falou bastante sobre essa questão de substituir uma criança
09:31por um bebê reborn.
09:33Nós falamos sobre a questão dos pais de pet, pais de planta.
09:36Inclusive, eu vou fazer um parênteses aqui, a Pri vai ter um problema com a filha dela
09:40que tem 17 anos e ela acabou de falar que a menina brinca de boneca, né?
09:43A menina vai ficar brava.
09:46Mas, enfim, Lala, psicologicamente, é possível essa substituição, esse tipo de substituição
09:54surte um efeito prático?
09:57Existem pessoas que conseguem cicatrizar uma dor com essa substituição?
10:02Ou é um efeito temporário?
10:04Lá na frente elas vão voltar pra esse problema?
10:07Esse problema vai ressurgir?
10:09Interessante.
10:09Existem alguns, inclusive, dados, né, que trazem hospitais que utilizam formas, né,
10:15de bonecos pra ajudar a ressignificar pra pessoa entrar em contato com essa dor.
10:20Então, sim, né, ela precisa entrar em contato com a dor do que ela tá sentindo,
10:24da perda que ela tá tendo e com a forma que ela tá lidando.
10:27Então, a gente tem que olhar pra isso no futuro.
10:29Se a gente simplesmente tá olhando e tampando isso, colocando debaixo do tapete,
10:33sim, isso vai voltar.
10:34Se a gente tá usando isso como uma ferramenta pra entrar em contato com a dor,
10:38porque às vezes a gente entra num embotamento afetivo, uma dor,
10:41a gente silencia tão grande a nossa dor de uma perda
10:44que a gente não quer lidar com isso de forma nenhuma.
10:46Então, a gente vai viver várias outras coisas que não seja essa perda
10:48ou essa impossibilidade de ter um bebê.
10:51E aquilo tá machucando a gente de uma forma profunda.
10:53Aí, sim, é um caso indicado pra pessoa entrar em contato com a dor
10:57e lidar com isso na terapia.

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