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O Chile reconheceu oficialmente o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo novas possibilidades para exportação de carne suína. Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, analisou os impactos no mercado de proteína animal.

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Transcrição
00:00O governo chileno reconheceu oficialmente o estado do Paraná como exportador de carne suína,
00:07mas uma porta aberta para negócios.
00:09Vamos analisar então como isso impacta o mercado de proteína animal no Brasil
00:14com Maurício Palma Nogueira, ele é diretor da Atenagro.
00:18Seja muito bem-vindo, Maurício, bom dia para você.
00:21O que representa de fato, na prática, a abertura desse mercado chileno?
00:27Bom dia, obrigado pelo convite.
00:30Bom, o que está acontecendo esse ano, que nós estamos vendo um aumento muito grande
00:35na demanda de proteínas no mundo todo,
00:38e o Brasil, no primeiro trimestre de 2025, aumentou muito as exportações de carne suína
00:45em maior destaque, em porcentagem,
00:48mas como a gente exporta menos que as outras carnes,
00:50a carne suína em volume ainda não é a que mais aumentou,
00:54mas nós estamos vendendo muito mais carne suína nesse momento.
00:58E o Chile é o nosso quarto maior cliente em faturamento
01:05e terceiro em toneladas de carne suína.
01:10Então o que o Chile provavelmente já está se antecipando?
01:15Há uma necessidade maior de buscar,
01:17ele deve abrir o estado do Paraná, que não exporta praticamente nada para o Chile.
01:20Então ele abre esse canal e vai começar a comprar agora do nosso segundo maior produtor.
01:29O estado do Paraná só perde para Santa Catarina e produz 20% da carne suína do Brasil.
01:36Então é uma expectativa muito boa de abertura de mercado,
01:39a suínocultura paranaense vai conseguir faturar mais, vai melhorar o desempenho,
01:46e nós vamos ter um benefício também no mercado interno, viu, Rafael?
01:49Porque existe uma crença que as exportações competem com o consumo interno.
01:56E até recentemente o Ricardo Santin, presidente da BPA,
01:59escreveu um artigo falando que as exportações subsidiam a prateleira do brasileiro.
02:04E é verdade, então quanto mais estímulo a gente tiver,
02:07mais carne suína nós vamos produzir aqui no mercado.
02:11Exatamente esse é o seu ponto, para você contar um pouquinho para a gente esse efeito,
02:15pensando em preço, porque uma coisa que a gente assistiu aí,
02:18desde o final do ano passado, mas também esse ano,
02:20foi essa dificuldade de migração entre proteínas, né?
02:24Subiu a carne primeiro bovina, aí depois subiu também o preço do suíno,
02:28acabou subindo o ovo bastante,
02:30e teve uma certa contração das alternativas aí para o brasileiro,
02:33em termos de preço de proteína.
02:35Como que você imagina esse cenário no caso da carne suína,
02:39em que medida que isso poderia ser positivo também para preço?
02:43Não vai pressionar para o alto?
02:45Num primeiro momento, quando a gente vende mais,
02:47quando exporta, os preços sobem, então é natural, né?
02:51Só que logo a nossa capacidade de produção supera tudo isso.
02:55Então se você for analisar, períodos a períodos,
02:58a gente tem um momento de preço mais alto e você tem outros impactos, né?
03:01Então não é a exportação que explica todo esse aumento de preço na proteína.
03:06Nós temos toda uma questão de custos de produção,
03:09que inclusive impactam mais do que a gente tirar a carne do mercado, né?
03:14Então o que acontece?
03:15Num primeiro momento que você tem esse desequilíbrio,
03:18existe sim uma alta de preço,
03:20que ainda você precisa ver quanto disso chega ao consumidor, né?
03:24Porque você tem lá o markup que o varejo vai trabalhar,
03:27a diferença de preço entre o que a indústria vende
03:29e o que chega ao consumidor, né?
03:31Que é o sobrepreço que o varejo coloca, né?
03:35E logo depois a gente já tem um aumento na produção.
03:40E olha que interessante,
03:41a proteína, né?
03:43Aves é muito mais rápido de produzir do que suíno.
03:46Então a resposta no setor de aves é muito mais rápida.
03:50Depois vem a suinocultura, né?
03:53A produção de carne de porco.
03:55E depois vem a carne bovina,
03:57que é um ciclo muito longo, né?
03:59Mas a gente vê esses comportamentos em todas as carnes.
04:03Agora, só uma ressalva.
04:05Em relação a preços,
04:07o que aconteceu recentemente com a carne bovina
04:10e com as outras proteínas
04:11foi uma recuperação de mercado
04:13que já era esses preços lá no final de 2022, por exemplo, né?
04:18Nós tivemos tanto aumento de produção
04:21justamente porque o produtor foi estimulado
04:24que os preços despencaram demais.
04:262023 foi a maior queda de preço nominal
04:30que a pecuária já assistiu no Brasil.
04:33E aí agora nós estamos recuperando.
04:35Então é normal que a gente tenha essas oscilações.
04:39Maurício, a gente está olhando uma situação
04:41mais, digamos, com lupa, né?
04:44Que é a exportação de carne do Paraná,
04:46carne suína, para o Chile.
04:48Vamos agora fazer um distanciamento
04:50e entender melhor em que medida
04:52a gente aqui no Brasil
04:53e o setor de carne, produção de carne,
04:56de tudo quanto é tipo,
04:57de que forma esse setor acaba sendo afetado,
05:00se beneficiando daquilo que está ditando
05:03os rumos da economia global hoje,
05:04que é a guerra tarifária.
05:06Como você vê o atual momento do Brasil
05:08nesse setor
05:09e o que você vislumbra para o setor
05:11nos próximos meses?
05:13Olha, aí é uma questão importante.
05:16A guerra tarifária colocou uma bagunça enorme
05:19no mercado.
05:20Então, a gente pouco sabe o que vai acontecer.
05:23Mas o que dá para resumir aqui?
05:26No longo prazo, a hora que tudo isso acabar,
05:28o Brasil vai ter uma posição muito melhor
05:30no mercado de proteínas.
05:32O que nos assusta é o que acontece no momento.
05:35E aí pode acontecer as duas coisas.
05:37Então, dependendo de ajustes que a gente faça no mercado,
05:40a gente pode perder timing para vender
05:42algum produto para determinados países
05:44que estão negociando.
05:45Por exemplo, ver o Chile.
05:47Vem aqui, abre para o Paraná.
05:49Anuncia essa abertura.
05:50Agora as indústrias vão negociar a venda.
05:54Até isso embarcar e se traduzir em efetivação,
05:58demora um pouquinho.
05:59E o que é preocupante nesse momento
06:02é que nós estamos falando aí
06:04de dois players gigantescos.
06:06Então, Estados Unidos e China
06:09são os maiores produtores de proteínas
06:13e são os maiores importadores também de proteína.
06:19O Brasil é o maior exportador de proteína,
06:21na hora que a gente soma as três carnes.
06:23Então, dependendo do que acontece no mundo,
06:25nós podemos sim ter um impacto de um aumento muito grande
06:29de compra de proteína aqui no Brasil,
06:32porque o Brasil tem, atende, tem qualidade, tem garantia.
06:36Então, tudo isso a gente está muito bem posicionado.
06:39E aí sim a gente pode ter um efeito nos preços,
06:43aumentando os preços momentaneamente aqui no Brasil.
06:46Nesse ponto, seja para baixo ou para cima,
06:49independente do que acontecer,
06:51a gente não pode se apavorar.
06:52O que nos preocupa como analistas de mercado
06:54são ideias de intervenção.
06:57Por exemplo, o que a Argentina fez com as retenciones.
07:00Se a gente fizer isso, a gente destrói o setor,
07:03a gente acaba com a capacidade dele produzir.
07:06Então, a gente tem que se preparar,
07:08melhorar o máximo possível a nossa dinâmica,
07:11a nossa logística para atender melhor o consumidor,
07:14porque num segundo momento,
07:16a gente vai produzir bem mais do que a gente produz.
07:19Isso é ótimo.
07:19Se a gente pegar a cadeia de carne bovina,
07:24que a gente estuda muito aqui,
07:26cada real que entra numa fazenda de bois,
07:28circula outros R$ 5,00 na economia.
07:30Então, quanto mais a gente produzir,
07:33mais forte fica a nossa economia,
07:35principalmente nessas regiões do interior.
07:37Juntando um pouquinho até os dois assuntos,
07:40o primeiro sobre a importância de alguma maneira
07:43do preço para tornar a produção viável,
07:46quando você falou que o preço caiu muito.
07:48Então, a importância disso para tornar a produção viável
07:50e a questão de ampliar a produção.
07:52Queria que você falasse ainda sobre os suínos,
07:54na verdade.
07:56Quais são hoje os gargalos para a ampliação
07:58dessa produção de maneira competitiva?
08:00Quer dizer, o crédito a gente sabe que é um assunto no Brasil,
08:03mas tem questões específicas do setor
08:05que ainda poderiam atravancar um aumento maior
08:08e uma resposta, ainda que de médio prazo,
08:10a esse novo cenário de possível maior demanda?
08:14Eu acredito que o nosso maior problema na sua inocultura
08:18não esteja nas ferramentas para produzir,
08:24seja crédito, insumos, infraestrutura, capacidade.
08:27Eu acho que a sua inocultura no Brasil
08:29pagou por muito tempo um preço um pouco mais alto.
08:32Se você analisar todas as proteínas,
08:35a gente consome muito mais aves, carne bovina
08:38do que o mundo, a média mundial,
08:41falando em quilos per capita.
08:43No caso da sua inocultura,
08:45o brasileiro nunca foi um grande adepto de consumo.
08:48Nós não somos um grande consumidor per capita
08:50de carne suína.
08:52Agora está mudando.
08:54Então, a gente sempre teve uma fragilidade de mercado.
08:57Se você aumentar muito a produção, aumenta muito o risco.
09:00Então, à medida que a gente vai criando hábitos aqui,
09:04exportando mais e aumentando o consumo interno,
09:08produzir no setor começa a ficar muito mais seguro
09:12do que em anos anteriores.
09:14Então, em termos de estrutura,
09:15claro, aí nós vamos entrar com os mesmos problemas
09:18que nós temos para toda a produção.
09:20Então, investir no aumento de produção
09:22demanda recursos pesados.
09:26Principalmente no caso de proteína animal,
09:29você tem que montar toda a infraestrutura,
09:32se preparar com insumos.
09:33Ela demora um pouquinho até fazer o faturamento.
09:37Então, o início do processo,
09:40ele depende, sim, de crédito, de investimento,
09:43de parceria entre produtores e indústrias.
09:47Mas eu acredito que não seja isso o empecilho.
09:50Eu acho que o nosso maior problema,
09:51a gente não evoluiu ainda mais na sua inocultura
09:54por conta do risco do mercado interno,
09:58que é um pouco menos apetitoso para a carne,
10:03tem menos apetite para a carne suína.
10:06Isso começou a mudar a partir de 2021.
10:09Então, justamente por a gente ter colocado
10:11muito mais no mercado,
10:12com o início da pandemia,
10:13no segundo momento,
10:15a gente começou a melhorar o hábito do brasileiro
10:18em ir atrás de carne suína.
10:19Então, nós estamos melhorando a confiança
10:24que o produtor tem de investir nessa atividade.
10:29Então, nós vamos, provavelmente,
10:30ver um crescimento muito grande
10:32da sua inocultura no Brasil.
10:34Maravilha!
10:34Este foi Maurício Palma Nogueira,
10:36diretor da Atenagro.
10:38Muito obrigado pela sua participação em esclarecimentos.
10:41Até uma próxima.
10:42Excelente dia!
10:44Eu que agradeço.
10:44Obrigado pelo convite.
10:45Tchau, tchau!
10:46Tchau!

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