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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu não pautar o requerimento de urgência do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A oposição, liderada pelo PL, considera a medida um descumprimento de acordos e ameaça romper a aliança com Motta.

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Transcrição
00:00Após jantar com integrantes do primeiro escalão do governo, o presidente da Câmara, Hugo Mota,
00:05ele costurou um acordo com os líderes partidários e decidiu não votar a urgência do projeto da anistia na Casa.
00:12O anúncio abriu uma crise com a oposição, que ameaça, inclusive, romper politicamente com Mota.
00:19O PL é a maior bancada da Câmara, com 92 deputados.
00:23E segundo o líder da sigla na Casa, Sostenes Cavalcante, é preciso estabelecer um limite na relação com o presidente.
00:31O eventual rompimento poderia impactar desde a divisão do valor nas emendas de uma comissão na Casa
00:38até uma possível votação da anistia quando Hugo Mota estiver fora.
00:43E aí, Altineu Cortes, que é o primeiro vice-presidente da Câmara, estaria no comando e poderia tomar essa atitude.
00:50A primeira iniciativa tomada pela oposição foi a retomada da obstrução total à pauta da Casa
00:57até que o perdão seja pautado.
01:00Se confirmado, essa paralisação poderá impedir a votação da PEC da Segurança Pública
01:07e também a ampliação da isenção do imposto de renda.
01:11Começar essa rodada com o Roberto Mota.
01:14O Hugo Mota, muito convicto, decidido, fez uma articulação e parece que conseguiu uma adesão
01:22de alguns outros partidos para travar esse movimento para votar o requerimento de urgência da anistia a Mota.
01:32O Hugo Mota, presidente, está muito certo de que o PL da anistia não deve ser tratado neste momento.
01:39Eu tenho a impressão que essa é uma decisão que depois vai voltar para sobrar quem a tomou.
01:48Essas pessoas estão ignorando a importância que esse assunto tomou.
01:55Eu espero que o Congresso mais conservador da história tenha consciência disso.
02:01Eu já disse aqui, eu não sei muito bem como funciona o mecanismo de obstrução,
02:07mas se ele tiver alguma eficiência, ele deve ser usado nesse momento,
02:14porque o Congresso Nacional está à beira de se tornar completamente irrelevante.
02:22Do jeito que os seus líderes estão se posicionando, ele está se tornando um mero apêndice de outro poder.
02:33Dávila, a gente pôde ler as notícias divulgadas em vários veículos,
02:38dizendo que o Hugo Mota fez uma articulação e conseguiu travar o andamento do projeto da anistia.
02:45E, segundo as informações, agora ele e outros líderes partidários, naturalmente, iriam discutir o mérito da matéria.
02:57E aí eu preciso te questionar, qual é a ideia?
03:01Alterar o texto do projeto que foi apresentado até aqui?
03:07Qual é o trecho mais sensível que você entende?
03:11É quando ele é amplo demais e pode abarcar, inclusive, aquelas figuras que teriam discutido a possibilidade de um golpe ainda em 22?
03:23Peniato, é preciso olhar essa questão sobre dois prismas.
03:27Primeiro, a questão do regimento interno da Câmara e, segundo, a estratégia política da oposição.
03:34Primeiro, vamos olhar o regimento interno.
03:37Primeira coisa, quando você tem um protocolo aí de urgência, como foi o caso do PL da Anistia, que teve as 262 assinaturas,
03:46não pode ser alterado e nem retirado a assinatura.
03:49Então, isso aí tá feito, não dá pra ir lá hoje e retirar, porque é justamente um requerimento de pedido de urgência.
03:56Tá certo?
03:56Segundo ponto, é que se você tiver 257 deputados em torno de um projeto, ele pode votar, se tiver os 257 votos, e colocar na ordem do dia e truncar o presidente da Câmara.
04:12Ele pode colocar o projeto na ordem do dia.
04:14Isso são artifícios do regimento que podem passar por cima desse super veto do controle que tem o presidente da Câmara.
04:24Mas por que a oposição não está apelando pra isso?
04:28Porque a oposição ainda está refinando o projeto da Anistia.
04:33E isso faz com que o presidente da Câmara ganhe tempo.
04:36E aí, olha, não deu, o Colégio de Líder não quer discutir o projeto agora, tal.
04:40Ele consegue enrolar.
04:42E aí a oposição faz parte da obstrução, que, ou seja, obstruir o trabalho em algumas matérias importantes.
04:49Mas ainda não vai pra esse confronto atômico que eu digo, que é usar esse grande poder, empurrar essa pauta do dia e fazer votar.
04:57Neste meio tempo, a oposição está refinando o projeto.
05:02A notícia que saiu recentemente, aliás, hoje, foi que o deputado Sostens começou a refazer o projeto
05:10e até pensa em chamar membros do Supremo e do governo para desenhar um projeto que seja palatável a todos.
05:20Então, a oposição está trabalhando também.
05:23Se chegar neste projeto, aí certamente vai andar aí rápido.
05:28E hoje, o primeiro esboço desse projeto do deputado Sostens é pra que a anistia seja apenas para aqueles que se envolveram nos atos de depredação do patrimônio no 8 de janeiro.
05:43Então, é aquela, vamos dizer, anistia restrita que a gente já discutiu aqui no programa várias vezes.
05:49Agora, se tiver o apoio de algum membro ou membros do Supremo endossando essa tese e o governo, pelo menos, não obstruindo, capaz que o projeto da anistia vá.
06:01Então, eu entendo que a oposição está apelando, sim, para a obstrução, para marcar a posição e criar dificuldade para o presidente Hugo Mota,
06:10mas está trabalhando na redação desse projeto final, com o apoio inclusivo do Supremo e do governo, para que ele possa ser aprovado.
06:20E aí, se tiver redondo e Hugo Mota continuar a resistir, certamente esse outro tiro de canhão pode ser usado
06:28e a oposição forçar o projeto da anistia ser apresentado na ordem do dia e aí, sim, colocado em votação imediatamente no plenário.
06:38É, esse é um cenário, né, Mota? Esse cenário bem descrito pelo Dávila, alterações no texto para ajudar na tramitação.
06:48Só que também tem o outro cenário, esse rompimento com o Hugo Mota e na possibilidade de uma viagem dele, por exemplo,
06:55vai ao Vaticano, Altineu Cortes, que é o vice-presidente, poderia colocar em votação.
07:01Aí seria um cenário bem curioso, para não dizer preocupante, né? O que poderia acontecer depois? Você, Mota.
07:11Eu acho difícil que essa hipótese levantada pelo Dávila, esse cenário, avance.
07:20Eu acho que o Brasil está numa situação onde demonstrações de fraqueza não levarão a lugar nenhum.
07:30Então, se você tem um momento, você pertence a um dos poderes da República
07:39e tem um outro poder, indevidamente interferindo no que você pode fazer,
07:47então vamos supor que eu sou um poder da República e eu posso fazer um determinado ato.
07:52Aqui do meu lado está o Cristiano Beraldo, né?
07:54Aqui do outro lado.
07:55Porque ele é de outro poder da República, não tem nada a ver comigo.
08:00E aí ele está dizendo, ô Mota, eu não estou gostando do que você está fazendo aí não, Mota.
08:04Para, para.
08:06Mas o que eu estou fazendo está 100% dentro da Constituição e é o meu dever fazer.
08:13Aí vocês acham que se eu chegar para o Cristiano e lhe perguntar,
08:18Cristiano, como é que você gostaria que fosse essa coisa aqui?
08:21O que eu posso fazer para ficar bonitinho para você aceitar?
08:26O que você acha que o Cristiano vai fazer?
08:29Você acha que ele vai olhar para mim e vai dizer, é um fraco mesmo.
08:34Agora é que não pode fazer mesmo, ô Mota.
08:36Ou você acha que ele vai mudar de ideia e vai trabalhar comigo?
08:40Inclusive é indevido isso.
08:42O Cristiano Beraldo não pode sentar comigo para nós trabalharmos juntos nesse projeto aqui.
08:48Isso é inconstitucional, não existe isso.
08:51São poderes separados, independentes.
08:53Que história é essa da gente sentar para trabalhar junto?
08:56Mas é isso que está acontecendo.
08:58Eu pergunto a vocês.
08:59Vocês acham que mostrar a disposição de abrir mão de uma prerrogativa que é sua?
09:07Veja de novo a palavra prerrogativa, hein?
09:09Vocês, eu vou abrir a mão daquilo que é o meu direito?
09:13Eu fui eleito.
09:14Eu tenho o direito de fazer isso?
09:15Não, não.
09:16Mas é melhor ir lá perguntar se pode mesmo.
09:19É melhor ver se isso aqui está do certinho.
09:21Se ninguém vai ficar chateado.
09:23Qual é a chance que vocês acham que isso tem de dar certo?
09:27É uma...
09:29Muito interessante a sua exposição, viu Mota?
09:31Agora, o que você acha, Beraldo?
09:33Essa construção de um texto a seis mãos.
09:38Executivo, Legislativo e Judiciário.
09:42Dá certo?
09:44É, governo nem democracia.
09:46Isso aí é uma...
09:48Um colegiado ditatorial que não permite o controverso.
09:56Um poder não pode exercer de forma plena a sua responsabilidade, o seu mandato, porque
10:05ele tem que entrar num entendimento, ele tem que fazer tudo um grande acordão.
10:10O Brasil já é assim, a gente sabe, há muito tempo, mas agora a coisa vai ficando evidenciada
10:16e oficializada.
10:18Esse é o grande problema.
10:20O que vai restar da tão falada democracia, com D maiúsculo brasileira, com esses sucessivos
10:31acordos e entendimentos que vão descaracterizando o papel de cada um dos poderes?
10:38Porque nesse exemplo que o Mota trouxe, tem um outro elemento também, ô Mota.
10:44Somos poderes diferentes, só que tem um que paga a mesada do outro.
10:48Então você tem o artifício do dinheiro para sensibilizar o outro.
10:57E aí depois, esses dois, que a troca é de dinheiro, aí tem o outro que manda prender
11:02os dois.
11:04Só que esse que manda prender os dois também precisa do dinheiro.
11:08E aí também quer que um deles aprove as suas indicações para os tribunais.
11:13Aí vai todo mundo de mão dada, ninguém solta a mão de ninguém, porque todo mundo tem
11:17o seu interesse.
11:18E aí a gente vê, a gente vai constatando que no Brasil a política é um fim em si mesmo.
11:27As pessoas que estão ali, de quem estamos falando, dão demonstrações diárias de que
11:33a preocupação delas é com a política e o ambiente político.
11:38não é do uso da política como um instrumento para cumprir o seu papel, sobretudo aqueles
11:46que são eleitos, são eleitos para representar a população que os elegeu nos seus melhores
11:53interesses.
11:54Mas isso não acontece.
11:55E aí olhamos para o papel da oposição.
11:58A oposição é de fato uma oposição apartada desse grande sistema que faz o Brasil andar
12:07desse jeito?
12:08Ou simplesmente, na conveniência, está se colocando como oposição para garantir votos
12:16na eleição do ano que vem?
12:17Mas na sua atuação de dia a dia, fica ali no cuchicho, na conversa ali de bastidor.
12:26E aí vai fazendo cena de um lado, mas entregando voto de outro.
12:32A gente precisa compreender essas incoerências da vida política nacional.
12:38E lembrar, Mota, que essa oposição independente, corajosa, que já tivemos no Brasil, e eu sempre
12:48lembro disso aqui, na época da banda de música da UDN, era o apelido que tinha um grupo de
12:53parlamentares que fez uma oposição ferrenha com Carlos Lacerda, Prado Kelly, Aleomar Barieiro,
13:02Adalto Lúcio Cardoso, Bilac Pinto e outros, que levaram Getúlio Vargas ao ato máximo da
13:13covardia humana, que é tirar a própria vida.
13:17E levaram ao covarde de João Goulart a abandonar a presidência da República, fruto de um trabalho
13:26bem feito de oposição.
13:28E não há nada que impeça os senhores parlamentares que hoje se colocam como oposição a esse
13:35governo, de fazerem um trabalho implacável para impedir que este governo dê qualquer
13:43passo em qualquer direção, para deixá-los de quatro, abrindo mão dessas benesses que
13:48tem ali dos amigos do poder, dando uma banana para emenda parlamentar, indicação de cargos
13:55e tantas outras coisas que são utilizadas para que eles financiem as suas campanhas e
14:01garantam o dinheiro no seu bolso.
14:04Eu vou passar para o Dávila, provavelmente ele tem algum apontamento a fazer em cima do
14:08que disse o Mota, mas só para não perder o fio da meada, em cima do comentário do
14:13Beraldo, você fez uma sinalização, quer fazer um rápido comentário em cima do que
14:16disse o Beraldo, Mota?
14:19Fiz um comentário magnífico e me lembrou aí, lembrou, trouxe uma das figuras mais inspiradoras
14:25corajosas, inteligentes, brilhantes e polêmicas da história brasileira que foi Carlos Lacerda.
14:33Como faz falta um Carlos Lacerda nesse momento no Brasil?
14:39Agora você, Dávila, essa política do acordão que o Beraldo há pouco disse é muito comum
14:45no Brasil, mas está longe de ser o ideal, mas a gente observa que muitas vezes parece ser
14:51o único caminho para você conseguir avançar com alguma pauta polêmica ou difícil na
14:57tramitação regular.
15:00Avançar dessa forma, Dávila, seria um erro ou seria meio acerto?
15:05Depende para que audiência você está falando, para quem está preso, qualquer acerto que
15:13aprove o manistite e tira a pessoa da cadeia está valendo.
15:16Então se aprovar um projeto, por melhor que seja, para ser derrubado no Supremo, você
15:22pode ter tido o seu minuto glorioso nos palanques do Congresso Nacional, só que as pessoas vão
15:28continuar presas.
15:29Então é preciso entender um pouco qual que é o jogo.
15:33Agora, o fato é que esta política, infelizmente, dominada pelo Centrão, que acerta as negociações
15:45antes de votar à medida, mostra como a política brasileira está pervertida e precisa de reforma,
15:51principalmente as instituições.
15:52E essa oposição brilhante que o Beraldo bem descreveu da UDN no seu tempo glorioso,
16:00principalmente ali no segundo governo Getúlio Vargas, foi espetacular mesmo.
16:07A grande diferença dessa oposição de convicção era que eram pessoas de caráter, que o governo
16:15não tinha como mandar a tropa de choque atrás e descobrir escândalos de corrupção.
16:22Daí a independência, daí a política de convicção.
16:27Hoje, infelizmente, a maioria tem rabo preso, tanto na oposição como na situação.
16:33Então, se você começa a se posar ali de muito cheio de convicção, começa o teu telefone
16:40a tocar e dizer, sabe aquele projeto, sabe aquela emenda que você mandou, Pix, para aquele
16:44lugar, nós vamos começar a investigar e talvez vai ser julgada no STF.
16:48Sabe aquele parente que você nomeou para o Tribunal de Contas do seu estado?
16:54Olha, quem sabe a gente está descobrindo ali uma coisa estranha que pode prejudicar a
16:58sua carreira política.
16:59Então, o problema é o seguinte, essa falta de caráter, essa política da malandragem mata
17:05a política de convicção.
17:06Então, parte da oposição e da política em geral no Congresso Nacional é perder a independência
17:14não só por causa do ativismo de um poder invadindo na seara de outro e querendo palpitar,
17:22como Mota disse.
17:24Perdeu-se porque perdeu o senso moral, perdeu o senso de convicção na política.
17:30E aqueles que querem fazer política de convicção somente por convicção, acabam depois tendo
17:36que prestar contas para o outro poder para não ser perseguido, punido, por causa dos
17:42rastros de mal feito deixado.
17:45E nesse sentido, eu tenho um partido que se destaca de tudo isso, que ainda lembra um
17:52pouco da UDN, que é o Partido Novo.
17:54Ali, pelo menos tem política de convicção para uma pequena minoria, mas que não se dobra
18:01a esse jogo da chantagem.
18:03Por quê?
18:04Porque não tem rastro, tem dignidade, tem valor e, principalmente, não está envolvido
18:10com nenhum escândalo desse país.
18:13Inclusive, quem acompanha o noticiário pôde ler manchetes que tratavam dessa questão.
18:20PL, o Partido Liberal, e o Novo estariam de um lado e o Hugo Mota do outro.
18:26Então, seriam partidos que não acabaram participando dessa negociação, as tratativas
18:34do tal jantar que aconteceu ontem, enfim.
18:36Então, são duas siglas que estariam isoladas.
18:40Mas, deixa eu só passar para o Mota, que talvez ele queira fazer um comentário sobre
18:44essa questão que envolve a política de convicção.
18:47E eu me lembro daquele meme, viu, Mota?
18:49Expectativa e realidade.
18:51Expectativa, aquele parlamentar conservador que entra no Congresso Nacional dizendo, serei
18:57convicto e não vou, em momento algum, mudar a minha posição em relação àquelas pautas
19:06que eu, por exemplo, defendi na campanha.
19:09E aí, pegando a expressão que o Beraldo usa muito, o sistema é bruto, né?
19:15E aí, ele, no dia a dia, percebe que não vai conseguir fazer muita coisa seguindo exatamente
19:21a risca.
19:23E aí, dá para flexibilizar o quanto da sua convicção para você chegar no objetivo,
19:29Mota?
19:30Essa é uma escolha que todos nós fazemos, né, Caniato?
19:33Todos nós, nas nossas atividades, nas nossas profissões, todos nós fazemos essa escolha.
19:39Tem sempre um caminho mais curto, que dá mais dinheiro, que dá mais prestígio, mas
19:45que trai as coisas nas quais a gente acredita.
19:48Eu só queria esclarecer essa questão, porque o Dávila levantou o ponto da liberdade das
19:53pessoas, e isso é fundamental.
19:55Então, é importante que eu esclareça aqui a razão do meu mal-estar.
20:01A solução para a liberdade dessas pessoas, ela tem que ser uma solução que funcione
20:09e que seja sustentável.
20:13Não adianta nada você chegar com uma solução de compromisso que não dê resultado.
20:20E esse é o meu ponto.
20:21Eu acho que linhas foram ultrapassadas nesse país.
20:26Está na hora do país voltar para trás dessas linhas.
20:30Se a gente não fizer isso, qualquer solução vai ser uma solução ineficiente.
20:36Eu não acredito nisso.
20:37Essa é a dificuldade que eu tenho.
20:39De se achar essa solução de compromisso que satisfaça vontades que não deveriam estar
20:47em jogo para tirar essas pessoas da cadeia.
20:53Vamos lembrar que essas pessoas nunca deveriam estar lá.
20:56Elas não foram privilegiadas.
20:58Elas deveriam ter sido julgadas no tribunal comum.
21:02Não houve o devido processo.
21:03Há uma série de outras coisas.
21:05Então, a gente vai fechar os olhos para isso tudo e vai procurar o mínimo.
21:10Vamos procurar o mínimo denominador comum.
21:13Qual é o mínimo que a gente pode conseguir?
21:15E aí, daqui a três meses, a gente vai estar de volta, de novo, com uma situação como essa.
21:25Porque não se resolveu nada.
21:28O país vai estar, daqui a 15 dias, daqui a dois meses, daqui a um ano, em uma situação igualzinha a essa.
21:35Porque o país não voltou ao normal.
21:37A gente achou um bandeiro de um tapa-buraco.
21:39Que, eu repito, se houvesse a garantia de que este tapa-buraco tiraria as pessoas da cadeia onde elas não deveriam estar,
21:51mas não existe essa garantia.
21:54Pensem nas coisas que já aconteceram no Brasil nos últimos dois ou três anos.
21:59Então, meu argumento é, se o Congresso não reestabelecer a sua autonomia, a sua independência e exercer o seu poder,
22:10nós não vamos caminhar para frente.
22:13Nós não vamos caminhar na direção da liberdade dessas pessoas.
22:16Nós vamos ficar numa situação institucionalmente pior do que já estamos hoje.
22:21E aí, o risco não é só que essas pessoas continuem presas.
22:26O risco é que eventos como esse se repitam, de novo.
22:30E o que a gente vai fazer?
22:31A cada vez que acontecer um evento desse, a gente vai fazer um pedidozinho menor,
22:35mais enxuto, mais adequado, mais...
22:39Eu acho que isso não é uma solução sustentável.
22:43Zé, vou passar para o Beraldo para a gente também analisar,
22:46sob o ponto de vista da negociação, né, Beraldo?
22:48Beraldo, que trabalha com comércio exterior já há um bom tempo,
22:52provavelmente fechou negócios nos cinco continentes do mundo, né,
22:56em várias línguas diferentes, né, Beraldo?
22:58Mas olhando para essa questão que envolve os poderes da República,
23:02qual é o parâmetro que deve nortear essa negociação?
23:06É preciso olhar, bom, precisamos colocar as pessoas que participaram dos atos do dia 8 de janeiro na rua.
23:12Precisamos colocá-las em liberdade.
23:14A maneira como nós chegaremos lá, pouco importa,
23:17esse deve ser o objetivo da negociação?
23:20Por isso que, possivelmente, o projeto será retalhado?
23:24Caniato, é que a partida dessa discussão, ela é errada.
23:33Então, numa sanha de conseguir caracterizar que uma trama que houve dentro do Palácio do Planalto,
23:45antes da posse do atual governo,
23:48levou os manifestantes de 8 de janeiro a executarem um plano de golpe de Estado
23:58e, com isso, invadindo a Praça dos Três Poderes,
24:03os prédios da República no domingo,
24:07no momento em que esses prédios estavam vazios,
24:11aquelas pessoas seriam capazes de tomar o poder.
24:17Essa é a tese que está sendo julgada agora.
24:21É a tese... Aliás, ela não está sendo julgada.
24:24Ela já foi definida e estão se argumentando dentro do Supremo
24:30para sustentar esta lógica.
24:33Portanto, se essa é a ideia,
24:38essas pessoas do 8 de janeiro têm que ser punidas
24:41em razão da conexão desse grande plano
24:46de instituição do poder,
24:50que já começa aí o problema.
24:52Quer dizer, existia um grupo no poder que queria ficar na presidência.
24:56Essa é a lógica.
24:57Mas aí eles saem da presidência,
25:00dão posse ao novo governo
25:02e depois voltam para derrubar esse governo
25:04que não precisava nem ter entrado,
25:05se esse fosse o objetivo.
25:07Então já começa aí a fragilidade.
25:10Só que essas fragilidades,
25:11elas são absolutamente ignoradas.
25:14Portanto, você não tem, da justiça,
25:17uma decisão coerente com a realidade
25:20que todos nós estamos vendo.
25:22Quer dizer, não há absolutamente qualquer motivo
25:26para uma pessoa como a Débora Rodrigues,
25:29do Batom, na estátua,
25:32seja condenada a 14 anos de prisão.
25:34Não há nenhuma razão, não é?
25:35É injustificável que isso aconteça.
25:37É injustificável que o rapaz lá
25:39que pegou a cópia da Constituição
25:41tome 17 anos.
25:43Porque um autor de latrocínio
25:46não está pegando 17 anos no Brasil.
25:47Então essas coisas estão muito evidentemente erradas.
25:52A justiça não faz o seu trabalho,
25:55aí vem o Congresso Nacional dizendo,
25:57olha, isso que está acontecendo no país,
26:00submetendo essas pessoas que foram lá se manifestar
26:03e não fizeram absolutamente nada de diferente
26:05do que tantas outras oportunidades.
26:07E vimos recentemente os índios entrando
26:09e destruindo ali a Câmara dos Deputados.
26:11Essas pessoas, elas precisam ser colocadas
26:15num ambiente de justiça.
26:18Então, já que a justiça não fez o seu trabalho,
26:20a Câmara vai usar os instrumentos constitucionais
26:23que tem para colocar essas pessoas em liberdade.
26:26Até porque já cumpriram dois anos de pena.
26:29Ou estão se encaminhando para isso.
26:32Aí vem o governo, o Poder Executivo,
26:35que não está preocupado com ninguém
26:37que está preso injustamente.
26:39Eles não têm absolutamente nenhuma preocupação com isso.
26:41Não têm preocupação com a justiça.
26:43Não têm preocupação com nada.
26:45A preocupação do Poder Executivo é
26:47temos eleição no ano que vem, meus amigos.
26:50E eu preciso eleger o meu grande inimigo.
26:53E o meu grande inimigo é o ex-presidente Jair Bolsonaro.
26:56Então, é conveniente para mim
26:58que toda essa história que está sendo contada
27:03de que a trama dentro do Palácio do Planalto,
27:06que foi a origem do 8 de janeiro,
27:08que aquelas pessoas estavam lá
27:09comandadas para darem um golpe,
27:12essa narrativa interessa eleitoralmente ao governo.
27:17Então, Caniato, não há absolutamente nenhum resquício
27:21de lógica, porque mesmo o Poder Executivo,
27:24o Poder Legislativo, que teve a iniciativa do PLN da Anistia,
27:28encontra no seu comando
27:29esta resistência por causa de um acordo que existe,
27:34tanto com um lado quanto com o outro.
27:36Então, realmente, não há nenhuma lógica real,
27:40conexão com a Constituição, com a vida real,
27:43com aquilo que qualquer brasileiro consiga entender.
27:46É simplesmente defesa de interesses próprios,
27:49conforme o poder em que cada um se encontra.
27:51Agora, Davila, como é que fica o clima
27:55na Câmara dos Deputados
27:57para tratar dos demais projetos?
27:59Porque falamos sobre essa possibilidade
28:02de obstrução total,
28:04há uma sinalização de que
28:05essa carta poderia ser retirada da manga,
28:08pelo menos por um grupo de opositores,
28:11principalmente do PL e do Novo,
28:14e aí isso poderia atravancar, inclusive,
28:17a tramitação, as discussões
28:20e até a votação da PEC da Segurança Pública
28:22e também do projeto de ampliação
28:25de isenção do imposto de renda.
28:27O governo federal fazia um cálculo, né?
28:31Dependendo do avanço dessas negociações,
28:33dessas tratativas e articulações,
28:36tudo pode escorrer pelo ralo.
28:40É, Canhato, o problema é que nós temos
28:43um país aderível porque o governo está aderível.
28:46Então, as matérias que estão sendo votadas
28:48no Congresso Nacional,
28:50a única matéria que o governo diz que quer votar
28:51é essa PEC da Segurança,
28:53que deve ser engavetada,
28:54porque ela é um desastre.
28:55Ela não melhora em absolutamente nada
28:57a questão da segurança
28:58e nem endereça os principais problemas.
29:00Então, o outro projeto que aprovar,
29:03você bem mencionou,
29:05é a isenção do imposto de renda.
29:06Só que isso vai criar mais uma despesa
29:08que não está no orçamento,
29:09porque é 27 bilhões.
29:11Então, o governo vai ter uma receita
29:12extra de 27 bilhões para a isenção
29:15do imposto de renda,
29:16mais 6 bilhões ou 8 ou 10,
29:19não sei ainda quanto vai ser o rombo
29:20do INSS,
29:22num orçamento que já está estourado.
29:24Então, é melhor não fazer nada,
29:26é melhor o Congresso fechar
29:27e esperar a eleição de 26,
29:29porque se for ter projeto
29:31para aumentar a verba,
29:34tirar mais dinheiro do nosso bolso,
29:37fora do orçamento,
29:38aí não dá.
29:39Então, assim, é um governo
29:41à deriva que não tem projetos prioritários
29:43e quando apresenta projeto,
29:45é isso.
29:46É para aumentar ainda mais
29:48o gasto público.
29:50Não tem um projeto
29:50para cortar a despesa pública,
29:52não tem um projeto
29:53para melhorar a qualidade
29:54do gasto público,
29:56não tem um projeto
29:57de importância para a nação,
29:58por exemplo,
29:59com uma reforma administrativa.
30:01Então, vai ficar esses projetinhos
30:03pequenininhos
30:03que só vão aumentar
30:05o prejuízo,
30:07ou seja,
30:08vai aumentar o rombo
30:09na conta pública
30:10e vai fazer com que
30:11ou aumente o imposto,
30:13ou o governo
30:13tire mais dinheiro ainda
30:15de áreas essenciais,
30:17como segurança,
30:18para ficar pagando rombo.
30:20Então, esse é o problema
30:21do governo hoje.
30:23E aí eu vejo, assim,
30:25que eu discordo totalmente.
30:27Não tem a menor chance
30:28do Brasil
30:29com este governo
30:31nesta situação lamentável
30:33e com poucos políticos
30:36de convicção no parlamento
30:37de retroagir
30:39e voltar a linha,
30:40voltar o que era
30:40o jogo político normal.
30:42Não vai acontecer.
30:43E isso só vai acontecer
30:44num próximo governo.
30:46Então, assim,
30:47a única coisa
30:47que você pode fazer
30:48daqui até 2026
30:49é essa política transacional,
30:52é descobrir o que dá
30:53para votar
30:54com o menor custo possível
30:55e aprovar.
30:56Não vai aprovar
30:57nenhuma grande reforma.
30:58a gente não pode esquecer
31:00que essa história
31:01de rabo preso
31:03de todo mundo
31:03com questões
31:04em outros poderes,
31:05ali tem a cartão
31:07de dívida,
31:08de ativo e passivo.
31:09Tem um passivo gigantesco.
31:11Você tem um passivo gigantesco
31:13na pessoa física,
31:14esquece.
31:15Vai ser sempre usado
31:16esse passivo
31:17contra você
31:18quando você começar
31:19a tentar forçar a barra
31:21para restabelecer
31:22o equilíbrio constitucional
31:24do jogo.
31:25Não vai acontecer.
31:25Então, eu não tenho
31:27nenhuma esperança
31:28que o Brasil
31:29avançará
31:30com reformas importantes,
31:32com mudança,
31:33com recuo dos poderes,
31:34com o reequilíbrio
31:35dos poderes
31:36até 2026.
31:38Não tenho a menor
31:39esperança nisso.
31:40Então,
31:41neste meio tempo,
31:42já que você não tem
31:43esperança nisso,
31:44o que você tem que fazer
31:45é a política,
31:47é o que eu chego
31:48dessa política
31:48transacional.
31:50O que dá para aprovar
31:51com o menor custo possível?
31:52Porque não vai ter
31:53outro jeito.
31:54Nós temos uma travessia
31:56complicada a ser feita.
31:57Daí a importância
31:59de estarmos
32:00focados
32:01na eleição
32:02do próximo ano
32:02para realmente
32:04eleger
32:05gente boa
32:06na presidência,
32:07nos governos
32:08e principalmente
32:09no Congresso Nacional.
32:12E aí,
32:12nesse principalmente,
32:13eu digo principalmente
32:14o Senado Federal.
32:16Então,
32:16se nós não fizermos isso,
32:18nós não vamos
32:19restabelecer
32:20aquilo que está
32:22na Constituição.
32:23Aquele equilíbrio
32:24entre os poderes,
32:25o respeito
32:26da independência
32:27e autonomia
32:29dos poderes.

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