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Trump voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, e pediu corte imediato de juros, o que derrubou as bolsas e fez o ouro disparar. Ricardo Hammoud, professor de economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), analisou o impacto dessa pressão política sobre a economia americana.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00E olha, Donald Trump voltou a cobrar uma redução imediata dos juros nos Estados Unidos
00:05e novamente disparou contra o presidente do FED, o Banco Central dos Estados Unidos.
00:11Fato que derrubou as bolsas americanas.
00:14A Louise Maiana tem todos os detalhes pra gente.
00:17Em mais um ataque público, o presidente Donald Trump chamou Jeremy Powell de um grande perdedor.
00:24E além disso, o presidente Trump insistiu em pedir um corte mais preciso na taxa de juros,
00:31dizendo que a economia norte-americana vai simplesmente decolar a partir do momento que Powell fizer a parte dele.
00:39Essa declaração foi feita nas redes sociais e na sequência o mercado financeiro veio com reações.
00:46Percebemos aí quedas de grandes índices, como por exemplo Dow Jones, The Wall Street,
00:52que tiveram quedas significativas em seus papéis, o que demonstra a preocupação dos investidores
00:59no que diz respeito à autonomia do Federal Reserve, que é o Banco Central norte-americano.
01:05Jeremy Powell tem se mostrado resistente e disse que não vai renunciar ao cargo.
01:11Ele inclusive falou também que Donald Trump não tem poderes para demití-lo
01:16e que ele está pronto para tomar todas as medidas necessárias,
01:19mas com base apenas em dados econômicos e no interesse público, não em base em pressão política.
01:26Esse embate tem crescido a cada dia, o que coloca o futuro da política monetária americana na seara política.
01:35Louise Maiana, de Washington, para o Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
01:40Vamos agora a um destaque do site da CNBC.
01:45O preço do ouro ultrapassou 3.400 dólares na segunda-feira, atingindo um novo recorde,
01:52já que as ameaças do presidente Donald Trump contra a independência do Federal Reserve
01:57e suas tarifas abalam a confiança dos investidores na economia dos Estados Unidos.
02:03O ouro saltou 2,91%, fechando em 3.425 dólares por onça,
02:11com os investidores comprando o metal precioso e o dólar caindo ao nível mais baixo em três anos.
02:18O ouro valorizou cerca de 30% desde o início do ano
02:22e cerca de 8% desde que Trump revelou suas tarifas abrangentes no dia 2 de abril.
02:29E agora a gente vai analisar esse panorama de pressão de Donald Trump
02:34sobre o Banco Central dos Estados Unidos com o Ricardo Hamoud.
02:38Ele que é professor de economia do IBMEC de São Paulo.
02:42Ricardo, primeiramente, bom dia.
02:43Muito obrigada pela sua participação comigo e Mário Almeida aqui do Agora.
02:47E olha, na sua opinião, qual que é o resultado que pode haver
02:52de toda essa pressão de Trump contra o presidente do Banco Central?
02:56Bom dia a todos.
03:00A gente já vê que as bolsas dos Estados Unidos, elas fecharam em forte queda, né?
03:06O dólar americano vem perdendo força em relação a outras moedas no mundo.
03:13E isso é muito ruim, né?
03:14Mostra que na principal economia do mundo,
03:17o presidente está tentando influenciar o Banco Central
03:21para reduzir juros na marra.
03:24Isso vai trazer consequências que não é fácil de prever, né?
03:30Vai ter uma guerra política, um cabo de guerra entre o presidente dos Estados Unidos
03:35e o chairman do Fed, o Paulo.
03:38Isso vai, provavelmente, no curto prazo,
03:41fortalecer outras moedas em relação ao dólar.
03:44E as pessoas vão começar a tirar dinheiro de muitos ativos americanos
03:49porque eles têm medo da incerteza, né?
03:51O que vai acontecer?
03:52Sempre que tem uma incerteza, as pessoas saem do risco, né?
03:56O ouro está batendo recordes, porque as pessoas vão para coisas mais seguras, né?
04:01E os Estados Unidos, os títulos americanos, né?
04:03Que sempre foram o porto seguro das finanças globais,
04:08elas passam a ser cada vez mais arriscadas.
04:12Agora, Ricardo, obrigado por participar aqui com a gente.
04:15Agora, o Trump, quando ele faz esse movimento, quando ele pressiona,
04:19é meio que sabido que vai ter algum tipo de...
04:22que esse efeito aí, digamos assim, de geração de insegurança vai acabar acontecendo.
04:26O que, do ponto de vista do Fed, na medida em que você tem uma instabilidade,
04:30essa instabilidade gera alguma fuga do dólar,
04:33até pressiona por um aumento da taxa de juros, certo?
04:36Ou seja, no sentido contrário do que a pressão do próprio Donald Trump.
04:41Quer dizer, isso não está na conta?
04:43Como que você vê essas contradições entre a ação e a possibilidade de reação aí,
04:49esperada do próprio mercado em relação ao que ele acaba provocando?
04:55Olha, esse é um ótimo ponto que você colocou, né?
04:58E a gente viu isso no Brasil durante bastante tempo, né?
05:00Ou seja, o executivo, o presidente, e já houve no passado a mesma coisa,
05:06pressionando, o Banco Central reduziu os juros,
05:09e isso só gera uma coisa, juros futuros maiores.
05:15Eu não sei até que ponto é algo calculado,
05:19e até que ponto é algo que os políticos tendem a olhar ao curto prazo.
05:24E eu acho que eles acabam, eles creem que eles conseguem resolver o problema na canetada,
05:31tomando uma decisão, né?
05:33Então, o Trump, ele é impetuoso, ele é um cara que acha que consegue tomar as decisões
05:38de forma rápida e decisiva,
05:42e isso ele consegue direcionar os mercados pra onde ele queira.
05:47Só que as coisas não são assim, né?
05:49Hoje os mercados são cada vez mais interligados,
05:51as pessoas têm cada vez mais informações,
05:54elas analisam cada vez mais o que vai acontecer
05:58com a trajetória futura dos preços, principalmente dos juros.
06:03Então, eu não creio, eu acho que realmente existe uma visão
06:07que ele vai pressionar ele, vai pressionar o pau,
06:12e ele vai acabar cedendo, né?
06:13Mas, na verdade, o que vai acontecer é o que você falou muito bem,
06:17os juros vão acabar subindo, né?
06:19Você acaba pressionando,
06:21porque o Banco Central, pra mostrar que ele não cede as pressões do governo,
06:26ele acaba tendo que ser mais conservador,
06:28ele tende que ser mais hawkish, como a gente chama, né?
06:31Ou seja, ele tende a acabar,
06:32vai falar, ó, tudo bem, já que você tá falando que eu vou reduzir os juros,
06:35vou reduzir os juros,
06:36ou eu vou aumentar, ou vou ficar num patamar mais alto
06:40durante mais tempo.
06:42Eu acho que é uma queda de braço,
06:44que ela é ruim pra todo mundo, né?
06:46A gente já viu isso aqui no Brasil,
06:48e agora a gente tá vendo nos Estados Unidos, né?
06:49Só que nos Estados Unidos é muito pior,
06:51porque acaba influenciando,
06:53não apenas nos Estados Unidos, mas o mundo inteiro.
06:56Agora, Ricardo, você citou aí, né, a queda do dólar,
06:59a gente viu também,
07:00demos aqui no começo da reportagem
07:02sobre o aumento do ouro, né,
07:04do valor do ouro, da onça, a trói,
07:06a queda do dólar, ela vai colocando cada vez mais em xeque
07:09a sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos, não?
07:13Com certeza, né?
07:14Então você tem essa combinação,
07:15o dólar mais fraco e juros futuros mais altos,
07:19ou seja, nos Estados Unidos tem uma dívida pública enorme,
07:23você tem os títulos públicos americanos,
07:26que a China, né, como retaliação às tarifas do Trump,
07:30a China que tem uma reserva gigante de títulos americanos,
07:34começa a vender isso, ou seja,
07:36fica mais difícil dos Estados Unidos financiar a dívida,
07:41ou seja, mais caro e mais difícil.
07:45Então é uma decisão de política econômica
07:48que realmente me parece incompreensível.
07:52Você acaba prejudicando,
07:54você quer fortalecer o dólar,
07:55você quer melhorar a sua pauta comercial,
07:59mas essas medidas, elas acabam entrando em conflito uma com a outra, né?
08:06Então o mundo ainda não saiu, né?
08:09E vai demorar bastante para o mundo sair do dólar,
08:13porque ainda não há uma alternativa clara do que substituiria o dólar, né?
08:17A gente tem o ouro que tem valorizado,
08:20mas você não tem algo fácil que vá,
08:23vamos substituir o dólar por essa moeda,
08:27ou por uma...
08:28Ainda tem uma cesta de moedas, né?
08:31Tem diversos ativos que vão gradualmente substituir o dólar,
08:37mas aí no dólar vai ficar com uma moeda principal durante um bom tempo,
08:42por falta de opção, eu diria.
08:43Então eu acho que o Trump e a equipe econômica dele,
08:47eles trabalham com isso.
08:49Olha, o dólar é muito forte,
08:51o comércio é feito em dólar ainda,
08:53as reservas de todos, da maioria dos países,
08:55ainda é majoritariamente em dólar.
08:58Então eles acabam jogando com isso
09:01e tentando fazer apostas muito arriscadas.
09:05Eu ia te perguntar exatamente isso, né?
09:07Quer dizer, o Trump deve ter na conta dele
09:10o fato de que o mundo em si acaba estando um pouco,
09:14está em um cheque aí,
09:15porque por mais que você possa fugir dos títulos públicos,
09:19e como a Paula bem perguntou,
09:21isso causar algum efeito,
09:23você não tem uma fuga massiva,
09:25porque a riqueza de cada país
09:26também depende de uma certa sustentabilidade do dólar.
09:29O dólar perde o valor,
09:30todo mundo perde junto,
09:32porque de alguma maneira
09:33todo mundo está minimamente em dólares.
09:36E aí eu ia perguntar assim,
09:38bom, para o curto prazo,
09:40provavelmente é isso,
09:41você não sai muito rápido,
09:42mas você considera que o grau de instabilidade gerado
09:46deve provocar agora um movimento mais intenso e contínuo,
09:50e aí talvez de médio e longo prazo,
09:52em busca dessas alternativas?
09:54Quer dizer, chegou um momento onde o mundo vai falar,
09:55não, eu vou sair,
09:56ainda que eu não consiga sair plenamente agora,
09:58mas eu vou me desmontar,
10:01eu vou tentar sair do dólar e procurar alternativas,
10:03e agora seria um momento histórico
10:04para essa saída ser definitiva?
10:07Olha, eu acho que saída definitiva não vai acontecer,
10:10porque os Estados Unidos ainda,
10:12ele é muito importante,
10:13as empresas americanas ainda são as empresas
10:16mais relevantes globalmente,
10:21e eu acho que serão por bastante tempo,
10:24os Estados Unidos tem um sistema financeiro muito desenvolvido,
10:27mas os Estados Unidos durante décadas,
10:31ele teve o que o White and Green,
10:33que é um economista,
10:35ele diz de privilégio exorbitante,
10:38então é isso, ele exportava dólar,
10:41eu diria que no curto prazo,
10:43isso vai ser colocado cada vez mais em xeque,
10:46mas de novo, ainda não se achou,
10:48não se encontrou uma alternativa ao dólar,
10:52então no curto prazo tem essa saída,
10:54mas no médio e longo prazo é muito difícil prever,
10:57porque assim, você vê o euro que tem valorizado,
10:59o euro tem uma série de questões,
11:02qual o euro?
11:03É o euro da Alemanha,
11:05ou é o euro da Espanha,
11:07Portugal, Grécia,
11:08ou seja, dos países que tem uma solidez fiscal menor,
11:12tem o franco suíço,
11:13o franco suíço é uma moeda com pouca liquidez,
11:16tem pouco franco suíço,
11:17o Japão,
11:19a moeda japonesa,
11:22o Japão está em estagnação há muito tempo,
11:26décadas,
11:27o sistema chinês,
11:28a moeda chinesa,
11:31ela é uma moeda ainda,
11:32que o sistema financeiro chinês ainda é pouco transparente,
11:35então as pessoas teriam,
11:36se as pessoas têm desconfiança de aportar,
11:40de colocar no dólar,
11:41vai para a China,
11:42que está em conflito com os Estados Unidos,
11:45imagina, por exemplo,
11:46no caso de um conflito entre Taiwan e China,
11:49o que aconteceria com uma moeda chinesa,
11:53o ouro tem muita parte física,
11:56é difícil de você transportar,
11:59então eu diria que por um bom tempo
12:02ainda teremos um dólar bastante relevante
12:06no comércio internacional,
12:07nas finanças internacionais,
12:09o que eu diria que a gente vai caminhar
12:10cada vez mais
12:12para uma situação mais multipolar,
12:16ou seja,
12:17os bancos centrais,
12:18até o Banco Central brasileiro já fez isso,
12:20a nossa reserva,
12:21ela é em grande parte
12:23em dólar,
12:25em títulos públicos americanos,
12:26mas você começa a diversificar mais,
12:28então,
12:29o que você tinha quase tudo em dólar,
12:31as pessoas começam a diversificar,
12:33vamos colocar um pouco em euro,
12:34um pouco em frango suíço,
12:36um pouco em ouro,
12:39e você vai diversificando as moedas,
12:42a China está pressionando isso,
12:43vamos tentar substituir o dólar,
12:45vamos fazer aumentar o comércio
12:47nas moedas,
12:48principalmente na moeda chinesa,
12:51mas eu acho que ainda vai demorar
12:53bastante tempo
12:53e talvez isso seja revertido
12:55em algum momento,
12:56se os Estados Unidos
12:56conseguir colocar a casa em ordem ali,
13:00mostrar que tem uma solidez fiscal,
13:03e parar de criar tanta instabilidade,
13:05os Estados Unidos ainda,
13:07o mercado acionário americano
13:10é muito importante,
13:11tem muito dinheiro indo para lá,
13:13todo mundo quer estar lá,
13:15eu acho que no médio prazo,
13:17se isso for revertido,
13:19é possível que o mundo
13:22seja mais multipolar,
13:24o sistema financeiro
13:24seja mais diversificado,
13:26mas o dólar ainda seja
13:27a principal moeda global.
13:30Você acaba de assistir,
13:31então,
13:32a entrevista com o Ricardo Ramud,
13:34ele que é professor de economia
13:35do IBMEC São Paulo,
13:37muito obrigada
13:38pela sua participação
13:39aqui nessa manhã de terça-feira
13:40ao vivo com a gente no Agora,
13:42uma ótima semana para você.
13:44Um grande abraço a todos,
13:45boa semana.
13:46Até a próxima.

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