Juliana Benvenuto, sócia da Avenue, analisou o corte de juros na Europa, as pressões sobre o Fed nos EUA e os desafios fiscais no Brasil. Em um cenário global volátil, os dados definem os próximos passos da política monetária. Impactos diretos no câmbio, inflação e investimentos.
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Bom, vários assuntos para a gente conversar com a Juliana Benvenuto, que é sócia e coordenadora de alocação e inteligência da Avenue.
00:07Juliana, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:10Eu quero pular para um outro continente, daqui a pouco a gente fala de Estados Unidos propriamente,
00:15mas falando da Europa, porque hoje houve esse corte na taxa básica de juros de 2,5% para 2,25% e as bolsas gostaram,
00:23estava em queda acentuada e a queda diminuiu um pouco.
00:27Vocês trabalhavam exatamente com esse número e a tendência é que essa queda nos juros continue por lá?
00:33Perfeito, boa noite, Cris, é um prazer estar aqui.
00:36Realmente, hoje a gente teve esse resultado, a notícia da queda dos juros na Europa e era algo já que se esperava mesmo no mercado,
00:45a gente vem de quedas recentes, acho que foi a sexta queda consecutiva do Banco Central Europeu.
00:50Por quê? Porque dado todo esse cenário de incerteza, a perspectiva de crescimento para a Europa não é boa.
00:57Então, você reduz essa taxa de juros justamente para movimentar a economia, para tentar fazer a economia se aquecer um pouco
01:03e tentar sentir um pouco menos o impacto de toda essa questão tarifária.
01:08Então, era esperado, isso eventualmente pode ser um próximo passo, mais uma queda de 0,25%, enfim,
01:15aí tudo vai depender do andar da carruagem.
01:19A gente sabe que estamos vivendo um mundo de muita incerteza,
01:21o que a gente tem hoje pode ser diferente amanhã, então, acho que assim como a Europa, os Estados Unidos,
01:28estão todos vivendo muito num momento de dados.
01:31Então, esperar entender o que vai acontecer, esse nível de incerteza acaba trazendo dificuldades na política monetária.
01:40Sem dúvida nenhuma.
01:40Então, falando propriamente de Estados Unidos, porque tudo acaba sendo um efeito do que acontece lá.
01:45Hoje, a gente viu toda essa questão em torno de Jerome Powell, o presidente Donald Trump reclamando muito,
01:52criticando muito, dizendo que Powell pode sair do cargo na hora que ele, Trump, quiser.
01:56Só que parece que não é bem assim, mas a minha pergunta é a seguinte,
01:59se Jerome Powell sai do Federal Reserve, que é o Banco Central Americano,
02:03a economia se desestabiliza completamente?
02:06Acho que é um risco alto disso acontecer e até por isso que eu, particularmente,
02:11não acredito que, de fato, o Trump seguiria por esse caminho.
02:15Eu acho que, nesse momento, é muito mais barulho, é uma forma de trazer pressão
02:20para que o Jerome Powell, de alguma forma, comece a descer os juros, que é o que o Trump quer.
02:26Mas a gente sabe que o Banco Central Americano, ele, primeiro, é independente,
02:32e, segundo, que ele tem um mandato duplo.
02:34Então, por que que hoje o posicionamento do Jerome Powell é muito mais de,
02:40em termos de incerteza, olhar e esperar os próximos passos,
02:45ter um pouquinho mais de visibilidade do que vai acontecer?
02:47Porque o Jerome Powell, ele tem que olhar tanto para a inflação,
02:50ele tem que manter o poder de compra, tem que ter essa manutenção do poder de compra do americano,
02:55mas ele também tem que olhar para o nível de emprego, de emprego, pleno emprego.
02:58Então, ele precisa olhar para como está a economia.
03:00E a gente está num cenário em que a questão tarifária, ela tanto gera uma expectativa de mais inflação,
03:07quanto de menor crescimento.
03:09Muitos especialistas já falam em uma possível recessão nos Estados Unidos.
03:13Possível recessão não significa que vai ter, mas, dado esse cenário,
03:16você fica com uma taxa de juros difícil de se movimentar.
03:22Por quê?
03:22Porque se a inflação sobe, você precisa subir a taxa de juros.
03:25Ao mesmo tempo, se a economia desaquece e você eventualmente vai ter um nível de desemprego maior,
03:31você precisa cortar os juros.
03:33Então, nesse cenário, o que você faz?
03:35Você olha para a inflação ou você olha para a economia,
03:38para o aquecimento da economia e para o nível de emprego?
03:42É difícil, porque você precisa olhar para os dois.
03:43Teoricamente, tem que olhar para os dois.
03:45Exato.
03:46Então, fica muito mais complicado.
03:48Dos últimos comentários do Powell e do Banco Central americano,
03:53acho que eles têm até uma tendência maior a ficar mais preocupados com a inflação.
03:57Então, por conta disso, o Trump tem batido bastante no presidente do Fed,
04:01porque ele, por outro lado, quer que os juros começam a ceder.
04:04Deu até o exemplo do próprio Banco Central Europeu hoje, que caiu.
04:07É verdade.
04:07Então, é complicado, mas acho que é mais uma questão de pressão.
04:12Acho muito difícil, porque realmente a gente pode ter um cenário mais conturbado se isso acontece.
04:18Um pouquinho antes da gente entrar aqui no jornal, o Trump, ele não foi uma fala oficial,
04:23mas ele falou, jogou, daquele jeito que ele faz normalmente,
04:26que a gente pode resolver essa guerra comercial entre três e quatro semanas.
04:30Se isso acontecer, não sabemos se ele está colocando a China no meio disso ou não, que fique claro.
04:36Se isso acontecer, muda todo o cenário?
04:39Acho que traz mais tranquilidade, mais visibilidade.
04:41O que as pessoas hoje querem, o que o mercado quer, os investidores, os consumidores,
04:46é um nível maior de certeza e é o que a gente não tem.
04:50Então, se chegar em um acordo, independente do número,
04:56obviamente deve ser um número menor do que a gente tem hoje para chegar em um acordo,
05:01porque senão a gente sabe que o pessoal não vai aceitar.
05:03E você traz mais previsibilidade, mais certeza.
05:07As pessoas conseguem, as empresas conseguem fazer seus investimentos,
05:10enfim, as pessoas conseguem voltar à vida normal tendo essa previsibilidade.
05:14Então, com certeza, isso vai acalmar os mercados.
05:17Hoje a gente está entrando num feriado prolongado,
05:20então o mercado amanhã não funciona,
05:22mas tem muito pano para a manga ainda ao longo desses próximos dias.
05:27Na semana que vem, pode ser que a gente tenha outro cenário,
05:29pode ter mais notícias positivas ou eventualmente não.
05:32Pode ser que ele fale outra coisa.
05:34Exato, a gente sabe que cada dia é um dia.
05:36Exatamente.
05:37Cada momento é o momento.
05:39Vamos passar para a pergunta dos nossos analistas.
05:41Vinícius, por favor, fica à vontade para perguntar para a Juliana.
05:45Juliana, vamos falar de cenário de incerteza aqui no Brasil.
05:50Até dois, três meses se discutia se a Selic, a taxa básica do Banco Central,
05:54ia para perto de 16% para controlar a inflação.
05:57Agora, a discussão é se ela para antes de 15%.
06:01E tem até Banco Grande já dizendo que ela para em 14,75%.
06:05O cenário, essa preferência por Selic mais baixa,
06:11se deveria ao seguinte cenário.
06:14A gente vai ter uma moderação do dólar, segundo essa tese.
06:17Moderação do dólar, algumas commodities essenciais vão ficar mais baratas,
06:21como o petróleo que já está ficando, o minério também,
06:23embora a gente não saiba o que vai acontecer com grãos.
06:26Vai ter uma certa deflação de industriais, de produtos industriais,
06:29por causa de uma super oferta chinesa.
06:31Tudo isso criaria, e uma desaceleração global e brasileira,
06:35tudo isso criaria um cenário propício para que a Selic não chegasse nem a 15%.
06:40Conversando com os seus clientes,
06:42você acha que esse é um cenário que você pode apresentar para eles?
06:46Olha, eu acho que ainda tem muito para acontecer,
06:50para a gente entender, de fato, se o câmbio vai fazer menos pressão.
06:56A gente só não pode esquecer que, por exemplo,
06:58em momentos de incerteza e volatilidade,
07:00moedas de países emergentes costumam sofrer.
07:03Então, hoje o dólar fechou no negativo,
07:06enfim, o real se valorizou,
07:08mas se a gente for lembrar do valor do dólar,
07:10desde o início do tarifácio, lá em 2 de abril,
07:12a gente estava com o dólar a R$ 5,66,
07:15hoje a gente está a R$ 5,80,
07:16chegou a bater a R$ 6,00,
07:18por mais que o dólar esteja ali muito...
07:21Mais de R$ 6,00, né?
07:21Chegou a bater mais de R$ 6,00 de novo, exato,
07:23só em questão de dois dias.
07:26Então, a gente não pode esquecer desse detalhe, né?
07:30Óbvio que o dólar perdeu um pouquinho de força ali
07:33com relação a moedas de países desenvolvidos,
07:36mas a nossa moeda ainda assim sofreu.
07:39Então, a gente precisa, obviamente,
07:41de mais tempo para entender
07:43se essa pressão desinflacionária, né?
07:45De um dólar mais baixo vai realmente fazer efeito.
07:48Você, ainda com taxa de juros nos Estados Unidos mais alta
07:53e sem previsão, por enquanto, de uma queda,
07:55e aí, obviamente, ficamos na dependência de dados
07:59para que isso aconteça,
08:00tem a questão do diferencial de juros entre os países.
08:04Então, o Brasil vai ficando mais atrativo
08:07para o investimento estrangeiro
08:09à medida que o diferencial aumenta.
08:11Então, você tem várias questões
08:12que podem ser levadas em consideração
08:14e é muito difícil realmente entender para onde vai,
08:18mas acho que ainda tem espaço
08:19para subir um pouco mais esses juros,
08:22mas é o que você falou, né?
08:24Ninguém tem certeza,
08:26então, tem casas falando que não sobe,
08:28tem casas ainda apostando em alta.
08:31Acho que a gente fica muito na dependência de dados.
08:33Vamos passar para a Júlia Lindner,
08:35a nossa analista lá em Brasília.
08:37Júlia, fica à vontade para perguntar para a Juliana.
08:39Boa noite para você, Júlia.
08:42Boa noite, Cris, a todos que nos acompanham
08:45e também para a Juliana.
08:46Eu queria ainda ficar nessa temática
08:48da incerteza do cenário doméstico
08:50e saber o quanto pesa, por exemplo,
08:52essa semana nós vimos o projeto de lei
08:55de diretrizes orçamentárias,
08:56deixando mais clara ainda a dificuldade
08:59de manter o arcabouço fiscal nos moldes de hoje,
09:01inclusive para os próximos anos,
09:03chegando a um cenário muito difícil em 2029, por exemplo.
09:07E, além disso, segue também muita incerteza
09:09sobre como vai ser a condução
09:10da política fiscal do governo.
09:12Quanto você acha que isso pesa
09:14para esse cenário que você avaliou agora há pouco?
09:16Perfeito, excelente pergunta.
09:18Pesa bastante.
09:20Acho que essa questão fiscal,
09:22ela realmente é um entrave
09:23para a economia brasileira.
09:26A gente sabe disso.
09:27Então, vou até usar como exemplo o ano passado,
09:30onde os Estados Unidos começaram a descer os juros por lá
09:34e o Brasil começou a subir juros por aqui.
09:38E a gente, na teoria, esse é um movimento,
09:41como eu comentei,
09:42que você tem um aumento nesse diferencial de juros
09:45e o Brasil deveria ficar mais atrativo.
09:47Ou seja, a gente deveria ter visto a entrada
09:49de dinheiro estrangeiro aqui
09:50e, nesse momento, o real deveria se valorizar.
09:54E o que aconteceu no ano passado
09:56foi que o real teve a pior performance
09:58no mundo inteiro
10:00justamente por conta do risco fiscal.
10:03Então, o investidor, o mercado,
10:05olha muito para isso
10:06enquanto a gente não tiver
10:07um cenário mais amigável
10:12e algo que, enfim,
10:14traga um alívio com relação ao fiscal,
10:16algo que realmente concreto,
10:18acho que vai continuar pesando bastante
10:20no mercado local.
10:21Juliana, muito obrigada.
10:22Prazer em receber você aqui.
10:24Volte mais vezes.
10:24Obrigada, foi de boa Páscoa.
10:26Muito obrigada, foi um prazer.
10:27Obrigada.