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Albert Pfifer, coordenador do DSI USP, analisou a desaceleração da atividade industrial e de serviços nos EUA e os efeitos das incertezas trazidas por Donald Trump. Ele explicou como tarifas e inflação podem impactar o consumo interno e a disputa comercial com a China.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00Sobre os dados da atividade industrial e de serviços dos Estados Unidos,
00:04para fazer um apanhado de tudo que a gente está falando desde o começo aqui do nosso jornal,
00:08eu converso agora com Alberto Pfeiffer, que é coordenador do Grupo de Análise
00:12em Estratégia Internacional da DSI, da USP, a Universidade de São Paulo.
00:18Boa noite, queria agradecer publicamente aqui a presença do professor.
00:22Professor Alberto, agora o seguinte, baixa aprovação do governo Biden.
00:26E antes da gente começar o jornal aqui, há menos de 30 minutos,
00:31um breaking news que a gente deu ainda no finalzinho do jornal anterior,
00:35que era o Donald Trump dizendo o seguinte,
00:37ó, eu acho que eu vou mudar a tarifação de novo para carros do Canadá,
00:42vou mexer também no mercado de madeira, ele ainda teve ali um ponto dizendo,
00:46não precisamos dos canadenses, temos que olhar aqui para a nossa própria indústria.
00:51Quer dizer, mais uma chacoalhada que provavelmente a gente vai sentir
00:55nos mercados americanos na quinta-feira, porque o Donald Trump está mudando
00:59a regra do jogo enquanto o jogo está acontecendo.
01:02O mercado, ele até se posiciona quando a notícia é ruim, quando a notícia é boa.
01:08O problema é que a gente nunca sabe como é que vai ser a notícia.
01:13Passo a palavra para entender a análise do senhor,
01:15o que a gente tem que esperar aí de mais um provável turbilhão na economia americana.
01:20Boa noite mais uma vez.
01:21Boa noite, muito obrigado pela oportunidade.
01:24Vamos lá.
01:25O fato de Donald Trump anunciar uma nova revisão do seu modo de operação
01:30de tarifas comerciais não é novidade.
01:33A única certeza que nós temos nesse momento é que ele adiciona incerteza
01:38quanto à sua política tarifária, quanto à sua política comercial,
01:41o que afeta a expectativa dos investidores e os investimentos propriamente ditos.
01:47Isso aí já é dado do jogo.
01:48O que ele faz é jogar as cartas aleatoriamente e espera para ver como elas caem,
01:54como é a reação de cada parceiro.
01:57Isso está muito claro.
01:58A relação dele com cada parceiro é uma relação bilateral.
02:02A lógica é unilateral, americana, lidando bilateralmente um a um com cada parceiro.
02:08Esqueçam de acordos comerciais amplos, regionais, multilaterais.
02:13A conversa é um para um, olho no olho.
02:17O que você me dá, o que eu posso receber de você, essa é a aproximação,
02:22essa é a abordagem de Donald Trump.
02:24Nenhuma novidade quanto a isso.
02:25Temos que estar preparados para a continuidade dessa dinâmica
02:28nas próximas semanas e meses até ele encontrar um equilíbrio
02:32que atenda aos interesses domésticos, promoção do emprego industrial
02:36e recuperação dos preços, do equilíbrio de preços domésticos e internacional,
02:42que basicamente é a contenção da China.
02:45A motivação de fundo de Donald Trump e dos Estados Unidos,
02:49que essa é uma política bipartisã dos dois partidos,
02:52foi Biden, foi Obama, todos os presidentes anteriores tinham uma visão
02:56de contenção da disputa hegemônica da China.
03:00Esse é o pano de fundo.
03:01Claro.
03:01Outra...
03:02Pois não.
03:03Não, não, pode continuar, por favor.
03:04Peço ao senhor a concluir.
03:06Pois não.
03:06Outra observação sua quanto à atividade econômica,
03:09o índice UPMI que foi divulgado hoje,
03:12ele mostrou uma desaceleração, mas não uma retração.
03:16Superou as expectativas do mercado,
03:18o índice industrial positivo,
03:20quando ele está acima de 50, ele mostra a aceleração,
03:24abaixo de 50 é desaceleração.
03:26Então, tanto o conjugado quanto o setorial,
03:29indústria e serviços, positivo, desacelerando,
03:33mas ainda assim positivo,
03:34surpreendendo positivamente os mercados.
03:37Agora, professor, não está falando da China,
03:39obviamente, que existe aí um trabalho,
03:41sejam de republicanos ou democratas,
03:43de colocar um freio de mão aí nessa máquina de crescimento chinês.
03:48Agora, olhando para o micro,
03:49das fronteiras dos Estados Unidos para dentro,
03:52estamos falando aí de mais de 300 milhões de moradores,
03:56de americanos, de habitantes, de nacionais,
03:58que vão sofrer com inflação,
04:00com talvez uma perspectiva de maior taxa de juros.
04:03Olhando ali para o micro, para o chão da realidade,
04:07o que o americano deve esperar?
04:08A inflação, a gente já começa a ver um horizonte muito claro,
04:12mas além da montanha, o que o senhor está enxergando também?
04:14Veja, o mais importante para o americano,
04:18na formação de preços, é energia e alimentos.
04:22Se ele conseguir diminuir o preço de energia,
04:24e se conseguir, com o passar do tempo,
04:26aumentar a produção interna,
04:28estabelecer acordos com parceiros,
04:30por meio dos quais os alimentos cheguem
04:32a preços mais convidativos,
04:35por exemplo, hortifruti,
04:36que vem muito do México,
04:38frutas, bastante do Canadá,
04:40e do México também.
04:41Então, são parceiros próximos,
04:43foi colocada uma tarifa muito elevada
04:45com relação a esses produtos,
04:47mas pouco a pouco elas vão sendo equilibradas.
04:49Então, talvez, ao longo do tempo,
04:51e aqui o talvez vem da lógica trompiana,
04:54não se sabe como ele vai lidar com isso,
04:56mas isso pode fazer reduzir ou conter
04:59a escalada inflacionária.
05:00E a escalada energética com a retomada
05:03da exploração de fontes mais poluentes,
05:06hidrocarbonetos, petróleo, gás,
05:08e mesmo o nuclear,
05:09que é uma proposta de Trump
05:11de reduzir as energias renováveis,
05:14que são as mais onerosas.
05:15Então, ele pode sim conter a inflação
05:17no médio prazo,
05:19recuperar empregos industriais,
05:21aumentando sua popularidade
05:22nos setores mais conservadores
05:25da população americana,
05:26mas isso vai levar tempo.
05:28Temos que pensar que o tempo político
05:29é diferente do tempo econômico.
05:31O que ele está olhando é a eleição
05:33de meio de mandato,
05:34a eleição de congresso
05:35no meio do ano que vem.
05:36Agora, a gente falando de produtos
05:39de alto valor agregado, automóveis,
05:41o americano gosta muito de automóvel,
05:43casas recém-construídas,
05:44o americano, quando tem confiança na economia,
05:47compra casas,
05:48e a gente tem um indicador do mortgage,
05:51de uma queda nos pedidos
05:53de financiamento imobiliário.
05:56E como o senhor falou,
05:57vou pegar o exemplo da indústria automotiva,
06:00que embora o Donald Trump tenha sinalizado hoje,
06:02ah, eu já tenho aqui a indicação
06:04de que algumas empresas vão voltar
06:06para os Estados Unidos,
06:07não é da noite para o dia
06:08que se desmonta uma planta
06:10que está no Canadá, no México,
06:11na China, na Polônia,
06:12em qualquer outro lugar,
06:13se monta nos Estados Unidos.
06:15É um tempo.
06:16O produto de alto valor agregado
06:17vai ficar pesado para a classe média,
06:19para a classe média baixa dos Estados Unidos.
06:21Isso não pode arranhar muito
06:22o capital político dele?
06:25Sempre arranha um pouco,
06:26mas talvez haja alternativas.
06:28Eu digo mercado se movimenta,
06:31o mercado trata de compensar.
06:33Há competição entre as empresas,
06:35há linhas de financiamento,
06:36há barateamento de custos
06:38em outros itens que não,
06:39os importados,
06:40que subirão em função das tarifas.
06:43Então, vamos ver como o mercado se ajusta.
06:45Não é uma relação direta.
06:48Aumentei a tarifa,
06:49aumenta o preço do produto.
06:51Há outros fatores que têm que ser sopesados.
06:53Agora, professor,
06:54para a gente encerrar,
06:56para finalizarmos,
06:57olhando para a China,
06:58é uma oportunidade de crescimento para a China,
07:01ela pode caminhar mais fortemente
07:03para ser o grande hegemon do século XXI?
07:07Ela tenta fazer isso,
07:09principalmente na sua região.
07:10A China tem uma lógica regional
07:13de garantia da segurança da sua população.
07:16O que ela precisa para assegurar
07:17a segurança de 1 bilhão e 500 milhões de habitantes?
07:21Alimentos, energia, bem-estar,
07:23contenção das pressões sociais.
07:25A China é um universo à parte.
07:29A China são várias nacionalidades,
07:31vários idiomas,
07:32várias religiões.
07:33É um país fragmentado
07:35com o grande esforço
07:36que todos os regimes chineses,
07:38desde a constituição do Império Chinês,
07:40da sua homogeneização,
07:42no século XIV,
07:43até hoje,
07:44é a manutenção da unidade nacional chinesa.
07:47e diferente dos Estados Unidos,
07:49já temos essa unidade assegurada.
07:51Então, a China garante,
07:53por meio de uma agressividade maior
07:55na sua região,
07:56isso o Xi Jinping já está fazendo,
07:57atraindo os parceiros
07:59que tinham no mercado americano
08:00a sua maior clientela,
08:03de volta para uma esfera
08:04de dominação chinesa.
08:06Queria agradecer mais uma vez
08:07a conversa que eu tive
08:08com Alberto Pfeiffer,
08:10coordenador do Grupo de Análise
08:12em Estratégica Internacional
08:13na Universidade de São Paulo.
08:15Professor, boa noite
08:16e até uma próxima oportunidade.
08:18e até uma próxima oportunidade.

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