Eduardo Velho, sócio-estrategista da Equador Investimentos, analisou o impacto do novo embate entre Donald Trump e Jerome Powell no mercado financeiro, além das tensões com a China e os efeitos para o Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00E sobre o dia na economia, eu vou conversar agora com o Eduardo Velho, que é sócio-estrategista
00:04da Equador Investimentos.
00:06Eduardo, boa noite para você, seja muito bem-vindo ao jornal Times Brasil.
00:10Bom, eu queria começar perguntando justamente sobre essa informação que a Luiz Maiana
00:16trouxe para a gente lá de Washington, que foi esse novo embate que o presidente Trump
00:21teve aí com o presidente do Banco Central, o Jerome Powell.
00:24A gente viu que as bolsas lá tiveram um dia bastante negativo por causa dessa tensão
00:29e eu imagino que se o Trump conseguir tirar o Powell do cargo, como ele já vocalizou
00:34algumas vezes, isso pode repercutir de maneira ainda mais negativa no mercado, não?
00:42Exatamente.
00:43A própria ameaça, a simples ameaça de substituir o presidente do Federal Reserve já provocou
00:50claramente uma deterioração do mercado financeiro internacional, a queda das bolsas foi robusta,
00:57está vendo aí uma queda do dólar como reserva de valor, quer dizer, as pessoas estão comprando
01:04mais ouro, comprando mais outros ativos, digamos, commodities metálicas, que são consideradas
01:14com a proteção.
01:16E isso aí, a tendência disso é continuar muito volátil, enquanto ele não mudar essa performance.
01:24Agora, a probabilidade de ele tirar o presidente do Federal Reserve é baixa.
01:31Na minha avaliação, é uma questão operacional e jurídica bem lenta, digamos assim.
01:39É meio difícil, tem que ser emitido por justa causa.
01:45Tem vários fatores aí que impedem isso, né?
01:50Agora, falando um pouco de guerra comercial, Eduardo, enquanto o Trump tem a estratégia
01:55de gritar e bater na mesa para forçar uma negociação, a China parece que está jogando
01:59com a paciência.
02:01A gente acabou de noticiar aqui que o país resolveu não mexer na taxa básica de juros,
02:04justamente à espera do próximo movimento do presidente americano.
02:09Você acha que a China quer vencer pelo cansaço?
02:14Sim.
02:15A China, na verdade, nós temos aqui até um trabalho técnico sobre isso, a China hoje
02:20tem maior capacidade de aguentar essa guerra comercial.
02:24Se você tem uma ideia, há 15 anos atrás, as votações chinesas para os Estados Unidos
02:30pagam entre 20% a 25%, hoje não passa de 11%.
02:37A China diversificou as votações, hoje tem mais de mercado, é até o mercado africano,
02:46o mercado europeu, o América do Sul, o Oriente Médio.
02:52Então, de certa maneira, a China realmente está bem mais forte para aguentar os Estados
02:57Unidos do que vice-versa.
02:59Então, portanto, essa queda do dólar, na verdade, mostra exatamente que o mercado
03:05já percebeu que o impacto da tarifa comercial é muito mais negativo na economia norte-americana
03:11do que na economia chinesa.
03:13Então, a perspectiva de deceneração da economia americana realmente é bem maior
03:17do que o mercado hoje até está esperando.
03:20De certa maneira, a Organização Mundial do Comércio também revisou para baixo a contração
03:25do PIB mundial e do comércio global também.
03:28O comércio global está à expectativa de uma queda nesse ano.
03:32Então, é muito ruim isso.
03:34E pode ser ruim também para o Brasil também.
03:36É, sobre isso que eu queria te perguntar, inclusive, porque o Brasil, por enquanto, ele está sentindo
03:42poucos efeitos dessa guerra comercial.
03:44Mesmo assim, a gente pode ser atingido se vier uma recessão global.
03:48E também, a guerra comercial, o Eduardo, ela pode chegar numa nova fase em que, por exemplo,
03:54os Estados Unidos comecem a pressionar quem negocia muito com a China e aí também pode
03:58atingir a gente.
03:59Como é que você acha que o Brasil poderia tentar, pelo menos, se blindar de uma situação
04:02assim?
04:06Bem, no curtíssimo prazo, não tem muito o que se fazer.
04:10Paralelamente, ele pode tentar reativar, tentar fazer o acordo Mercosul-UE, aumentar o
04:17comércio com a Oriente Médio, tentar aumentar o comércio com o Canadá.
04:22Também são outras tentativas.
04:24Mas isso aí tem tempo, o mercado financeiro é um pouco mais rápido.
04:30Então, o impacto é negativo.
04:32Por quê?
04:32Porque o PIB global tem uma correlação muito forte com o crescimento brasileiro.
04:38Você tem uma ideia?
04:38Nos últimos 15 anos, essa correlação, a gente também fez esse trabalho também, é
04:43de 90%.
04:45Então, quando cai qualquer ponto percentual do PIB mundial, há uma contribuição de
04:5030% de queda do PIB Brasil.
04:54Ou seja, então, na verdade, se você tem uma redução do comércio global entre Estados
05:00Unidos e China, que hoje, os dois juntos, são 50 trilhões de dólares, quase metade
05:06do global, com certeza você vai ter impacto aqui no Brasil.
05:10Vou dar um exemplo muito rápido.
05:12A queda do preço do petróleo hoje é muito ruim no Brasil.
05:16O Brasil hoje é exportador de petróleo.
05:18O Brasil hoje, uma recessão mundial, o Brasil teria menos receita de exportação de minério
05:24de ferro, por exemplo, as receitas de exportação de petróleo.
05:29Então, de certa maneira, você tem uma tendência de uma redução do subterávit comercial, se
05:34persistir essas tarifas comerciais.
05:36Falando um pouco agora da União Europeia, como é que você está vendo o encaminhamento
05:41aí da negociação entre Estados Unidos e União Europeia?
05:43Acho que está num nível um pouco mais construtivo do que no caso da China, não?
05:47É, com a União Europeia, isso também era um pouco esperado que fosse um pouco mais
05:53construtivo, porque eles são aliados, aliados militar, até mesmo politicamente, contra a
06:02parte oriental.
06:03Agora, existem as tarifas ainda que não foram removidas.
06:07Então, a perspectiva que a gente aqui está trabalhando é que ocorra algum acordo mínimo,
06:12inclusive com a China.
06:13E também, se não ocorrer um acordo com a China, também não adianta nada você ter
06:19revisão, um acordo com a União Europeia.
06:22E esses dois países, Estados Unidos, com o PIB de quase 30 trilhões de dólares e a
06:27China quase 20 trilhões de dólares, realmente é um impacto forte.
06:32Então, eu vejo que isso é muito gradual e não vejo que dá muito essa volatilidade,
06:37essa, em curtíssimo prazo, essa, digamos, essas ameaças do Trump, por exemplo, contra o
06:44presidente do Banco Central norte-americano.
06:48Aí, uma pesquisa de opinião recente mostrando uma queda da popularidade, por exemplo, do
06:53presidente Trump, em relação à condução da inflação.
06:56Então, na verdade, ele está querendo jogar a culpa no Powell, no presidente do Fed.
07:01Então, é um pouco uma jogada política também aí, também no curto prazo, que não vai
07:07parar no curtíssimo prazo.
07:09Nos cenários que você está traçando aí, você vê um acordo rápido entre Mercosul e
07:13União Europeia, agora com essa nova configuração mundial?
07:16Não, eu vou te falar, não é aqui no nosso cenário básico, não vejo esse acordo, primeiramente
07:26porque agora a prioridade total da União Europeia é o acordo tarifário aí, ou reversão
07:32dessas tarifas, principalmente no setor automobilístico, que vai pegar uma grande indústria, pela indústria
07:38alemã, né?
07:39Então, eu acho que ficou em segundo plano, na minha avaliação, a segunda possível acordo
07:45Mercosul-Europa agora.
07:47E mesmo que tenha, eu que tenha hoje, esse impacto em relação à visão ou risco hoje
07:55que está no mercado financeiro, em relação à condução da crise econômica de Trump.
07:59Tá certo.
08:00Eduardo Velho, sócio estrategista da Equador Investimentos, muito obrigado pela sua participação
08:05hoje no Jornal Times Brasil.
08:06Boa noite.
08:08Boa noite a todos.