A guerra comercial iniciada no governo Trump ainda afeta os produtores dos EUA. Aline Guedes, professora de logística e comércio exterior da UniArnaldo, analisou os impactos para o agro norte-americano e como o Brasil pode se beneficiar, apesar dos gargalos logísticos e da infraestrutura deficiente.
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NotíciasTranscrição
00:00A guerra tarifária está afetando diretamente os produtores rurais norte-americanos.
00:11Com o conflito mais intenso, a gente vai entender como o setor agro sente os efeitos da guerra comercial do mandato de Trump,
00:19com a Aline Guedes, que é professora de logística e comércio exterior da UniArnaldo Centro Universitário de Belo Horizonte.
00:27Seja bem-vinda ao Money Times, Aline, muito obrigada pela sua participação.
00:33E olha, a minha pergunta é a seguinte, é justamente essa base política de Trump, de agricultores e pecuaristas,
00:40que está pressionando deputados e senadores em suas regiões.
00:43Ou seja, são as tarifas claramente deixando rastros de consequências que perduram e a gente não sabe até quando elas vão perdurar.
00:51Boa tarde para você.
00:53Boa tarde, que agradeço o convite.
00:56Então, vamos lá.
00:57Essa guerra começou lá no primeiro mandato do Trump, em 2018 a 2020,
01:03quando o governo Trump quis ganhar mercado em relação à China,
01:07aumentando as tarifas dos produtos que a China importava para os Estados Unidos.
01:13Então, em contrapartida, o que a China fez?
01:16Aumentou também as tarifas dos produtos americanos,
01:21que o que mais tem são as commodities.
01:23E aí, com isso, começou essa guerra tarifária que vem afetando até hoje os produtores americanos.
01:34Felipe Machado está aqui com a gente também e vai participar da nossa entrevista.
01:40Tudo bem, professora? Boa tarde.
01:42Tudo ótimo.
01:43Tudo certo. Boa tarde.
01:45Professora, em relação ao Brasil,
01:46eu queria que você falasse um pouquinho do impacto que essa redução na produção agrícola americana,
01:53graças às tarifas que vão dificultar a exportação americana,
01:55como é que isso pode beneficiar o agro brasileiro?
01:59Então, com essa alta taxa tarifária americana em relação à China,
02:06que ela é um dos principais compradores de agro no mundo,
02:11nos beneficia.
02:13Nós, os países norte, nós aqui da América do Sul,
02:17como alguns outros países também.
02:19Então, com isso, a gente consegue entrar nesse mercado que, outrora,
02:23era até um monopólio americano em relação à China.
02:27Então, com isso, a China abre outros mercados
02:29e o Brasil é um exportador desse produto, dessa commodity para a China.
02:35Então, para nós, essa guerra tarifária entre esses dois polos grandes,
02:41ela nos beneficia dessa forma.
02:43A gente ganha mercado em relação aos Estados Unidos
02:45para entrar na China com nossos produtos do agronegócio,
02:50que são as nossas commodities, principalmente a soja e o algodão.
02:54Professora, você mencionou na sua primeira resposta
02:56que essa guerra comercial não começou agora,
02:58ela já vem do outro mandato de Trump,
03:01mas naquela época, claro, a dimensão era muito menor.
03:04No primeiro mandato, o USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos,
03:08liberou cerca de 28 bilhões de dólares naqueles programas de auxílio.
03:13Dessa vez, pela dimensão que isso está tomando,
03:16esse número vai ter que ser muito maior,
03:17para poder dar conta do que estão sofrendo os agricultores e os pecuaristas americanos.
03:24Pois é, e isso entra em outra questão,
03:26que é até mesmo que os produtores estão pressionando o governo.
03:32Porque esses programas, eles são de curto prazo.
03:36Então, para que eles tenham essa estabilidade,
03:39esses programas teriam que dar para eles algum tipo de conforto,
03:44algum tipo de estabilidade a longo prazo,
03:47e que não é o caso.
03:48Eles vão precisar de fazer outros tipos de programa
03:51para que os produtores rurais americanos,
03:54eles tenham até mais condições de ampliar esse mercado deles.
04:00Professora, em relação ao Brasil,
04:06mesmo o Brasil tendo baixas tarifas relativas,
04:10em comparação com outros países,
04:1210%, ainda é um pouco, ainda é uma tarifa alta.
04:16Como é que você imagina a relação entre Brasil e Estados Unidos?
04:20Vai ficar mais difícil para o agro-brasileiro entrar nos Estados Unidos também?
04:23Olha, eu acho que vai estar difícil para qualquer país entrar
04:31com essa proteção que o Trump fala que tem para outros mercados entrarem.
04:39Ele tem essa política protecionista,
04:44então acho que mesmo sendo tarifas um pouco menores que os outros países,
04:48ainda vai ficar um pouco difícil, não impossível.
04:51Mas a gente consegue ainda ter uma vantagem em relação a outros países
04:55para entrar nos Estados Unidos.
04:57Professora, além da perda de confiança,
05:00quais outros impactos podem haver para o setor?
05:03Eu estava lendo algumas reportagens também,
05:05a gente teve um caso recente de demissão em massa
05:09dos trabalhadores essenciais a controles agropecuários nos Estados Unidos
05:13por conta da gripe aviária agora em fevereiro.
05:16Eu imagino que isso seja uma cadeia também,
05:18que também pode haver problema para esses trabalhadores.
05:22Isso pode gerar um problema ainda maior para os Estados Unidos nesse segmento.
05:28A gente fala toda uma cadeia logística.
05:30A cadeia logística, para ela chegar até o produto final,
05:33ela tem vários outros agentes que participam dela.
05:37Desde o primeiro agente da cadeia até chegar nas grandes commodities,
05:41que é para a gente fazer as importações ou exportações.
05:44O impacto seria praticamente esse.
05:48Se a ponta da cadeia está sofrendo com essa falta de mercado para que venda,
05:57os outros agentes também vão sofrer com isso.
05:59Então, a demissão vem em massa desde lá de primeiro.
06:02Se eu não consigo vender o meu produto,
06:04eu não consigo também suprir a necessidade dos meus trabalhadores,
06:08que é pagar o salário, que é manter todos eles dentro da minha cadeia,
06:14fazendo toda a minha produção, como era antigamente.
06:18A produção cai e, com isso, a consequência é que nós tenhamos uma queda também
06:24dentro da cadeia de empregadores, de empregabilidade.
06:30Felipe?
06:31Professora, em relação ao agronegócio brasileiro,
06:34os Estados Unidos eram um grande exportador de agro,
06:38mas que isso vai ser dificultado justamente por essas tarifas.
06:41No caso do Brasil, além de ter uma safra recorde,
06:44nós vamos ter uma oportunidade grande de ampliar esses mercados,
06:48como a senhora bem lembrou.
06:49Quais são os gargalos aqui de logística, de infraestrutura,
06:53que o Brasil vai enfrentar para conseguir aumentar esse nível de exportação?
06:57Quais são os principais gargalos aqui no Brasil mesmo?
07:01Olha, quando a gente fala de gargalos, principalmente para commodities,
07:04a gente sempre entra no mesmo impasse,
07:07que é o gargalo de escoamento, de carga.
07:09Hoje, no Brasil, a gente tem uma dificuldade muito grande
07:12de fazer o escoamento da nossa carga mesmo.
07:17A soja, por exemplo, para ela sair do Rio Grande do Sul,
07:20para ela chegar até um determinado ponto,
07:22a gente tem que fazer uma intermodalidade,
07:24que é trazer do modal rodoviário até o modal ferroviário
07:30para chegar nos portos.
07:31Só que essa nossa infraestrutura ainda é um pouco precária.
07:35Então, nós precisamos de alinhar em relação a isso
07:38para que esses gargalos sejam menos impactados
07:41e que a nossa carga tenha menos perdas
07:45e sejamos mais efetivos para que chegue no tempo hábil aos portos
07:50para que nós possamos escoar essa carga.
07:52Você mencionou aí, professora, dos gargalos, né?
07:55A gente sabe que a logística é um dos gargalos.
07:58Inclusive, a gente fez bastante entrevistas aqui
08:01durante a programação do Times Brasil
08:02sobre essa questão logística aqui no Brasil.
08:05Você acha que ainda há tempo hábil
08:07de essa questão logística ser corrigida
08:10a tempo de atendermos a demanda que vai haver de agro para o Brasil?
08:15Eu falo que é melhor começar do que especular, né?
08:21Se nós começarmos a agir, a gente consegue
08:24pelo menos fazer alguma coisa paliativa.
08:26Tempo hábil, eu acho que é um pouco complicado
08:29porque a gente precisa de muita infraestrutura,
08:32a gente precisa de grandes modificações,
08:35mas nós podemos fazer algo mais paliativo
08:39até que nós tenhamos aí uma coisa mais efetiva.
08:42Mudar, ampliar nossas malhas rodoviárias,
08:46colocar uma malha um pouco menos depreciada, né?
08:51Para que nós possamos depois estudar
08:53a melhoria da malha ferroviária,
08:55que no Brasil ainda é muito precária,
08:57ou ampliação das chegadas aos portos,
09:02que também é um grande gargalo.
09:04A entrada e saída dos nossos portos hoje.
09:07Professora, então falando um pouquinho mais especificamente
09:09dos portos, né?
09:10Porque a gente já sabe os problemas rodoviários,
09:12ferroviários, para chegar até os portos.
09:14E nos portos também temos um problema de logística.
09:17A gente acabou de inaugurar um porto de P100,
09:21uma nova rota com a China, enfim.
09:23Quais são os gargalos na relação dos portos?
09:27Nos portos eu ainda acho que os gargalos são
09:30a entrada e saída, como eu disse,
09:32a gente depende muito da intermodalidade,
09:35que é o escoamento chegando nos portos
09:37para que nós possamos trazer para o modal rodoviário.
09:40Então, a entrada desses caminhões nos portos
09:45ainda é uma dificuldade, né?
09:47Para que nós possamos escoar essa carga.
09:50E outra é mão de obra.
09:53Nós ainda precisamos de mão de obra qualificada
09:55para que nós possamos ter uma melhoria otimizada
09:58dentro dos portos.
09:59Essa foi Aline Guedes, professora de Logística
10:04e Comércio Exterior da UniArnal
10:07do Centro Universitário de Belo Horizonte.
10:11Muito obrigada pela sua participação, viu, professora?
10:13Uma ótima semana para você e até a próxima.
10:17Eu que agradeço.
10:18Tchau, tchau.
10:19Tchau.
10:20Tchau.
10:21Tchau.