As Casas Bahia e o Magalu foram afetadas pelas novas tarifas de Trump. Por que isso aconteceu? O especialista Ulysses reis explicou os impactos no varejo brasileiro e os desafios do cenário internacional.
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00:00Pronto, agora a gente vai continuar falando de tarifas, porque elas continuam impactando as ações pelo mundo.
00:05Aqui no Brasil, a queda em redes varejistas chama bastante atenção e a gente vai ter uma entrevista exatamente para entender melhor esse impacto,
00:13como é que ele está se desenhando e que efeito isso pode gerar em médio e também a longo prazo.
00:19Vamos conversar agora então ao vivo com o professor da Strong Business School, Ulisses Reis.
00:24Tudo bem, professor? Boa tarde, seja muito bem-vindo ao Money Times.
00:27Muito obrigado, boa tarde, é um prazer estar aqui com vocês mais uma vez e vamos falar a respeito da situação que está havendo aqui no varejo brasileiro, perspectivas atuais e futuras.
00:44Professor, para começar do começo, como é que o senhor está avaliando então o impacto direto desse tarifácio e as idas e vindas dessas tarifas do presidente Trump
00:55sobre o varejo brasileiro, especialmente em empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia, por que é importante a gente fazer esse recorte, esse olhar direcionado para o nosso varejo?
01:07Bom, eu diria o seguinte, inicialmente nós estamos vivendo um momento especulativo, né?
01:15O que significa? O mercado não gosta de coisas imprevisíveis ou mudanças, né?
01:22E o pessoal está aproveitando, o pessoal do próprio mercado, para especular, né?
01:27Isso a curto prazo, mas eu acho que a médio prazo o varejo brasileiro vai ser muito beneficiado com essa história.
01:35Por quê?
01:35Primeira coisa, boa parte daquilo que se vende no varejo brasileiro não é feito aqui no Brasil, é feito na China principalmente.
01:46O que acontece é que é importado, aí as empresas varejistas brasileiras ou indústrias colocam a sua marca.
01:54Então, a partir do momento que o mercado chinês começa a ter dificuldade para vender para os norte-americanos,
02:01eles vão ter que desovar, se é o termo certo, esses estoques para outros países e vão desovar para o varejo brasileiro.
02:09Como a gente hoje tem a taxa das blusinhas, que é bem elevada, que inclusive pode fazer, começou agora em abril, né?
02:19Compras acima de 50 dólares no site chineses custam 50% a mais de impostos.
02:28Acima de 50 dólares, as abaixo, perdão.
02:32As acima de 50 dólares custam 100% de impostos.
02:37Então, o que acontece é que, de certo modo, o Brasil fez de um modo muito parecido aquilo que o Trump está fazendo com eles lá.
02:44Então, a importação direta de site chineses do consumidor final vai ficar mais, já está mais caro.
02:53Agora, para as empresas importadoras brasileiras que vendem para os varejistas, tipo Magazine Luiza, Americanas, ou então as outras,
03:08elas vão ser beneficiadas.
03:10Por quê?
03:10Porque vão pagar menos, o capitalista, daqui a um médio prazo, vai poder concorrer com vantagens competitivas no mercado,
03:22porque os produtos chineses vão ter que cair de preço.
03:27Felipe, sua pergunta, professor Ulisses.
03:29Professor, boa tarde.
03:30Professor, concordo com o senhor que essa questão do...
03:33A China vai ter que desovar esses produtos em algum lugar e que talvez um desses destinos com certeza será o Brasil.
03:41Mas e o risco de dumping?
03:43Quer dizer, a gente também tem um problema que essa inundação, essa quantidade de produtos chineses,
03:49ela também pode prejudicar, de certa forma, a indústria brasileira, enfim,
03:52ou produtores brasileiros que tenham produtos semelhantes.
03:55Como é que o senhor vê essa questão que pode ser boa, por um lado, para o consumidor, pelo lado do varejo,
04:01mas que pode afetar, de certa forma, a indústria brasileira?
04:03A indústria brasileira não está vivendo um momento bom há décadas.
04:09A gente perdeu espaço, perdeu produtividade e, na verdade, o grande problema do Brasil na indústria
04:18são os elevados custos de produção, a alta carga tributária e um, vamos dizer assim,
04:26um empregado brasileiro tem um quinto da produtividade do empregado, por exemplo, indústria chinesa ou asiática.
04:35Então, quer dizer, a gente está pagando preço de décadas de trabalho ruim na indústria.
04:42Então, o que acontece é o seguinte, a indústria já não vai bem.
04:45Pode haver competição? Pode.
04:49Mas, de certo modo, não vai destruir a indústria brasileira, que já não anda bem das pernas.
04:55O que vai acontecer, na verdade, é que vão vir mais produtos importados para o Brasil,
05:03produzidos no Japão, a preços mais competitivos para os varejistas,
05:08e isso vai fazer com que os grandes players do varejo nacional possam vender com uma margem de lucro maior.
05:17Não só os grandes players, como também os pequenos, que importam e trazem direto para cá.
05:24Então, vai ser uma vantagem.
05:25A indústria vai ter que se realenhar.
05:28O Brasil está muito atrasado em termos industriais.
05:32Nós temos vários problemas aqui.
05:34Por exemplo, a gente não investiu nada, ou muito pouco, na área de indústria 4.0,
05:42inteligência artificial, custo Brasil é elevado,
05:46IPI é uma coisa que onera muito a indústria.
05:51Então, eu acho que o efeito que isso vai ter sobre a indústria nacional
05:56é um processo que já está acontecendo há muito tempo.
06:00Professor, então, o que o senhor está trazendo para a gente,
06:03esse contexto da guerra comercial é cada vez mais acirrada entre China e Estados Unidos,
06:08pode, de certa forma, então, beneficiar o varejo do Brasil,
06:12mas complicar muito a vida, dificultar a vida da indústria brasileira.
06:17É isso?
06:18Qual é o impacto disso a médio, a longo prazo?
06:22A gente acaba ficando cada vez mais dependente de importação, por exemplo?
06:26Eu diria o seguinte, o varejo vai ser beneficiado.
06:32O que a gente está vendo agora, essa variação que está acontecendo na Bolsa de Valores,
06:38em relação às empresas varejistas, é especulação,
06:42ou então resultado de algo que está ligado, por exemplo,
06:47aos balanços trimestrais desde o ano passado.
06:50A gente está vendo reflexo agora.
06:52Mas o varejo nacional vai ser beneficiado, sem dúvida.
06:56É questão de tempo.
06:58E, provavelmente, as ações vão voltar a subir.
07:01E, com relação à indústria, a indústria vai precisar,
07:05e já está precisando há muito tempo, fazer o dever de casa,
07:08ou seja, se reestruturar, ou seja, se tornar mais competitiva.
07:12E, se não puder se tornar mais competitivo,
07:16pelo menos buscar nichos de mercado de vantagens competitivas.
07:21Por exemplo, a indústria nacional tem muitas vantagens competitivas sobre os chineses.
07:26A primeira delas se chama a pós-venda, em que existe assistência técnica.
07:32Se a gente fala de chinês, não existe.
07:34Quebrou o produto, joga fora.
07:36Tem marcas nacionais boas hoje, que competem muito bem com os chineses,
07:44porque têm alta qualidade.
07:46Principalmente no setor, se a gente for ver, de metais sanitários,
07:50nós temos diferenciais enormes sobre os chineses.
07:54Um produto deles não dura nem 4, 5 anos.
07:57Um produto brasileiro passa de 20.
08:00Então, quer dizer, vai haver uma melhoria nas empresas
08:06que realmente estão trabalhando bem a questão na indústria.
08:11Um incentivo a isso.
08:13O pessoal vai ter que trabalhar melhor.
08:15Perfeito.
08:16Ponto importante.
08:17Felipe, mais uma sua.
08:18Opa.
08:18Professor, em relação ao Brasil e Estados Unidos,
08:21como é que o senhor vê essa relação?
08:22A gente teve uma balança comercial no primeiro trimestre positivo,
08:26o número total, 20 bilhões de dólares.
08:29Quer dizer, teve um pouquinho de déficit em relação ao Brasil.
08:31O Brasil importou mais do que exportou.
08:34Mas, de certa forma, foi um bom balanço comercial,
08:36talvez causado pelas novas tarifas do aço e do alumínio.
08:41Como é que o senhor vê agora a relação Brasil-Estados Unidos
08:43nessa questão de importações, exportações, balança comercial como um todo?
08:49O Brasil foi taxado em 10%, ou seja, para os Estados Unidos.
08:53Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
08:58Ou seja, de certo modo, isso é positivo.
09:02Agora, ele vai ser afetado mesmo no Brasil com relação aos 25% que estão sendo impostos
09:08pelo governo americano com relação ao aço e o alumínio.
09:13E o Brasil exporta muito, principalmente o alumínio.
09:18Então, isso vai ser um problema para a gente.
09:20Certamente vai pesar na balança comercial essa taxa de 25% sobre esses dois produtos.
09:27E o senhor certamente está acompanhando esse vai e vem,
09:33esse jogo que está sendo feito usando as tarifas como arma.
09:38Queria ouvir a opinião do senhor.
09:39Filipe trouxe agora há pouco um termo que a imprensa norte-americana
09:43tem usado para se referir a isso, falando em incerteza tóxica.
09:47E aí queria ouvir a opinião e avaliação do senhor, análise sobre esse cenário.
09:52Eu acredito que está havendo um realinhamento no mundo, principalmente em termos de negociação.
10:03A China vem desrespeitando o acordo da Organização Mundial do Comércio
10:08que ela prometeu há mais de 20 anos cumprir.
10:12Ou seja, o que os chineses fizeram?
10:14Eles colocaram o preço dos produtos deles num patamar muito baixo.
10:18porque eles não precisam dar lucro.
10:22Na verdade, o governo chinês que aceita, que ajuda essas empresas.
10:29Então, o que aconteceu foi que durante esse tempo,
10:32a China foi se tornando super competitiva em muitos mercados mundiais
10:38e as pessoas acabaram comprando coisas que nem precisavam,
10:42porque o preço estava baixo.
10:43O realinhamento vai ser o seguinte,
10:46a China vai ter que praticar preços mais reais a partir de agora.
10:52E uma questão também é a seguinte,
10:54queria levantar dois pontos.
10:56Primeiro, os Estados Unidos já são uma economia de serviço
11:00e de desenvolvimento de tecnologia há mais de 20 anos.
11:04Então, a quantidade de pessoas que estão dispostas a trabalhar em fábricas
11:09é reduzida por conta da própria economia, educação, etc.
11:14Mas existe uma área nos Estados Unidos,
11:17chamada Cinturão do Ferro,
11:19que está lá nos estados de Michigan,
11:22o pessoal de Detroit, Illinois, etc.,
11:25onde começou a indústria automobilística norte-americana,
11:29que tem muito americano desempregado
11:31e disposto a trabalhar nessa indústria.
11:34Então, quer dizer, eles têm uma mão de obra interna
11:37que tem viabilidade.
11:39E também existe uma coisa,
11:41saindo da China, as indústrias como a Apple e outras,
11:45elas vão para a Índia,
11:47ou para o Vietnã,
11:48que estão dando excelentes condições técnicas
11:50e vão ter um equilíbrio maior em relação a preço.
11:55Então, quer dizer,
11:56a gente está vivendo um momento de realinhamento.
11:59Agora é complexo.
12:02Agora, eu acho que o Brasil vai ser beneficiado
12:05no total dessa história, principalmente porque
12:08nós temos competência técnica aqui
12:11e ainda não está florescendo por conta
12:14dessa concorrência internacional chinesa.
12:18A gente não está sendo mal visto pelos Estados Unidos.
12:23E outra coisa também,
12:24o varejo nacional vai poder se fortalecer
12:28com esse negócio todo.
12:29Então, eu diria que a curto prazo é um susto,
12:32existe muita especulação,
12:36muita gente não sabe o que vai acontecer,
12:39existe incerteza de mercado,
12:41os 22 não gostam de incerteza,
12:44porém, acho que a médio prazo
12:47o Brasil vai poder ser beneficiado,
12:50principalmente por um fator,
12:51os chineses vão ter que exportar para o Brasil
12:54a um preço mais barato
12:56e também a todos os equipamentos ligados
13:01à energia solar.
13:02São pontos que podem melhorar o nosso país.
13:06Certo, ponto de vista super interessante
13:08que o professor Ulisses Reis,
13:10da Strong Business School,
13:12trouxe para a gente agora ao vivo aqui no Money Times.
13:14Muito obrigada, viu, professor?
13:16Boa tarde, volte sempre.
13:17Obrigado pelo convite.
13:18Tchau, boa tarde.
13:19Obrigada.
13:20Obrigada.