Diretor da Faz Capital, Alexandre Pletes analisou, em entrevista ao Conexão, os impactos da nova taxa para navios chineses atracarem nos EUA. A guerra tarifária entre os países pode encarecer produtos importados.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora, 9 horas e 14 minutos, como vimos agora há pouco, as taxações de Donald Trump continuam apontadas para a China.
00:08A conversa entre os dois governos, ou os governos dos Estados Unidos e China, é só fumaça?
00:13Onde a guerra tarifária vai parar?
00:16Vamos conversar com Alexandre Pletz, diretor de renda variável da FAS Capital, para entender um pouquinho sobre isso.
00:23Oi, Alexandre, muito boa noite. Tudo bem com você? Seja bem-vindo ao Conexão.
00:30Obrigado. Vou falar um pouquinho dessa guerra tarifária, dessa economia louca que está sendo imposta ao redor do globo.
00:39Vamos ver o que a gente consegue tirar de conclusões sobre isso.
00:42Alexandre, o que chama a atenção e até contraditório, que a gente viu agora há pouco,
00:46que Donald Trump disse que já tem conversas com a China, com o líder Xi Jinping,
00:52mas ao mesmo tempo que ele conversa ele impõe mais tarifas, que agora para navios.
00:57O senhor acredita, numa luz no fim do túnel, que vai haver uma negociação, vai haver um acordo entre os dois países?
01:06É, no mínimo, estranho impor tarifas tão restritivas contra a China.
01:13A gente escutou do próprio governo chinês de que não há negociações avançadas sendo feitas.
01:20Talvez alguém do segundo escalão ali tentando conversar, mas sem força para realmente negociar alguma coisa.
01:29Essa imposição de restrições agora, inclusive, contra as embarcações e também, do lado contrário, contra empresas.
01:38A gente viu o exemplo da Boeing agora há pouco.
01:39Então, isso começa a ficar muito complexo nessa relação entre os dois países.
01:45E, pelo jeito, o Xi Jinping não está muito a fim de recuar também.
01:51Acaba sendo uma briga de gigantes, são as duas maiores economias do mundo,
01:55disputando um jogo que pode ser muito além do jogo econômico.
02:00A gente pode estar enxergando aí um pouco de jogo de vaidade também.
02:03E isso começa a preocupar os mercados.
02:06A volatilidade dos mercados ficou muito grande desde o início da imposição das tarifas,
02:11no que o Trump chamou de dia da libertação.
02:14E essa rusga que está sendo feita agora de nenhum lado ceder pode ser prejudicial para todo mundo.
02:22Alexandre, a gente viu, por exemplo, a China já devolvendo aviões da Boeing.
02:27Aí, por outro lado, a Ford já suspendendo vendas de veículos para o país asiático.
02:34Isso tem um impacto muito importante.
02:36Claro, por exemplo, devolver aviões da Boeing pode sobrar positivamente para a Embraer.
02:42Para um lado, aqui para o Brasil é bom.
02:44Mas, de forma geral, no mundo, isso pode ter impactos irreversíveis?
02:50Sim, a gente tem um impacto que vai muito além da tarifa imposta.
02:54ou o impacto de uma possível inflação que vai ter através desse jogo de tarifas.
03:02Mas a gente tem um impacto de confiança.
03:04Como que as empresas vão prever o seu orçamento, o seu faturamento, fazer contratos,
03:12se as coisas podem mudar a qualquer momento?
03:14Então, esse impacto de confiança, ele acaba gerando uma, como é que eu vou dizer,
03:22uma certa quebra, realmente, das possibilidades de previsão para o futuro.
03:29E empresas, a gente sabe que fazem os seus orçamentos, os seus planejamentos por longos anos.
03:34Principalmente, por exemplo, na área da aviação,
03:37que o avião não sai que nem um carro, que sai vários no mesmo dia de uma fábrica.
03:41O avião, para ser construído e vendido, ele tem um tempo muito grande,
03:45desde a sua encomenda até a sua efetiva fabricação e entrega.
03:48Então, como que as empresas de aviação vão fazer as suas encomendas?
03:52Quanto tempo aquele preço vai poder ser mantido?
03:56As condições de negociação vão poder ser mantidas?
03:58Então, essa quebra de confiança, ela vai muito além das tarifas.
04:03Isso é preocupante quando a gente fala em comércio internacional, em comércio global.
04:07Então, esse é o ponto de atenção agora.
04:10A negociação de tarifas, talvez ela possa chegar.
04:13Mas essa quebra de confiança foi tão forte que,
04:15por quanto tempo essa tarifa negociada vai durar?
04:18Como que vai ser o futuro disso?
04:20E aí, entra nesse campo que o mercado não gosta.
04:24O mercado prefere uma má notícia dada do que alguma coisa imprevisível.
04:28Então, é melhor que eu saiba já que aquilo ali é assim, as tarifas são assim,
04:32não vou arredar o pé disso e tudo bem.
04:35E daqui para frente a gente segue o jogo do que toda hora.
04:37Agora eu suspendo por 90 dias.
04:39Não, agora eu tiro de tablets, smartphones e chips.
04:43Mas agora eu vou botar restrição, então, com os aviões.
04:47Pô, a Ford deixou de mandar os seus carros para lá,
04:51porque são 125% a mais, como vai chegar isso lá?
04:55Tudo isso começa a gerar um ambiente de muita complexidade de negociação.
05:00E isso o mercado não gosta.
05:02É uma grande insegurança comercial, né, Alexandre?
05:05E tem um impacto também, por exemplo, no emprego.
05:08Os Estados Unidos podem sofrer aí com demissões, por exemplo.
05:12A Boeing recebendo aviões de volta, a Ford não conseguindo mandar
05:17ou suspendendo o envio de carros para lá.
05:20Isso pode ter um impacto direto, por exemplo, no emprego nos Estados Unidos?
05:25Pode ter um impacto.
05:26Essa nacionalização da indústria que o Trump deseja fazer,
05:30ela não é bem assim para se fazer.
05:32Isso demoram décadas para retornar o que durou décadas para se construir lá fora.
05:38Então, no primeiro momento, o impacto de produtos americanos deixando de sair de lá
05:45naturalmente vão refletir nos empregos.
05:49Então, a gente tem os dois piores impactos.
05:51O primeiro é a inflação que pode ser causada lá.
05:54Já se fala na casa dos 4.600 dólares ano per capita.
05:59Então, isso é elevado, representa quase 5% da renda per capita do americano.
06:04Enquanto o Powell tenta fazer um jogo de controlar a inflação.
06:07E a outra parte é a redução do emprego, que vem numa batida boa.
06:11Agora, eles conseguiram controlar o valor dos salários,
06:15que estava gerando muita inflação e etc.
06:16E isso começa a ficar bem complexo para o jogo americano.
06:22Então, esse grau de risco me parece que não está muito bem dimensionado.
06:29As coisas foram feitas com um pouco de euforia,
06:32talvez para tentar mostrar o que foi dito na campanha de uma maneira rápida.
06:37Mas o dimensionamento parece que fugiu um pouco do controle.
06:41Alexandre, a gente viu, por exemplo, que o PIB da China está em crescimento.
06:45As exportações, por exemplo, de soja do Brasil aumentaram.
06:49Em contrapartida, os Estados Unidos aviões estão sendo devolvidos.
06:53A Ford suspendeu o envio.
06:56Está sendo mais um tiro no pé dos Estados Unidos.
06:58O efeito está sendo mais reverso para os norte-americanos do que para o mundo neste momento?
07:03Eu acredito que neste momento, sim.
07:07Os Estados Unidos, ele abre um precedente muito grande
07:10para a formação de outros blocos econômicos fortíssimos.
07:14Como, por exemplo, a Ásia com a União Europeia,
07:18respingando um pouco o Mercosul.
07:20O Brasil é um maior parceiro comercial do Brasil.
07:24É a China.
07:25A gente exporta soja e proteína animal muito para lá.
07:28E isso beneficia o Brasil, de certa forma.
07:33E todo esse comércio que esses novos blocos podem trazer,
07:40escanteando os Estados Unidos, talvez,
07:42fugiu um pouco dessa capacidade de negociação do Trump.
07:46Porque ele, me parece que,
07:49deduziu que os outros países iam correr atrás dele para negociar tarifas.
07:53E isso pode até ter acontecido com países um pouco menores,
07:57com economias um pouco mais enfraquecidas.
07:59Mas as grandes economias firmaram o pé.
08:02Não é bem assim que a coisa funciona.
08:04E isso acaba respingando de uma maneira muito pior
08:06para os Estados Unidos, que fica isolado nesse contexto.
08:11Para finalizar com você, Alexandre,
08:12em meio a essa guerra, Trump também, guerra comercial,
08:15Trump anunciou, por exemplo,
08:16que as negociações lá para a venda do TikTok,
08:19que é controlado pela ByteDance,
08:21se uma empresa chinesa, as negociações estão suspensas.
08:26Quer dizer, ninguém mais sabe o que vai acontecer de lado nenhum, né?
08:32Exato.
08:33É o que eu comentei antes.
08:34Essa incerteza, ela complica o futuro.
08:38Como que a gente vai fechar um contrato
08:41num ambiente assim, visando o fornecimento,
08:45seja do que for por um prazo mais longo?
08:49Uma produção de um avião demora mais de um ano
08:51para conseguir se concretizar.
08:53Ou contratos de fornecimento de alimentos,
08:56por exemplo, que são um pouco mais longos.
08:58E nesse meio do caminho, toda essa incerteza.
09:02Então, realmente, as negociações vão acabar
09:04saindo do eixo Estados Unidos
09:06e indo para os outros eixos,
09:08onde se vai ter mais previsibilidade,
09:11mais segurança para se negociar
09:12e os blocos naturalmente vão se formar.
09:14Então, essa nova dinâmica econômica,
09:17a gente não sabe exatamente como ela vai se dar.
09:20Mas, possivelmente, os Estados Unidos vão sentir muito.
09:24E agora tem essa pressão aí para baixar os juros
09:26por parte do Fed,
09:28pressão em cima do presidente do Fed
09:31para deixar o cargo.
09:32Ele já disse que não vai deixar.
09:33Então, são muitos ruídos
09:35por um curto espaço de tempo
09:37e sem um planejamento tão forte assim.
09:40A conferir, né, Alexandre,
09:42as cenas dos próximos capítulos.
09:44Alexandre, obrigado.
09:45A conferir.
09:46Obrigado, viu, Alexandre Plets,
09:48diretor de renda variável da FAS Capital.
09:50Ótimo final de semana.
09:52Boa Páscoa para você.
09:52Boa Páscoa para você.