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  • 13/04/2025
Com nove projeções simultâneas, a obra do artista inglês reflete sobre o legado da arquiteta italiana no Brasil, com interpretações de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
Transcrição
00:00Música
00:00O Museu Moderno tem que ser um museu de idade.
00:16Ele tem que juntar a conservação, a capacidade de transmitir a mensagem de que as obras devem ser postas em evidência por parte do arquiteto
00:27que não deve aproveitar a ocasião para dar espetáculo e tudo de ciência.
00:43Nessa exposição nós temos uma video-instalação do artista Isaac Julian, cujo título deriva de uma frase de Lina Bobardi,
00:50a arquiteta que projetou o edifício do MASP de 1968 e que também fez parte do projeto artístico e museográfico junto com Pietro Maria Bardi.
01:00Ela diz, o tempo linear é uma invenção do ocidente, o tempo não é linear, é um maravilhoso emaranhado
01:07onde a qualquer instante podem ser escolhidos pontos ou inventadas soluções sem começo nem fim.
01:14Então, partindo disso, o artista propõe uma narrativa visual não linear com nove telas simultâneas
01:20em que as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam Lina Bobardi, jovem e madura,
01:26trazendo o seu pensamento a respeito da arte e da arquitetura como algo coletivo
01:31e também mesclando cenas de arquivos, performances do Coletivo Aracá, do Balé Folclórico da Bahia,
01:37que foram filmados em espaços icônicos projetados pela Lina Bobardi.
01:42Em São Paulo, o MASP e o Sesc Pompeia.
01:45E em Salvador, o Museu de Arte Moderna da Bahia, o Restaurante Coati e o Teatro Gregório de Matos.
01:50Então, nós temos essa videoinstalação que acontece durante 39 minutos,
01:56mesclando essas cenas que trazem as referências não só do pensamento da Lina Bobardi,
02:01mas também de toda a cultura brasileira, nas nossas referências afro-brasileiras e indígenas.
02:07O Isaac Julian investiga a partir de uma série de materiais e suportes,
02:20então a fotografia, o filme, a pintura, a escultura.
02:24Ele investiga a presença da cultura material não europeia em museus ocidentais
02:29e ele propõe, então, alternativas críticas para se pensar como que historicamente
02:34esses objetos, a arte como um todo estão sendo apresentados nesses lugares.
02:39Então, é por isso que ele também chega na Lina Bobardi,
02:41investigando aí as relações entre a Europa e a América Latina.
02:46Ele inicia, então, a pesquisa desse trabalho em 2015
02:49e que vai se concluir com a filmagem em 2018 e o lançamento dele em 2019.
02:55Então, não é a primeira vez, já tem uma apresentação há um tempo,
02:59mas no Brasil é a primeira vez que o trabalho está sendo exibido,
03:02um momento muito especial para o museu, né?
03:04Então, as telas estão dispostas por todo um andar.
03:07É uma experiência em que o visitante pode caminhar entre essas telas,
03:11ele pode se sentar no chão ou se sentar em bancos,
03:14que foram, inclusive, desenhados pela Lina Bobardi.
03:16É, inclusive, uma novidade nessa montagem aqui no Brasil,
03:19a presença desses bancos desenhados por ela.
03:22E as telas estão suspensas, mas algumas também apoiadas em blocos de concreto
03:26que fazem referência direta ao dispositivo visibográfico
03:30que a Lina desenhou para o MASP, que até hoje é tão impactante, né?
03:33Os cavaletes de vidro.
03:34Então, neste momento que o MASP se expande, né?
03:37E há 10 anos vem perseguindo uma programação
03:39que propõe um olhar mais social para a arte,
03:41a partir das histórias, no plural,
03:43é uma forma de trazer novamente a presença da Lina,
03:48do pensamento da Lina,
03:49que se reflete na programação artística do museu,
03:52que se reflete nesses cinco ensaios que estão sendo abertos agora.
03:56Na área média, por exemplo,
03:58eram apresentados nas praças.
04:01O público de pera...