O depoimento do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, ao Senado Federal, acontece nesta quinta-feira (15). A audiência na Comissão de Transparência discute as fraudes contra beneficiários do INSS. Durante a sessão, Wolney e o senador Sergio Moro (União-PR) trocaram acusações.
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NotíciasTranscrição
00:00E se é polêmica que nós queremos, a gente já abre o Linha de Frente com o depoimento do ministro da Previdência,
00:07Von Ney Queiroz, o número dois, ao Senado Federal, que está acontecendo nesse momento.
00:13A audiência ocorre na Comissão de Transparência.
00:17Discute, então, fraudes que, obviamente, foram praticadas contra os beneficiários do INSS.
00:23Luciana Verdolim chega ao vivo no Linha de Frente e traz todos os detalhes.
00:28Boa tarde, Luciana. O que está acontecendo por aí?
00:34Boa tarde, Capês. Boa tarde a todos.
00:36Olha, essa audiência já dura mais de três horas e está uma verdadeira guerra entre governistas e oposição
00:43para saber quem é o responsável pelas irregularidades.
00:47Quem deixou a porta aberta lá no INSS para que as fraudes acontecessem?
00:52O ministro da Previdência, Von Ney Queiroz, é indicação de Carlos Lupe,
00:57que caiu, inclusive, por conta de toda essa polêmica.
01:01Ele disse o seguinte, que as portas foram abertas para os ladrões do INSS
01:06entre os anos de 2019 e 2022, época da administração anterior.
01:11A oposição, no entanto, alega o seguinte, que as irregularidades, esse problema com os chamados descontos associativos,
01:20que muitos parlamentares estão defendendo que precisam acabar, começaram antes no governo do ex-presidente Michel Temer.
01:28Tiveram um recuo no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e aumentaram consideravelmente a partir de 2023, já no governo Lula.
01:37É uma guerra de versões. O ministro Von Ney Queiroz, inclusive, bateu boca com o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro,
01:46por conta exatamente de quem é a responsabilidade pelas fraudes.
01:51Se esse governo, o governo anterior, a gente tem o bate-boca para acompanhar.
01:54Em 2020, um servidor em 2020 denunciou à Polícia Federal que havia descontos indevidos, que havia fraude.
02:05Essas denúncias foram feitas em 2020, senador.
02:08Parece que V. Exª era o ministro da Justiça nessa época. V. Exª fez alguma coisa para coibir essas fraudes?
02:15Os fatos nunca foram informados a mim, como foram informados a V. Exª expressamente na reunião lá em 2023.
02:22Alguém se omitiu aqui e foi V. Exª.
02:25V. Exª como ministro também não acompanhou, não tinha conhecimento?
02:27Não, não chegou no meu conhecimento, mas a V. Exª chegou.
02:30Vale lembrar que Sérgio Moro depois explicou que deixou o governo Jair Bolsonaro antes dessas denúncias que aconteceram no fim do ano.
02:43Ele deixou o governo no início de 2022.
02:47Fato é que Volney Queiroz disse que apoia, inclusive, a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
02:53para investigar os desvios do INSS, que é preciso punir quem foi contra a lei.
02:59A oposição faz questão de ressaltar que já está pressionando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
03:06que inclusive estava viajando com o presidente Lula para participar, para que seja lido o requerimento para a instalação dessa CPI.
03:13Os governistas não queriam a Comissão Parlamentar de Inquérito, mas já avaliam a possibilidade de apoiar,
03:19desde que consigam, por exemplo, a relatoria da CPI.
03:23Fato é que a audiência pública está gerando bastante comoção dentre governistas e oposição,
03:30todo mundo querendo colocar o seu ponto de vista.
03:32E o ministro Volney Queiroz, vale lembrar, ele estava, como Sérgio Moro lembrou,
03:37numa reunião em 2023, lá no Ministério da Previdência, em que foram colocadas as denúncias sobre a mesa.
03:43O governo diz o seguinte, era preciso investigar, e desde então estava se investigando a Controladoria Geral da União,
03:50só que o trabalho demorou e que só agora as investigações puderam realmente, efetivamente,
03:57sair do papel por meio da Polícia Federal, que realizou no mês passado uma operação policial em todo o país.
04:03Muito obrigado, Luciana Verdorini. Nós vamos debater agora um pouco aqui.
04:08Vou começar aqui com a jornalista Ellen Brown.
04:12Ellen, eu queria saber o seguinte, o ministro Volney Queiroz estava presente na reunião,
04:19realizada em 2023, e tomou conhecimento direto de que estavam ocorrendo fraudes nos descontos
04:28de aposentados e previdenciados do INSS.
04:33Ele tomou conhecimento direto.
04:36Ele está dizendo que Sérgio Moro teria que ter tomado conhecimento quando foi ministro da Justiça.
04:41Mas ele tomou conhecimento direto e se omitiu.
04:44E ele foi coautor da emenda que acabou com a possibilidade do aposentado ratificar a autorização dos descontos a cada ano.
04:53Primeiro, em 2019, passou a ser de três, três anos, depois, nenhuma necessidade de confirmação.
05:01Como você vê a situação do atual ministro da Previdência Social, que foi o número dois,
05:07que estava juntamente com Carlos Lupe, tomou conhecimento com ele, se omitiu,
05:12e ainda assinou uma emenda retirando do aposentado e pensionista a possibilidade de controlar os descontos.
05:17Ele está numa situação desconfortável? Você acha que ele deve apoiar ou não a CPI?
05:21A situação desconfortável, eu não sei te dizer se ele estaria, pela situação real que a gente vive hoje.
05:29Obviamente que, em termos de fato, se você estava nessa reunião, você tinha responsabilidade ali,
05:35soube e não fez nada, você no mínimo ali se omitiu na sua ação, é algo muito delicado.
05:41Mas por que eu digo que eu não sei se a situação dele é tão delicada assim?
05:45Porque o que a gente vive hoje é uma disputa de narrativas.
05:48Então, assim, quando o Sérgio Moro vai lá e cobra dele, ele diz,
05:52mas o senhor também já teve lá a sua responsabilidade e omitiu.
05:56E aí vai uma disputa de narrativas de começou no governo Bolsonaro, começou no governo Temer,
06:01mas aumentou no governo Lula.
06:03O que tem de fato real nisso?
06:05Tem de fato real?
06:07E isso me lembra, porque esta manhã eu estava reunida com alguns investidores, né?
06:12Tentando discutir justamente por isso.
06:14Por que é tão difícil explicar certas coisas que são óbvias no Brasil?
06:19Lá em 2019, durante o governo Bolsonaro, quando começou a se discutir esses descontos de associações,
06:25já sob a argumentação de fraude, né?
06:30Sobretudo, houve um esforço do governo, da bancada de esquerda, que então era oposição,
06:35para relaxar os descontos para essas entidades.
06:39O deputado Carlos Veras, o Zé Cardiceu, todo mundo lá fazendo um esforço
06:46para que no ajuste do INSS e das formas de fiscalizar,
06:52você pudesse relaxar de alguma maneira esses descontos por parte de sindicatos e entidades.
06:57E aí, o discurso usado pela então oposição, PT, Sol, PCdoB,
07:04era que o governo Bolsonaro estava retirando o direito de trabalhadores, né?
07:11E é isso que acontece toda vez que você tenta, de alguma forma séria, discutir os problemas do país.
07:16Você tem um discurso que surge, dizendo que você está tirando o direito de alguém,
07:22que você vai prejudicar o velhinho,
07:24quando, na verdade, você está tentando fazer um ajuste que é necessário.
07:29Por isso que eu não sei se o Valnei Queiroz está, de fato, numa situação tão delicada.
07:34Porque daqui a pouco ele consegue tirar um discurso ali da cartola
07:37que vira essa situação, que modifica essa situação,
07:41embora me parece bem mais difícil hoje.
07:44Eu tenho feito uma leitura e conversado com muita gente
07:47que está articulando o jogo político do ano que vem.
07:49Essa é a grande carta da manga de toda a direita e centro-direita, né?
07:54Esse escândalo do INSS, que, de fato, parece que começou lá no governo Temer,
07:58continuou no governo Bolsonaro, mas estourou no governo petista,
08:02vai ser muito difícil de ser explicado.
08:06Sobretudo porque houve uma consolidação,
08:09aquilo que a gente chamaria de uma espécie de lobby, né?
08:11E tentativa dessa esquerda de tornar mais difícil a fiscalização desses descontos,
08:17de facilitar esse tipo de desconto pelas entidades.
08:21Então, fica difícil explicar isso.
08:22Pois é.
08:24Doutora Raquel Galinati, como disse agora a Ellen Brown,
08:27difícil explicar a situação.
08:29Agora, imagina a senhora, delegada de polícia de carreira,
08:32foi presidente do sindicato dos delegados de polícia do Brasil.
08:36Imagina a senhora no interrogatório, delegada de polícia,
08:39interrogando um suspeito de envolvimento na fraude do INSS.
08:43O que o senhor tem a dizer a respeito?
08:45Ele diz o seguinte em resposta.
08:47Olha, mas eles também foram culpados.
08:49Não começou comigo, tá?
08:50Mas já não é uma confissão do crime?
08:53Queria te ouvir.
08:54Sempre brilhante, professor Fernando Capês, meus amigos de bancada e a nossa audiência qualificada.
09:00O que eu acredito é que o foco ainda está sendo desviado.
09:04O Volney Queiroz, a todo instante, ele tenta tirar a batata quente do próprio colo.
09:11Ele era secretário executivo da pasta em que o anterior ministro teve que pedir para sair
09:17diante da negativa de explicações a respeito da inércia, no mínimo inércia e omissão de fiscalizar os descontos do INSS.
09:27A gente sabe que, a gente está falando aí da grande confederação de agricultores, que é a CONAFER,
09:34Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil,
09:39e ela está envolvida nessa grande fraude.
09:42Dois bi.
09:43Dois bi.
09:43Exatamente, quase um quarto, né?
09:46Mas, quem autoriza, sim, é o INSS.
09:51Quem autoriza esse desconto é o INSS.
09:54Então, a gente não está vendo o holofote, nenhum foco em responsabilização imediata,
10:00afastamento do cargo, responsabilização no âmbito administrativo e criminal daqueles servidores do INSS
10:06que, de uma forma, no mínimo, culposa por desídia, por imprudência,
10:14permitiram descontos sem a análise pormenorizada da documentação necessária para o desconto.
10:21Por quê?
10:22Não é com o dinheiro deles.
10:23É com o dinheiro de aposentados e pessoas que, sim, estão na vulnerabilidade.
10:28Agora, meu querido João Belut, prazer em tê-lo aqui também.
10:31João Belut, o governo demora pra dar uma resposta, no caso do escândalo das fraudes do INSS.
10:39Demora pra afastar o ministro Carlos Lupe, que já tinha sido afastado em 2011
10:44por suspeita de corrupção na pasta, quando foi ministro da Dilma Rousseff.
10:49Teve uma nova... Demora pra afastar.
10:51E, quando afasta, coloca alguém que ele indicou.
10:55Portanto, o governo não coloca uma pessoa neutra na pasta onde ocorreram as omissões.
11:00E a Advocacia Geral da União, quando entra com uma ação pra bloquear os bens de 12 das entidades,
11:08esquece outras 19, que são 31 envolvidas.
11:10Dentre elas, a CONTAG, cujo um dos diretores é irmão do presidente da República, e a CONAFER.
11:18E são, misteriosamente, não entram nessa ação cautelar.
11:21Eu pergunto, o governo tá fazendo o que precisa pra responsabilizar todas as entidades que desviaram o dinheiro
11:29ao manter uma pessoa no ministério, que está envolvida, pelo menos, como omisso na apuração das fraudes?
11:38Boa tarde, Capês.
11:39Todos os colegas aqui da mesa e toda a audiência.
11:42Realmente, como você colocou, se o governo adota o discurso de que está fazendo tudo o que está ao seu alcance,
11:46enfim, adotando todas as providências,
11:48fica bem claro que ele tem uma visão bastante particular do que tem acontecido, não é verdade?
11:54Até porque, como a gente observa o cenário inteiro,
11:58você tem essas entidades que, em tese, zelam em termos sindicais, vamos por assim, pelos aposentados,
12:04que é uma coisa que causa bastante estranheza,
12:06ter uma entidade para zelar pelos aposentados.
12:10Você vê que o esquema começou no âmbito rural,
12:12que, em tese, a pessoa teria mais dificuldade de perceber.
12:17E aí foi ficando tão grande o volume que a coisa estourou,
12:20começaram as reclamações a avançar bastante,
12:22muito pedido de devolução, muito reconhecimento.
12:26E aí, como a Ellen colocou, começa a narrativa.
12:28Quem é o responsável?
12:29O próprio Lula, as primeiras falas dele foi no sentido,
12:32começou lá atrás, já jogar para o Bolsonaro nessa disputa política.
12:37O que importa realmente acaba sendo a narrativa.
12:40O governo sinaliza que vai devolver, mas olha, só um mês,
12:43vamos só devolver um mês, aí precisa fazer todo esse cálculo de onde vai sair esse dinheiro,
12:47que certamente vai entrar algum crédito extraordinário e vai ter que acabar pagando.
12:51E a maioria das pessoas não vai acabar recebendo.
12:54Muita gente nem foi atrás, nem sabe.
12:56Você conversa com as pessoas, muita gente acabou nem indo atrás,
12:57tem dificuldade ainda de ir atrás desse assunto.
13:01Agora, me parece um grande, assim, o esquema ter tomado essa proporção,
13:07que é um clima, uma certeza de impunidade, pode dizer assim,
13:11que está até no cálculo desses esquemas,
13:13porque até eles calculam se ficar preso um tempo,
13:16depois tem essa questão de todo um lobby jurídico, político,
13:19que acaba sendo bastante lamentável.
13:21E só para fechar a questão do Volney e do Moro,
13:23ali a CPI, não chega a ser uma CPI,
13:25mas esses depoimentos, eles têm um caráter muito mais político.
13:30Por mais que eles tenham algum contorno jurídico,
13:32acaba sendo uma coisa muito política.
13:34Cada um dos dois vai fazer o seu recorte
13:35e depois, se eu entrar na rede do Volney,
13:38eu vou achar que ele ganhou,
13:38e se eu entrar na do Moro,
13:39eu vou achar que o Moro ganhou a discussão, Capês.
13:42Boa tarde, Vitor Biciato.
13:44Prazer tê-lo aqui também.
13:46Em 2019, parece que começaram para valer estas fraudes,
13:50mas a partir de 2023, elas explodiram.
13:54Aumentaram em uma razão de 250 milhões por mês.
13:58Muito bem.
13:59A pergunta que eu quero te fazer é a seguinte.
14:01O então presidente Jair Bolsonaro,
14:04ao tomar conhecimento das fraudes,
14:06emitiu uma medida provisória,
14:09que é a medida provisória 871 de 2019.
14:13Por meio desta medida provisória,
14:15o aposentado ou pensionista teria que autorizar,
14:18a cada ano, a renovação dos descontos.
14:22Quando chegou esta medida provisória no Congresso Nacional,
14:24o Congresso Nacional adulterou a medida provisória,
14:29e quando a transformou em lei, disse,
14:31não, não, não, não, não é de ano em ano.
14:33É de três em três anos.
14:35Aí chegou em 2022,
14:38que chegou o momento de passados os três anos
14:40que eles tinham que autorizar,
14:42vem uma nova emenda,
14:43assinada pelo atual ministro da Previdência,
14:46Volney Queiroz,
14:47dizendo, nem três anos,
14:49não precisa renovar,
14:51não precisa,
14:52segue os descontos automáticos.
14:55Nesse momento, então,
14:57para qualquer tipo de possibilidade de controle
15:00de aposentados e pensionistas.
15:01Eu pergunto agora,
15:02é a minha pergunta e razão disso.
15:04Se tem o envolvimento do governo Jair Bolsonaro,
15:07por que a atual situação
15:08é contra a instauração
15:10de uma comissão parlamentar mista de inquérito?
15:13Se eles acham que vão responsabilizar o Jair Bolsonaro,
15:16por que não apoiar esta CPMI?
15:20Boa tarde, Capês,
15:21boa tarde a todos os colegas da banca.
15:23O que nós estamos assistindo mais uma vez
15:27é uma tentativa clara
15:29de apropriação indébita do poder
15:32pelo terceiro mandato do governo Lula.
15:35Então, nós assistimos isso
15:38no seu primeiro mandato com o Mensalão,
15:40no seu segundo com o Petrolão,
15:42e agora nós estamos,
15:43respondendo a sua pergunta,
15:45vivendo uma amplitude gigantesca
15:48que mostra claramente os reais interesses
15:50naquelas eleições de 2022.
15:53aonde o que estava por trás
15:55do que se colocava muito de conceitos
15:57na tentativa de colocar Bolsonaro
16:01numa tentativa de golpe,
16:02imputar a Bolsonaro algum ato de corrupção,
16:06não se fez presente
16:07no que se coloca nessas situações
16:12voltadas para Correios,
16:13voltadas para o INSS,
16:15até criarem uma narrativa do golpe.
16:18Por outro lado, o que a gente viu
16:19é que a partir do momento
16:20em que a amplitude, mais uma vez,
16:22da coligação do governo Lula.
16:24Então, a gente tem que relacionar
16:25isso que está acontecendo agora,
16:27a pergunta que você fez,
16:28correlacionar com, novamente,
16:30a amplitude dos ministérios,
16:32mais uma vez, colocar, não sei quantos,
16:3439 ministérios, se eu não me engano.
16:3539.
16:3539, o que isso significa?
16:37Significa que, para a área se mantendo o poder,
16:40mais uma vez, o governo Lula
16:41abre uma chancela para a corrupção.
16:44E é esse o grande problema
16:46que o PT está à frente do poder,
16:48mais uma vez, pela terceira vez seguida.
16:50Então, nós temos o Mensalão,
16:52o Petrolão,
16:52e agora, sim, esse caso do INSS,
16:54que não começou, de fato,
16:56não começou com o governo Lula,
16:57mas teve uma amplitude gigantesca
16:59a partir daí.
17:00Então, isso se deve muito mais
17:01por conta da sua amplitude governamental
17:03que abre as portas, mais uma vez,
17:06para a corrupção.
17:07Agora, é lembrar,
17:08vamos falar, então,
17:08da guerra da comunicação.
17:10Vou imaginar que o governo
17:11está falando para a bolha dele.
17:13Militância, é o seguinte,
17:14é para dizer que começou lá
17:16no outro governo e não nós, hein?
17:17Vamos lá.
17:18Muito bem.
17:19Aí você tem, nessa guerra de comunicação,
17:21um deputado federal,
17:23o Nicolas Ferreira,
17:25consegue comunicar esta versão
17:28para o triplo dos eleitores
17:31do Jair Bolsonaro.
17:33Falou para cerca de 150 milhões
17:34de pessoas.
17:36Quem votou no Bolsonaro
17:37foram 50 milhões.
17:39Enquanto, ao passo que o governo,
17:40usando toda a máquina
17:41da Secretaria de Comunicação,
17:43conseguiu alcance de 1%
17:45deste percentual total.
17:48Por que o governo está perdendo
17:50a guerra da comunicação?
17:51As pessoas estão percebendo
17:53quem, de fato, foi omisso
17:56ou que tipo de percepção
17:58pode estar ocorrendo
17:59para que a responsabilidade
18:00continue com o governo
18:02por mais que ele queira
18:03dela se ausentar?
18:05Olha, acho que tem duas questões aí.
18:06Tem uma questão de forma
18:07e, de fato, assim,
18:09a oposição, hoje a oposição,
18:11a gente está falando da direita
18:13e extrema-direita.
18:14Se comunica muito melhor nas redes,
18:16chega muito mais próximo às pessoas.
18:19Entende, mas, assim,
18:21por que esse formato,
18:22por que a direita tomou melhor
18:24esse formato e se comunica melhor?
18:26Porque ela está conectada
18:27com a verdade, com a realidade,
18:29com o chão de fábrica,
18:30com a rua, com o barro.
18:32Tem uma coisa que eu dizia
18:33quando eu era professor de jornalismo
18:34que eu dizia assim,
18:34não existe jornalista sem pé no barro, né?
18:37Não existe fazer política
18:38sem o pé na rua, né?
18:41E a esquerda se desconectou da rua,
18:43se desconectou do que as pessoas
18:45de verdade pensam,
18:46do que o dia a dia pensa,
18:48ficou lá na sua elite intelectual
18:50pensando o mundo
18:51enquanto o mundo acontecia, né?
18:54Não se pensava, acontecia.
18:55Então, o Nicolas Ferreira
18:57é um caso de sucesso nisso.
18:59Ele sabe o que a mulher
19:01que sai de casa cinco da manhã,
19:03pega três ônibus,
19:04vai trabalhar o dia inteiro
19:06como babá numa casa,
19:08deixa os filhos dela
19:08com uma cuidadora X,
19:10volta, chega de noite, né?
19:13Para se virar, né?
19:14Torcendo para que essa criança
19:15dê certo, para o filho dela dar certo,
19:17porque ela não sabe
19:18onde é que vai botar a creche e tal.
19:19Ele sabe o que ela sente,
19:20o que ela pensa de verdade.
19:21e consegue se comunicar muito melhor.
19:24Mas porque tem essa base,
19:26na verdade.
19:26Acho que uma coisa que,
19:27para mim, é muito clara, assim,
19:29a comunicação não funciona
19:31sem uma base, na verdade.
19:32Como eu falei,
19:32quando a gente vai olhar,
19:34você vai olhar lá
19:35as atas da Câmara,
19:37você vê que, de fato,
19:38houve ali,
19:39entre os parlamentares de esquerda,
19:41todo um lobby
19:42para você manter essas contribuições,
19:44para que os sindicatos
19:45e as organizações
19:46continuassem forte
19:47com o discurso
19:49de que isso era
19:50para o trabalhador.
19:52Mas o trabalhador
19:52já entendeu
19:53que não é assim que funciona.
19:55Isso é para quem está no sindicato.
19:56Eu nem carteira assinada tenho, né?
19:58Nem carteira assinada tenho.
20:00Então, para mim,
20:02está muito aí
20:03a questão da comunicação.
20:05Você pode contratar-se idônio,
20:07você pode investir horrores,
20:09ter toda a máquina.
20:10Se você não estiver conectado
20:12com o que pensa de verdade
20:13a população,
20:14você não consegue se comunicar.
20:15E é isso que o governo
20:16está fazendo.
20:16está tocando lá para trás,
20:17está fazendo o que a gente fazia
20:18em 2000.
20:19Em 2000, estava certo fazer isso.
20:21Em 2025,
20:22isso não funciona mais.
20:24Pois é.
20:24Doutora Raquel Galinati,
20:26a senhora,
20:27como professora de direito penal também,
20:30sabe que a omissão,
20:32ela pode ser penalmente relevante
20:35quando aquele que se omitiu
20:38tinha o dever de agir por lei.
20:42Então, para fazer um exemplo
20:43para quem está nos entendendo,
20:44uma babá que se distrai
20:47quando a criança cai na piscina
20:49e morre afogada
20:50não responde por omissão de socorro,
20:52por homicídio culposo,
20:53porque ela tinha a obrigação
20:55de impedir o resultado.
20:56Um policial,
20:57um bombeiro que se omite
20:58e a pessoa morre
21:00pode responder pelo homicídio
21:01e não responde por omissão de socorro.
21:03É omissão penalmente relevante.
21:05Agora,
21:06de acordo com a advogada
21:07Tônia Galetti,
21:08Tônia Galetti é advogada
21:10que integrava
21:12o Conselho Nacional
21:14da Previdência Social.
21:16Ela diz que em janeiro de 2023,
21:20logo no primeiro mês do governo,
21:23alertou informalmente
21:24o então ministro da Previdência Social,
21:27Carlos Lupe,
21:28de que estavam ocorrendo
21:29irregularidades nos descontos.
21:31Em junho,
21:33ela faz um alerta formal
21:35e oficial
21:35registrado em ata
21:37para Volney Queiroz,
21:39atual ministro,
21:40e para o Carlos Lupe,
21:41ministro demitido.
21:43Indagas, então,
21:45de que maneira
21:46deveria ser feita
21:48esta abordagem
21:49pelo Volney Queiroz?
21:50O senhor também é culpado.
21:53Ministro,
21:54o senhor devia ter tomado conhecimento
21:56como na presunção
21:57de que o ministro da Justiça
21:59tem obrigação
22:00de ter o conhecimento
22:00de tudo o que acontece
22:01embaixo dele.
22:02Está comparando
22:03com uma informação oficial
22:05e direta feita.
22:06Qual a possibilidade
22:08de responsabilização
22:10por omissão
22:11e em que sentido
22:13esta CPMI
22:14teria utilidade
22:15para o aprofundamento
22:16nas investigações?
22:19Perfeito.
22:19Complexa a sua pergunta,
22:21mas com certeza
22:22o Volney
22:23ele tem características,
22:25aliás,
22:25eu não estou afirmando,
22:27eu estou falando
22:27que as características
22:28comportamentais
22:30são características
22:31daqueles que
22:32querem refutar
22:33algo que foi feito.
22:35Então,
22:35essa característica
22:36de negação,
22:37agressão
22:37e transferência
22:39da culpa
22:39para o interlocutor
22:41no caso
22:41que tenha
22:42prerrogativo,
22:43o senador,
22:44de arguir
22:45perante
22:46todas as irregularidades
22:49e todos os crimes
22:50que ocorreram.
22:51A gente diz
22:52no jargão
22:53policial
22:54que é o
22:55animus
22:55esperniandi.
22:57Então,
22:57na defesa
22:59se utiliza tudo,
23:00inclusive
23:00essa tentativa
23:02de inversão
23:03de narrativa.
23:04O que é complicado
23:06quando a gente fala
23:06num Senado Federal.
23:09Ali não há
23:10técnicos
23:11jurídicos
23:12nem ninguém
23:12que integre
23:13o sistema de justiça
23:14de forma oficial.
23:16E essas narrativas
23:17elas não são
23:18coincidentes
23:18com as narrativas
23:19legais
23:20do ordenamento
23:21jurídico pátrio.
23:22Então,
23:23para uma interpretação
23:24errônea,
23:25para uma mudança
23:26no inconsciente
23:26coletivo,
23:28narrativas
23:28debochadas
23:29que invertem
23:30sim e se esquivam
23:32da responsabilidade
23:32inclusive ao não
23:34responder
23:34de forma
23:35concreta
23:36e sim enviesada
23:38a questões
23:38é perigoso
23:39porque,
23:40aí eu concordo
23:41com a Ellen,
23:41porque inverte
23:42completamente
23:43a situação
23:44real.
23:45A situação
23:46real é
23:47que houve
23:48omissão,
23:48a omissão
23:49nesse caso
23:49pode ser
23:50uma participação
23:51inclusive
23:52ou até
23:52uma coautoria
23:54porque havia
23:56responsabilidade
23:57de preservação
23:58daqueles
24:00que eles respondem
24:01como patrimônio
24:02dos aposentados,
24:03da previdência
24:04dos aposentados,
24:06da remuneração
24:08ali integrante.
24:09É uma responsabilidade
24:10muito grande
24:11você lidar
24:12com o dinheiro
24:12público,
24:14o dinheiro público
24:15que é destinado
24:16àqueles que trabalharam
24:16a vida inteira.
24:18Então,
24:19tentar esse jogo
24:20de narrativas
24:20funciona
24:21no popular,
24:23mas
24:24no âmbito
24:25jurídico
24:26a gente sabe,
24:26a gente vê
24:27o quão risível
24:28é essa estratégia.
24:30João Beluti,
24:31e aí,
24:31que estratégia é essa?
24:32Ah, eu sou culpado,
24:33mas você também é.
24:34Pois é,
24:34a questão da narrativa,
24:36né, Capês?
24:36Porque,
24:36como foi bem colocado,
24:38o governo,
24:39os players políticos
24:39monitoram bastante
24:41o que a população
24:41acha.
24:42E a questão do vídeo
24:43do Nicolas,
24:44do Pix,
24:45como a gente
24:46mencionou aqui,
24:47ele tem o apelo
24:48popular e as pessoas
24:49acabam se interessando
24:51mais,
24:51porque, no geral,
24:52a grande verdade
24:53é que no dia a dia
24:53a grande parte
24:54da população
24:55não acompanha muito
24:56e não tem
24:56muito interesse.
24:58Por isso que
24:58muitos senadores
24:59gostam e os políticos
25:01gostam desses depoimentos,
25:02até desses convites,
25:04dessas CPIs,
25:04para também tentar
25:05limpar a sua barra,
25:06fazer o seu,
25:07falar ali com a
25:08sua base.
25:10É evidente que
25:10fica muito difícil
25:11descolar
25:12esse escândalo
25:13do governo Lula,
25:14assim como foram
25:14os outros também
25:15mencionados,
25:15Petrolão,
25:17Mensalão,
25:17seria como se
25:18o governo Lula
25:19tivesse sempre
25:20boas intenções
25:21e fosse cooptado
25:23por esse presidencialismo
25:25de colisão,
25:25que também,
25:26em parte,
25:26é verdade.
25:27Hoje você tem
25:28essencialmente no Brasil
25:29uma espécie,
25:29pode-se dizer,
25:30até um parlamentarismo
25:31com o presidente
25:32sendo até uma figura
25:33bem menos proeminente
25:35do que se era,
25:36ainda mais numa construção
25:37de uma base como o Lula fez,
25:38uma base negativa
25:39de ódio ao oponente,
25:41muito mais do que
25:41propositiva,
25:42não há uma agenda
25:43clara do governo Lula.
25:45E um esquema desse tamanho
25:46é evidente que ele tem
25:46muitas ramificações,
25:48muitas.
25:49E os corruptos,
25:50eles vão ficando,
25:51eles vão ficando com muita sede,
25:53vão ficando folgados.
25:54Então,
25:54o cem número de associações
25:56que tinha,
25:57ministros,
25:57vai todo mundo tomando
25:58conhecimento,
25:58vai falar,
25:59uma hora apaga um incêndio ali,
26:00apaga outro ali.
26:01O volume de reclamações
26:02começa a crescer.
26:03E quando estoura,
26:03acho que,
26:04na minha visão,
26:04que apesar de que já está
26:05até na conta,
26:06cada um tentando livrar o seu ali,
26:08mas, no final,
26:08dificilmente o valor
26:09vai ser recuperado
26:09e vai entrar no orçamento público.
26:12Agora,
26:12Vitor Miciato,
26:14quando a gente fala
26:14em responsabilização
26:16de governo,
26:17governo Lula,
26:19governo Bolsonaro,
26:21de certa forma,
26:22está se criando
26:23um biombo
26:24para proteger
26:25da responsabilização
26:26pessoas físicas.
26:28Governo,
26:29o que é governo?
26:29É parede,
26:30é cimento,
26:31é tijolo?
26:32O que é INSS?
26:33É um prédio?
26:34São pessoas.
26:35Então,
26:35eu pergunto a você,
26:36cadê o careca do INSS
26:38que roubou 50 milhões?
26:40Onde está o ex-procurador-geral
26:42do INSS
26:42que acharam 9 milhões
26:44com a esposa?
26:45E as entidades
26:45que roubaram aí
26:46de 6 bilhões de reais?
26:48Ninguém fala
26:48da responsabilização?
26:50Perfeito,
26:51Capês.
26:52A resposta está
26:53no resultado
26:54que a gente está vendo
26:55depois de 10 anos
26:56na Lava Jato.
26:58Tudo aquilo
26:58que foi construído,
26:59pessoas físicas,
27:00CPF,
27:02de onde saiu o dinheiro,
27:03para onde foi,
27:04quem pegou o quê,
27:06quem roubou o quê.
27:08Parece que tudo isso
27:09vem se desaparecendo.
27:10Tudo isso
27:10vem desaparecendo.
27:12Muita gente
27:13que recebeu
27:14não sei quantos anos
27:15de prisão
27:16já foram soltas.
27:18A resposta
27:18está dada aí.
27:19Então,
27:20é mais um escândalo
27:21de corrupção
27:22em que
27:23vão tentar criar
27:24uma narrativa
27:25de que houve
27:27algo desapercebido
27:29pelo governo,
27:30uma máquina gigantesca,
27:32como você bem colocou,
27:33cada vez mais
27:35uma crítica
27:36ao âmbito institucional
27:38e as pessoas físicas
27:40vão deixando,
27:41vão ficando de lado
27:41até que passe
27:435, 10 anos,
27:44ocorra um julgamento,
27:45dependendo de quem estiver
27:46no poder,
27:47verdade seja dita,
27:48e aí sim,
27:49uma punição
27:49seja colocada,
27:51passada mais 5 anos
27:52e essa pessoa
27:52seja absolvida.
27:53Então,
27:53a gente está chegando
27:54num ponto
27:55em que muitos passos
27:56que foram dados
27:57em favor da justiça
27:58no Brasil
27:58nos últimos anos,
28:00infelizmente,
28:01nesses últimos anos
28:03muita coisa
28:04que foi feita
28:04a gente está
28:05se perdendo de novo.
28:06Então,
28:06a ideia de justiça
28:07vai cada vez mais
28:09retroagindo
28:10aquela ideia
28:11de que tudo passa,
28:12de que tudo pode
28:12e a nossa república,
28:14ó.
28:15Muito bem.