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No Visão Crítica, o economista José Márcio Rego (FGV) destacou o papel decisivo do empreendedorismo na evolução do agronegócio. Para ele, os agricultores brasileiros souberam aproveitar tecnologia, crédito e mercados para transformar o campo em potência econômica.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/zqAwLUFBpck

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Transcrição
00:00A agricultura é interessante, você pega textos dos anos 50, 1950,
00:05eles colocavam um pouco esse conceito da agricultura.
00:09A agricultura, se ela não tiver um mercado infinito, a abertura,
00:13a produtividade não cresce, porque ela não adianta crescer,
00:16porque ela vai bater no consumo que é estável,
00:19e ela vai cair os preços e ela não vai conseguir se viabilizar.
00:23Esse é um conceito que estava nos anos 50, você vê basicamente.
00:27Então, naquele momento, a abertura não se colocava,
00:30foi ampliando o mercado brasileiro, é muito amplo naquele mercado.
00:33Mas sem a abertura da China, sem esse mercado mundial...
00:38O Brasil não seria o Brasil e São Paulo não seria o São Paulo?
00:42Se não tivesse essa puxada do café.
00:43Mas o café é muito diferente, porque...
00:46Não, é diferente, mas diga a questão da puxada.
00:48Mesmo conceito, quando você pega, por exemplo, hoje,
00:52não soja, mas você pega o celulose,
00:56você pega suco de laranja, você pega carnes.
00:59Esses empreendedores, eles desbravaram o Centro-Oeste
01:04e, ao mesmo tempo, se expandiram no mercado internacional.
01:07Hoje, o agricultor brasileiro é um empreendedor, de verdade.
01:12O café morria aqui com o exportador aqui em Santos.
01:16Nas casas comissárias.
01:17Aqui, acabava.
01:19Quer dizer, esse dinheiro era verdade.
01:20É, em Santos, morria em Santos.
01:21É verdade.
01:22Está certo?
01:22O cara financiava aqui o comissário e tal.
01:25O exportador, o comissário, ainda que era um vínculo com o produtor,
01:29ele já vendia aqui em Santos.
01:30Ele não compravam...
01:32Ele não botava no barco.
01:34E esse empreendedor atual, ele foi para fora.
01:37Ele se estabeleceu lá fora, criou mercado.
01:40Não, você pega esses meninos...
01:40Vamos fazer uma homenagem aqui, que eles são tão bombardeados.
01:44Eu vou fazer uma homenagem.
01:45Você pega esses meninos aí, o Joesley e o Wesley.
01:48Você sabe quanto eles têm de empregado no mundo?
01:51No mundo, você sabe quanto você tem de empregado?
01:53100 mil.
01:54230 mil empregados no mundo.
01:56Quer dizer, eles...
01:57A tecnologia Frog, que é From Goiás, né?
02:00Eles foram para fora, professor Vila,
02:04e comprando empresas lá...
02:06Eles são maiores lá fora.
02:07Nos Estados Unidos, nos Estados Unidos.
02:09Quer dizer, eram meninos que há 15 anos atrás eram açougueiros periféricos.
02:14Então, tem que fazer apologia.
02:16Quer dizer, sem entrar na questão ideológica,
02:19na questão...
02:20Ah, gravou o Temer, isso aí é outra coisa.
02:22Eu estou falando, o empreendedorismo que destacava o professor Roberto Ligues
02:26e o professor Luna, está patente nesse exemplo.
02:29Os caras...
02:29É uma potência, é uma coisa impressionante.
02:32E agora foram até com problemas aí, que não vão entrar nisso,
02:35mas foram com o papel e celulose lá com a Eldorado, não é isso?
02:39Então, nós temos empreendedores fantásticos, não é isso?
02:43Sem ter feito curso superior e sem nada, está certo?
02:45Eu queria só colocar uma questão para o senhor,
02:48professor Roberto Rodrigues.
02:50O senhor, vamos lembrar, nós tínhamos as escolas de agricultura,
02:54Exalc e Vissosa, especialmente.
02:57Depois tivemos todo um desenvolvimento,
02:59lembrar do Instituto Agronômico de Campinas,
03:01que tem um pé em Ribeirão Preto, inclusive.
03:04Lembrar o caso clássico da Embrapa.
03:08Foi dito sobre os financiamentos e a importância do Banco do Brasil
03:12ao longo da história, etc.
03:14E sem o Estado, nós teríamos isso?
03:17Eu digo, falo isso para o senhor o seguinte,
03:19se nós olharmos os Estados Unidos,
03:20o processo histórico foi totalmente diferente do que o nosso.
03:23Verdade.
03:24O caso brasileiro é único.
03:25Daí que o senhor está falando.
03:26Nós temos que estudar isso, inclusive, no meu campo da história,
03:30e não só, né?
03:30O papel que o Estado conseguiu é dar eficiência ao empreendedor,
03:37aquele desbravador,
03:39e ao mesmo tempo não travar o desenvolvimento
03:41que foi catapultado pelo próprio Estado,
03:46que foi o elemento indutor,
03:47além das vontades individuais,
03:49além do mercado lá que estava solicitando.
03:51É a importância da presença do Estado, né?
03:54E no desenvolvimento, por exemplo, da ciência e tecnologia, né?
03:59Como eu tentei dizer antes,
04:01nós crescemos com três fatores internos.
04:04Tecnologia, em que o Estado tem um papel muito grande.
04:07Sim.
04:07No agronômico, no biológico, no Instituto PESA,
04:10na economia rural, no Instituto de Economia Agrícola de São Paulo.
04:13Essa pesquisa, que nasceu aqui em São Paulo,
04:15depois se esparramou para o Brasil inteiro,
04:16e a Embrapa foi a grande locomotiva desse processo.
04:19Então, a primeira coisa é a pesquisa.
04:20E o Estado tem um papel central na pesquisa.
04:22Segundo, o empreendedorismo.
04:25O Estado ajudou.
04:26As políticas públicas, como o Prodecer,
04:29o Polo Centro,
04:30era para o produtor comprar terra barata,
04:32ir para o Centro-Oeste e ocupar aquele vazio econômico,
04:35e gerar produção.
04:37Então, o Estado ajudou.
04:38E terceiro, políticas públicas.
04:40Crédito foi essencial.
04:41O Banco Brasil teve um papel relevante.
04:43Mas, tudo isso, acho que o Lula tem razão.
04:47Durou um certo tempo.
04:49O IBC acabou com o Plano Collor,
04:51o IAA acabou com o Plano Collor.
04:53O IBC era uma coisa interessante.
04:55O produtor comprava, produzia café,
04:57e só o IBC comprava, só ele exportava.
04:59O produtor não podia exportar café.
05:00Era o IBC que exportava.
05:02A tal ponto importante,
05:05para entender o papel do Estado,
05:07começou a todo mundo a plantar café,
05:09Colômbia, Costa Rica, África, Ásia,
05:11a plantar café.
05:12De repente, nos anos 50,
05:14o estoque de café,
05:15o preço de café,
05:16ficou menor do que o custo de produção.
05:19Ia quebrar todo mundo.
05:20O IBC estava com um monte de café.
05:22O que ele fez?
05:22Jogou no mar.
05:24Ou queimou pilhas,
05:24milhares de café para jogar no mar,
05:26para baixar o estoque.
05:27Quer dizer, o Estado fez isso.
05:29Senão, não teria aguentado a produção.
05:31Então, o Estado tem o papel relevante.
05:33Mas, a partir dos anos 90, 95 e em diante,
05:38o Estado foi perdendo a sua participação,
05:41inclusive na pesquisa.
05:42Hoje, a pesquisa é feita por empresas privadas,
05:46majoritariamente no Brasil e no mundo inteiro.
05:48foi perdendo espaço.
05:50E o Estado privado se organizou.
05:52E aí, tem o papel central das cooperativas agropecuárias.
05:57As cooperativas,
05:58esse número que o Lula citou aqui,
06:01temos um milhão de produtores no Brasil,
06:02desse um milhão, tem 100 mil grandes.
06:04O resto é pequeno ou médio.
06:06Só cresceram por causa das cooperativas.
06:08É verdade.
06:08As cooperativas, hoje,
06:10já representam 54% da produção agrícola brasileira.
06:15É um número impressionante.
06:17Em pouco tempo.
06:18Porque o cooperativismo,
06:19até 88, quando foi feita a Constituição de 88,
06:24para fazer uma cooperativa,
06:26tinha pedido licença para o governo.
06:28Ela chamava AF,
06:29Autorização de Funcionamento.
06:31Você tinha que provar o governo que era bom,
06:32senão não podia fazer a cooperativa.
06:34Isso acabou com 88.
06:35Eu era presidente da OCB,
06:36limpamos esse processo.
06:38Isso foi uma explosão.
06:39Crédito, o preço de crédito,
06:41eram inviabilizadas.
06:42Inviabilizadas.
06:42Importante falar.
06:43O OCB,
06:44Organização das Cooperativas Brasileiras.
06:46Sim.
06:47Vamos falar para o telespectador isso.
06:49É, é verdade.
06:50Tem a OCB e tem a Aliança Mundial de Cooperativas,
06:52que é assim.
06:53As cooperativas de crédito,
06:55até 20 anos atrás,
06:56eram zero à esquerda.
06:58Hoje já vale 30% do crédito rural.
07:01Isso é privado.
07:02Então, o setor privado explodiu
07:04com a perda de papel do Estado.
07:08Mas o Estado teve um papel central
07:10para o começo do processo.
07:12Alavancou o processo.
07:13É, nessa fase aí
07:14que se perdeu o financiamento,
07:16foi importante a integração
07:17com as cadeiras de valor.
07:19Sim.
07:19Porque uma parte do financiamento
07:20vinha para os fornecedores
07:21ou os compradores já.
07:23Já vendia.
07:24As trades financiavam.
07:25As trades financiavam,
07:26já compravam o produto.
07:28As fornecedores de insumos
07:30já financiavam.
07:32Um papel...
07:33Foi uma transição muito difícil,
07:36mas que foi bem sucedida.
07:37Poderia não ser.
07:39Poderia não ser.

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