Um grupo de ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcaram nesta quinta-feira (15) em São Paulo para tratar dos impasses envolvendo a remoção de centenas de famílias da Favela do Moinho, no centro da capital paulista.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora, pessoal, voltando aqui para talvez o grande debate aqui no estado de São Paulo,
00:05na cidade de São Paulo especificamente, agora de manhã,
00:07o governo do estado vai ter uma reunião com o governo federal
00:10para tratar da situação que segue dando uma polêmica danada
00:15em relação à favela do Moinho, pessoal, ali no centro de São Paulo.
00:18O ministro das cidades, Jader Filho, e a ministra substituta da gestão e da inovação
00:22em serviços públicos, Cristina Mori, vieram para São Paulo para tratar a questão,
00:28já que o governo federal paralisou a cessão do terreno para o governo estadual.
00:33Ninguém melhor que nossa querida Bia Manfredini,
00:35nossa repórter, trazendo mais informações ao vivo aqui no Morning Show.
00:40Bia, traz aqui para a gente porque, enfim, o que parecia ser um pacto,
00:43um acordo feito ali dentro dos trâmites legais e institucionais
00:47entre o governo de estado e a Secretaria de Patrimônio Público ali da União,
00:51agora, pelo visto, está, enfim, por um fio.
00:54Como é que faz para reverter isso? Bom dia.
00:58Pois é, Marinho, ficou uma rusga agora entre essa relação
01:02e é isso que eles vão tentar resolver nessa reunião marcada para acontecer agora,
01:06às dez e meia da manhã, aqui na Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo,
01:10nós já estamos por aqui.
01:12Bom dia para você e para todo mundo aí no estúdio.
01:15Então, a ideia é que o ministro das cidades, Jader Filho,
01:19converse com o secretário de Habitação, Marcelo Branco,
01:22e outros representantes, outras autoridades,
01:25tanto do governo federal quanto do governo do estado,
01:28para chegar a uma conclusão, para chegar a um meio termo.
01:31O ministro Jader Filho, ele é do MDB,
01:33e ele é visto já de outros assuntos,
01:36é recorrente aqui no governo de São Paulo,
01:39como alguém que tem boa interlocução do governo federal,
01:42com o estado e também até com a prefeitura de São Paulo,
01:45justamente por ser visto alguém ali como um meio termo,
01:48então, entre as duas pontes.
01:50Então, a ideia é tentar chegar a uma solução conciliadora.
01:54O que acontece é que a União decidiu parar esse processo de cessão do terreno da favela do Moinho
02:01para o governo do estado de São Paulo,
02:03depois de denúncias de demolição de casas e também de violência ali no local.
02:09Nos últimos dias, nós acompanhamos aqui diversos protestos de moradores.
02:13A favela do Moinho é a última da região central de São Paulo
02:16e o objetivo do governo do estado é transformar o local que fica entre trilhos de trem em um parque.
02:22Então, foi ateado fogo ali nos trilhos, foram diversos protestos,
02:26os moradores denunciaram violência na demolição.
02:29Já a Secretaria de Habitação disse que fez diversas visitas ao local por meio da CDHU
02:35e que acertou com vários moradores a saída para outras moradias
02:39por uma série de programas que vêm sendo, então, apresentados a eles.
02:43Esse é um projeto muito caro ao governo do estado de São Paulo,
02:46que quer eliminar a última favela, a última comunidade do centro de São Paulo
02:51e diz que isso tem, inclusive, interligação direta com a Cracolândia
02:56e com resolver a situação da Cracolândia.
02:59E, então, é um tema complicado para ambas as partes.
03:03Essa conversa acontece, então, agora às dez e meia.
03:06O que eu tenho de informação é que o ministro já está aqui na Secretaria de Habitação.
03:10Ele desembarcou em São Paulo por volta das nove e meia da manhã
03:13e depois dessa reunião teremos uma coletiva de imprensa esclarecendo os fatos
03:17e, claro, que por aqui, Marinho, a gente vai acompanhar tudo.
03:20É isso aí, Bia Manfredini, agradecendo aqui todos os esclarecimentos
03:23e pontualmente aqui todas as atualizações. Obrigado.
03:27Bora propor a reflexão aqui, né?
03:29Porque parece que essa militância que está se insurgindo contra esse movimento
03:33e acabou gerando uma pressão que causou esse constrangimento
03:36e essa colisão entre governo do Estado e governo federal
03:38parece que ela tem saudade do caos, né?
03:40Ela parece ter um apego mais, assim, que é quase que vital
03:46para elas existirem e ter algum sentido no que eles fazem, né?
03:49Porque a São Paulo de verdade, Henrique Krigner, né?
03:52Que acorda às cinco horas da manhã, pega a condução quer parque, quer ordem,
03:55quer dignidade mínima ali no seu entorno, nos seus espaços públicos
03:59enquanto tem uma outra galera que se apega a essa situação
04:03para realmente manter ali, usar dos barracos,
04:07que eles pouco se importam com os verdadeiros barracos,
04:09mas usar o barraco como palanque político para instrumentalizar isso
04:12e poder seguir, enfim, perpetuando e tendo algum discurso eleitoral.
04:17Eu já vou te ouvir aqui, não sei antes, agora sim,
04:19recepcionar os ouvidos atentos de todo mundo sintonizado na rede Jovem Pan de Rádio.
04:22O Monichão segue a todo vapor, repercutindo aí mais um capítulo e tanto,
04:27talvez decisivo, dessa saga aí da seção do território ali da favela do Moinho,
04:32no centro de São Paulo, pela União, para o governo do Estado,
04:35estava tudo legalizado, todo o trâmite burocrático ali viabilizado,
04:39até que ontem, a partir de várias manifestações de militâncias associadas a ONGs
04:43e partidos de esquerda, houve um recuo.
04:45Mas há muitos outros detalhes em jogo e eu quero te ouvir.
04:49É aquele velho ditado, né, Marinho?
04:51É muito ajuda que um pouco atrapalha.
04:53O que o governo federal voltou atrás dessa seção, desse espaço,
04:58para poder atrapalhar uma operação que é essencial,
05:01essencial para que a polícia, na verdade, e o Estado de São Paulo,
05:06com o governo do Estado de São Paulo, consigam reurbanizar
05:09e acabar com essa última favela, essa última comunidade urbana.
05:12Uma comunidade urbana, e isso na região central da cidade de São Paulo,
05:17que servia por muitos anos, obviamente que a gente não vai aqui criminalizar
05:21as pessoas que estavam ali, mas servia por muitos anos,
05:25aí serviu como refúgio, como esconderijo para pessoas que cometiam crimes na região,
05:31tinha uma conexão clara com a questão da Cracolândia,
05:33é uma questão complexa e vamos combinar aqui,
05:37não é digno que uma pessoa tenha que morar numa comunidade
05:40como era a comunidade Moinho, ali não é entre dois trilhos de trem,
05:45não é um lugar saudável para você criar uma família para você ter pessoas.
05:48O projeto do governo do Estado agora é destinar essas pessoas
05:51para as unidades do CDHU, então isso sim é trazer dignidade,
05:55isso sim é acabar com aquilo, e se a gente só tirasse as pessoas
05:58e não tirasse as estruturas dali, logo, logo essas estruturas estariam reocupadas,
06:03porque você tem também grupos que alugam,
06:05a gente não pode ser inocente aqui de achar que essas comunidades,
06:09quanto mais próximas do centro, são bons negócios.
06:12E o gatilho, qual é o gatilho que fez o governo federal
06:15retroagir na decisão e pedir a paralisação,
06:18ameaçar não mais conceder esse território para o governo do Estado?
06:22A presença da polícia nas operações.
06:24Ou seja, o que o governo federal tem contra a polícia militar?
06:29Qual é o problema?
06:30Que quando a polícia militar vai para garantir a segurança,
06:32ali, quando chegaram os agentes do governo estadual,
06:36você teve pessoas que tacaram coisas, receberam com violência.
06:39Se não fosse pela polícia, a segurança deles estava também comprometida.
06:43Então, é a presença da polícia que o ministro,
06:47quer dizer, a nota do ministério disse que o governo federal
06:50não compactua com desocupações realizadas com força policial.
06:54Se não for com força policial, vai ser com quem?
06:56Eu acho que tem um ponto aqui que é fundamental,
06:59que é a grande questão por trás disso tudo.
07:02Não foi só xingamos os policiais, atacamos.
07:07Não, pessoas colocaram fogo no metrô, nas linhas de metrô.
07:12Houve vandalismo e, por isso, a polícia atirou, matou alguém.
07:16Não, a polícia jogou bombas de gás lacrimogênito.
07:20Então, assim, gente, pelo amor de Deus,
07:22tratar como se esse fosse um caso de truculência policial,
07:26eu acho que é, no mínimo, desnorteador.
07:29Por quê? Porque quando a sessão foi cassada ali pelo Ministério da Gestão,
07:34vale mencionar que tem esse bastidor também, né?
07:36Foi o Ministério ali da Ministra Ester,
07:38que fez a finalização e a comunicação do fim da sessão.
07:42E quem está resolvendo o diálogo é o Ministério das Cidades,
07:46que, vamos ser sinceros,
07:47muito mais apropriado para lidar com esse assunto do que no outro caso.
07:51O comunicado foi sobre truculência policial,
07:55foi sobre denúncias.
07:56Mas, veja bem, é comprovado já pelo governo do Estado de São Paulo
08:00que mais de 90% das pessoas estão indo voluntariamente
08:04fazer o acordo para serem realocadas.
08:07Ou seja, está tudo funcionando.
08:10Mas aí vão ter os vândalos, vão ter, muitas vezes, quem discorde.
08:14E aí, como que nós fazemos?
08:15Nós não resolvemos a situação da segurança pública na cidade?
08:19Isso não é possível.
08:20Então, o que é esperado?
08:22Quando nós temos linhas de metrô ali sendo ateadas,
08:26o fogo ali, o que a gente deve fazer?
08:28Deixar e falar, gente, vamos conversar?
08:30Vamos fazer todo mundo uma rodinha de conversa aqui?
08:32Vamos resolver no diálogo?
08:34Pessoal, isso é simplesmente improvável.
08:36É um crime, esse vandalismo.
08:38Então, assim, isso sujeita a população a mais um abuso
08:41e cabe à polícia endereçar e proteger.
08:44Claro, sem abuso.
08:46Mas abuso é quando você passa do limite.
08:48Abuso não é quando você está vendo ali uma situação que coloca a população em risco,
08:54que está ali acabando com o patrimônio público e você ir lá e simplesmente ignorar aquilo
09:00ou não usar a força quando é necessário que se use.
09:03Então, assim, tudo isso para gerar uma confusão e um problema que tinha resolução.
09:07Tanta coisa problemática no Brasil e aí essa sessão, o fim dessa concessão aí,
09:13ela vai numa coisa que estava sendo resolvida e mais um confronto do governo federal
09:18com o governo do estado de São Paulo,
09:20que agora o ministro Jader tenta resolver dialogando ali dentro dessas soluções.
09:27Mas vale mencionar mais uma vez, excelente esta medida, fundamental essa medida.
09:32E essa medida foi bem calculada, ela foi estratégica.
09:34Ela não foi um sopro no meio do dia sem nenhum planejamento.
09:37Ela teve bastante planejamento.
09:39Que fique claríssimo aqui também, pessoal.
09:41Como o Kringner colocou bem, é o último bolsão de ocupação irregular na região central de São Paulo.
09:46Houve uma adesão maciça, esmagadora de todos os moradores com direito ali a habitações
09:53que serão dadas pela Companhia de Habitação Urbana do estado de São Paulo
09:58com direito à indenização.
10:00A adesão voluntária é maciça desse reassentamento.
10:02Claro que são vidas em jogo e a dignidade humana tem que vir em primeíssimo lugar.
10:06Mas essa adesão, por si só, dos próprios moradores,
10:09acho que fala mais alto do que qualquer comentário que qualquer um de nós possamos fazer
10:13ou que qualquer militante que segue querendo usar o barraco deles
10:16ali como palanque político, enquanto eles ali seguem lidando com esgoto
10:20e tendo que dividir o próprio colchão deles com o tráfico localizado na região, Mano Ferreira?
10:25Exato, Marinho.
10:26Aí tem duas questões.
10:27Primeiro, o que os moradores da favela do Moinho desejam
10:31é o que todos nós gostamos.
10:33Direito à propriedade privada.
10:35É isso que eles querem.
10:36Um lugar para morar.
10:37Tanto que 90%, segundo a Secretaria Municipal de Habitação,
10:41aderiu aos programas que pretendem, ao fim do processo,
10:46assegurar-lhes o direito à moradia digna.
10:48Esse é o ponto central.
10:49Mas a gente sabe que, do ponto de vista da política municipal,
10:55quem foi o principal adversário do atual prefeito Ricardo Nunes no pleito?
10:59Foi Guilherme Boulos, que é ligado a movimentos de moradia sem teto.
11:05Apesar dele nunca ter faltado um teto para ele.
11:09Ou seja, a gente está lidando com um conflito
11:12que tem um tom ideológico e um tom eleitoral.
11:17De uma disputa de divisões de mundo
11:20e uma disputa de votos, no fim das contas.
11:25Aí vale adicionar um contexto.
11:26Por que o Ministério da Esther Dweck está integrado com essa pauta?
11:32Porque a gente está falando de um terreno
11:33que, em tese, era patrimônio da União.
11:36E que, ao longo dos anos, justamente pela má gestão
11:40de patrimônio da União, que é um problema estrutural,
11:43acabamos tendo a invasão e a construção dessa comunidade
11:47naquele terreno.
11:48Em tese, quem faz o gerenciamento do patrimônio da União
11:52é o Ministério de Esther Dweck.
11:55Mas eu gostaria de chamar a atenção
11:57para o fato de que a gente precisa mudar a abordagem
12:00da forma de lidar com o patrimônio da União,
12:04que está nos espaços urbanos Brasil inteiro afora.
12:08Porque a gente tem muito prédio público da União abandonado,
12:13que gera, em diversas capitais brasileiras,
12:17esse tipo de problema urbanístico.
12:19Porque, se você tem um espaço abandonado,
12:23ele ou vai ser invadido,
12:25ou vai acabar gerando um vácuo urbanístico
12:29que degrada a região central das nossas cidades.
12:32E tem muitos exemplos disso,
12:34de prédios públicos, de órgãos como o INSS, inclusive,
12:39que acabam abandonados em diversas capitais brasileiras.
12:43Que dá para vender, né, mano?
12:44Que precisa, exatamente, precisa de retrofit,
12:47precisa ser vendido, adaptado para novas ocupações
12:51que façam sentido para a dinâmica das nossas cidades.
12:55Essa é uma pauta muito importante,
12:57porque, na prática, é esse esvaziamento dos centros,
13:01através de prédios abandonados,
13:03que gera toda sorte de distúrbios urbanísticos
13:07que aumenta a violência urbana,
13:09que aumenta a insegurança,
13:11que faz com que as pessoas tenham que acabar morando
13:13muito mais longe do trabalho do que poderiam morar
13:16se nós tivéssemos a utilização adequada
13:20desse tipo de patrimônio que está abandonado.
13:22Então, aí, isso, eu diria que essa polêmica,
13:26a partir da iniciativa do governo de São Paulo
13:29e da prefeitura,
13:30devia chamar a atenção para um debate mais amplo
13:32em todo o Brasil.
13:33Porque muitas capitais têm esse tipo de problema,
13:37de espaço abandonado, que está sendo invadido.
13:39E aí, um outro contexto.
13:41Por que o ministro Jader Filho entra nessa história?
13:44Primeiro, o Ministério das Cidades tem a ver
13:46com essa questão urbanística.
13:47Segundo, ele é do MDB,
13:49o mesmo partido do prefeito Ricardo Nunes.
13:53Então, a chance de uma interlocução produtiva
13:57sair dessa reunião aumenta muito,
13:59porque aí a gente está falando das complexidades políticas
14:02do Brasil.
14:03Porque, ao mesmo tempo que a ministra Esther Dweck
14:05é de uma ala radical, ideológica, do PT,
14:09que defende, entre outras coisas,
14:10o rombo nas estatais,
14:12essa lógica de subaproveitamento
14:15do patrimônio público com esses patrimônios abandonados.
14:21Enfim, ela é de uma ala do PT
14:23extremamente atrasada,
14:25de um ponto de vista ideológico,
14:26muito mais conectada com a visão de mundo
14:28de um Guilherme Boulos da vida.
14:30Nós temos o ministro Jarder Filho,
14:32que é do mesmo partido de Ricardo Nunes,
14:34que, por sua vez, é parceiro de primeira hora
14:37do governador Tarcísio.
14:38Ou seja, a salada da política brasileira
14:40mais uma vez servida aí.
14:43A gente espera que, nesse caso,
14:45essa conexão do MDB ajude a resolver
14:49esse problema de forma produtiva
14:51para a cidade de São Paulo.
14:52E tem um bastidor interessante nesse caso.
14:54Por favor.
14:54Porque, o que acontece?
14:56Há pessoas ali no governo que falam
14:58que a decisão foi tida com surpresa
15:00para algumas figuras.
15:02Entre elas...
15:02Olha só!
15:03Quem?
15:04Alguns grupos,
15:05alguns que estão até mesmo se mobilizando
15:07para resolver esse problema.
15:09Por quê?
15:10Por que foi tida com surpresa?
15:11Porque é como se,
15:12num momento de várias tensões,
15:14uma nova tensão surgisse.
15:16Então, eu acho que lá atrás,
15:18é muito interessante a gente rememorar
15:20a fala do presidente Lula
15:21em relação a que, às vezes,
15:23ele mesmo falou dos ministérios
15:25que não tem, assim,
15:26não sabe o que está fazendo,
15:28muitas vezes.
15:28Muito bem lembrado.
15:29E que eles não dialogam.
15:30E eu acho que é importante
15:31a gente entender
15:32que o governo federal,
15:34ele deveria ser uma estrutura mais una.
15:36Ela deveria ter mais unidade
15:38em relação às perspectivas
15:40e às formas de atuação.
15:41Sem sombra de dúvidas,
15:43em um momento de tantos problemas,
15:45é problema de aumento dos preços,
15:47é problema do NSS,
15:49são problemas variados.
15:50Mas este problema vindo à tona,
15:52num estado de uma importância
15:54muito grande para a União,
15:56é mais uma tensão.
15:58Ou seja,
15:59é dispender recurso,
16:01tempo, atenção
16:02com um novo problema que surge
16:04e que talvez não fosse necessário,
16:06caso não houvesse a decisão
16:08do Ministério da Gestão,
16:09não fosse necessário
16:11esse tempo aqui resolvendo
16:14este novo,
16:15vamos usar uma linguagem mais jovem,
16:16BO,
16:17esse novo problema que surge.
16:19E esse ponto que o Mano falou,
16:20eu acho que ele é de extrema importância.
16:22Porque, com certeza,
16:23você que está nos escutando,
16:24você que está nos vendo,
16:25em dado momento,
16:26você já passou em algum lugar
16:28que é do governo,
16:30seja do Estado,
16:30seja municipal,
16:31seja federal,
16:32e está abandonado.
16:34E lá é ponto de venda de drogas,
16:35e lá é ponto de invasão,
16:37e lá é ponto de vários problemas,
16:39de crime,
16:40é a teoria das janelas quebradas,
16:42lá não é bem cuidado.
16:43E aí, de repente,
16:44tem uma invasão,
16:45tem um grupo,
16:46tem uma boca que seja dentro daquilo.
16:49Isso acontece com uma frequência
16:51muito grande.
16:51E o tempo inteiro a gente está falando,
16:53o Estado precisa de dinheiro,
16:56o Estado gasta muito,
16:57tem tanto patrimônio,
16:58o Estado é detentor
16:59de tantas coisas desnecessárias,
17:02de tantos prédios,
17:03que valem milhões
17:04para a iniciativa privada
17:06no centro de São Paulo,
17:07mas que não são realmente,
17:09vendidos que sejam,
17:10que não são reformulados
17:12como um centro,
17:12um museu,
17:13um espaço de comércio,
17:14uma galeria,
17:15tantas coisas que se poderia fazer,
17:17mas o Estado segue comprando
17:18novos terrenos,
17:20o Estado segue comprando
17:21novos bens,
17:22novas casas,
17:22novos lugares.
17:24Então, assim,
17:24a realidade é que a gente tem
17:25um patrimônio parado,
17:26tão bobo.
17:27Imagina que você tem uma casa
17:28show de bola,
17:30maravilhosa,
17:30até destruída,
17:31você não põe para alugar,
17:32você não põe para vender
17:33e ela só te dá despesa.
17:35Esta é a condição
17:36de vários imóveis públicos
17:38no Brasil.
17:39É, sinceramente,
17:40aqui muito bem colocado.
17:41Não é que a gente gostaria
17:42que fosse assim,
17:43mas se a gente for
17:44minimamente realista,
17:45o fato dado,
17:46posto,
17:47é que a favela do Moinho,
17:48querendo ou não,
17:48virou bunker do tráfico,
17:50virou esconderijo
17:51para vários foragidos
17:52e virou um retrato ali,
17:55trágico,
17:56de miséria humana ali,
17:57instalada no coração
17:58do centro da cidade de São Paulo.
17:59Então,
17:59o que o governo
18:00está querendo aqui fazer?
18:01Sim,
18:01com indenização,
18:02com reassentamento,
18:03com alinhamento institucional
18:05da forma mais correta possível,
18:07é trazer o mínimo
18:08de sanidade,
18:09de paz
18:09e de perspectiva
18:10para uma região
18:11abandonada há muito tempo.
18:12E fazendo isso da forma
18:13ali,
18:14famoso by the book,
18:15né?
18:16Tintim por tintim,
18:17etapa por etapa,
18:18tentando fazer algo
18:19que, claro,
18:20envolve um esforço tremendo,
18:22mas da forma mais humanitária possível.
18:24É pelo menos isso
18:25que eu imagino
18:25que os mais de 90%
18:27dos moradores do Moinho,
18:28por isso que eles
18:29voluntariamente aderiram
18:30a esse projeto,
18:31não é isso,
18:31Krikner?
18:32Palavra final sua,
18:33a gente segue adiante.
18:33Exato,
18:34e acho que a gente precisa
18:35começar a se acostumar também,
18:36Marinho,
18:37de como que nós vamos
18:38retratar essa questão
18:40da urbanização
18:41de áreas
18:42que são ocupadas
18:43hoje por comunidades.
18:45Hoje nós estamos
18:45vendo a última unidade
18:47lá no centro de São Paulo,
18:48mas existem várias outras
18:50também espalhadas
18:50pela cidade,
18:51pela grande São Paulo
18:52e por tantas outras capitais
18:53aí do Brasil
18:54e outras grandes cidades
18:55e não dá pra gente
18:57achar que isso é normal.
18:58Hoje a gente tem
18:59um senso comum
19:00praticamente estabelecido
19:02já
19:02de que as favelas,
19:04as comunidades
19:05ou como você quiser chamar,
19:06elas existem
19:07e pra sempre vão existir.
19:10A minha pergunta é,
19:11isso é bom
19:12ou isso é ruim?
19:13E por que que elas
19:13devem existir pra sempre?
19:15Será que a gente
19:15tem que condenar
19:16aquelas famílias
19:17a ficarem ali
19:18pro resto das vidas?
19:19Ou a gente pode começar
19:20a pensar em políticas públicas
19:22de eficiência
19:23que conseguem resgatar
19:25essas pessoas
19:25desses lugares
19:26e dando dignidade
19:27pra que ela possa
19:28acessar a casa dela
19:29com um ônibus
19:30ali na rua,
19:31ela vai ter uma casa digna,
19:33uma casa segura,
19:33que ela vai ter a escritura
19:35ou ela vai ter minimamente
19:36uma documentação
19:36que aquilo ali
19:37faz parte da propriedade
19:39privada dela?
19:40Eu acho que esse
19:41deveria ser o sonho
19:42e não como que a gente
19:43consegue manter as coisas
19:44do jeito que estão,
19:45no máximo passa
19:45uma tinta aí na parede
19:48pra ficar bonitinho
19:49como alguns políticos
19:50sugeriram recentemente, né?
19:51E isso sempre vai ter
19:52o profissional da baderna
19:54ali pra gritar
19:55genocídio,
19:56temos que resistir,
19:57é resistência urbana
19:58quando o barraco
20:00do traficante ali
20:01que só trouxe
20:01um rastro de destruição
20:02em toda a região
20:03vai finalmente cair.
20:04Porque tá na hora,
20:06acho que tá todo mundo
20:06na mesma página aqui,
20:07apesar da histeria
20:09de certos setores
20:09politicamente interessados
20:11nessa região
20:12e não dar uma vitória
20:13pro Tarcísio
20:13e pro Ricardo Nunes,
20:14governador Tarcísio,
20:15prefeito Ricardo Nunes,
20:16numa véspera de ano eleitoral,
20:18pra realmente seguir
20:19instrumentalizando isso
20:20e usando a de palanque,
20:21mas são vidas em jogo.
20:22Tá na hora de reurbanizar,
20:24revitalizar,
20:25mais verde,
20:26mais crianças
20:26e menos traficante
20:27e menos ocupação irregular.
20:29Marinho,
20:29eu sou um dado
20:31para o IBGE,
20:31hoje nós temos
20:32cerca de 5 milhões
20:33de moradias irregulares
20:35no Brasil.
20:35Pronto.
20:35Então em situação
20:36de não ter regularização fundiária,
20:39de não ter escritura,
20:40de estar num terreno
20:40inadequado,
20:42isso precisa ser tratado
20:43com política pública.
20:44Às vezes até sem saneamento, né?
20:45É o saneamento básico.
20:47Até as regulares
20:49estão com problema.
20:50Sem CEP,
20:52sem condição de receber
20:53uma conta em casa,
20:55uma encomenda do correio,
20:57ou seja,
20:58é uma situação de precariedade
20:59que precisa ser
21:00enfrentada com seriedade.
21:01É nível...
21:02É século XIX,
21:03meu amigo.
21:04Século XIX.
21:05Jéssico Peixuto.
21:06Pensem assim,
21:06com certeza,
21:08tem muita gente ali
21:09e o governo do Estado de São Paulo
21:10está mostrando isso,
21:11a maioria é voluntária,
21:12mais de 90% de adesão
21:14está sendo realocado
21:15num lugar que tem saneamento,
21:16num lugar que tem
21:17infraestrutura,
21:17num lugar que vai ter
21:18muito mais segurança.
21:19Vocês acham que,
21:20tendo em vista
21:21que aquela região,
21:22muitas vezes,
21:22aqueles moradores,
21:23eles eram sequestrados,
21:24eles eram vítimas
21:25do tráfico da região,
21:27você acha que o tráfico
21:28da região está feliz
21:29com essa decisão
21:30do governo do Estado de São Paulo
21:32de fazer essa reformulação,
21:35de lidar com esse problema?
21:37A resposta é muito óbvia.
21:38Não.
21:39Porque aquele era um lugar
21:40de ponto de guarda,
21:41aquele era um lugar
21:42que muitas vezes
21:43eles instrumentalizavam
21:44para levar as drogas
21:45para outras regiões das cidades,
21:46como a própria Cracolândia.
21:48Então, assim,
21:48esta é uma decisão,
21:50esta postura de combate,
21:52ela não só se dá
21:53na polícia,
21:54ela também se dá
21:55na habitação,
21:55ela também se dá
21:56na estratégia da cidade.
21:58Então,
21:58quando a gente vê
21:59que o tráfico
22:00não está feliz
22:01com essa decisão,
22:02com essa decisão
22:03de reformulação da área,
22:05me soa um tanto
22:06quanto evidente
22:07qual lado
22:08nós devemos estar.
22:09do lado que a Jovem Pan
22:10está,
22:11Dias Peixoto,
22:11vocês todos que nos acompanham
22:12aqui dia após dia,
22:14é sempre do lado
22:14de vocês,
22:15do cidadão comum,
22:15do trabalhador honesto,
22:16que não aguenta mais
22:18viver com tanta insegurança,
22:20né?
22:20No momento,
22:21como a gente tem dito,
22:22a violência virando paisagem,
22:23o assalto virando
22:24quase que um módulo de arte
22:26para essa bandidagem.
22:28E nesse contexto todo,
22:29pessoal,
22:30o objetivo de se juntar
22:31com a população
22:32e expor
22:33a sua e a nossa revolta
22:35contra essa criminalidade
22:36cada vez mais sofisticada,
22:38ousada e atrevida
22:39que a gente segue
22:40enfrentando dia após dia,
22:41o Grupo Jovem Pan
22:42lançou a campanha
22:42Chega,
22:43Chega
22:44de tanta bandidagem,
22:45de tanta impunidade,
22:46de tanta violência.
22:47Tudo isso foi inaugurado
22:49no dia 21 de março.
22:50E hoje, novamente,
22:51a campanha está nas ruas
22:52pela capital paulista
22:53para a distribuição
22:54de adesivos,
22:55porque, de novo,
22:56é a União que faz a força
22:57e isso precisa ser colocado
22:58nos postes,
22:59nas motos,
23:00nos carros,
23:01para realmente mostrar
23:02que a União vai fazer a força
23:03para virar esse jogo
23:04sociedade civil
23:05com poder público
23:06para a gente ter
23:07uma perspectiva
23:07minimamente decente.
23:08Obrigado.
23:09Obrigado.