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  • ontem
O presidente Lula fez uma declaração à imprensa após a assinatura de acordos bilaterais entre Brasil e China. O pronunciamento abordou temas como comércio, investimentos e cooperação estratégica entre os dois países. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Marcus Vinicius de Freitas, especialista em relações internacionais.

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Transcrição
00:00Seguimos aqui com outras informações no Jornal da Manhã.
00:03O presidente Lula afirmou agora há pouco, após reunião em Pequim com o presidente Xi Jinping,
00:08que a relação entre Brasil e China nunca foi tão necessária.
00:12Para fazer uma análise aqui das declarações do presidente, a gente recebe Marcos Vinícius de Freitas.
00:17Ele é especialista em relações internacionais.
00:20Professor, bom dia. Obrigado por nos atender.
00:24Bom dia, é um prazer ver conversar com vocês sempre.
00:25Professor, como é que o senhor viu essas declarações do Lula e do próprio Xi Jinping também, volta e meia, fazendo referência ao tarifaço,
00:34dizendo que é necessário a gente ter uma versão multilateral do mundo, uma visão disso,
00:40com o fortalecimento de organizações como, por exemplo, a OMC, a Organização Mundial do Comércio,
00:46numa clara referência ao tarifaço imposto pelo Donald Trump.
00:50E o Lula também falou da cooperação entre os dois países, do longo tempo de parceria que o Brasil estabelece com a China.
00:57Como é que o senhor viu essa fala? Qual é a análise, professor?
01:02Eu acho que, em primeiro lugar, a China vem aí num fim de semana muito interessante com relação ao fortalecimento do seu poder global.
01:13De fato, nós vimos que o tarifaço do Donald Trump encontrou ali a resistência da China
01:21e, de alguma forma, os chineses, ao adotarem uma posição mais centralizada nesse aspecto todo,
01:28eles conseguiram fazer com que os Estados Unidos, basicamente, retrocedessem e fizessem ali uma negociação
01:35em que muito daquilo que eles tinham falado e queriam fazer efetivamente não vai acontecer.
01:40Então, isso foi uma vitória importante para a China.
01:43Segundo o fato de que, na guerra que houve entre Índia e Paquistão,
01:47os equipamentos chineses, não os mais sofisticados,
01:52foram capazes de derrubar equipamentos franceses, russos, israelenses.
01:58Então, isso provou aí uma superioridade militar da China nesse momento.
02:03Então, os chineses vêm num momento positivo.
02:06E, claro, que neste momento positivo, o fortalecimento de relações com outros países pelo mundo é relevante
02:13e, no caso brasileiro, muito mais importante ainda,
02:17porque a China vê no Brasil um parceiro importante com sinergias.
02:21É um equívoco a gente, e isso eu ouço muita gente falando repetidamente e erroneamente,
02:28que o Brasil alimenta a China.
02:29A China tem, hoje em dia, uma produção alimentar que alimenta 1 bilhão e 600 milhões de pessoas,
02:38ou seja, a sua população mais 200 milhões,
02:41mas vê no Brasil um fornecedor importante de vários produtos
02:45e também um lugar onde se pode ter investimentos em infraestrutura
02:50e outros aspectos importantes do relacionamento, na composição e na construção deste sul global
02:57que vai aí mudando a forma de um mundo ser governado nos próximos anos.
03:03É uma questão da governança global.
03:05Então, finalmente, ontem eu assisti o presidente Lula aqui falando que trataria,
03:11e seria o momento de começar a tratar a China como parceira,
03:14algo que eu digo há muito tempo.
03:15O Brasil tem de deixar de tratar a China somente como cliente
03:19e tratar efetivamente como uma parceira,
03:22no sentido de que, ao participarmos juntos do BRICS,
03:25consigamos aí resolver muitos dos problemas que foram gerados
03:30nos últimos 80 anos pela ordem global atual.
03:33Não significa que está tudo errado e que vai se começar do zero,
03:37até porque, nesse sentido, a pregação e o compromisso com o multilateralismo
03:41é fundamental e tem sido registrado por todas as partes.
03:46Mas o que está funcionando agora, talvez, precise aí de uns ajustes mais importantes.
03:54Agora, professor Marcos Vinícius,
03:55esse estreitamento do Brasil com a China
03:58pode, de alguma forma, prejudicar a relação com outros países,
04:03como, por exemplo, os Estados Unidos?
04:05E aí, nesse caso, como o Brasil deve se posicionar?
04:08Veja, o Brasil tem uma situação difícil,
04:18porque o Brasil, ao mesmo tempo que é fornecedor,
04:23o Brasil tem uma benção e uma praga.
04:26E aí, uma maldição aí que eu sempre gosto de dizer.
04:28Porque nos produtos que o Brasil vende para os Estados Unidos,
04:31para a China,
04:33o Brasil concorre em três deles com os Estados Unidos.
04:36Nós somos concorrentes diretos nesse processo.
04:39E, obviamente, que isso pode gerar problemas para o Brasil com os Estados Unidos.
04:44E os chineses dizem sempre que, quando dois elefantes brigam,
04:49quem sofre é o solo.
04:51E o grande fato é de que o mundo inteiro, nesse processo todo,
04:55ressentiu isso.
04:57Agora, o Brasil deve cultivar aí um relacionamento mais intenso com a China,
05:02porque, de fato, se nós olharmos para a Europa,
05:05com quem o Brasil e o Mercosul negociam aí há quase três décadas um acordo
05:11e sem perspectiva de efetivamente se tornar uma realidade,
05:15ou mesmo o relacionamento com os Estados Unidos
05:19e o tipo de imposição de tarifas que nós vemos,
05:22a impressão que se tem é que, de alguma forma,
05:25a China oferece aí algumas possibilidades maiores de crescimento
05:30e de desenvolvimento para o Brasil.
05:34Então, a impressão que eu tenho é que a gente pode ter a sabedoria
05:38de administrar os dois,
05:40o relacionamento com os dois,
05:42mas, claro, aproveitando aquele que nos oferece melhores condições
05:46da melhor maneira possível.
05:47Conversamos com o especialista em relações internacionais,
05:52Marcos Vinícius de Freitas,
05:53mais uma vez aqui no Jornal da Manhã.
05:55Obrigada sempre pela disponibilidade, professor.
05:57Bom dia para você por aí.
06:00Prazer conversar com vocês sempre.

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