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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta segunda-feira (12) no encerramento do Fórum Celac, em Pequim. O evento reuniu cerca de 200 empresários brasileiros e executivos chineses, com o objetivo de fortalecer as relações comerciais entre os dois países. Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.

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Transcrição
00:00E a gente traz informações aqui a respeito da presença do presidente Lula na China no evento da CELAC.
00:06Lula faz um discurso exatamente no encerramento desse fórum da CELAC,
00:10cumprindo a agenda no último dia de viagem dele após passar pela Rússia.
00:16No fim de semana, Lula está agora discursando na China, na CELAC. Vamos ouvir um trecho.
00:20Governadores, parlamentares, empresários aqui presentes,
00:25refletem a importância que atribuímos à comunidade de futuro compartilhado
00:30por um mundo mais justo e um planeta sustentável.
00:36É importante lembrar que em 50 anos de relações bilaterais,
00:43nosso comércio evoluiu de maneira extraordinária.
00:48Só para se ter ideia, o nosso comércio de 2003 até 2025 cresceu aproximadamente 30 vezes.
01:01Saímos uma demonstração de que o potencial da relação entre China e Brasil é inesgotável.
01:08Na última década, a China faltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil.
01:20Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de 54...
01:25Esse, portanto, um trechinho aí da fala do Lula no encerramento do evento da CELAC.
01:31Na China, o presidente defendendo também integração entre os países da América Latina,
01:37forte parceria estratégica com a China durante esse discurso também.
01:42O governo chinês, por sua vez, também falou a respeito das tarifas promovidas pelo Donald Trump,
01:47sem citar o Donald Trump, mas falou na possibilidade de um isolacionismo
01:51e também o fim do multilateralismo, numa clara referência àquilo que tem sido feito pelo governo do Donald Trump.
01:58Nós temos aqui mais um trecho do que disse o presidente Lula nesse discurso.
02:02Vamos conferir.
02:03Ou nós nos juntamos entre nós e procuramos parceiros que queiram junto conosco construir um mundo compartilhado,
02:14ou a América Latina tende a continuar sendo uma região que representa a pobreza no mundo de hoje.
02:23É importante que a gente compreenda.
02:26Não depende de ninguém.
02:28Não depende do presidente Xi Jinping.
02:30Não depende dos Estados Unidos.
02:32Não depende da União Europeia.
02:34Depende pura e simplesmente se a gente quer ser grande ou a gente quer continuar pequeno.
02:39Lembrando que, além de Lula, tivemos a presença do Gabriel Boric, do Chile, também o Gustavo Petro da Colômbia,
02:46e outras autoridades participando dessa reunião da CELAC.
02:49Voltamos a reunir aqui os nossos comentaristas, a Deise Siocari e o José Maria Trindade.
02:54José Maria, nessa presença do Lula por lá, ele falou muito do multilateralismo que tem que estar presente,
03:02assim como o Xi Jinping falou também que a questão individual e o protecionismo não levam a lugar nenhum.
03:09Em claras referências, as ações desenvolvidas pelo governo do Donald Trump.
03:14A impressão que dá, Zé, é que essas tarifas do Donald Trump acabam impulsionando alguns países para o colo da China, não?
03:22Exatamente. O mundo, ele tem um movimento muito pendular, de um lado e de outro, né?
03:29O globalismo chegou, avançou, quando todos achavam que iam tomar conta e que não haveria nem fronteira entre países,
03:36aí se recuou. Primeiro guerras e depois Donald Trump, que mudou o eixo do mundo, né?
03:43Politicamente, economicamente e culturalmente até.
03:45E agora essa viagem do presidente Lula e comitiva, ele não foi sozinho, né?
03:50Levou ministros, levou empresários, representações fortes daqui do Brasil, num momento muito sensível.
03:58E aí a tentativa é exatamente de aproveitar esta brecha, esta rediscussão das fronteiras econômicas mundiais.
04:06Veja bem, alguns setores daqui de relações exteriores consideraram esta fala do presidente Lula
04:15como um sinal arriscado, porque ele mostra uma preferência, ou seja, ele define uma linha do Brasil
04:23mais pró-China do que Estados Unidos.
04:26E isso preocupa alguns setores, porque acham que o Brasil tem que ficar exatamente nas relações totais
04:33com os Estados Unidos, nosso parceiro de séculos, né?
04:36E também a China e novos mercados que estão sendo abertos, né?
04:40O presidente Lula usou uma palavra, uma frase muito característica, dizendo que o cone sul do mundo, né?
04:50Do globo, deve se unir, ou seja, se unir contra o cone norte.
04:55E ali estaria a tentativa dos Estados Unidos de continuar hegemônico no mundo.
05:00Então, é uma viagem muito importante e segundo avaliações aqui que eu fiz, no sentido de que o presidente Lula
05:07desta vez pode trazer coisas concretas, porque até então eram promessas de investimentos e tal.
05:13Agora não há assinaturas de investimentos no Brasil.
05:18Não é só de exportação, mas investimentos.
05:21Quando se importa investimentos, se importa empregos, se importa tecnologia e desenvolvimento do nosso parque industrial.
05:28Esperamos que não fique mais uma vez em promessas e que os tratados assinados lá na China realmente tenham resultados.
05:37Mas é o mundo em movimento.
05:39É assim mesmo, né?
05:40Cada fase é cada fase.
05:42Ou seja, cada um tem que se virar naquele momento histórico.
05:47Inclusive, para quem nos acompanha por imagens, nesse momento, a gente vê que eles estão, de fato, assinando.
05:54Brasil e China, assinando esses acordos de cooperação.
05:59Inclusive, o presidente Lula foi até a China nessa tentativa de ampliar o comércio com o seu principal parceiro comercial.
06:07E aí, Deise, eu te pergunto, essa viagem à China foi, de fato, uma janela de oportunidades para o governo em meio ao tarifácio?
06:16E ontem a gente trouxe a informação de um recuo entre Estados Unidos e China em relação às tarifas, em meio a essa guerra comercial.
06:27Olha, Soraya, eu acredito que muito vai ser dito no futuro se essa viagem vai trazer aspectos positivos para o Brasil.
06:36Por que eu digo isso?
06:38Porque o presidente Lula utilizou muito a palavra integração da América Latina com Pequim.
06:45E, obviamente, a gente sempre tem um olhar um pouco mais crítico, né?
06:48E eu fico me perguntando sobre as contradições, né?
06:52Porque o Brasil, ele não consegue nem integrar a América Latina.
06:56Então, por que eu estou falando isso?
06:58Porque a gente tem alguns aspectos a serem avaliados aqui na América do Sul.
07:02Por exemplo, o Mercosul não consegue deslanchar como o presidente Lula falou que iria deslanchar, né?
07:09Ele não consegue liderar nem o quintal da casa dele.
07:12A Unasul virou praticamente uma sigla nostálgica.
07:16E a gente tem que lembrar que o presidente Lula, durante a campanha eleitoral, e eu reitero isso sempre,
07:21ele falou que o governo passado, ele não tinha uma liderança diplomática.
07:25E ele ia trazer isso de volta.
07:27E aí, quando a gente olha para o Mercosul, o Mercosul não virou a potência que o presidente Lula falou.
07:30E a Unasul é essa sigla nostálgica que a gente está falando.
07:33Então, se ele não consegue exercer essa liderança nem aqui nos países vizinhos,
07:37eu me pergunto como que vai acontecer essa integração com a China, né?
07:41Então, ok, a gente está celebrando aqui esse aporte de 27 bilhões, que ok, tem que celebrar mesmo, isso é muito bom.
07:49Mas qual o projeto do Brasil?
07:51Porque a China está investindo 27 bilhões aqui, mas o Brasil ainda não apresentou um projeto estratégico para esses 27 bilhões.
07:58vai ter uma geração de emprego, sim, mas para captar um capital externo, o Brasil tem que apresentar um projeto estruturante aqui dentro,
08:07para que esse capital possa valer a pena, porque senão vira só uma estratégia de decoração de casa em ruína.
08:13Ela é esteticamente bonita, mas ela é estruturalmente frágil.
08:17Então, o Brasil tem que apresentar uma proposta, porque senão o que acontece?
08:20Esses 27 bilhões se dissipam aqui dentro e a China, o que ela vai fazer com o Brasil é um projeto de dependência.
08:27Então, a China está colocando dinheiro aqui dentro, mas ela está transformando o Brasil num país dependente,
08:33se o Brasil não apresentar um projeto estruturante, né?
08:35Então, a gente tem que tomar um pouco de cuidado com isso para não confundir dependência com prosperidade
08:41e não sair aplaudindo qualquer coisa, né?
08:43E aí, tem uma frase do Celso Furtado que me faz lembrar muito esse momento,
08:48que ele fala que um país que não sabe o que quer, acaba aceitando qualquer coisa, inclusive Palmas.
08:55Então, por isso que eu te digo, Soraya, eu acho que o futuro vai responder o que essa viagem da China para o presidente Lula,
09:03ela vai indicar para o Brasil, porque não adianta, de novo, essa crise entre China e Estados Unidos,
09:08ela pode ser boa para o Brasil, mas o Brasil tem que apresentar projetos estruturantes
09:11e não a curto prazo, como sempre tem feito.
09:13Então, vamos esperar aqui os próximos meses e espero que o Brasil saiba aproveitar essa oportunidade.

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