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Jason Vieira, analista macroeconômico, e Eduardo Cavendish, consultor de finanças, elencam as decisões de Donald Trump que apontam um caminho correto para a economia norte-americana e quais são os equívocos cometidos até agora.

Assista à íntegra: https://youtu.be/H6hFbi2Y2-E

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Transcrição
00:00Até agora, o que o Trump fez de mais certo e de mais errado?
00:05Eu acho que o de mais certo que ele fez, nós podemos dizer de maneira muito correta,
00:09foi ter cumprido uma parcela significativa das promessas de campanha que ele fez,
00:14especialmente em questões não tão ligadas à questão econômica.
00:18Isso eu estou falando do ponto de vista, obviamente, do americano,
00:20não do nosso ponto de vista em termos globais.
00:23Porque as ordens executivas, as principais ordens executivas que ele deu,
00:27ele praticamente cumpriu a enorme maioria das suas promessas de campanha.
00:30Isso deu um alento, em termos de popularidade, para ele avançar com outras pautas importantes.
00:36Agora, os erros estão vindo especialmente da questão da guerra comercial.
00:40O modo como está sendo o trato dessa questão, que já está ultrapassando a mera questão econômica,
00:46ela já está se tornando uma questão altamente geopolítica,
00:49este provavelmente é o erro mais grave e mais perigoso que o Trump cometeu no curto prazo,
00:55porque nós não sabemos, nós tínhamos primeiro a ideia de que talvez ele quisesse as tarifas,
01:01não para retaliar, mas sim para negociar.
01:04Depois que começaram as tarifas, já começou a dúvida se ele quer realmente negociar.
01:09Em algum momento, a União Europeia chegou a comentar a possibilidade de redução para tarifas a zero,
01:16eles não aceitaram e aí se traz muitas dúvidas.
01:19Se a real intenção dele é uma percepção econômica, que não é uma percepção econômica liberal,
01:26não é uma percepção econômica normalmente adotada pela direita,
01:30e sim uma percepção econômica de taxações, protecionismo e tudo isso que a gente já imaginou.
01:36E também, mais estranho de tudo, quase que uma visão desenvolvimentista,
01:41daquilo que nós já observamos, por exemplo, no Brasil, na época dos militares,
01:44e que agrada tanto a parcela da esquerda brasileira.
01:47Calvin Dicho.
01:49Mota, o que me agrada até agora nesse governo Trump é a parte, principalmente, da desburocratização,
01:56tornar mais fácil a vida dos empreendedores,
01:59e principalmente também, até saiu recentemente uma hora da executiva,
02:03a ideia de baratear a energia nos Estados Unidos.
02:07Ele bate muito nessa tecla e uma parte importante do apoio dele vem das big techs,
02:13e a gente está passando agora pelo início de uma revolução da inteligência artificial,
02:18e a quantidade de energia que vai ser necessária para proporcionar essa inteligência artificial
02:23nesses próximos anos é muito maior do que a gente tem hoje,
02:26que já é relevante hoje, os data centers atuais.
02:29Então, isso eu acho que é o ponto positivo que ele está, de fato, atacando essa questão,
02:35até com a volta do carvão para gerar energia, que pode ser controverso para os ambientalistas,
02:40mas é necessário, os Estados Unidos precisam de energia barata nesse momento.
02:43Eu acho que isso é um ponto bastante positivo dessa gestão.
02:46De fato, como disse o Jason, a parte das tarifas, eu concordo que ele tem que atacar,
02:53porque não está um campo nivelado de batalha hoje.
02:59Os Estados Unidos, de fato, estão sofrendo com medidas que outros países tomam,
03:03que não são necessariamente a tarifa, o percentual do imposto somente.
03:08Medidas como o tipo de mão de obra que é empregada, tarifas escondidas, regras escondidas.
03:14No Brasil, a gente tem diversas assim, inclusive.
03:18Mas essa é a parte complicada, porque tem muito ruído que está acontecendo nessas negociações.
03:24E os mercados, que é onde eu e o Jason atuamos, sofrem.
03:29Os preços sofrem, a volatilidade é ruim para os preços de mercado.
03:35Quando você coloca muita volatilidade nos preços, os prêmios explodem.
03:40Não é bom para a engrenagem de mercado em geral.
03:43E isso pode cobrar um preço maior se não for resolvido em tempo hábil.
03:48Ainda acho que ainda há tempo.
03:50É tempo ainda.
03:51Mas enquanto a gente grava aqui, os mercados estão bastante quentes.
03:55E é difícil dizer o que vai acontecer daqui a uma semana, daqui a dez dias.
03:59Mas eu espero que ele tenha um plano.
04:01E que esse plano desenrole o mais rápido possível para essas tensões dissiparem.
04:06Deixa eu pegar um gancho no que você falou, Jason.
04:08Você falou que a parte boa do Trump foi o cumprimento de promessas de campanha.
04:15Várias medidas políticas em relação à segurança interna, proteção de fronteira.
04:19Mas a parte ruim seria esse movimento que ele fez em relação a tarifas.
04:25Mas esse movimento de tarifas não faz parte também do cumprimento de promessas de campanha?
04:30O problema não é o fato gerador e sim o modus operandi.
04:35Podemos dizer assim.
04:36Porque, sim, o Edu falou de maneira correta.
04:40Você precisava endereçar o problema.
04:42Os Estados Unidos passaram anos e anos por culpa do próprio governo americano
04:45deixando muita coisa passar, muito laissez-faire, laissez-passez nessa história toda.
04:50Deixando que os Estados Unidos fossem sobretaxados em diversos produtos
04:53ao mesmo tempo em que tinha o seu próprio mercado aberto para outros países.
04:58Esse desequilíbrio, há sim a razão do Trump fazer essa situação.
05:04O problema é, primeiro, quem ele escolheu foi o Navarro.
05:07Que eu tenho minhas dúvidas sobre o nível intelectual que ele tem para entregar aquilo.
05:13Inclusive, já arrumou uma briga com o Elon Musk.
05:14Com o Elon Musk.
05:15Chamou o cara de montador.
05:16O cara que tem a linha mais verticalizada em termos de Estados Unidos.
05:20O carro dele é quase 100% americano.
05:23E aí o cara veio me chamar o cara de montador.
05:25É, o cara escreveu um livro que ele criou um pseudônomo de um especialista
05:28que é o anacronismo do nome dele.
05:32Sabe?
05:32Coisas desse tipo.
05:34E, infelizmente, o Trump, através do genro dele,
05:38utilizou essa pessoa como o baluarte dessa questão de tarifas.
05:42E daí você perde uma premissa de trazer uma discussão que, sim, era válida.
05:47A discussão das tarifas americanas era super válida.
05:51Porque, sim, os Estados Unidos, ainda que, óbvio, não tem como ter superávit com o restante do mundo
05:56ou ter déficit zero, dado que, vamos pensar em contextos geopolíticos,
06:01hoje em dia, os Estados Unidos é Roma, comparativamente ao passado.
06:06Ou seja, é o país com maior dominância em termos do mundo, maior exército,
06:09com maior força política e econômica.
06:11Ainda que se discuta muito a história do fim do excepcionalismo americano,
06:15mas, de qualquer modo, é Roma.
06:18Mas o problema é aquele negócio.
06:19Não é a questão em si, é o método.
06:22E aí, o moto, aquele cálculo que eles fizeram, que colocaram,
06:27se o país tinha déficit com os Estados Unidos, só 10%.
06:32Aí, a depender do quanto era o déficit, eles faziam o cálculo e colocavam uma tarifa em cima.
06:36Foi bizarro.
06:38Um cálculo meio de padaria.
06:39Então, assim, o estresse do mercado, se fosse a questão das tarifas,
06:44ele teria acontecido antes.
06:46Porque já estava prometido as tarifas.
06:48O problema em si foi como foi o pressionalizado.
06:53E você, Cavendish?
06:55Essa questão do cálculo, isso me...
07:00De novo, eu vejo muitos pontos positivos, mas isso realmente é um negócio que me pegou.
07:04Porque era dito que vamos olhar os países que tarifam contra os Estados Unidos,
07:10que têm essas tarifas escondidas, enfim.
07:13Esse era o papo, eles estavam há meses trabalhando nisso.
07:15E o que eles colocaram no dia que o Trump anunciou aquela prancheta com as tarifas por países,
07:22eu imagino que a maior parte das pessoas que estão assistindo viram,
07:27foi uma fórmula simples, que ele pegou o déficit de cada país,
07:30dividiu pela importação e aí dividia por dois.
07:35E os países que tinham superávit, que é o caso do Brasil, ficaram com 10%.
07:38Então, o Brasil teve uma sorte danada, inclusive, nesse aspecto.
07:42É que não olharam a fundo, né?
07:43Não olharam a fundo, que se começa a olhar os impostos indiretos em cima do que é importante.
07:48E as barreiras não tarifas.
07:48E as barreiras, né?
07:50Enfim, então isso eu acho que foi uma decepção e é essa parte dessa confusão que o Jason está se referindo.
07:55E eu concordo, porque isso é ruído.
07:58Aí o mercado vê isso e vai perdendo a confiança.
08:00Mas qual seria...
08:01Porque eu vi o Scott Besant, uma entrevista que ele deu, o secretário de Tesouro americano,
08:07ele deu uma entrevista, se não me engano, por Tucker Carlson.
08:11E ele disse o seguinte, tem muita gente criticando o que o Trump fez,
08:14mas não tem ninguém propondo uma outra forma de fazer isso.
08:19Deixa eu colocar aqui uma visão para vocês.
08:22Vocês me dizem se eu estou certo ou se eu estou errado.
08:24Muita gente diz que os Estados Unidos estavam dependentes de um consumo exagerado,
08:32financiado por uma dívida que só crescia, do Federal Reserve.
08:37Porque os Estados Unidos tem a moeda que é a moeda de reserva mundial,
08:42e os Estados Unidos, o Banco Fed, tem o poder de imprimir dólares, gerar moedas.
08:47A China, por sua vez, criou uma máquina de exportação.
08:52Exportação para o mundo, principalmente para os Estados Unidos.
08:54E aí a China tinha superávit que ela convertia em títulos do Tesouro americano.
08:59Ou seja, era o camponês chinês financiando o consumo do americano.
09:05O resultado disso foi uma dívida recorde nos Estados Unidos,
09:10e praticamente todas as indústrias do mundo, toda a capacidade industrial do mundo na China.
09:16É isso?
09:17Em tese, é.
09:19Mas nós temos alguns complicadores um pouco maiores em relação a isso.
09:22Acho que um dos maiores complicadores que nós temos não é só a questão industrial,
09:26que começou lá atrás com Jimmy Carter e o Deng Xiaoping,
09:30com a aproximação dos dois, que foi importante naquele momento,
09:35que você desolvou uma parcela daquela indústria que já não estava ganhando tração
09:39nos países desenvolvidos exatamente pelo desenvolvimento desses países.
09:43Ou seja, você começa a perder uma parcela de trabalhadores
09:45por conta do aumento da capacidade educacional do país, esse tipo de coisa.
09:48Mais ou menos o que aconteceu com o Japão, mais ou menos o que aconteceu com a Coreia do Sul.
09:52Todos os países que passam por um processo de desenvolvimento
09:54perdem uma parcela daquilo que seria...
09:57Mas o Japão não se desindustrializou, né?
09:59Não, porque o Japão foi um pouco mais inteligente.
10:03Ele só tirou parte da indústria dele, que era uma indústria,
10:07que chama de indústria suja,
10:09que é aquela indústria pesada de transformação básica,
10:12e manteve a industrialização, que é a estratégia que os Estados Unidos perdeu,
10:16que o Musk está tentando fazer, e deixou dentro do Japão
10:19a industrialização que a gente chama de industrialização fina.
10:22Ou seja, de produtos de alta qualidade, de alto padrão,
10:25e que muitas vezes você não vê o produto japonês que você está comprando.
10:29Por quê?
10:29Vocês lembram do evento de Fukushima?
10:31Da questão da usina nuclear.
10:33Na região ali ficava uma das produtoras mais importantes de chips para a Toyota.
10:40E que em lugar nenhum do mundo faz,
10:41e a China ainda não consegue copiar esses chips deles.
10:43E é estratégico, ou seja, fica dentro do Japão.
10:48E naquele momento as fábricas do mundo pararam,
10:50porque não eram só a Toyota que usavam esses chips.
10:52Várias outras fábricas usavam esses chips específicos de carros da Toyota.
10:57E o mundo ficou sem, ficou um momento ali pós-Fukushima,
11:01com uma industrialização parada de veículos.
11:04E é aí que a gente vê a questão estratégica.
11:06Você tem dentro do Japão indústrias estratégicas.
11:09E aí o Trump começa a falar de querer trazer de volta alumínio, ferro.
11:12É exatamente parte dessa industrialização que esses países mais desenvolvidos se livraram
11:18e mantiveram a industrialização fina.
11:21Agora, o futuro disso agora,
11:24porque esse momento desenvolvimentista que ele está,
11:27de querer trazer de volta as indústrias para os Estados Unidos,
11:30eu não sei qual que é o momento dos Estados Unidos agora
11:33para retomar parte dessa industrialização.
11:36porque se até pouco tempo atrás você estava importando mão de obra
11:41de baixo custo através dos ilegais,
11:47quem vai assumir os papéis ali naquelas...
11:51que nem está agora o meme rodando em tudo quanto é lugar aí,
11:53daquele americano gordo soldando pecinha no telefone
11:58ou costurando as coisas.
12:00Quem é que vai assumir isso?
12:01Essa é uma dúvida que tem que ser levada em conta.
12:05Mota, eu...
12:06Até a gente estava conversando anteriormente, né?
12:08Há diversas hipóteses para o movimento do governo Trump.
12:12São pessoas inteligentes, é um time inteligente.
12:14Pode falar o que quiser, pode não gostar,
12:16mas são pessoas tirando o Navarro.
12:18São pessoas inteligentes.
12:19Exatamente.
12:19Um grupo, talvez, dos grupos mais inteligentes
12:21que já colocaram num time de um governo.
12:24A minha tese, tá, Jason?
12:26Até acho que vai de encontro com o que você vem falando.
12:29Estava falando agora de inteligência artificial
12:30e robotização, anda de mãos dadas com isso.
12:35E esse é um governo que está de mãos dadas com as big techs.
12:37Vamos lembrar lá da inauguração
12:39que todos os líderes das big techs estavam lá.
12:42Nunca a gente viu algo parecido.
12:43É o PayPal Crew, né?
12:44É o PayPal Mafia.
12:45PayPal Mafia, isso.
12:47Mas estavam lá também os líderes do Google,
12:49estava o Elon Musk, obviamente,
12:51mas estava da Amazon.
12:52Estava todo mundo lá.
12:53Até da Apple, que não é tão próxima do Trump, né?
12:57A minha tese é a seguinte,
12:59que a visão desse governo é que a gente vai passar agora
13:01por um processo de amadurecimento dessas tecnologias,
13:05tanto de inteligência artificial para trabalhos de serviço
13:07e também dos robôs, que já começam esse ano.
13:10A Tesla já produzindo, já colocando na linha de produção.
13:13Tem outras fábricas também americanas produzindo.
13:16E, assim, ainda é meio conspiratório,
13:17porque não dá para dizer,
13:19porque isso não é uma realidade hoje.
13:20Mas tudo que eles sinalizam
13:22me mostram nessa direção.
13:23Então, a energia barata vai de encontro com isso.
13:25Sim.
13:26E substituiria aí uma mão de obra americana
13:29que é muito cara, como você falou.
13:30De fato, não é competitivo.
13:32O Estados Unidos perdeu nos últimos anos,
13:33nesse arranjo que o Mota citou bem,
13:35as indústrias,
13:36porque o arranjo era a moeda de reserva, né?
13:39Eu compro de vocês,
13:40vocês compram a minha dívida, né?
13:41Igual você mencionou bem.
13:42E, nesse processo,
13:44minha economia se tornou uma economia de serviços
13:46e você ficou com toda a base industrial do planeta.
13:49Vamos chamar assim, né?
13:50Reduzindo bem.
13:51E os Estados Unidos perdeu, de fato, né?
13:53Uma capacidade industrial que teve no passado,
13:55no pós-guerra,
13:56era a grande indústria do planeta
13:57e não é mais algumas décadas, né?
13:59E agora, eu acho que eles estão olhando muito
14:01para essa vertente.
14:02É uma tese ainda,
14:03assim como tem várias.
14:05De novo, são pessoas inteligentes.
14:07E a gente tem que dar esse...
14:08Nessa parte, eu acho que a gente tem que dar
14:10esse voto de confiança,
14:12porque não é possível
14:13que tantas pessoas inteligentes juntas,
14:15o Bessent, que está lá, né?
14:16Sim.
14:17O David Sachs, que é o...
14:18Exatamente.
14:18E o Bessent é um cara de mercado.
14:20O Bessent não é um burocrata, né?
14:22O Bessent não é um cara de partido.
14:24Foi o manager de bilhões.
14:26Os caras mais inteligentes do mercado.
14:27Então, assim, tem que dar um voto de confiança
14:29que tenha alguma coisa extra
14:30que eles não estão também...
14:31Não, e tem dois aspectos aí
14:33disso que você falou
14:35e que o Jason falou também.
14:36O primeiro é a questão do emprego, né?
14:38Porque o Trump teve,
14:39como plataforma dele,
14:41dar, trazer de volta renda
14:43para a classe média americana.
14:45Aquela classe média que existia
14:46em cidades como Detroit, né?
14:48Que a gente vê em vários filmes, né?
14:51O sujeito era operário
14:53de uma fábrica de automóveis.
14:55Ele tinha a casa dele,
14:56ele tinha dois carros,
14:57ele tinha os filhos da faculdade.
14:58O American Dream, né?
14:59É, o American Dream.
15:01E o Scott Bessent,
15:02ele menciona uma estatística
15:05que, para mim, me surpreendeu.
15:07Ele disse que 88% das ações americanas
15:09estão na mão de 10% da população.
15:12E 50% da população não tem ação,
15:15só tem dívida.
15:17Então, a primeira...
15:19Então, o Trump quer trazer de volta a indústria
15:21para dar trabalho para essas pessoas.
15:23O problema é que essa indústria agora
15:26é uma indústria movida a robô
15:28e inteligência artificial.
15:29É, e você não tem só esse problema.
15:32Existe um problema que eu cito já há anos.
15:35Eu citei, inclusive, em uma entrevista
15:36há sete anos
15:38e que isso só piorou
15:40que você, quando você passa...
15:43Isso é uma coisa...
15:44É um ciclo histórico.
15:46Quando você passa por um momento
15:47de extremo conforto,
15:48de progresso de uma nação,
15:51as pessoas se tornam confortáveis.
15:53E, ao momento que as pessoas
15:54se tornam confortáveis,
15:55elas começam a entender
15:56que elas podem fazer certas coisas da vida
15:58que não necessariamente
16:00se projetam para o futuro.
16:01Um exemplo disso é...
16:03Se você observar nos Estados Unidos
16:04nos últimos anos,
16:06o nível de formação de pessoas,
16:10não percentualmente,
16:11volume de pessoas em STEM,
16:14que é Science, Technology,
16:16Engineering and Mathematics,
16:17que é Ciência, Tecnologia,
16:19Engenharia e Matemática,
16:21estável há muitos anos.
16:25Business, estável há muitos anos.
16:27Ou seja, você está fornecendo,
16:29o pessoal de Business e de Ciências e Matemáticas,
16:33mais ou menos no mesmo nível há anos.
16:36Medical, mesma coisa.
16:38Subiu um pouco nos últimos anos,
16:40mas pouca coisa.
16:42Liberal Arts,
16:45disparou.
16:48Disparou.
16:48E aí, fica aquela questão.
16:51Você tem um país que tem um monte de gente
16:53muito formada,
16:54até com PHDs,
16:55mas você vai ver a formação do cara.
16:57É a formação de...
16:59Teoria de gênero
17:02baseado no queer
17:04sul-palestino...
17:05Marxista.
17:07Marxista,
17:08com a literatura grega
17:09do século XIII.
17:13O que você vai fazer com isso?
17:15E isso está acontecendo
17:17de maneira
17:18bastante acelerada.
17:20E aí você pega outros países
17:21que têm um desenvolvimento
17:22que aparentemente está melhor
17:23que os Estados Unidos
17:24e que a formação
17:27pesada dessas pessoas
17:28é focada
17:29nesses temas.
17:31Para você ter um exemplo,
17:32o Japão
17:32deixou de financiar
17:34universidades
17:34ligadas
17:36100%
17:37a humanas.
17:37Ou seja,
17:38cursos
17:38que não sejam
17:39história,
17:40línguas
17:41e...
17:42Agora você vai pegar
17:44literatura de alguma coisa
17:45que não tem,
17:45eles não financiam mais.
17:47Os únicos cursos
17:47que são financiados
17:48pelo governo do Japão
17:50são cursos ligados
17:51a exatas e biológicas.
17:54O que você tem
17:55de humanas fora
17:55é business
17:57e direito só.
18:00O resto
18:00eles não estão
18:00financiando mais.
18:01Você quer se formar
18:02em letras no Japão?
18:03Você tem que pagar.
18:05Então,
18:05isso é uma maneira
18:06que eles viram
18:07exatamente de trazer...
18:08Agora,
18:08você pega agora
18:09essa massa
18:09de formados
18:12nos Estados Unidos
18:13que não serve
18:13quase que para nada,
18:15você vai fazer o que
18:15com essas pessoas?
18:16E aí vem exatamente
18:17essa tese
18:17que eu concordo
18:18plenamente com ela.
18:19eu acho que existe
18:20um aspecto
18:21de que também
18:21não vai absorver
18:22vai absorver
18:23só uma parcela
18:23pequena da população
18:25de mão de obra.
18:27Não vai ter de volta
18:28o Detroit.
18:29Nunca mais vão ver
18:30o Detroit de volta
18:31do jeito que era antes.
18:32Chicago vai continuar
18:33aquela descendência
18:35que está indo agora.
18:36Agora fica a dúvida.
18:37A partir do retorno
18:39dessas indústrias,
18:40o que fazer
18:41com essa massa
18:42de trabalhadores
18:42que hoje em dia
18:43não serve para nada?
18:47Tem gente
18:47que estava até reclamando
18:48que estava entregando
18:48currículo em McDonald's
18:50e não estava conseguindo
18:51emprego com duas faculdades.

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