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O ex-secretário do Comércio Exterior do Ministério da Economia do governo de Jair Bolsonaro, Lucas Ferraz, falou com exclusividade ao Jornal Jovem Pan. Ele analisou a sanção sem vetos da Lei de Reciprocidade por Lula. O presidente fez críticas à guerra comercial imposta por Trump. O governo federal tem reforçado que buscará diálogo e negociação sobre o tema, sem que haja necessidade de retaliação tarifária. Ferraz também avaliou o cenário geopolítico após a imposição do tarifaço pelo presidente norte-americano. Maria de Carli participa.

Assista ao programa completo:https://www.youtube.com/watch?v=v5VLEP1q8N4

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Transcrição
00:00sobre a lei da reciprocidade
00:02aprovada pelo Congresso Nacional
00:03e depois sancionada pelo
00:05presidente Lula, que analisa o
00:06tema é o coordenador do Centro
00:08de Estudos e Negócios Globais
00:10da Fundação Getúlio Vargas,
00:12ex-secretário de Comércio
00:13Exterior do Ministério da
00:14Economia, Lucas Ferraz. Tudo
00:16bem, secretário? Muito obrigado
00:17mais uma vez por aceitar o
00:19convite da Jovem Pan. Muito
00:20boa noite, bem-vindo. Boa noite,
00:23Tiago, prazer estar aqui com
00:24vocês. Prazer é nosso. Bom, a
00:26partir desse momento, com essa
00:28lei da reciprocidade já
00:31sancionada pelo presidente Lula,
00:33o senhor acha que qual que deve
00:34ser o critério pra utilização de
00:36uma lei como essa? Ou é apenas
00:38uma lei importante pro Brasil ter
00:40lá numa gaveta guardada? Se
00:43houver necessidade, é possível
00:45fazer a utilização dessas
00:47italiações? E essa discussão
00:49vem em meio a toda essa questão
00:51do tarifácio de Donald Trump,
00:53secretário. Perfeito, Tiago. É
00:57uma lei, na verdade, que tem por
01:00objetivo, digamos, proteger um
01:03pouco mais a economia brasileira
01:05diante de um cenário que é
01:07bastante complexo. É importante
01:09lembrar que essa lei, ela não foi
01:11criada necessariamente para
01:13retaliar os Estados Unidos,
01:15retaliar as ações nesse momento
01:17que estão sendo implementadas pelo
01:19governo americano. Ela tem como
01:21pano de fundo, na verdade, o
01:23próprio projeto, né, chamado Green
01:26Deal europeu lá atrás, né, a lei
01:29anti-desmatamento, né, a questão
01:31do Cibern, que era o mecanismo de
01:33ajuste de carbono na fronteira. Então,
01:34a raiz da lei, na verdade, ela tem
01:37o pano de fundo dela no agro, né, e
01:40tinha como alvo principal a Europa.
01:42No momento que você tem uma guerra
01:44comercial no mundo, e no momento que
01:46o presidente Trump toma medidas que
01:48ferem diretamente, né, talvez com
01:51mais ênfase ainda que a questão, né,
01:53do pacote ambiental europeu, as
01:55regras de comércio, ferem princípios
01:57basilares da OMC, como o princípio
02:00da nação mais favorecida, ou seja,
02:02o princípio da não discriminação, ou
02:04seja, essa história de você cobrar uma
02:05tarifa diferente para cada país,
02:08isso evidentemente fere
02:09completamente as regras de comércio.
02:11Então, nós estamos vivendo num mundo
02:13sem regras, né, afinal de contas, a
02:16OMC está muito enfraquecida, os
02:18Estados Unidos estão tomando medidas
02:20discricionárias, e o Brasil precisa, de
02:22alguma forma, criar mecanismos legais,
02:25né, para poder, de alguma maneira,
02:27aumentar o seu poder de barganha em
02:29negociações. Lembrando que, sem esse
02:31mecanismo, caso o Brasil vier a sofrer
02:33algum tipo de retaliação, não apenas
02:36nos Estados Unidos, mas a gente pode
02:37estar falando de economias, inclusive
02:38economias menores, né, nesse, antes,
02:41sem esse projeto, a única coisa que o
02:43Brasil poderia fazer como membro da OMC,
02:45é abrir um painel na OMC, mas
02:47evidente, o painel, a OMC está
02:49totalmente enfraquecida, o seu órgão de
02:50apelação não funciona, e seria
02:52totalmente sem efeito. Então, eu entendo
02:54que foi um passo adiante, eu acho que
02:56foi uma medida positiva, correta, mas
02:59evidentemente, ela tem que ser usada
03:01com muita cautela, e no caso
03:03específico dos Estados Unidos, eu entendo
03:05que o melhor caminho, nesse momento, é a
03:07negociação.
03:08professor, vou chamar a Maria de Carli,
03:10nossa comentarista, que faz a próxima
03:12pergunta. Maria.
03:13Oi, professor, boa noite, um prazer
03:15estar aqui com você hoje. A minha
03:17pergunta é mais genérica mesmo, como é
03:19que o senhor avalia os próximos passos
03:23do Trump? Você acha que ele vai
03:26permanecer com essa possível, né, essa
03:30atual, perdão, essa pausa que ele
03:36deu de 90 dias? Você acha que ele vai
03:38prolongar essa pausa, ou ele vai tender
03:40a vir com mais força, ser mais
03:44incisivo na sua questão com as tarifas
03:47dos países, e com relação à China, ele
03:50vai continuar com essa postura mais
03:54dura, ou ele vai também flexibilizar?
03:56Como é que você enxerga isso de maneira
03:57geral?
03:59Olha, realmente, a situação agora é uma
04:02situação de mais incerteza, né, quer dizer,
04:05apesar da guerra comercial, de certa
04:08forma, ter se arrefecido, né, quer dizer, o
04:10Trump, ele havia anunciado as tarifas
04:12recíprocas, né, no dia dois, e logo
04:14depois, né, por conta da pressão enorme
04:16que ele sofreu do setor privado, até,
04:19digamos, até um racha dentro da sua
04:21própria equipe, né, uma discussão ali
04:22entre o próprio Elon Musk e o Peter
04:24Navarro, quer dizer, um desentendimento,
04:27né, no chamado inner circle do próprio
04:28presidente, tudo isso contribuiu, essa
04:31pressão enorme, para o presidente
04:32retroceder, né, e tirar as tarifas,
04:36digamos, exorbitantes que foram
04:38colocadas em vários países, inclusive
04:39países aliados históricos, né, como
04:41o caso da União Europeia, Japão,
04:42Coreia do Sul, mas manteve as tarifas
04:46contra a China, né, diferente do que
04:48aconteceu no Trump 1, dessa vez a China
04:51agora não pediu negociação, né, a China
04:53é a segunda maior economia do mundo, é o
04:56maior produtor de bens
04:57manufaturados, né, produz aí 35%, né,
05:00dos produtos manufaturados no mundo, é
05:02um primeiro, é um grande produtor de
05:04uma série, né, de produtos
05:06importantes, sobretudo para a questão
05:08da transição energética, enfim, a
05:09China hoje deixou de ser aquele país
05:11que exportava quinquilharias, né, a
05:13gente está falando hoje de um país que
05:14exporta produtos, né, de alto valor
05:16agregado, altamente integrado em
05:18cadeias globais, né, de produção,
05:21então a China pagou para ver, né,
05:23dobrou a aposta e hoje você tem
05:25basicamente uma relação entre China e
05:26Estados Unidos, que alcançou aquilo
05:28que os economistas chamam de tarifa
05:30proibitiva, né, os Estados Unidos está
05:32com a tarifa de 145% contra os
05:35produtos chineses e a China aplicou
05:37uma tarifa de 125, isso basicamente
05:39significa que ficou inviável
05:41transacionar entre essas duas
05:43economias, né, o final disso é
05:45difícil prever, né, agora o que pode
05:48ser dito é o seguinte, não me parece
05:49claro quando o presidente Trump fala
05:52que ele tem 70 países querendo
05:53negociar com os Estados Unidos, que de
05:55fato isso vai ser bem sucedido, até
05:58por uma questão física, né, quer dizer, é
05:59impossível você conseguir travar
06:01negociações com 70 países ao mesmo
06:04tempo, não tem nem equipe pra isso, né,
06:06pra você conseguir fazer isso de uma
06:07forma, digamos, eficiente, minimamente
06:10eficiente, e além de tudo, não me
06:13parece claro que há uma predisposição
06:15dos Estados Unidos abaixar as suas
06:17tarifas, o que me parece que os Estados
06:18Unidos quer é que os outros países
06:20baixem as suas tarifas e os Estados
06:22Unidos mantenha, né, o seu status quo, o
06:25que também complica muito uma
06:26negociação. Então eu acho que a gente
06:28vai pros próximos dias aí, até pelo
06:30menos nos próximos 90 dias, ainda tem
06:33muita volatilidade, né, tem muito vai e
06:35vem e fica difícil prever o cenário.
06:37Agora, certamente o que nós estamos
06:39presenciando é uma trava dos
06:41investimentos, né, porque fica muito
06:42difícil você ter previsibilidade pra
06:45conseguir investir num cenário como
06:46esse, com essas tarifas entre China e
06:49Estados Unidos, que são dois países
06:50muito importantes, sobretudo nas
06:53chamadas cadeias de suprimentos
06:54internacionais, nas cadeias globais de
06:56valor, tudo isso vai causar uma
06:57desorganização ainda maior nesse
06:59sistema, certamente impactando
07:01preços, né, e causando perda de
07:04bem-estar global e perda de
07:06crescimento.
07:08Professor, é muito precipitado fazer a
07:10leitura que muitos analistas fizeram
07:12desde o início dessa confusão tarifária
07:15no planeta, de que o Brasil pode ser
07:17beneficiado justamente com o comércio
07:20pra China, outros mercados podem ser
07:23beneficiados, até a leitura de que o
07:25acordo entre o Mercosul e a União
07:28Europeia pode sair mais rápido do
07:31papel, se é que um dia vai sair,
07:32apesar de todas as discussões e
07:35resistências internas no bloco
07:36europeu, como da França. O senhor
07:38acredita que o momento pode favorecer
07:42o Brasil ou é muito chute ainda? Não se
07:44sabe o que vai acontecer.
07:48Bom, é um cenário complexo, né, é
07:51difícil realmente a gente conseguir
07:52prever com certeza, com exatidão,
07:55aquilo que vai acontecer. O que a
07:56gente pode dizer nesse momento é o
07:58seguinte, olha, quando o Trump
08:00anunciou as suas tarifas recíprocas,
08:02o Brasil, de certa forma, não ficou
08:03tão ruim, porque o Brasil ficou com
08:0510% de tarifa de importação, quando
08:08competidores importantes do Brasil no
08:10mercado americano, como a própria
08:11União Europeia, né, como o próprio
08:13Japão, Coreia do Sul, enfim, outros
08:15países, a própria China, né, ficaram
08:17com tarifas muito maiores. Então, a
08:19competitividade relativa do Brasil
08:21naquele cenário não era ruim, muito
08:24pelo contrário, o Brasil ficou bem na
08:25fita e vamos lembrar que os Estados
08:27Unidos é o maior destino da exportação
08:29de produtos industriais brasileiros. Ano
08:31passado nós exportamos 32 bilhões de
08:33dólares para a economia americana e a
08:35expectativa era que o Brasil pudesse
08:37inclusive exportar mais produtos
08:38industriais, né, para os Estados Unidos
08:40nesse cenário, né. Também com a
08:43questão da guerra entre China e Estados
08:44Unidos, o Brasil poderia ter mais
08:47espaço, digamos, para exportar
08:48commodities agrícolas, como a soja,
08:50né, para o mercado chinês. Quando
08:53houve esse, digamos, esse recuo do
08:55presidente Trump e basicamente o
08:57resto do mundo inteiro voltou para 10%
08:59e só a China ficou com tarifas altas,
09:01esse cenário, em comparação ao
09:03anterior, ele é pior que o Brasil,
09:05porque o Brasil, em princípio, perde,
09:07né, essa capacidade, essa vantagem,
09:09melhor dizendo, relativa que ela tinha
09:11no mercado americano diante de outros
09:13parceiros importantes. Agora, como
09:15você disse, todo cenário de crise
09:17também é um cenário que pode haver
09:20oportunidades. Nesse momento, eu diria
09:22que o Brasil já se beneficiou, ou seja,
09:25a própria, o próprio anúncio do acordo
09:27Mercosul União Europeia em dezeno do
09:29ano passado, ele certamente já foi uma
09:31consequência da expectativa que a
09:34própria União Europeia tinha de um
09:35cenário global mais complexo e a sua
09:38necessidade e a sua orientação para
09:40diversificar mais os seus parceiros
09:42comerciais. Então, certamente, isso
09:44ajudou no anúncio da conclusão, né, no
09:46reanúncio da conclusão das
09:48negociações. Eu acho que também nesse
09:50cenário, a resistência francesa, a
09:53resistência irlandesa, né, a própria
09:55Holanda, a própria Áustria, que são
09:57países que já se manifestaram contrário a
09:59esse acordo, nesse cenário mais
10:01complexo, essa resistência, entendo que
10:03tende a se arrefecer e a
10:05probabilidade desse acordo ser
10:07internalizado nas instituições da
10:09União Europeia, aumenta sobremaneira.
10:12Também acho que vale a pena mencionar
10:13um outro ponto importante que tem a
10:15ver com as oportunidades. Nesse momento
10:17em que o mundo inteiro aumenta seu
10:20apetite comercial, aumenta seu apetite
10:22pela diversificação de parceiros
10:24comerciais, é sempre importante lembrar
10:27que o Mercosul, hoje, ele tem um acordo
10:29em negociação com o Canadá. O Brasil
10:32também tem acordos em negociação com
10:35México, né? O Brasil hoje comercializa
10:37mais de 50% da sua pauta comercial com
10:40a Ásia, e nós ainda somos muito tímidos
10:43no que tange, digamos, a acordos
10:47comerciais no continente asiático, que
10:48é o continente hoje mais dinâmico.
10:50Então, a gente está falando de países
10:51como Índia, a gente está falando de
10:53países como Japão, como países como
10:55Vietnã, que o Brasil poderia, nesse
10:57momento, aproveitar esse cenário
10:59complexo, de maior apetite por negociações
11:02e tentar aumentar a sua exceção
11:04internacional por meio do Mercosul.
11:06Professor, rapidamente, para a gente
11:07fechar, a Maria quer fazer mais uma
11:09pergunta antes do nosso encerramento.
11:11Maria, você.
11:12Na verdade, vão ser duas. Uma é, como é
11:15que o senhor avalia o aspecto político
11:17nessas relações de trocas comerciais do
11:19Trump? A questão da política, ela está
11:22muito latente com a economia e a gente
11:24sabe que o Trump tem os seus preferidos
11:26na atual dinâmica global. Por exemplo,
11:28o Milley, dentre outros líderes que se
11:32associam à sua figura política. Então,
11:34eu queria saber como o senhor avalia o
11:36impacto político dessas parcerias para
11:39com o impacto disso nesses acordos
11:41comerciais? E, dois, como é que você
11:44acha que essa fórmula que o Trump diz,
11:48ele vai tarifar mais e reduzir alguns
11:52impostos locais para conseguir reaquecer
11:55a indústria. O senhor vê com otimismo
11:58essa fórmula que o Trump defende para
12:01o reaquecimento da indústria
12:02norte-americana?
12:04Olha, é evidente que o Trump tem um
12:07alinhamento político maior com a
12:09Argentina do que com o Brasil nesse
12:11momento. Acho que isso não é nenhuma
12:13novidade. Agora, até que ponto isso se
12:15traduzirá em, digamos, benefícios
12:18específicos para a economia argentina?
12:21Há que se ver. É importante mencionar que
12:25os Estados Unidos hoje, ele está engajado
12:26em uma série de questões envolvendo
12:29guerras e questões geopolíticas
12:32importantes. E, além disso, os Estados
12:34Unidos hoje abriu negociações, em
12:37princípio, com países que são muito
12:39mais relevantes, sob o ponto de vista
12:40comercial da economia americana, do que a
12:42própria Argentina. Então, a gente está falando
12:44de União Europeia, a gente está falando da
12:45expectativa, eventualmente, de uma
12:47negociação com a China, então, Japão e
12:49etc. Os Estados Unidos não está focado,
12:52digamos, em países que são anões no
12:55comércio internacional, como são os
12:57países do Mercosul. Essa é a grande
12:59verdade. Agora, se essas políticas vão
13:01trazer os empregos industriais de volta
13:04para a economia americana, vão ajudar,
13:07de alguma forma, a combater a desigualdade
13:09social, que é importante que se diga,
13:12vem aumentando nos Estados Unidos, pelo
13:14menos desde a década de 60. E o que eu
13:16quero dizer com isso? A questão da perda
13:17de desemprego, da perda de emprego
13:19industrial, a questão do aumento da
13:21desigualdade, que são questões
13:22importantes nos Estados Unidos,
13:24questões, digamos, sensíveis, sob o
13:26ponto de vista político e social, isso
13:29vem acontecendo muito antes da China
13:31ter entrado no mercado internacional e,
13:33portanto, isso, de alguma forma,
13:36relativiza o impacto da globalização
13:38no que vem acontecendo. A evidência que
13:41a gente tem das políticas
13:42protecionistas do Trump I foram muito
13:44ruins, né? Elas não trouxeram os
13:46empregos na manufatura, como se espera,
13:47como o Trump esperava, muito pelo
13:49contrário, a cada vaga que foi criada
13:51no setor siderúrgico, que foi o setor
13:53protegido, à época, duas foram perdidas
13:55nos elos aviuzantes que compravam, né?
13:58Esses produtos que ficaram mais caros,
14:00setor automobilístico, setor
14:01construção civil, máquinas e equipamentos,
14:03houve retaliação, então isso também
14:06prejudicou a indústria americana, que
14:08teve queda de exportação até da ordem
14:11de oito por cento, segundo alguns
14:12estudos. E o Trump, o Trump agora,
14:14nesse momento, ele dobra essa aposta e
14:16evidentemente que a tendência é que
14:18essa política, de novo, e agora com um
14:20grau infinitamente maior, eu diria,
14:22ela traga resultados ruins também.
14:24É importante mencionar o seguinte,
14:26sobretudo quando se fala em desigualdade
14:28social, o imposto de importação, ele é um
14:30imposto regressivo, ele penaliza
14:32sobretudo a população mais pobre, porque
14:35a população mais pobre, na sua cesta de
14:38consumo, ela basicamente é composta de
14:40cem por cento de bens. A população mais
14:42rica, a classe média, ela tem um mix, né,
14:45de consumo de bens e serviços, o pobre
14:47não. Portanto, as tarifas de importação
14:49que são colocadas sobre bens nesse
14:51momento, vão impactar sobretudo a
14:53população mais pobre da economia
14:55americana, infelizmente. Professor
14:57Lucas Ferraz, da Fundação Getúlio
14:59Vargas, ex-secretário do Ministério da
15:01Economia, muito obrigado mais uma vez
15:03pela gentileza, pelas análises aqui na
15:05Jovem Pan, professor, bom fim de semana e
15:06volto sempre.
15:07Muito obrigado.

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