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Roberto Motta recebe os economistas Jason Vieira e Eduardo Cavendish para uma conversa sobre os recentes impactos das decisões de Trump na economia global e de que maneira as relações de poder na ordem internacional afetam o dia a dia da sociedade.

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Transcrição
00:00Conexão Mota
00:05Vivemos em um mundo complexo e em constante mudança.
00:12No Conexão Mota eu recebo convidados especiais para falar de temas que afetam sua vida e seu futuro,
00:20sempre em linguagem clara e buscando a verdade.
00:23A geopolítica tem sofrido grandes transformações.
00:27Guerras tarifárias, retaliações comerciais e conflitos armados tornam o mundo instável
00:35e colocam o planeta sob constante estado de tensão.
00:40Será que estamos prestes a ter um colapso da ordem econômica e geopolítica?
00:45Para conversar sobre esse assunto no Conexão Mota de hoje,
00:50temos Jason Vieira, economista e analista macroeconômico,
00:55e Eduardo Cavendish, economista e consultor de finanças.
01:00Jason Cavendish, sejam bem-vindos.
01:04E só para colocar a bola para rolar, eu pergunto a vocês.
01:08Até agora, o que o Trump fez de mais certo e de mais errado?
01:12Eu acho que o de mais certo que ele fez, nós podemos dizer de maneira muito correta,
01:17foi ter cumprido uma parcela significativa das promessas de campanha que ele fez,
01:22especialmente em questões não tão ligadas à questão econômica.
01:26Isso eu estou falando do ponto de vista, obviamente, do americano,
01:28não do nosso ponto de vista em termos globais.
01:31Porque as ordens executivas, as principais ordens executivas que ele deu,
01:35ele praticamente cumpriu a enorme maioria das suas promessas de campanha.
01:38E isso deu um alento, em termos de popularidade, para ele avançar com outras pautas importantes.
01:44Agora, os erros estão vindo especialmente da questão da guerra comercial.
01:48O modo como está sendo o trato dessa questão,
01:50que já está ultrapassando a mera questão econômica,
01:54ela já está se tornando uma questão altamente geopolítica.
01:57Este, provavelmente, é o erro mais grave e mais perigoso que o Trump cometeu no curto prazo.
02:03porque nós não sabemos, nós tínhamos primeiro a ideia de que talvez ele quisesse as tarifas
02:08não para retaliar, mas sim para negociar.
02:12Depois que começaram as tarifas, já começou a dúvida se ele quer realmente negociar.
02:17Em algum momento, a União Europeia chegou a comentar a possibilidade de redução para tarifas a zero.
02:24Eles não aceitaram.
02:25E aí se traz muitas dúvidas.
02:27Se a real intenção dele é uma percepção econômica que não é uma percepção econômica liberal,
02:34não é uma percepção econômica normalmente adotada pela direita,
02:38e sim uma percepção econômica de taxações, protecionismo e tudo isso que a gente já imaginou.
02:44E também, mais estranho de tudo, quase que uma visão desenvolvimentista
02:49daquilo que nós já observamos, por exemplo, no Brasil, na época dos militares,
02:52e que agrada tanto a parcela da esquerda brasileira.
02:54O que vem de isso?
02:57Mota, o que me agrada até agora nesse governo Trump é a parte principalmente da desburocratização,
03:04tornar mais fácil a vida dos empreendedores,
03:07e principalmente também, até saiu recentemente uma ordem executiva,
03:11a ideia de baratear a energia nos Estados Unidos.
03:15Ele bate muito nessa tecla e uma parte importante do apoio dele vem das big techs,
03:21e a gente está passando agora pelo início de uma revolução da inteligência artificial,
03:26e a quantidade de energia que vai ser necessária para proporcionar essa inteligência artificial
03:31nesses próximos anos é muito maior do que a gente tem hoje,
03:34que já é relevante hoje os data centers atuais.
03:37Então isso eu acho que é o ponto positivo que ele está de fato atacando essa questão,
03:43até com a volta do carvão para gerar energia,
03:45que pode ser controverso para os ambientalistas,
03:47mas é necessário, os Estados Unidos precisam de energia barata nesse momento.
03:51Eu acho que isso é um ponto bastante positivo dessa gestão.
03:54De fato, como disse o Jason, a parte das tarifas,
03:59eu concordo que ele tem que atacar porque não está um campo nivelado de batalha hoje.
04:07Os Estados Unidos de fato estão sofrendo com medidas que outros países tomam
04:11que não são necessariamente a tarifa, o percentual do imposto somente.
04:16Medidas como o tipo de mão de obra que é empregada,
04:20tarifas escondidas, regras escondidas.
04:22No Brasil a gente tem diversas assim, inclusive.
04:25Mas essa é a parte complicada, porque tem muito ruído que está acontecendo nessas negociações.
04:31E os mercados, que é onde eu e o Jason atuamos, sofrem.
04:37Os preços sofrem, a volatilidade é ruim para os preços de mercado.
04:43Quando você coloca muita volatilidade nos preços, os prêmios explodem.
04:48Não é bom para a engrenagem de mercado em geral.
04:51E isso pode cobrar um preço maior se não for resolvido em tempo hábil.
04:56Acho que ainda há tempo, é tempo ainda.
04:59Mas enquanto a gente grava aqui, os mercados estão bastante quentes.
05:03E é difícil dizer o que vai acontecer daqui a uma semana, daqui a dez dias.
05:07Mas eu espero que ele tenha um plano e que esse plano desenrole o mais rápido possível
05:12para essas tensões dissiparem.
05:14Deixa eu pegar um gancho no que você falou, Jason.
05:16Você falou que a parte boa do Trump foi o cumprimento de promessas de campanha.
05:23Várias medidas políticas em relação à segurança interna, proteção de fronteira.
05:27Mas a parte ruim seria esse movimento que ele fez em relação a tarifas.
05:33Mas esse movimento de tarifas não faz parte também do cumprimento de promessas de campanha?
05:38O problema não é o fato gerador e sim o modus operandi.
05:43Podemos dizer assim.
05:44Porque, sim, o Edu falou de maneira correta.
05:48Você precisava endereçar o problema.
05:49Os Estados Unidos passaram anos e anos por culpa do próprio governo americano
05:53deixando muita coisa passar, muito laissez-faire, laissez-passez nessa história toda,
05:58deixando que os Estados Unidos fossem sobretaxados em diversos produtos
06:01ao mesmo tempo em que tinha o seu próprio mercado aberto para outros países.
06:06Esse desequilíbrio, há sim a razão do Trump fazer essa situação.
06:12O problema é, primeiro, quem ele escolheu, que foi o Navarro,
06:15que eu tenho minhas dúvidas sobre o nível intelectual que ele tem para entregar aquilo.
06:21Inclusive já arrumou uma briga com o Elon Musk.
06:22Com o Elon Musk, que chamou o cara de montador.
06:24O cara que tem a linha mais verticalizada em termos de Estados Unidos,
06:28o carro dele é quase 100% americano.
06:31Aí o cara veio me chamar o cara de montador.
06:33O cara escreveu um livro que ele criou um pseudônomo de um especialista
06:36que é o anacronismo do nome dele.
06:40Sabe?
06:40Coisas desse tipo.
06:42E infelizmente o Trump, através do genro dele,
06:46utilizou essa pessoa como o baluarte dessa questão de tarifas.
06:50E daí você perde uma premissa de trazer uma discussão que sim, era válida.
06:55A discussão das tarifas americanas era super válida.
06:59Porque sim, os Estados Unidos, ainda que, óbvio,
07:01não tem como ter superávit com o restante do mundo,
07:04ou ter déficit zero,
07:06dado que, vamos pensar em contextos geopolíticos,
07:09hoje em dia, Estados Unidos é Roma.
07:13Comparativamente ao passado.
07:14Ou seja, é o país com maior dominância em termos do mundo,
07:16maior exército, com maior força política e econômica.
07:19Ainda que se discuta muito a história do fim do excepcionalismo americano,
07:23mas, de qualquer modo, é Roma.
07:26Mas o problema é aquele negócio.
07:27Não é a questão em si, é o método.
07:30E aí, o método, aquele cálculo que eles fizeram,
07:33que colocaram...
07:35Se o país tinha déficit com os Estados Unidos, só 10%.
07:40Aí, a depender do quanto era o déficit,
07:42eles faziam um cálculo e colocavam uma tarifa em cima.
07:44Foi bizarro.
07:45Um cálculo meio de padaria.
07:47Então, assim, o estresse do mercado,
07:51se fosse a questão das tarifas,
07:52ele teria acontecido antes.
07:54Porque já estavam prometidas as tarifas.
07:56O problema em si foi como foi o preço analisado.
07:59E você, Cavendish?
08:03Essa questão do cálculo,
08:06isso me...
08:07De novo, eu vejo muitos pontos positivos,
08:09mas isso realmente é um negócio que me pegou.
08:12Porque era dito que vamos olhar os países
08:15que tarifam contra os Estados Unidos,
08:18que têm essas tarifas escondidas, né?
08:20Enfim, esse era o papo.
08:21Eles estavam há meses trabalhando nisso.
08:23E o que eles colocaram no dia que o Trump anunciou
08:27aquela prancheta com as tarifas por país,
08:30eu imagino que a maior parte das pessoas
08:33que estão assistindo viram.
08:35Foi uma fórmula simples,
08:36que ele pegou o déficit de cada país,
08:38dividiu pela importação,
08:40e aí dividia por dois.
08:43E os países que tinham superávit,
08:44que é o caso do Brasil,
08:45ficaram com 10%.
08:46Então, o Brasil teve uma sorte danada,
08:48inclusive, nesse aspecto.
08:50É que não olharam a fundo, né?
08:51Não olharam a fundo.
08:52Porque se começa a olhar os impostos indiretos
08:55em cima do que é importado...
08:56E as barreiras não tarifas.
08:57E as barreiras, né?
08:58Enfim, então isso eu acho que foi uma decepção
09:00e é essa parte dessa confusão
09:02que o Jason está se referindo.
09:03E eu concordo, porque isso é ruído.
09:06Aí o mercado vê isso e vai perdendo...
09:08Mas qual seria...
09:09Porque eu vi o Scott Besant,
09:12uma entrevista que ele deu,
09:13o secretário de Tesouro americano,
09:15ele deu uma entrevista, se não me engano,
09:17por Tucker Carlson.
09:19E ele disse o seguinte,
09:19tem muita gente criticando o que o Trump fez,
09:22mas não tem ninguém propondo uma outra forma
09:25de fazer isso.
09:27Deixa eu colocar aqui uma visão para vocês.
09:30Vocês me dizem se eu estou certo ou se eu estou errado.
09:33Muita gente diz que os Estados Unidos
09:35estavam dependentes de um consumo exagerado
09:40financiado por uma dívida que só crescia,
09:44do Federal Reserve.
09:45Porque os Estados Unidos têm a moeda
09:47que é a moeda de reserva mundial,
09:49e os Estados Unidos, o Banco Fed,
09:52têm o poder de imprimir dólares,
09:54gerar moedas.
09:55A China, por sua vez,
09:57criou uma máquina de exportação.
10:00Exportação para o mundo,
10:01principalmente para os Estados Unidos.
10:03E aí a China tinha superávit,
10:05que ela convertia em títulos do Tesouro americano.
10:07Ou seja, era o camponês chinês
10:10financiando o consumo do americano.
10:12O resultado disso foi
10:14uma dívida recorde nos Estados Unidos
10:17e praticamente todas as indústrias do mundo,
10:20toda a capacidade industrial do mundo na China.
10:23É isso?
10:25Em tese, é.
10:27Mas nós temos alguns complicadores
10:28um pouco maiores em relação a isso.
10:30Acho que um dos maiores complicadores que nós temos
10:31não é só a questão industrial,
10:34que começou lá atrás com Jimmy Carter e o Deng Xiaoping,
10:38com a aproximação dos dois,
10:41que foi importante naquele momento,
10:43que você desolvou uma parcela daquela indústria
10:45que já não estava ganhando tração
10:47nos países desenvolvidos,
10:49exatamente pelo desenvolvimento desses países.
10:51Ou seja, você começa a perder uma parcela
10:52de trabalhadores por conta do aumento
10:54da capacidade educacional do país,
10:56esse tipo de coisa.
10:57Mais ou menos o que aconteceu com o Japão,
10:58mais ou menos o que aconteceu com a Coreia do Sul.
11:00Todos os países que passam por um processo
11:01de desenvolvimento perdem uma parcela
11:04daquilo que seria...
11:05Mas o Japão não se desindustrializou, né?
11:07Não, porque o Japão foi um pouco mais inteligente.
11:11Ele só tirou parte da indústria dele,
11:14que era uma indústria que chama de indústria suja,
11:17que é aquela indústria pesada de transformação básica,
11:20e manteve a industrialização,
11:22que é a estratégia que os Estados Unidos perdeu,
11:24que o Musk está tentando fazer.
11:26E deixou dentro do Japão a industrialização
11:28que a gente chama de industrialização fina.
11:30Ou seja, de produtos de alta qualidade,
11:31de volta padrão,
11:32e que muitas vezes você não vê o produto japonês
11:35que você está comprando.
11:37Por quê?
11:37Vocês lembram do evento de Fukushima?
11:39Da questão da usina nuclear?
11:41Na região ali ficava uma das produtoras
11:45mais importantes de chips para a Toyota.
11:48E que em lugar nenhum do mundo faz,
11:49e a China ainda não consegue copiar esses chips deles.
11:52E é estratégico, ou seja,
11:54fica dentro do Japão.
11:56E naquele momento,
11:57as fábricas do mundo pararam,
11:58porque não eram só a Toyota que usavam esses chips.
12:00Várias outras fábricas usavam esses chips
12:02específicos de carros da Toyota.
12:04E o mundo ficou sem...
12:06Ficou um momento ali pós Fukushima
12:08com uma industrialização parada de veículos.
12:11E é aí que a gente vê a questão estratégica.
12:14Você tem dentro do Japão indústrias estratégicas.
12:17E aí o Trump começa a falar de querer trazer de volta alumínio,
12:19ferro.
12:20É exatamente parte dessa industrialização
12:22que esses países mais desenvolvidos
12:24se livraram e mantiveram a industrialização fina.
12:28Agora, o futuro disso agora,
12:32porque esse momento desenvolvimentista
12:34que ele está de querer trazer de volta as indústrias
12:36para os Estados Unidos,
12:38eu não sei qual que é o momento dos Estados Unidos agora
12:41para retomar parte dessa industrialização.
12:45Porque se até pouco tempo atrás
12:47você estava importando mão de obra
12:49de baixo custo através dos ilegais,
12:54quem vai assumir os papéis ali naquelas...
12:59Que nem está agora o meme rodando
13:00em tudo quanto é lugar aí,
13:01daquele americano gordo
13:03soldando pecinha no telefone
13:06ou costurando as coisas.
13:08Quem é que vai assumir isso?
13:10Essa é uma dúvida que tem que ser levada em conta.
13:13Mota, eu...
13:14Até a gente estava conversando anteriormente, né?
13:16Há diversas hipóteses
13:18para o movimento do governo Trump.
13:20São pessoas inteligentes,
13:21é um time inteligente.
13:22Pode falar o que quiser, pode não gostar,
13:24mas são pessoas, tirando o Navarro,
13:26são pessoas inteligentes.
13:27Exatamente.
13:27É um grupo, talvez,
13:28um dos grupos mais inteligentes
13:29que já colocaram num time de um governo.
13:33A minha tese, tá, Jason?
13:34Até acho que vai de encontro
13:35com o que você vem falando.
13:37Estava falando agora de inteligência artificial
13:38e robotização,
13:41anda de mãos dadas com isso.
13:43E esse é um governo que está de mãos dadas
13:45com as Big Techs.
13:45Vamos lembrar lá da inauguração
13:47que todos os líderes das Big Techs
13:49estavam lá,
13:50nunca a gente viu algo parecido.
13:51É o PayPal Crew, né?
13:52É o PayPal Mafia.
13:53PayPal Mafia, isso.
13:55Mas estavam lá também os líderes do Google,
13:57estava o Elon Musk, obviamente,
13:58mas estava da Amazon,
14:00estava todo mundo lá.
14:01Até da Apple,
14:02que não é tão próxima do Trump, né?
14:05A minha tese é a seguinte,
14:07que a visão desse governo
14:08é que a gente vai passar agora
14:09por um processo de amadurecimento
14:11dessas tecnologias,
14:13tanto de inteligência artificial
14:14para trabalhos de serviço
14:15e também dos robôs
14:17que já começam esse ano.
14:18A Tesla já produzindo,
14:19já colocando na linha de produção.
14:21Tem outras fábricas também americanas
14:22produzindo e, assim,
14:24ainda é meio conspiratório
14:25porque não dá para dizer,
14:27porque isso não é uma realidade hoje.
14:28Mas tudo que eles sinalizam
14:30me mostram nessa direção.
14:31Então, a energia barata
14:32vai de encontro com isso.
14:33Sim.
14:34E substituiria aí
14:35uma mão de obra americana
14:36que é muito cara,
14:37como você falou.
14:38De fato, não é competitivo.
14:39O Estados Unidos perdeu
14:41nos últimos anos
14:41nesse arranjo
14:42que o Mota citou bem
14:43as indústrias
14:44porque o arranjo
14:45era a moeda de reserva, né?
14:47Eu compro de vocês,
14:48vocês compram a minha dívida, né?
14:49Igual você mencionou bem.
14:51E nesse processo,
14:52minha economia
14:52se tornou uma economia
14:53de serviços
14:54e você ficou com toda
14:55a base industrial
14:56do planeta.
14:57Vamos chamar assim, né?
14:58Reduzindo bem.
14:59E o Estados Unidos perdeu,
15:00de fato, né?
15:01Uma capacidade industrial
15:02que teve no passado,
15:03no pós-guerra,
15:04era a grande indústria
15:05do planeta
15:05e não é mais
15:06algumas décadas, né?
15:07E agora,
15:08eu acho que eles estão
15:08olhando muito
15:09para essa vertente.
15:10É uma tese ainda,
15:11assim como tem várias.
15:13De novo,
15:13são pessoas inteligentes
15:14e a gente tem que dar esse...
15:16Nessa parte,
15:17eu acho que a gente tem que
15:17dar esse voto de confiança
15:19porque não é possível
15:21que tantas pessoas
15:22inteligentes juntas,
15:23o Bessent,
15:24que está lá, né?
15:24Sim.
15:25O David Sachs,
15:26que é o...
15:26Exatamente.
15:26E o Bessent é um cara
15:27de mercado.
15:28O Bessent é um burocrata, né?
15:29O Bessent não é um...
15:31Não é um cara de partido.
15:32Ele foi um manager
15:32de bilhões.
15:34Os caras mais inteligentes
15:34do mercado.
15:36tem que dar um voto de confiança
15:37que tem alguma coisa extra
15:38que eles notam também.
15:39Não, e tem dois aspectos aí
15:41disso que você falou
15:42e que o Jason falou também.
15:44O primeiro é a questão
15:45do emprego, né?
15:46Porque o Trump teve
15:47como plataforma dele
15:48dar, trazer de volta
15:51renda para a classe média
15:52americana.
15:53Aquela classe média
15:53que existia
15:54em cidades como Detroit,
15:56que a gente vê
15:57em vários filmes.
15:59O sujeito era
16:00operário de uma fábrica
16:02de automóveis.
16:03Ele tinha a casa dele,
16:04ele tinha dois carros,
16:05ele tinha os filhos
16:06na faculdade.
16:06O American Dream, né?
16:07É, o American Dream.
16:09E o Scott Bessent,
16:10ele menciona
16:11uma estatística
16:13que, para mim,
16:14me surpreendeu.
16:15Diz que 88%
16:16das ações americanas
16:17estão na mão
16:18de 10% da população.
16:20E 50%
16:21da população
16:22não tem ação,
16:23só tem dívida.
16:25Então,
16:25a primeira...
16:27Então,
16:27o Trump quer trazer
16:28de volta a indústria
16:29para dar trabalho
16:30para essas pessoas.
16:31o problema é
16:32que essa indústria
16:33agora
16:34é uma indústria
16:35movida a robô
16:36e inteligência artificial.
16:37É,
16:38e você não tem
16:38só esse problema.
16:40Existe um problema
16:41que eu cito já há anos,
16:43eu citei,
16:43inclusive,
16:43numa entrevista
16:44há sete anos,
16:47e que isso só piorou,
16:49que você,
16:49quando você passa,
16:50isso é uma coisa,
16:52é um ciclo histórico.
16:53Quando você passa
16:54por um momento
16:55de extremo conforto,
16:56de progresso
16:57de uma nação,
16:59as pessoas
16:59se tornam confortáveis.
17:01E ao momento
17:01que as pessoas
17:02se tornam confortáveis,
17:03elas começam a entender
17:04que elas podem fazer
17:05certas coisas da vida
17:06que não necessariamente
17:07se projetam
17:08para o futuro.
17:09Um exemplo disso é,
17:10se você observar
17:11nos Estados Unidos
17:12nos últimos anos,
17:14o nível de formação
17:17de pessoas,
17:18não percentualmente,
17:19volume,
17:20de pessoas em STEM,
17:22que é
17:22Science, Technology,
17:24Engineering, Mathematics,
17:25que é
17:26Ciência, Tecnologia,
17:27Engenharia e Matemática,
17:28estável
17:30há muitos anos.
17:33Business,
17:34estável
17:35há muitos anos.
17:35Ou seja,
17:36você está fornecendo
17:37pessoal de business
17:38e de ciências
17:40e matemáticas
17:40mais ou menos
17:41no mesmo nível
17:42há anos.
17:44Medical,
17:45mesma coisa.
17:46Subiu um pouco
17:47nos últimos anos,
17:48mas pouca coisa.
17:50Liberal Arts,
17:53disparou.
17:56Disparou.
17:56E aí,
17:57fica aquela questão,
17:59você tem um país
18:00que tem um monte de gente
18:01muito formada,
18:02até com PHDs,
18:03mas você vai ver
18:04a formação do cara,
18:05é a formação de
18:07teoria de gênero
18:10baseado no queer
18:11sul-palestino,
18:13marxista,
18:14marxista,
18:16com a literatura grega
18:17do século XIII.
18:21O que você vai fazer
18:23com isso?
18:23E isso está acontecendo
18:25de maneira
18:26bastante acelerada.
18:28E aí você pega
18:29outros países
18:29que têm um desenvolvimento
18:30que aparentemente
18:31está melhor
18:31que os Estados Unidos
18:32e que a formação
18:34pesada dessas pessoas
18:36é focada
18:37nesses temas.
18:39Para você ter um exemplo,
18:40o Japão deixou
18:41de financiar
18:41universidades
18:42ligadas 100%
18:45a humanas.
18:45Ou seja,
18:46cursos que não sejam
18:47história,
18:48línguas
18:48e alguma coisa,
18:51agora você vai pegar
18:51literatura de alguma coisa
18:52que não tem,
18:53eles não financiam mais.
18:55Os únicos cursos
18:55que são financiados
18:56pelo governo do Japão
18:58são cursos ligados
18:59a exatas
19:00e biológicas.
19:02O que você tem
19:03de humanas fora
19:03é business
19:05e direito só.
19:07o resto
19:08eles não estão
19:08financiando mais.
19:09Você quer se formar
19:10em letras no Japão?
19:11Você tem que pagar.
19:13Então,
19:13isso é uma maneira
19:14que eles viram
19:15exatamente de trazer.
19:16Agora,
19:16você pega agora
19:17essa massa
19:17de formados
19:20nos Estados Unidos
19:20que não serve
19:21quase que para nada,
19:23você vai fazer o que
19:23com essas pessoas?
19:24E aí vem exatamente
19:25essa tese
19:25que eu concordo
19:26plenamente com ela.
19:27Eu acho que existe
19:28um aspecto
19:28de que também
19:29não vai absorver
19:30só uma parcela
19:31pequena da população
19:33de mão de obra.
19:35Não vai ter de volta
19:36o Detroit.
19:37Nunca mais
19:38vão ver Detroit
19:39de volta
19:39do jeito que era antes.
19:40Chicago vai continuar
19:41aquela descendência
19:43que está indo agora.
19:44Agora fica a dúvida.
19:45A partir do retorno
19:47dessas indústrias,
19:48o que fazer
19:49com essa massa
19:50de trabalhadores
19:50que hoje em dia
19:51não serve para nada?
19:55Tem gente
19:55que estava até reclamando
19:56que estava entregando
19:56currículo em McDonald's
19:58e não estava conseguindo
19:59emprego com duas faculdades.
20:03Toda revolução
20:04traz desdobramentos
20:06que a gente
20:06não consegue prever.
20:07a gente não conseguia prever
20:09quando surgiu a internet
20:10que teríamos hoje
20:10os influenciadores
20:11e cá estamos,
20:13né, Geisa?
20:14Pois é.
20:15Além de trabalhar
20:15no mercado,
20:16também influenciadores digitais,
20:17o Mota também,
20:19acabou virando
20:19um novo trabalho.
20:21Então,
20:22uma parte,
20:22acho que a resposta
20:23seria nisso,
20:24são trabalhos
20:25que a gente
20:25não consegue ainda
20:26nem pensar
20:27e que vão passar
20:28a existir.
20:28Toda revolução
20:29industrial acontece isso
20:31e, de fato,
20:32outra parte
20:32é isso que o Gerson
20:33falou,
20:33que talvez não tenha
20:34solução.
20:34A China
20:36todo ano bate o recorde
20:37de número de engenheiros
20:38que está formando.
20:39O Oriente,
20:40em geral,
20:41a gente vê que
20:41os países estão
20:42muito mais voltados
20:43para essas questões,
20:44enquanto o Ocidente,
20:45não é só Estados Unidos,
20:46Europa também,
20:47o próprio Brasil,
20:48a gente sabe também,
20:50que acabou se perdendo
20:51e resolveu seguir
20:53por esse lado
20:53desses estudos
20:54que é difícil pensar
20:56como eles vão agregar
20:57muito para a sociedade.
20:58me desculpa se alguém
20:59estiver assistindo
21:00que se faça
21:01esse tipo de curso,
21:02mas não são os cursos
21:04que talvez levem
21:05a gente a dar o salto
21:06da próxima década.
21:08A gente precisa
21:08de pessoas que sejam
21:10engenheiros em especial,
21:11mas também pessoas
21:12ligadas à biologia,
21:14a parte de biotec,
21:15vai crescer também
21:16uma enormidade
21:16e a gente não está
21:18produzindo o suficiente
21:18no Ocidente.
21:20Os Estados Unidos
21:20ainda conseguem
21:21importar a mão de obra,
21:22então a Índia vai
21:23e consegue colocar
21:26milhares de engenheiros
21:27no mercado.
21:28Uma parte ainda
21:29pelo menos
21:29vai para os Estados Unidos.
21:31PHDs.
21:31A maioria dos CEOs
21:32hoje de empresas
21:33de tecnologia
21:34são todos indianos.
21:36Paquistão,
21:37Bangladesh,
21:37então eles ainda
21:38conseguem absorver
21:38isso pelo menos
21:39que vem do Oriente.
21:41O Brasil,
21:42no nosso caso,
21:42já é um pouco pior,
21:43a gente está
21:44alguns passos,
21:45muitos passos atrás.
21:46Então eu olharia
21:47sobre essa vertente
21:48também de pensar
21:49em indústrias novas,
21:51mas de fato
21:51é uma sociedade,
21:53o Motta,
21:53você citou bem
21:54os números do Besson,
21:55que nos últimos anos
21:56os ricos
21:58vêm ficando mais ricos,
21:59as costas,
21:59que é onde está
22:00principalmente as classes
22:02mais altas.
22:02O Besson também fala isso,
22:03as dois litorais,
22:05oeste e leste,
22:06também.
22:06As elites costeiras,
22:07onde fica Los Angeles
22:08de um lado,
22:08Nova York do outro,
22:09São Francisco de um lado,
22:11Boston do outro,
22:12que são essas elites
22:13que têm os ativos
22:14financeiros,
22:15em especial,
22:16estão nesses 10%,
22:17que realmente deram
22:19um salto por conta
22:20da política monetária
22:22das últimas décadas
22:23que se imprimiu
22:24muito dinheiro
22:25e os ativos financeiros
22:26andam mais
22:27nesse tipo de ambiente,
22:28enquanto a renda real
22:30subiu nos Estados Unidos.
22:31O americano
22:31vem ficando muito rico
22:33em relação ao restante
22:33do mundo,
22:34mas a classe média baixa,
22:36em especial a classe média,
22:38não vem acompanhando.
22:39O que o mais rico ganhou
22:41é muito mais
22:42do que o classe média ganhou
22:43nos Estados Unidos.
22:45Essa disparidade
22:45que ele menciona.
22:47Então, ainda que você tenha
22:47uma população
22:48que investe maciçamente
22:50em bolsa,
22:50acho que é quase 50%
22:51das pessoas,
22:53está concentrado
22:54o valor do...
22:56E mais ainda,
22:57está concentrado
22:58em poucas empresas.
23:00Se você pegar
23:01o crescimento da bolsa
23:02dos Estados Unidos
23:02na última década,
23:04talvez estejam
23:04em 10 nomes.
23:05Tecnologia, principalmente.
23:07São as grandes corporações
23:09de tecnologia
23:10que todo mundo tem em casa,
23:12que está utilizando.
23:13As pessoas provavelmente
23:14sabem os nomes.
23:15não são nomes difíceis
23:16de achar.
23:17Então, o nível de concentração
23:18realmente,
23:19acho que é sem precedentes.
23:21Não tem nem...
23:21Mesmo na história
23:22dos Estados Unidos,
23:22acho que nunca teve
23:23uma concentração tão grande.
23:24Eu acho que até 2000,
23:25até 2000,
23:26você tinha as carteiras
23:27mais diversificadas
23:28nos Estados Unidos.
23:29Com a de vendo na internet,
23:31que depois do estouro
23:32da bolha do ponto com,
23:34que na verdade,
23:35a bolha do ponto com
23:36tem um ponto interessante,
23:37só trazendo um anedótico
23:38em relação a isso.
23:39Ela só estourou
23:40porque a maioria
23:41do que se foi proposto
23:42em termos de situações
23:45para a internet,
23:46você não tinha
23:47tecnologia o suficiente
23:48na época,
23:49você não tinha
23:49broadband o suficiente.
23:51Você não tinha
23:51velocidade de internet
23:52para aquilo tudo
23:53que foi proposto.
23:54E várias empresas
23:54que quebraram lá atrás
23:55voltaram depois
23:57e voltaram com sucesso.
23:59A mesma proposta
24:00lá atrás,
24:01mas era o que o próprio
24:02Steve Jobs dizia.
24:03quando ele trouxe o iPhone,
24:07que também não era
24:07nenhuma novidade,
24:08era um telefone
24:09que no Japão
24:10era relativamente comum,
24:11a única diferença
24:11que se utilizava
24:12a Stylus
24:13e era diferente
24:14do BlackBerry
24:16que utilizava
24:17teclado,
24:19né?
24:19Então ele pegou
24:20um conceito
24:21mais ou menos dos dois,
24:22um para o working
24:23e o outro
24:24para a questão de touch
24:25e criou
24:26e ele previa
24:27que aquilo ali
24:28ia dominar tudo
24:28e ele estava certo.
24:30Estava certo.
24:30Ele previu muito bem.
24:32Um que previu também isso
24:33foi lá,
24:33David Bowen,
24:34em 1999,
24:35tem uma entrevista dele
24:36fantástica,
24:36falando que internet
24:37os caras dando...
24:39Ah, essa aí é uma moda
24:39que vai...
24:40O repórter,
24:41aqueles repórter
24:41que adoram estar errados
24:42de vez em quando.
24:43Essa internet aí
24:44é uma moda,
24:44vai acabar em dois anos.
24:46E ele dizia,
24:47não, cara,
24:47isso vai dominar
24:48a nossa vida.
24:49E essa é a questão
24:49muito importante
24:50na mudança
24:50de modais de trabalho.
24:52O que vai acontecer
24:54no futuro?
24:55Porque uma fábrica
24:56da Tesla hoje em dia,
24:58ela tem muito menos gente.
25:00E eu vou dar um exemplo
25:00do Brasil.
25:02O Brasil,
25:02ele conseguiu
25:03quebrar
25:03através dos investimentos
25:05de bilhões
25:06que aconteceram.
25:07Uma das poucas coisas
25:07que eu acho que os militares
25:08fizeram certo aqui no Brasil,
25:10além de evitar
25:10uma aventura
25:11para o outro lado,
25:12foi a Embrapa.
25:14E a Embrapa,
25:15ela destruiu
25:16a tese maltoziana
25:17de utilização
25:18de capacidade da terra.
25:19Que a tese maltoziana
25:20dizia que o crescimento
25:21econômico do país
25:21é limitado
25:22à produtividade da terra.
25:24Nós destruímos isso
25:25mostrando que a produtividade
25:26da terra conseguia ficar
25:27absurdamente maior.
25:29Só que hoje em dia,
25:30quanto de gente
25:32trabalha no campo,
25:34vamos fazer uma comparação.
25:36Até na agricultura familiar,
25:38a tecnologia hoje em dia
25:39leva muito menos pessoas
25:40a trabalharem no campo
25:41com muito mais produtividade,
25:43com nível muito mais
25:44elevado de produtividade.
25:46E tecnologia,
25:47que eu digo,
25:47não é só mecanização.
25:48É tecnologia,
25:49sementes defensivas,
25:51esse tipo de coisa,
25:52que agora o Brasil,
25:53depois do mandato passado,
25:55conseguiu evoluir um pouco
25:57na questão dos defensivos.
25:58Você conseguiu,
25:59por isso que eu falo
26:00que o Brasil,
26:00o Brasil não tinha que ter vergonha
26:01de ser um país agrícola.
26:03O que nós precisamos
26:03é agregar um pouco mais de valor
26:04naquilo que a gente produz.
26:05Tem que abraçar, né?
26:06Exatamente.
26:07A gente precisa agregar mais valor.
26:08Mas a tecnologia no Brasil
26:10mostrou que
26:11você aumenta a produtividade,
26:15você reduz o preço,
26:16você melhora o ganho,
26:18mas isso, às vezes,
26:19às custas de mão de obra.
26:21O outro aspecto
26:23dessa questão da industrialização,
26:24você deu um exemplo muito bom,
26:27que é o Japão.
26:27O Japão manteve
26:29indústrias estratégicas,
26:31indústrias finas,
26:33não tem indústria pesada.
26:34Mas quem cuida
26:36da defesa do Japão
26:37são os Estados Unidos.
26:39Como é que,
26:41se a gente voltar
26:42para a Segunda Guerra Mundial,
26:44um fator decisivo
26:46para a vitória americana
26:47foi a capacidade de produção.
26:49Os Estados Unidos
26:50forneceram uma quantidade
26:51absurda de armamento
26:52para o Reino Unido,
26:53para a Rússia,
26:54os Estados Unidos
26:55chegaram ao ponto
26:56de construir um navio por dia,
26:58os famosos Liberty Chips.
27:00Hoje,
27:01pelo que eu sei,
27:03só um estaleiro chinês,
27:05um único estaleiro chinês,
27:06tem mais capacidade
27:07do que os Estados Unidos
27:08inteiro.
27:09Parece que a capacidade
27:10da China
27:10de construir navios
27:12é 200 vezes maior
27:14que a capacidade
27:15dos Estados Unidos.
27:15Isso não é um
27:16fator a ser considerado
27:18nessa equação?
27:19Mas isso sim,
27:20uma indústria estratégica.
27:21E, por exemplo,
27:22quem não sabe,
27:23a Mitsubishi,
27:24ela produz navios também.
27:26Navios cargueiros
27:27de grande tamanho,
27:28turbinas,
27:28esse tipo de coisa,
27:30e é dentro do Japão.
27:31E é isso que eu digo,
27:32existem indústrias estratégicas,
27:34talvez os aibats
27:35tenham trabalhado
27:35dessa maneira no Japão,
27:37de preservar aquilo
27:38no momento que teve
27:39aquela alteração,
27:40especialmente nos anos
27:401970,
27:41quando o Japão
27:42começou a transistorizar
27:43os carros
27:44e começou a reduzir
27:45por conta de
27:46injeção eletrônica,
27:47esse tipo de coisa,
27:48começou a reduzir
27:49o custo dos carros
27:50e começou a transformar.
27:51Exatamente por conta
27:54da crise de petróleo
27:54de 1973,
27:55elevação do custo
27:56de energia,
27:58carros que consumiam
27:59muito menos
27:59por conta exatamente
28:00da transforcitação,
28:02a parte interna
28:03do carro
28:03com entretenimento
28:04e com confortos
28:05também vindo
28:06de transistores,
28:08tudo isso
28:08o Japão começou a entender.
28:09Então,
28:09a gente larga
28:10aquilo que é pesado,
28:11obviamente eles largaram
28:12parte disso para a China
28:13e para alguns países
28:14ali da Ásia,
28:17mas parte,
28:18os aibats olharam
28:19e falaram não.
28:20Porque os aibats
28:21têm uma união grande
28:22com o governo japonês
28:23e é uma coisa
28:24que acontece
28:24de maneira constante.
28:26Ou seja,
28:27naquele momento
28:28o governo japonês
28:28falou assim,
28:29não,
28:29isso aqui a gente
28:29deixa aqui dentro,
28:31isso aqui pode ir para fora.
28:33Então,
28:33faltou um pouco isso
28:35talvez nos Estados Unidos,
28:36você pensar
28:37o que era estratégico
28:38e você preservar
28:40o que era estratégico.
28:41Porque você,
28:42ainda que você tenha
28:42navios para a indústria
28:43bélica americana,
28:45navios cargueiros,
28:46esse tipo de coisa,
28:47boa parte é feito na Europa
28:47e boa parte é feito na China.
28:48Então,
28:50realmente,
28:50algumas indústrias
28:51de repente tem que ser pensado
28:52de maneira estratégica
28:53e não efetivamente
28:54só pela questão
28:55de reindustrialização.
28:57Eu queria que você comentasse
28:58até,
28:59Carvindich,
29:00eu já tive essa conversa
29:03com algumas pessoas,
29:04porque isso não foi
29:05só uma decisão
29:05dos Estados Unidos,
29:06isso foi meio que
29:08uma decisão do Ocidente.
29:09O Ocidente
29:10achou que era melhor
29:12pagar menos
29:13e ter as coisas
29:15fabricadas na China
29:16e aí, por exemplo,
29:17veio a pandemia
29:18e a gente descobriu
29:19que respirador
29:20era feito na China,
29:21máscara era feita na China,
29:22luva cirúrgica
29:23era feita na China.
29:25Agora,
29:25a China é uma ditadura
29:26comunista,
29:27que tem um capitalismo
29:29de mentirinha,
29:30onde a moeda
29:31é desvalorizada
29:33artificialmente,
29:34as empresas todas
29:35têm que prestar
29:36satisfação
29:37ao Partido Comunista.
29:38Isso tinha alguma chance
29:40de dar certo?
29:41É que nem a Alemanha
29:42que decidiu,
29:43a Merkel,
29:44que decidiu
29:45pelo gás russo
29:47como alternativa
29:48de energia,
29:48brilhante, né?
29:50Não estudou história.
29:51Acho que não é
29:52uma boa ideia, Mota.
29:53E o Trump avisou.
29:54É, o Trump avisou.
29:55E foi tirado o sábado.
29:56Foi ridicularizado,
29:57verdade.
29:59Realmente, Mota,
30:00você olha agora,
30:01você fala,
30:01é que houve uma boa vontade
30:03lá atrás com a China,
30:04e estava no contexto
30:05ainda da Guerra Fria.
30:08Então, o grande adversário
30:09era a União Soviética,
30:10e lá atrás o Ocidente
30:12optou por esse caminho.
30:14Só que você criou
30:15um monstro
30:15que ficou muito grande.
30:16Esse que foi o problema.
30:17Em algum momento,
30:18talvez nos últimos
30:1910 anos em especial,
30:21ficou grande demais.
30:22E na pandemia,
30:23como você falou bem,
30:24foi quando todo mundo
30:25percebeu que a gente
30:26precisa da China
30:27não só para ventilador,
30:29para máscara,
30:30mas também para os remédios,
30:31para tudo.
30:32Para tudo, né?
30:33Acho que é difícil
30:34você falar algo
30:35da nossa vida
30:36que hoje,
30:37pelo menos uma parte
30:38da cadeia produtiva
30:38não dependa da China.
30:39Mas a maioria
30:43das pessoas
30:44em posição de poder
30:46e até nos mercados
30:48esquecem desse pequeno detalhe,
30:50né?
30:50É um detalhe.
30:50Que a China é a ditadura
30:51comunista.
30:51Eu me lembro,
30:52há alguns anos atrás,
30:53quando começou a febre
30:54de inteligência artificial,
30:56eu tenho alguns amigos
30:57que foram à China
30:58e voltaram maravilhados,
30:59contando tudo
31:00que eles tinham visto lá,
31:01os trens,
31:02as fábricas,
31:02e eu falei,
31:03gente,
31:04ela é uma ditadura comunista,
31:06né?
31:06Vocês estão aí todos...
31:07É um problema,
31:10é um problema.
31:11Por exemplo,
31:12tem as grandes empresas
31:13de tecnologia chinesas,
31:14né?
31:14A Alibaba é uma delas
31:15e era um grande sucesso
31:17alguns anos atrás,
31:18até que o Jack Ma,
31:20o fundador e o CEO
31:21da empresa,
31:22começou a aparecer demais,
31:23começou a falar demais
31:24sobre o governo
31:26e tomou um gancho,
31:28vamos chamar assim.
31:29Foi afastado,
31:30passou um tempo preso
31:31num hotel,
31:31ninguém sabe exatamente
31:32o que aconteceu com ele.
31:34As ações da Alibaba
31:35caíram em uma enormidade
31:36e é um...
31:38Assim,
31:38é uma empresa gigantesca
31:39de tecnologia da China
31:40que poderia ser global,
31:42mas tem essas questões
31:44de um país
31:44que não é uma democracia,
31:45de fato.
31:46Se o governo
31:47pega e aponta o dedo
31:49pra você,
31:49você tá saindo,
31:50tá pisando demais na linha,
31:51você vai tomar uma enquadrada.
31:53E isso vale pra empresários
31:55que de vez em quando somem,
31:56né?
31:56Por sinal,
31:57alguns acidentes acontecem.
31:58Exato.
31:59Valem pra empresas,
32:01vale pra setores.
32:02onde o governo achar
32:03que tem de atuar,
32:04vai atuar.
32:05E o Xi Jinping,
32:07que é o atual governante da China,
32:08o mais longevo aí
32:09em muito tempo,
32:11ele é muito mais duro
32:13do que os anteriores.
32:14Então,
32:14você tinha antes
32:15uma situação
32:15que a China não era tão relevante,
32:17tava crescendo,
32:18mas não era tão relevante ainda
32:19no quadro global
32:20e com governantes
32:21ainda um pouco mais leves.
32:23A mão do Xi Jinping
32:24já é mais pesada.
32:25Então,
32:26agora...
32:26É,
32:26se você pegar o Deng Xiaoping,
32:27o Juin Robau,
32:28todos eles eram uma...
32:30tinham nuances de...
32:32em tese, né,
32:32de liberdade,
32:34esse tipo de coisa,
32:35o Xi Jinping já chegou,
32:38inclusive,
32:39quebrou a norma
32:40do Partido Comunista
32:41de sucessão
32:42pra conseguir se suceder
32:44a de eterno.
32:46E um dos maiores medos
32:47que eu tenho
32:47em relação à China
32:48é que a China,
32:50ela,
32:50nesse processo de percepção
32:52de dominação mundial,
32:54por ser exatamente
32:55um país comunista,
32:56ela pode,
32:58a detrimento
32:58da sua própria população,
32:59adotar um nível
33:01de política
33:02radical
33:03pra quebrar
33:04outros países
33:05ou coisa parecida,
33:06que pode ser
33:07em seu detrimento,
33:08mas
33:08o Trump
33:10daqui a quatro anos
33:11não tá lá.
33:11Eles aguentam, né?
33:13É,
33:13o Trump daqui a quatro anos
33:14não tá lá.
33:15O Xi Jinping tá.
33:16Eles aguentam.
33:17Se tiver confusões
33:18nas ruas,
33:19grandes manifestações,
33:21ele vai continuar lá, né?
33:22Você viu o que aconteceu
33:23em 1989, né?
33:25Tinha uma...
33:25Tinha na Man's Square,
33:27né?
33:27Na Praça da Paz Selechal.
33:29Ela com os tanques de guerra
33:30resolveu.
33:30É, aquilo na verdade...
33:31Aquilo é uma coisa engraçada,
33:32porque aquilo ali
33:33foi uma dissidência
33:34dentro do próprio governo, né?
33:36Porque você tinha...
33:38Foi por conta do sumiço
33:39de um secretário
33:40que era considerado
33:41mais liberal,
33:43que veio a manifestação
33:44dos jovens,
33:45e o próprio
33:46Deng Xiaoping
33:47não aprovava
33:48a intervenção militar.
33:51E aí teve um grupamento
33:52mais pesado,
33:53que já estava querendo
33:54meio que tirar ele do poder,
33:55que entrou e fez
33:56tudo aquilo que a gente...
33:58Que a China nega.
33:58Você entra no DPSI
33:59que pergunta,
34:00ele responde e apaga.
34:01Eu acho interessante
34:02que ele responde,
34:03mas ele responde
34:04e depois ele apaga, né?
34:06Então, pra gente ver
34:07como funciona.
34:07Um país comunista,
34:08é exatamente aquilo.
34:09Então, acho que a partir
34:10dali nasceu a semente,
34:12ainda que tenha vindo
34:12de enrubar outros
34:14líderes um pouco mais moderados,
34:16ali plantou a semente
34:17do que seria
34:17essa China
34:18que nós estamos observando.
34:19Deixa eu pegar esse gancho aí,
34:20porque você falou antes,
34:21no comentário anterior,
34:23sobre liberalismo,
34:27livre comércio.
34:28Como é que você pode
34:29ter livre comércio
34:30com um país
34:31que é uma ditadura comunista,
34:33onde o povo trabalha
34:34em condições subhumanas,
34:36onde as pessoas somem,
34:37onde os preços
34:38são manipulados artificialmente?
34:40Eu vejo algumas pessoas
34:42reclamando que o Trump
34:43está acabando com o livre comércio,
34:45mas existia livre comércio
34:48com a China?
34:48É.
34:49A questão é,
34:50a premissa,
34:50quem cita muito
34:51a questão de livre comércio
34:52dentro do governo agora
34:53é o próprio Musk,
34:54que o pessoal fala assim,
34:56ah, mas ele vai,
34:57ele não vai aguentar
34:58a disputa com a BYD?
35:01Não,
35:01ele entende
35:02que ele produz
35:03algo melhor que a BYD,
35:04e todo mundo sabe
35:05que a BYD tem suas falhas,
35:07tem algumas reclamações
35:08em relação aos produtos
35:09que eles fazem,
35:11e que obviamente
35:11você está comprando
35:12aquela velha tese,
35:13você tem um carimbo
35:14de produto chinês ali,
35:16e as pessoas ainda
35:17não estão confiando
35:18no produto chinês,
35:19mas indo para essa situação,
35:21realmente,
35:21é muito complicado
35:22você pensar
35:22em livre comércio,
35:24e ao mesmo tempo
35:25você precisa repensar,
35:27porque se você
35:29quer
35:30bens de baixo valor
35:32agregado,
35:33de baixo valor agregado,
35:34não,
35:34de baixo valor final,
35:36o que você quer exatamente?
35:38A que custo
35:38você quer isso?
35:39Porque você tem
35:40dois parâmetros
35:41importantes que aconteceram
35:42no mundo
35:42depois da Segunda Guerra,
35:43o primeiro,
35:44obviamente,
35:44plano Marshall
35:45e ajuda aos países,
35:47e aí a Guerra Fria
35:48na tentativa de barrar,
35:49você criou uma barreira
35:50não militarizada diretamente,
35:53que é indiretamente,
35:54ali no Japão
35:55e na Coreia do Sul,
35:57os Estados Unidos
35:57se colocando diretamente ali,
35:59e a OTAN junto
36:00com a militarização
36:01da Alemanha,
36:02porque foi necessária
36:03a militarização da Alemanha,
36:05para deter o comunismo
36:06ali no muro de Berlim,
36:08então você teve tudo isso.
36:09A Europa se aproveitou
36:11muito bem disso,
36:12daquela teoria
36:13de Cannon and Butters,
36:15que é a teoria
36:15de canhões e manteiga,
36:18ou você investe
36:19em canhões
36:19ou você investe
36:20em manteiga,
36:21manteiga seria
36:21o equivalente
36:23ao estado de bem-estar,
36:24que é o welfare state.
36:27A Europa se aproveitou
36:29muito dos Estados Unidos,
36:32porque tudo
36:32que aconteceu,
36:33ou seja,
36:33boa parte da militarização
36:35da proteção americana
36:37na Europa
36:38permitiu que a Europa
36:40não gastasse muito
36:42com o militarismo
36:42e adotasse
36:44seu welfare state.
36:46A China,
36:46mais ou menos
36:47a mesma coisa.
36:48O Japão,
36:49ele teve a proteção militar,
36:51porque não deixaram
36:51o Japão se militarizar,
36:53eles têm medo
36:53dos samurais voltarem,
36:55e ali eles criaram
36:57uma barreira de proteção
36:57100% americana
36:59naquela região,
37:00e o Japão também
37:01acabou se aproveitando
37:03disso,
37:04através,
37:05como se tem
37:05antes dos aibats,
37:06ou seja,
37:07foi uma escolha
37:08que os Estados Unidos
37:09fez por conta
37:10daquela história
37:10de novo,
37:11do excepcionalismo
37:12americano,
37:12aquela situação toda,
37:14que os próprios
37:15Estados Unidos
37:15fez.
37:16E a partir dos anos
37:171970,
37:18com a chegada
37:19da conversa final
37:20do Deng Xiaoping
37:21com o Jimmy Carter,
37:24que não se endereçou,
37:25o Kissinger
37:27tentou endereçar
37:28a questão
37:29da democracia,
37:31e a resposta
37:32do Deng Xiaoping
37:32foi o seguinte,
37:33tudo bem,
37:33você quer quantos chineses?
37:35100 milhões?
37:35200 milhões?
37:36Eu libero
37:37para você agora.
37:38Foi a hora
37:39que eles falaram,
37:39opa,
37:41então,
37:42certos vespeiros
37:42não dá para mexer.
37:43Então,
37:43tudo isso
37:45para a gente
37:45chegar no ponto
37:46atual.
37:47Demos poder
37:48demais para a China,
37:49estrategicamente,
37:49tinha que ser pensado
37:50antes,
37:51os modais agora,
37:52em termos tecnológicos,
37:53são diferentes,
37:55aí eu concordo
37:55com o Edu,
37:56que exatamente
37:56a industrialização
37:57vai passar
37:57para um processo
37:58de cada vez
38:00mais velocidade,
38:01maior produtividade
38:02e menor intervenção
38:03humana,
38:04ou seja,
38:04nós vamos precisar
38:05cada vez mais
38:05de engenheiros.
38:06Até porque a China
38:07já está bem adiantada.
38:08Exatamente,
38:09ela está muito adiantada
38:10nesse sentido,
38:11e muitas vezes lá,
38:12você não escolhe
38:13o que você vai fazer,
38:14você,
38:15a depender das suas notas
38:16durante a faculdade,
38:16você vai ser engenheiro,
38:18né,
38:19apesar de haver
38:20uma disputa muito grande,
38:21existe uma parcela
38:22da população ali
38:23que já é automaticamente
38:24escolhida.
38:25Então,
38:26agora,
38:26nós chegamos num ponto
38:27que Trump desafiou
38:28esse cenário todo,
38:30talvez da maneira
38:30mais atropelada possível,
38:32não a maneira mais correta,
38:34mas ele desafiou
38:35essa ordem
38:36que se estabeleceu
38:37no mundo.
38:38E nós precisamos
38:38repensar isso.
38:39O problema é que
38:40uma industrialização americana
38:41ela não se faz
38:42no curto prazo.
38:43Concordo que
38:44do modo que está
38:46funcionando hoje em dia,
38:47a Tesla prova
38:48que você consegue
38:49montar uma fábrica
38:50em muito pouco tempo.
38:53Agora,
38:53precisa saber
38:54se você está pensando
38:56em livre comércio,
38:57aí,
38:58desculpa que me estendi,
38:59mas acabei chegando aqui
39:00no livre comércio.
39:01Precisa saber
39:01se você quer ter
39:02livre comércio
39:03com as suas fábricas
39:04dentro dos Estados Unidos
39:06disputando com as fábricas
39:07do resto do mundo
39:08ou se você quer ter
39:09livre comércio
39:10para que os americanos
39:10tenham acesso
39:11a bens de custo mais baixo.
39:12Então,
39:13o Trump nunca escondeu
39:15o que ele quer,
39:17né?
39:17Make America
39:19Great Again.
39:21Ou seja,
39:22o trabalho do Trump
39:23é para beneficiar
39:24os americanos
39:25e
39:26aqueles países
39:28que se aliarem,
39:29que cooperarem
39:30com os Estados Unidos.
39:31A prioridade do Trump
39:32é os Estados Unidos.
39:33Então,
39:33você tem uma situação
39:34antes do Trump
39:36entrar,
39:36onde os Estados Unidos
39:37são a polícia do mundo,
39:39né?
39:39Os americanos
39:40bancam esse custo.
39:42Como eles são
39:42a polícia do mundo,
39:43a Europa pode criar
39:45o seu estado
39:45de bem-estar social,
39:47porque qualquer coisa
39:47eu estou garantido
39:48pelos mísseis americanos.
39:50O Japão
39:51pode desenvolver
39:52a sua tecnologia,
39:53porque qualquer coisa
39:54eu estou garantido
39:54pelos americanos.
39:55A Coreia do Sul
39:56pode acontecer
39:58o milagre econômico
39:59na Coreia do Sul,
40:00porque os americanos
40:01garantem tudo.
40:02Ao mesmo tempo,
40:03indústrias se movem
40:05para a China
40:05e os americanos
40:07estão aqui pensando,
40:08meu Deus,
40:08se amanhã
40:09acontece uma guerra
40:10e se acontecer
40:11uma guerra com a China,
40:12vai ser no Pacífico.
40:14Provavelmente
40:15vai envolver navios,
40:17né?
40:17Provavelmente
40:17ou drones
40:18ou mísseis,
40:20mas você precisa
40:20ter uma capacidade
40:21industrial mínima
40:22para montar essas coisas.
40:24Então,
40:24o Trump
40:25é uma reação
40:26a isso.
40:27Sim.
40:27Não é?
40:28Sim.
40:28E acho que ele quer
40:29também leverage,
40:31alavancagem
40:31em cima disso tudo,
40:33porque é o que ele
40:34sempre fala,
40:34eles passavam a mão
40:36literalmente
40:36no governo americano.
40:38Então,
40:38ele quer também
40:39receber por isso.
40:40Então,
40:40você tem 20 mil soldados
40:41na Coreia do Sul,
40:43vai te custar,
40:43já custava algo,
40:44já tinha negociado algo,
40:45mas vai custar muito mais.
40:46Japão,
40:47idem.
40:48Em paralelo a isso,
40:49a gente vai ver
40:50um movimento de Coreia do Sul.
40:51A Coreia do Sul já é bem
40:52militarizada,
40:52mas o Japão
40:53voltando a se militarizar,
40:55a Europa,
40:55a própria Alemanha
40:56anunciou um plano
40:57centibilionário
40:58de investimento
40:59para os próximos anos.
41:00Vão ser mísseis.
41:01De onde é que eles vão
41:01tirar esse dinheiro?
41:03E fora que vão ser
41:03mísseis com etanol,
41:05porque eles não têm o dinheiro.
41:09A Alemanha tem espaço
41:10ainda fiscal.
41:10Tem que ser um explosivo
41:11amigável ao meio ambiente.
41:14É com pouca pegada
41:15de carbono.
41:16O Trump tirava sarro disso,
41:17ele falava assim,
41:18criaram um tanque de guerra
41:20com baixa pegada de carbono.
41:22Ah, que legal,
41:23eu vou explodir
41:24a vila inteira,
41:25matar diversas pessoas.
41:26Mas a minha pegada
41:27de carbono
41:27vai ser pequena.
41:28Mas, Mota, só voltando,
41:30como eu enxergo isso?
41:32Muito se fala, né?
41:33Os Estados Unidos
41:33estão perdendo
41:34a dominância naval,
41:36que é a importante
41:38para o comércio global.
41:39Quando você vê
41:40a capacidade militar americana,
41:43ainda está uma década
41:43à frente da chinesa.
41:45Porque leva tempo
41:45para você construir
41:46esses porta-aviões gigantescos,
41:48os submarinos nucleares.
41:50Uma embarcação,
41:51por mais que a China
41:51faça 100,
41:52enquanto os Estados Unidos
41:52faz 1,
41:53uma embarcação chinesa
41:54tem uma autonomia
41:55de mil quilômetros,
41:56dois mil quilômetros,
41:56no máximo.
41:57Uma embarcação americana
41:58roda o mundo inteiro,
42:00movida a energia nuclear.
42:02Então,
42:03ainda tem essa década
42:04que está à frente.
42:04Ainda há supremacia militar.
42:06E o comércio todo
42:07passa pelos mares e oceanos.
42:09Então, os Estados Unidos
42:09ainda têm essa supremacia
42:11e o Trump pode,
42:12sim, na minha opinião,
42:12alavancar bastante
42:13em cima disso.
42:14E os parceiros,
42:15também,
42:16essa remilitarização
42:17não acontece em um,
42:18dois anos.
42:19Vai levar uma década
42:20para a Alemanha
42:21voltar a ser competitivo.
42:21Vai demorar mais
42:22do que a reindustrialização.
42:24Exato.
42:24Se ela um dia acontecer,
42:26porque tem um componente político.
42:28A Europa não virou
42:30um continente
42:32de líderes fortes
42:33que resolveram
42:34tomar responsabilidade.
42:36Bora a besteira
42:36que a Alemanha fez, né?
42:37A energia venda,
42:39que foi a redução,
42:40tirou todo o parque
42:41nuclear alemão
42:43e deixou a Alemanha
42:45mega dependente
42:46de energia suja.
42:48Mas, entre aspas,
42:49que na verdade é uma
42:50idiotice,
42:50porque também é uma
42:51energia limpa,
42:52a energia nuclear.
42:53Então, assim,
42:54até daria para discutir.
42:55Então, olhando para a frente,
42:57o que eu olho?
42:57Eu volto para os robôs.
42:59Então, qual que é a indústria
43:00de ponta que os Estados Unidos
43:01já estão olhando
43:01e esse governo Trump
43:02acho que está correto?
43:03São os drones.
43:04Vão ser submarinos
43:05que não são tripulados,
43:06vão ser embarcações
43:07não tripuladas.
43:08Eles vão manter
43:09a liderança
43:10se mantendo à frente,
43:12principalmente
43:12na inteligência artificial,
43:14que eles ainda
43:14mantêm a liderança,
43:15apesar do Deep Seek,
43:17apesar de tudo.
43:18E os chips,
43:19bem ou mal,
43:19tem um bloqueio dos chips,
43:20que hoje os chips
43:21mais envolvidos
43:22do planeta estão em Taiwan.
43:25Eles têm um bloqueio
43:25e não podem ir para a China.
43:27Um ou outro vai,
43:27até estão para colocar
43:28uma multa grande
43:29na TSMC,
43:31que é a empresa
43:32que produz esses chips,
43:34porque parece que
43:34algo foi para a China.
43:36Mas o fato é que
43:36a maior parte
43:37vai para os Estados Unidos.
43:37E esses data centers
43:38que vão ser
43:39a força que vai,
43:41a inteligência
43:42que vai mover tudo isso,
43:44estarão nos Estados Unidos.
43:46Então, no final das contas,
43:47eu entendo esses movimentos,
43:50eu acho que está
43:50tudo interligado,
43:51eu acho que ele está
43:52correto nesses movimentos,
43:53o problema é o ruído.
43:55E, no final das contas,
43:56onde está o gargalo
43:57dos Estados Unidos,
43:58onde eu enxergo
43:58nessa cadeia global,
44:00é a energia.
44:01Porque os chips
44:02a gente tem,
44:02vem de Taiwan,
44:03a não ser que a China
44:04ataque Taiwan amanhã,
44:05mas seria um problema maior,
44:06seria um debate maior.
44:07O Neil Ferguson prevê isso,
44:10ele diz que a China
44:11vai atacar Taiwan.
44:12Mas até isso está sendo resolvido,
44:13porque Taiwan está investindo,
44:14acho que são 200 bilhões de dólares
44:16até SMC,
44:17nos Estados Unidos,
44:17construindo 4 ou 5 plantas industriais
44:21de ponta,
44:22dos mesmos chips...
44:24Nos Estados Unidos.
44:24Nos Estados Unidos,
44:25na Arizona.
44:26Dos mesmos chips
44:27que eles produzem em Taiwan,
44:28que são os chips
44:29mais desenvolvidos do planeta,
44:31e que eles têm uma tecnologia
44:32que é diferenciada,
44:34e também uma parte
44:35dessa produção
44:36é feita por uma tecnologia
44:37que uma empresa holandesa detém,
44:40e que também está proibida
44:41de pegar e produzir maquinário
44:43para colocar na China.
44:45E detalhe,
44:45que há anos a China
44:46está tentando copiar
44:47e não consegue.
44:49É difícil, né?
44:49É muito difícil.
44:50Leva tempo para...
44:51Que é exatamente o caso do Japão,
44:53dos chips
44:53que são produzidos lá dentro,
44:55que a China não consegue copiar.
44:57Ela já tentou,
44:58alguma coisa na tecnologia,
45:00já usou a inteligência artificial,
45:02mas tem alguma coisa
45:03na tecnologia
45:03que o processo de cópia
45:06é dificílimo.
45:08Então,
45:08é um segredo industrial
45:10monstruoso
45:10e é inteligente
45:11o que eles estão fazendo.
45:12Essa mudança das fábricas
45:13para o Arizona.
45:15E é algo que os Estados Unidos,
45:16de certa maneira,
45:16tinham que incentivar
45:17cada vez mais.
45:18O problema
45:19é essa alternância política
45:21que,
45:22dado um movimento impopular,
45:23como está sendo esse agora,
45:25que isso possa gerar no futuro
45:27e um retorno dos democratas
45:28e você perder todo...
45:29Você sabe que, por exemplo,
45:29o Chips Act,
45:30que veio no último governo do Biden,
45:32foi um bom movimento
45:33nessa direção,
45:34que foi quando,
45:34inclusive,
45:35a TSMC anunciou
45:36as primeiras fábricas
45:37nos Estados Unidos
45:37e a própria Intel
45:38também está passando
45:39por um processo
45:40que é americano
45:40de renovação
45:41porque ficou para trás
45:42nessa última década
45:43na tecnologia de chips.
45:45Então,
45:45a gente está vendo
45:46esse renascimento
45:47dessa indústria
45:47nos Estados Unidos.
45:48Essa é uma indústria
45:49que vai empregar
45:49muita gente,
45:50por exemplo,
45:50porque por mais que você
45:51tenha robôs
45:52na linha de fabricação,
45:53de produção,
45:54inteligência artificial,
45:55de uma forma geral,
45:56você vai precisar
45:57de muita gente
45:58nessa cadeia
45:59que está sendo montada
46:00ou remontada
46:01nos Estados Unidos.
46:03E, de novo,
46:04acho que também
46:04tem esse cálculo
46:05geopolítico de Taiwan,
46:06sem dúvida,
46:06que não tem como
46:07você não fazer.
46:08Exato.
46:09Tudo isso para dizer,
46:09Motel,
46:09eu acho que os Estados Unidos
46:10mantém a liderança.
46:12Vocês estão me dizendo
46:12que o Trump está certo,
46:13é isso que eu estou interpretando.
46:15A questão é só método
46:16e não, talvez, motivo.
46:18Essa é a grande questão.
46:19O problema,
46:20para mim,
46:21na minha opinião,
46:22o erro crasso
46:23que ele teve
46:23foi a utilização
46:25do Navarro
46:25para levar isso em diante.
46:26porque você tem
46:27pessoas inteligentíssimas
46:29dentro do governo americano
46:30que poderiam levar isso
46:30de maneira muito mais técnica,
46:32com cálculos melhores.
46:34Você pegou, talvez,
46:35o pior nome
46:35que você poderia
46:36ter levado para dentro
46:37do governo.
46:37Você se amelhou
46:38muito com parte da equipe
46:40que era meio doida
46:41a equipe do primeiro mandato dele.
46:43Então, e daí,
46:43por isso que você vê
46:44um clash muito grande dele
46:45com o Musk,
46:46do Navarro com o Musk.
46:48O Musk não entende
46:49como é que isso foi acontecer.
46:53De tudo isso que eles estão fazendo.
46:54E o Musk é um cara
46:55muito importante
46:56no governo americano agora
46:57exatamente pela redução
46:58do tamanho do Estado,
46:59redução da burocratização.
47:01E o Musk,
47:02além da Tesla,
47:03o Musk deu aos Estados Unidos
47:05a liderança
47:05numa indústria
47:06que é absolutamente
47:07que é a indústria espacial.
47:09Aquilo ali,
47:10você observa
47:11a alteração,
47:13a evolução dos motores
47:14em relação
47:15à questão espacial.
47:18Motor dos foguetes.
47:19É uma coisa impressionante.
47:21E é aquele
47:23fine American engineering,
47:25ou seja,
47:25a mais fina
47:27engenharia americana.
47:28E sabe o que é importante
47:28do Musk
47:29e das indústrias dele?
47:30Ele tenta verticalizar
47:31tudo dentro do Estado.
47:32Exatamente.
47:33Ele não fica dependendo
47:34de uma pecinha
47:35que é feita na Malásia,
47:36na China.
47:37Não, ele vai e faz...
47:39Fazer tudo dentro de casa.
47:40Exatamente.
47:40Para a Tesla também
47:41ele tenta fazer isso.
47:42Então, isso tem um valor
47:43inestimável
47:44do ponto de vista
47:45de segurança também
47:46para os Estados Unidos.
47:47Os Estados Unidos
47:47precisam de mais disso.
47:48Precisa de mais indústrias
47:49como essas ligadas ao Musk,
47:51como semicondutores
47:53e assim por diante.
47:54você tem que verticalizar
47:55essa produção
47:56o máximo possível.
47:56Voltar,
47:57tem indústria naval
47:58de ponta.
47:58Já estão voltando
47:59com os drones.
48:01Tem algumas empresas
48:02de tecnologia avançada,
48:03a Andrew,
48:04a Archer,
48:05que você vê já drones,
48:06tem vídeos na internet,
48:07você vê uns drones
48:08que se o que eles
48:09estão mostrando
48:10já está naquele nível,
48:11você imagina o que eles
48:12estão desenvolvendo.
48:13Então, assim,
48:13você vê o renascimento.
48:14Eu vejo esse renascimento.
48:15E robôs também,
48:16robôs da Tesla,
48:18da Boston Dynamics,
48:19robôs fazendo coisas
48:20inacreditáveis.
48:21Você vê esse renascimento.
48:22Existe uma indústria
48:23americana pujante
48:24que está se preparando
48:25para esses próximos
48:2710 anos.
48:27A Palantir,
48:28que é uma empresa também
48:29que está bem posicionada
48:30para isso.
48:32Tem que confiar nessa turma
48:33e essa turma está próxima
48:34do Trump.
48:35Tem que tentar reduzir
48:36o ruído,
48:36se a gente conseguisse
48:37isso ser ideal.
48:38Também acho que faz parte
48:39da tática de negociação
48:40do Trump,
48:40o ruído,
48:41ele se dá bem
48:42quando tem muito ruído.
48:43mas assim que passar o ruído
48:45eu acho que vai ficar
48:45mais claro
48:46e eu vejo os Estados Unidos
48:47que tem muito mais chance
48:48de ser vitorioso
48:49do outro lado
48:50do que a China.
48:51Tem gente que fala
48:51que a China pode ganhar,
48:52eu não concordo.
48:53Ainda que a China tenha
48:53a força de segurar
48:55a população
48:56que uma democracia não tem,
48:58eu acho que as cartas,
48:59a força mesmo,
49:00o leverage,
49:01a alavancagem está toda
49:02com os Estados Unidos
49:03nessa negociação.
49:04Eu acho que a China
49:04já lançou as balas
49:06de canhão que ela tinha.
49:07Ela agora está preocupada
49:09em reproduzir as balas.
49:10Ela está sem.
49:12Não que os Estados Unidos
49:12estejam com muita bala,
49:13dado que a gente considerava
49:14que a dívida americana
49:15ela levou 13 anos
49:19para subir 12 trilhões de dólares
49:21e mais 5 para subir mais 12.
49:24Você tinha uma dívida de 12
49:25que foi para 24,
49:26de 24 para 36 trilhões de dólares
49:28que é o atual.
49:30Parte disso veio das políticas
49:31que foram utilizadas
49:32nos Estados Unidos.
49:32Ou seja,
49:33os Estados Unidos hoje em dia
49:34tem que fazer uma política
49:35que tem que dar certo
49:36porque ele não tem mais condições
49:36de fazer bailout.
49:38Não tem mais de onde tirar dinheiro.
49:40E boa parte da inflação
49:41que nós estamos passando no mundo
49:42ainda que tenha um aspecto
49:43de oferta
49:44é uma inflação monetária.
49:46É uma inflação de meios monetários.
49:48De excesso de meios monetários.
49:51Isso me leva aqui
49:52já para uma das últimas perguntas
49:55que eu queria falar
49:55sobre mercados.
49:57De dezembro,
49:58me corrigiu se eu estiver errado,
49:59mas de dezembro para cá
50:01o mercado caiu o quê?
50:02O mercado de ações americano
50:04caiu 20%, 30%.
50:06Muita gente desesperada.
50:08De novo,
50:09a gente escuta
50:09o que a gente já escutou
50:10em 2008,
50:11na época do Covid,
50:12que o mundo está acabando
50:14e que os Estados Unidos,
50:16a economia americana
50:16vai para o buraco.
50:18Agora,
50:19o secretário do Tesouro,
50:20Scott Bessett,
50:21disse que a economia americana
50:23estava viciada
50:24em gastos do governo
50:26e que precisava virar,
50:28de novo,
50:29uma economia movida pelo mercado
50:30e que, por isso,
50:31ia ter que passar
50:32por um período de detox.
50:33É isso que está acontecendo?
50:36Faz sentido.
50:37Faz sentido porque ele está,
50:38vamos dizer,
50:38ele está lá dentro, né?
50:40Ele estava dentro
50:41do olho do furacão
50:42e ele sabe muito bem
50:43como funciona.
50:44Ele sabe que tem
50:44diversas empresas ali
50:45que também se beneficiaram
50:46muito desse excesso
50:48de gastos americanos,
50:49desse processo
50:50de um consumo
50:51muito baseado no crédito
50:52e não efetivamente
50:53no consumo direto.
50:57E aí a gente vê
50:57que os últimos gastos
50:58nos Estados Unidos,
50:59quando você olha,
51:01principalmente o FED St. Louis,
51:02ele tem uns gráficos
51:03muito interessantes
51:04e um deles
51:04são das dívidas americanas
51:06e que, óbvio,
51:07teve um drop muito forte
51:08das dívidas de educação
51:12por conta do plano do Biden
51:13lá de retirada,
51:15que é fiscal, né?
51:17E logo disparou
51:19a dívida do cartão de crédito.
51:21Do nada, assim,
51:23você olha, assim,
51:23a dívida do Student Debt
51:26e o Credit Card Debt
51:28fazendo assim.
51:30E aí você entende
51:30que tem uma relação,
51:31ou seja,
51:31as pessoas que tinham
51:33essa dívida aqui
51:34transferiram isso
51:35para consumo.
51:36Transferiram isso
51:37para consumo
51:38com dinheiro do governo.
51:41Então, uma hora,
51:41você precisa fazer
51:43esse famoso detox.
51:44E esse detox,
51:45a gente sabe
51:46que muitas vezes,
51:47para quem já conheceu
51:49alguém que teve que passar
51:50por uma clínica dessa
51:51de desintoxicação,
51:53sabe que o processo inicial
51:54é bem doloroso.
51:55mas, Cavendish,
51:57por quê?
51:58Qual é a razão objetiva
52:00para a queda
52:01das bolsas,
52:03da bolsa americana?
52:04Qual é?
52:04Tem várias, né?
52:05Aí dá para...
52:07Tem a questão dos ruídos,
52:08sem dúvida, né?
52:09Que a gente comentou
52:09bastante aqui hoje.
52:10Tem a questão que
52:11o patamar de entrada
52:12importa,
52:13então se você chegou
52:13num patamar alto
52:14de valuation,
52:16fica mais fácil,
52:17a gravidade pesa mais.
52:18Ou seja,
52:19a bolsa estava
52:20super valorizada
52:21e estava esperando
52:22uma desculpa
52:23para corrigir.
52:23Acho que um termo
52:24que se utilizava muito
52:25até dezembro
52:26era overcrowded
52:27nos Estados Unidos,
52:28porque o mundo
52:29estava colocando dinheiro
52:30nos Estados Unidos.
52:31E não tem a alternativa, né?
52:33Você comprava
52:33ativo americano
52:34e normalmente
52:34as big techs,
52:35as magnificent seven,
52:37lá que o pessoal fala,
52:38que são as sete grandes
52:39empresas de tecnologias
52:40do planeta.
52:41E tem outras, né?
52:41Que cresceram muito
52:42no último ano
52:42de semicondutores.
52:44E isso...
52:45E aí tem um ponto importante,
52:47o Bessent...
52:48Esse ano,
52:49os Estados Unidos
52:49vai rolar
52:50cerca de nove trilhões
52:51de dólares em dívida, tá?
52:53O que que eles querem?
52:55O que que um dos planos
52:56do Bessent e do Trump,
52:58o Bessent,
52:59o secretário do Tesouro
53:00que a gente mencionou
53:00aqui várias vezes,
53:02é que esses juros
53:03se rolem
53:04num patamar
53:04de juros menor.
53:06Quando o mercado cai,
53:08não é algo
53:09que desagrada
53:09esse governo,
53:10porque quando o mercado cai,
53:12por conta do efeito
53:13renda nas pessoas,
53:14o que normalmente acontece,
53:16não está acontecendo agora,
53:17mas o que normalmente acontece
53:17é que os juros
53:18caem junto.
53:20É o que você
53:20normalmente enxerga.
53:22Nesse momento
53:22está acontecendo
53:23justamente o oposto,
53:24que é muito estranho,
53:25está tendo uma quebra
53:26de correlações,
53:27o mercado está bem
53:27maluco nesse momento.
53:29Mas é de se esperar
53:30que em algum momento
53:31esses juros caiam.
53:32É na metade do ano
53:33essa rolagem,
53:34começa essa rolagem
53:34dessa dívida.
53:36Até lá,
53:36é de se esperar,
53:37então,
53:37que eles aceitem
53:38um mercado que caia,
53:40tá?
53:40Minha leitura.
53:41Mas eles esperam também
53:43que os juros caiam juntos.
53:45O título de dívida
53:46de 10 anos
53:46do governo americano,
53:47de 30 anos,
53:485 anos,
53:49eles querem ver
53:50esses juros caindo.
53:53De novo,
53:53a gente não está vendo
53:54isso nesse momento,
53:55mas a teoria
53:56reza que isso deve
53:57acontecer eventualmente.
53:59Você vê já o petróleo
54:00caindo muito forte,
54:02que é uma commodity
54:03essencial
54:03para os gastos
54:05dos americanos.
54:06Então,
54:06sugere que a inflação
54:07futura vai cair também.
54:09A renda dos americanos
54:11deve apertar.
54:12É muito possível
54:13que a gente tenha
54:13uma recessão leve
54:14esse ano.
54:15Eu não acho
54:15que é crash,
54:16mas eu acho que a gente
54:17pode ter uma recessão leve.
54:18e tudo isso ajuda
54:20nesse ajuste inicial,
54:21nesse rearranjo inicial,
54:24para quem sabe
54:24em 26,
54:26essas teses de tecnologia,
54:28esses acordos
54:30que vão ter até lá
54:31sido negociados,
54:33esse novo mundo,
54:34essa nova ordem
54:34que o Trump
54:35está estabelecendo,
54:37possa proporcionar
54:38aos Estados Unidos,
54:38porque eles chamam
54:39da tal da Golden Age.
54:42E que...
54:42Eu sou otimista,
54:43Mota.
54:44Eu acho que pode acontecer.
54:45Acho que a gente tem
54:45um time capaz.
54:46a gente só tem que passar
54:47essas arrebentações
54:49que a gente está passando agora.
54:50A gente está agora
54:50bem no meio
54:51das arrebentações.
54:52Tem um oceano azul
54:53do outro lado,
54:55mas as ondas
54:56estão altas
54:57nesse momento.
54:58O negócio está chovendo,
55:00está complicado,
55:02mas eu acho que dá.
55:02Eu acho que dá
55:03para chegar,
55:03eu acho que tem um caminho
55:04e eu estou esperançoso
55:05e otimista.
55:07Maravilha.
55:07Muito obrigado,
55:08Geiso,
55:09muito obrigado.
55:09Muito obrigado,
55:10Cavendish.
55:11O Conexão Mota
55:12fica por aqui.
55:13E para você
55:15que gosta do jeito
55:16Jovem Pan de Notícias,
55:18não deixe de fazer
55:19a sua assinatura
55:20no site
55:21jp.com.br.
55:24Lá você acompanha
55:25conteúdos exclusivos,
55:27análises,
55:27comentários
55:28e tem acesso
55:29ilimitado
55:30ao Panflix,
55:31o aplicativo
55:32da Jovem Pan.
55:33Obrigado
55:34pela sua companhia
55:35e até a próxima semana.
55:37Conexão Mota
55:43A opinião
55:47dos nossos comentaristas
55:48não reflete
55:49necessariamente
55:50a opinião
55:51do Grupo Jovem Pan
55:52de Comunicação.
55:57Realização
55:58Jovem Pan News
55:59Jovem Pan
56:21Jovem Pan
56:23Jovem Pan

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