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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo “não irá se opor à proposta alternativa” ao projeto de Anistia costurada pelo entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). A bancada do programa Linha de Frente desta quinta (01) repercutiu o assunto.

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Transcrição
00:00A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, afirmou que o governo não irá se opor
00:10à proposta alternativa ao projeto de anistia costurada entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
00:23O que nós falamos, avizinha-se um acordo aí.
00:25Para isso, os chefes do Congresso e o STF elaboram um texto de consenso.
00:50Gleisi diz que o governo lava suas mãos, não está participando desse acordo.
00:57Mas se tiver um entendimento entre os poderes, o governo não vai se opor.
01:03Eu preciso ouvir rapidamente Raquel Galinati.
01:07Doutora Raquel Galinati, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
01:11disse que vai fazer um projeto para beneficiar a situação de quem foi massa de manobra.
01:17Então, quem foi massa de manobra, então já não é terrorista, é massa de manobra.
01:22E prejudicar a situação de quem comandou.
01:26Mas será que ele não sabe que a lei penal não pode retroagir para prejudicar o agente?
01:31Será que ele não sabe que uma mudança que agrava a situação não pode alcançar fatos já praticados?
01:36Será que ele não leu o artigo 5º, inciso 42 da Constituição?
01:40Eu acho que não.
01:41E você, Raquel? O que você acha?
01:43Eu acho que os parlamentares, no mínimo, eles tinham que se atentar aos seus assessores técnicos,
01:48assessores jurídicos, para não falarem, propalarem tamanhos absurdos
01:53que a gente vem escutando ao longo de várias temáticas.
01:57O que acontece é que está uma lama só.
01:59Não houve individualização da conduta, a audiência de custódia foi completamente rasgada,
02:04não tiveram audiência de custódia.
02:06Foram todos enviados como uma grande manada para um grande galpão
02:10e ali ficaram até decidir qual seria a violação legal a ser cometida
02:16diante daquele fato que, se pela ineficiência de individualização de conduta
02:22quiseram reputar a todos, um crime que ali não houve comprovação
02:27nem materialidade delitiva até hoje.
02:31Agora, a sinalização, a Gleice, já deu há muito tempo de que haveria, sim, uma anuência,
02:38mesmo que silente do governo federal, para a proposta de anistia.
02:44Ela já tinha falado, ela foi obrigada, talvez, a remediar a sua fala,
02:50mas que o governo federal, já presenciando que é uma guerra perdida,
02:57já se posicionou muito antes, há quase um mês atrás, que não haverá nenhum óbice do governo federal.
03:03Aliás, advogados que têm roupagem, sim, nítida de esquerda,
03:09grandes apoiadores do governo federal, têm já sinalizado em suas temáticas,
03:13em seus artigos, não só acadêmicos, artigos em jornal,
03:17os absurdos feitos ali, nesse que falamos que foi uma grande violação
03:26e que se rasgou diversos direitos, mesmo que alguns tenham sido mandantes.
03:33O que acontece, não existe retrocesso em lei para agravar pena de ninguém.
03:38A pena já está agravada e violada no grau máximo.
03:41Eu acredito, professor, que leis que forem benéficas, aí sim,
03:47só atingirão quem eles reputarem apenas pessoas que fizeram o volume
03:53e não os líderes dos movimentos.
03:55Agora, meu querido João Beluti, eu, quando estava no segundo ano da faculdade,
04:01foi em 1983, faz tempo, né?
04:03Eu aprendi no livro Teoria Geral do Processo, da Ada Pellegrino Grinover,
04:07Cândido Rangel de Inamarca e Sintra, Teoria Geral do Processo, livro clássico,
04:11que jurisdição é a atividade pela qual o juiz aplica a lei ao caso concreto.
04:16Se o Supremo aplicou a lei ao caso concreto,
04:18por que ele está negociando com o Congresso Nacional uma solução política?
04:23Se a pena é justa, por que tem solução política?
04:26Poderia ser o reconhecimento de que as penas não são justas?
04:30Pois é, Capês, já causa um enorme estranhamento,
04:32sempre essa atuação política do Supremo Tribunal Federal
04:35como ator ou agente político, que está longe de ser o ideal,
04:39mas, infelizmente, é uma normalização quanto a isso.
04:42Não haveria necessidade de se criar nenhuma nova legislação,
04:45bastaria se acolher a algum dos votos divergentes,
04:48enfim, que foram dados ali no julgamento.
04:50Porque não faz sentido, o Supremo, ele não fez nenhum recuo até o momento,
04:53ele sempre avançou, fez essas condenações,
04:56essas condenações que até então estavam restritas ao âmbito brasileiro,
05:00hoje já tomaram forma no mundo inteiro,
05:02hoje já se tem conhecimento dessas condenações,
05:04foi naquele discurso do Bolsonaro, que ele falou em inglês,
05:07o inglês macarrônico dele lá com popcorn, enfim,
05:09falando vendedores de pipoca, de sorvete, condenados.
05:12Esse discurso tomou o mundo, foi uma das estratégias dele,
05:15não sei se proposital ou não, mas que deu bastante certo.
05:17Então, já um conhecimento no mundo que pessoas,
05:20vendedores de algodão doce, enfim, pessoas que escreveram status,
05:24estão condenadas a penas maiores do que vários outros crimes,
05:27crimes reais, de fato.
05:28Então, não faz muito sentido essa negociação,
05:31bastaria um recuo por parte de um dos agentes do Supremo,
05:35do Supremo como um órgão político que vem sendo,
05:37ou da Câmara de avançar com o projeto de anistiar,
05:40anistiar essas pessoas pelo ato do 8 de janeiro,
05:43até porque a grande parte que está presa
05:46já cumpriu qualquer pena que seria cabível no caso.
05:48Então, não faz sentido algum,
05:50houve um atropelamento do devido processo legal em todos os aspectos,
05:54mas o Supremo não deu nenhuma sinalização de que vai recuar.
05:58O que me parece é uma busca do Alcolumbre ou do próprio Supremo
06:02para capitalizar para si,
06:04caso a anistia se torne inevitável,
06:05que é o que tem acontecido,
06:06tomar para si o protagonismo.
06:08É isso que está aparecendo,
06:09e esvaziar um protagonismo do Jair Bolsonaro e do PL, Capês.
06:13Agora, meu querido Henrique Kregner,
06:16o ministro Luiz Fux,
06:17ele foi ministro do Superior Tribunal de Justiça,
06:21foi desembargador do Estado do Rio de Janeiro,
06:24professor titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro,
06:27foi membro do Ministério Público também,
06:30foi um dos que redigiu as últimas alterações do Código de Processo Civil,
06:35é um grande jurista.
06:37E no caso paradigmático da Débora Rodrigues,
06:41ele a condenou nos termos como muitos da comunidade jurídica
06:45vêm dizendo,
06:46pelo crime de dano qualificado ao patrimônio público,
06:50porque ali não havia elementos que aligassem qualquer atentado terrorista,
06:54vontade de derrubar alguém do poder.
06:55Primeiro, eu pergunto a você,
06:57será que eu não podia usar essa decisão,
07:00que é uma decisão do Supremo,
07:02portanto é uma decisão do Supremo,
07:04e entre o tudo ou nada,
07:08você fica com o técnico.
07:10Exato.
07:10Não seria um caso de se buscar algum consenso?
07:12Seria, seria e mostraria, na verdade,
07:15um cuidado muito grande por parte da Suprema Corte
07:19em se ater as evidências,
07:21e se ater também aquilo que é documental.
07:23Hoje não existe capês,
07:25e isso não é uma opinião política,
07:27isso é uma questão de análise.
07:28Se você pegar a denúncia da PGR,
07:30se você pegar todos os elementos que foram analisados
07:32naquele julgamento ali da primeira turma,
07:34você não encontra nexo causal
07:37para dizer que as pessoas que foram pegas
07:40na questão do punhal amarelo,
07:42os manifestantes de 8 de janeiro
07:44e os integrantes de alto escalão
07:47estavam todos envolvidos na mesma trama,
07:51no mesmo grande pacotão ali
07:52chamado de golpe de Estado.
07:54Não existe uma evidência que coloque isso
07:57como algo sendo indiscutível
08:00ou como sendo claro.
08:01Não existe.
08:02O que existe são evidências de outras questões
08:06ou da participação individual
08:07de cada um desses três grupos
08:08que eu acabei de mencionar
08:09e um fio imaginário
08:11que vai sendo conduzido ali,
08:14até na própria denúncia da PGR,
08:15esse fio aí tem uma duração de 20 páginas
08:18chamado uma introdução necessária.
08:20Necessária para quem?
08:22Se você tem uma denúncia,
08:24você apresenta as evidências,
08:25você apresenta os atores envolvidos
08:27e aquilo deve se fazer necessário
08:29para que então seja emitido um julgamento
08:31pelas autoridades competentes.
08:32Não que você tenha uma introdução
08:34que traga ali suposições, ilações,
08:37se, talvez, e tantas outras palavras
08:39que a gente vê repetidas nessa mesma denúncia.
08:41Então, o que a gente está vendo ali
08:43é uma grande bagunça.
08:45As pessoas do punhal amarelo
08:46devem ser punidas com base nisso,
08:49que foi uma trama ali muito perigosa e danosa.
08:51Aí, sim, você tem um teor
08:52de qualquer subversão da ordem estatal
08:57e também do Estado Democrático de Direito.
08:59Agora, o 8 de janeiro, as pessoas ali,
09:01a gente, até o caso da própria Débora,
09:03não tem registros de que ela adentrou
09:05aos prédios públicos.
09:06Ela não adentrou.
09:07Ou seja, não caracterizaria, talvez, Capês,
09:11que uma pessoa que teve a oportunidade
09:13de depredar, de entrar no patrimônio público,
09:16escolheu não o fazer.
09:17Isso, talvez, não mostre que existe uma desconexão
09:20entre o que seria o objetivo de um
09:22com o objetivo do outro,
09:24ou que não há uma ação coordenada,
09:26ou a gente vai dizer que ali o posto dela
09:28era de vigia.
09:29Ela tinha que ficar ali.
09:31Qual é o papel?
09:31Quem que instituiu esse papel?
09:33Se era uma operação organizada,
09:34quem que era o grande mentor?
09:35E onde que está o papel desse grande mentor?
09:38Além dos rabiscos encontrados
09:40no gabinete de general Heleno,
09:41que não tinha nada a ver com aquilo
09:43que foi praticado no 8 de janeiro.
09:44Então, é uma bagunça toda, uma salada,
09:47que faz com que todo mundo seja julgado
09:49a mesma coisa.
09:49E o Fux foi a única voz
09:51que traz ali um pouco de ponderação
09:53em separar cada um desses atores.
09:56Infelizmente, até esse momento,
09:57voto vencido.
09:59Helen Brown, quero te ouvir.
10:01Vamos lá, então.
10:02Eu quero fazer uma análise mais
10:04da parte técnica de posicionamento
10:06do governo em relação a isso.
10:09Quando o Glaze Hoffman vem e diz
10:10olha, nós não vamos interferir diretamente,
10:12e tal, me parece uma omissão bem calculada
10:15para evitar desgaste.
10:18De que maneira?
10:19De um lado, o governo se abstém ali
10:22dessa disputa para não parecer,
10:26não ganhar junto à população um ônus
10:29de estamos protegendo golpistas,
10:31porque tem lá a única pesquisa feita
10:33a respeito disso, diz que 56% dos brasileiros
10:35são contrários a um projeto de anistia.
10:37Por outro lado, o governo não se coloca
10:39como um governo autoritário em relação
10:42a um projeto que tem um apoio, sim,
10:45de pelo menos 262 parlamentares até aqui.
10:48Precisava de 257, já passou desse apoio
10:50dentro da Câmara.
10:52Então, é uma maneira do governo
10:54se posicionar aqui, não levando um ônus
10:57para casa nem parecendo autoritário.
10:59Em relação a esse acordo, né,
11:03da Ovia Columbre, STF,
11:05gente, todo mundo sabe que anistia
11:08é um projeto político
11:09e a gente fala de espírito do tempo.
11:12O espírito do tempo está mudando para 2026,
11:14está tudo mostrando isso.
11:16Então, obviamente, que o que acontece
11:19é você começar a entrar numa grande
11:21consertação para estar bem
11:24de acordo com o que vai entrar
11:26num ano eleitoral.
11:27Então, para todos os lados,
11:30essa consertação parece estar sendo necessária.
11:32Pois é.
11:34Agora, Raquel Galinato,
11:35quais seriam os possíveis saídas
11:39para se atenuar a essa situação?
11:41A gente tem ali dois crimes, né?
11:43Tem o tentativa de golpe
11:45e o atentado ao Estado Democrático e Direito.
11:48São praticamente idênticos.
11:50É muito difícil que alguém,
11:52com a mesma ação,
11:54pratique automaticamente os dois crimes.
11:56A revogação de um dos dois,
11:58mantendo íntegra a tipificação de outro,
12:03seria uma saída.
12:04A redução da pena desses crimes,
12:06com a lei posterior,
12:08ou seja, algum tipo de arranjo.
12:09Agora, como é que isso vai ser feito
12:11com o presidente do Senado
12:13falando que lei penal pode retroagir
12:15para prejudicar a situação do agente?
12:18Que é um erro primário.
12:19Nem aluno de primeiro ano
12:20de faculdade de Direito sabe disso.
12:21Como é que vai ser a participação de juristas
12:25para construir esse acordo?
12:27Não deveria ter uma audiência pública
12:28para se ouvir a comunidade jurídica,
12:30a mesma que tem dito
12:32que as penas de 14 anos
12:33para muitos manifestantes
12:35está errada?
12:37Pelo que eu aprendi,
12:39pelo que eu estudei,
12:40inclusive pelos seus livros,
12:42quando você macula
12:44de qualquer forma,
12:47seja ao identificar provas,
12:50seja ao tolher testemunhas,
12:53seja ao contaminar
12:55todo esse procedimento,
12:56tanto na fase pré-processual,
12:58que é a fase de investigação,
13:00como na fase processual,
13:03está tudo errado.
13:05Está tudo contaminado.
13:07Eles devem,
13:08eles têm que recomeçar.
13:10Não existe no nosso arcabouço jurídico,
13:14na nossa Constituição Federal,
13:16nem no nosso Código de Processo Penal,
13:17nem na legislação esparça e extravagante,
13:21que versa procedimentos
13:23ou o direito penal,
13:25algo que dê a possibilidade
13:28de remendo
13:29em situações completamente contaminadas.
13:33Por que eu falo contaminadas?
13:34Porque não houve o respeito
13:37às diretrizes legais,
13:39às regras do jogo
13:40dentro do Estado Democrático de Direito,
13:42no sistema de justiça,
13:44não foram observadas.
13:45E eu falo isso
13:47porque, como delegada de polícia,
13:49nós somos os primeiros garantidores
13:51da legalidade e da justiça.
13:52Se nós contaminamos
13:54uma investigação,
13:55a gente dá de prato cheio
13:57para a defesa
13:58anular tudo.
14:00Então, eu não vejo outra saída.
14:02Essa discussão
14:03de que se vai construir
14:06uma nova punição,
14:08que se vai remediar
14:10ou diminuir,
14:11é uma discussão
14:12apenas populista.
14:14Se a gente for falar
14:15nas regras do jogo
14:16hoje,
14:17do nosso país,
14:19não existe essa possibilidade.
14:20Ou é perseguir
14:22com ilegalidade
14:23e arbitrariedade,
14:25ou é anular tudo,
14:26no meu entender.
14:28Agora, João Beluti,
14:29vamos botar uma pergunta
14:30aqui comum
14:31a vocês todos.
14:31Começando com você,
14:32o Kringner,
14:33depois a Ellen Brown.
14:35A redução,
14:36eu não digo acabar,
14:37mas a redução
14:39por emenda conchonal
14:41do foro privilegiado.
14:44Não evitaria
14:45que o Supremo
14:46ficasse toda hora
14:46mudando de entendimento?
14:48Ex-autoridade é,
14:49ex-autoridade não é.
14:50O Lula é condenado
14:52pelo Moro,
14:52depois quem vai julgar
14:53o Bolsonaro é o Supremo.
14:55Qual a razão
14:56que motivou
14:56essa disparidade
14:58de critérios?
14:59Reduzir.
15:00Só vale o foro privilegiado
15:01para quem estiver
15:02no mandato
15:03e praticar crime
15:04voltado ao mandato.
15:05Descrito na Constituição.
15:07Será que não seria
15:09mais fácil,
15:10em vez de ficar alterando
15:11toda hora
15:13o sistema
15:13e corrigindo
15:14penas aplicadas?
15:15Sim, seria com toda
15:16certeza,
15:17até porque em tese
15:18esse foro privilegiado
15:19surgiu como
15:20uma espécie de
15:21para-raio,
15:22vamos por um dique,
15:24como tinha dito
15:25o Ciro Nogueira,
15:26se não me engano,
15:26ele usou essa expressão,
15:27para conter
15:28essa questão
15:29do judiciário
15:30interferindo
15:30no poder executivo
15:32ou mesmo
15:33no legislativo.
15:34Mas a gente vê
15:34que o Supremo
15:35mudou o entendimento
15:36para poder julgar
15:37esse caso.
15:38Diz que foi um outro julgamento,
15:39mas acabou,
15:40ao mudar o entendimento,
15:41podendo julgar o Bolsonaro,
15:42enfim,
15:43outros parlamentares.
15:44Acho que seria uma solução sim,
15:45Capês.
15:46O Kriegner,
15:47acrescento mais
15:48uma observação.
15:49Não há uma certa
15:51mediocridade média
15:54muito elevada
15:56nesse Congresso Nacional?
15:58Com certeza, Capês.
16:00A gente está vendo isso aí
16:01e é sem dúvida.
16:03Eu concordo muito
16:03com o que o João
16:04trouxe aqui também.
16:06estou de acordo
16:07com essa necessidade
16:09e urgência
16:09dessa padronização,
16:10na verdade,
16:11dessa definição.
16:12Mas eu acho
16:13que a gente também
16:13não pode ser ingênuo
16:14de pensar
16:15que simplesmente
16:16o judiciário
16:17e o legislativo
16:18não sabem,
16:19talvez,
16:20disso.
16:20Não tiveram ainda
16:21essa ideia
16:22de que trazer
16:23essa definição,
16:24essa limitação
16:25para o foro privilegiado
16:26seria a melhor
16:27das ideias.
16:28Toda a incongruência
16:30que a gente encontra
16:30ainda hoje
16:31na Constituição,
16:32toda a questão
16:33que é polêmica,
16:34essas que vão e voltam,
16:35que estão ficando
16:36cada vez mais comuns,
16:38especialmente
16:38quando chega ali
16:39na Seara da Suprema Corte,
16:41para mim,
16:42isso aí é extremamente
16:43intencional.
16:44Não dá para a gente pensar
16:45que essa falta
16:46de definição
16:47é assim porque
16:48tem sido assim
16:48e ninguém quer mexer nisso
16:50ou talvez ninguém
16:51nunca soube antes
16:51que poderia melhorar.
16:53Não,
16:53sabiam que poderia melhorar,
16:55mas alguém ganha
16:56com essa brecha.
16:57Alguém ganha
16:57em deixar a regra
16:58não tão clara
16:59ou talvez
17:00uma limitação
17:01não tão bem limitada.
17:04Alguém ganha com isso
17:05e quando ganha
17:06é aí que a gente vê
17:07a maior barreira
17:08para poder, então,
17:09otimizar processos,
17:10trazer melhores definições,
17:12trazer clareza
17:13para que a gente venha
17:14a ter definições
17:14que perdurem
17:15e que não venham
17:16daqui a pouquinho
17:17quando mudar o governo,
17:18mudar quem estiver
17:18mais à frente
17:19ou coisa do tipo,
17:20ser totalmente revirado
17:22como colocou aqui
17:23a doutora Raquel.
17:24Agora,
17:25o Ellen Brown,
17:25sabe um motivo
17:26um pouco da minha
17:27um certo desânimo?
17:28Nem deveria dizer isso.
17:30Eu fui ver
17:30a participação
17:31do ministro
17:32da Justiça Lewandowski
17:33na Comissão
17:34de Constituição e Justiça.
17:36Foi falar
17:36da PEC da Segurança
17:38para discutir
17:39sugestões
17:40com o Congresso Nacional
17:41de combate
17:43ao crime organizado,
17:45às organizações criminosas,
17:47tantas sugestões
17:48que podem ser dadas
17:49para melhorar
17:50o Código Penal,
17:51o Código de Processo Penal.
17:53E aí,
17:53liguei lá
17:54na expectativa.
17:55Vamos ver
17:55o que pode sair daqui.
17:57Estava ali o Mário Sarrubo,
17:58que é o secretário
17:58Nacional de Segurança,
17:59foi procurador-geral
18:00e é professor
18:01de processo penal.
18:02O Lewandowski,
18:03tem que respeitar,
18:04o homem tem 75 anos,
18:06foi um ministro
18:07do Supremo Tribunal,
18:08é um professor titular
18:09de direito constitucional
18:09da USP.
18:11De repente,
18:11eu vejo,
18:13durante a fala,
18:14o deputado federal
18:15Gilvanda Federal
18:16e o deputado federal
18:17Lindenberg Farias
18:19se levantando,
18:20um xingando o outro
18:21com palavras
18:21de baixo calão,
18:23quase que se agrediram,
18:25acho que o deputado
18:26Lindenberg só não foi agredido,
18:27tive uma deputada do PT
18:29que se colocou
18:30na frente dele
18:30de braço aberto,
18:31vai ter que bater em mim primeiro.
18:33Eu vejo o ministro
18:34olhando aquilo ali,
18:36deve falar,
18:36meu Deus,
18:36que circo que é esse
18:37que eu estou participando.
18:39Então,
18:39se os próprios parlamentares
18:41reduzem a importância
18:42do Congresso Nacional
18:43a isso,
18:44como é que se pode esperar
18:45que de lá saia
18:46alguma vida inteligente
18:48que permita
18:49resolver esse embrólio?
18:52Não se pode, né?
18:53Esse que é o problema.
18:53Eu vou falar uma coisa
18:54e aí eu quero pedir assim,
18:56com todo respeito,
18:57a Raquel que está aqui
18:58do meu lado,
18:58que é uma pessoa
18:59que eu gosto muito
19:00e admiro,
19:01mas quando você me pontua
19:02o deputado federal
19:04Gilvan da Federal,
19:06isso para mim
19:07já coloca um problema
19:08gravíssimo
19:09que a gente precisa enfrentar
19:10e acho que há exceções
19:12para confirmar essa regra.
19:14Quando você mistura
19:16as instituições,
19:17me parece que a gente
19:17está caminhando
19:18para muitos problemas
19:19nessa questão,
19:21mas não só isso,
19:22a gente passa
19:23por uma questão também
19:25de que hoje
19:26mudou muito
19:26a forma de você
19:27escolher um candidato.
19:29Você,
19:31com as redes sociais,
19:32faz escolhas
19:33por afeições
19:34muito mais ideológicas,
19:35de sentimentos ideológicos
19:38do que com pautas
19:39mais concretas
19:40do tipo,
19:40olha,
19:40esse é o cara
19:41que vai,
19:42o deputado federal
19:43da minha região
19:44que vai trazer melhorias
19:45para a minha região,
19:46então eu vou votar nele.
19:47Não,
19:48ela passa por uma escolha
19:49muito mais afetiva
19:50e muito menos técnica.
19:52E a gente está vendo
19:52o reflexo disso
19:53numa discussão
19:54que deveria ser
19:54completamente técnica
19:56e que virou
19:56um bate-boca
19:58desgraçado
19:59no Congresso.
20:01Então,
20:01isso só piora.
20:03Por que que só piora?
20:04Porque,
20:04por exemplo,
20:05uma das grandes disputas
20:07eleitorais
20:07que nós teremos
20:08para 2026
20:09é a disputa
20:10de dois grandes partidos,
20:12o PSD e o PL,
20:13querendo ter ali
20:14a maior base
20:16no Senado
20:17e na Câmara
20:18com várias propostas
20:22para isso
20:22e você não faz
20:24essa maior base
20:25com base
20:26em ideias,
20:27com base
20:28em proposta
20:29pragmática,
20:30Beluti,
20:31do Federação
20:32Partidária.
20:33Não é com isso,
20:35é com
20:35o arrastar
20:37de sentimentos
20:38de uma multidão.
20:39Então,
20:40essas explicações técnicas
20:41me parecem
20:42cada vez mais distantes.
20:43antes nós tínhamos,
20:44por exemplo,
20:45uma Câmara
20:46que é um pouco
20:46mais jovem
20:47e com isso
20:48dali saem
20:48essas questões
20:49mais emotivas
20:51e sentimentais
20:52e um Senado
20:53que barrava isso.
20:54Nós estamos caminhando
20:55já para um Senado
20:56que não é mais
20:57essa nossa Casa dos Lordes,
20:58já não é mais
20:59esse lugar
21:00de fazer essa barreira.
21:02Então,
21:03falando bem honestamente,
21:05quando eu olho
21:05o que a gente tem,
21:06as misturas
21:07que vieram ao longo
21:08do tempo
21:08entrando na política,
21:11não sou muito otimista
21:12para discutir temas
21:14como esse
21:15de forma técnica.
21:16De fato,
21:16realmente,
21:17não dá para ser.
21:18Está lá o Ministro da Justiça,
21:19a gente sabe que
21:20a negociação
21:21entre o Congresso Nacional
21:23e o Ministro da Justiça
21:24acelera a tramitação.
21:27Tudo se vota
21:28com acordo,
21:29muito mais
21:29do que a ação isolada
21:30de um deputado
21:31ou de um senador.
21:32Tem tanta coisa,
21:33os pátios do Detran
21:34lotados de veículos
21:35apreendidos
21:36porque os bens
21:38só podem ser perdidos
21:39em favor da União
21:39depois do final do processo.
21:41Tanta coisa
21:42pode ser feita
21:43e, no entanto,
21:45ficam aí,
21:45infelizmente,
21:46com bate-boca
21:47e com,
21:48vamos usar a expressão certa,
21:49com baixaria.

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