Roberto Motta recebe Pery Shikida, pesquisador e economista, João Henrique Martins, coordenador geral da CICC/SP, e Arley Topalian, secretário de segurança pública de São Bernardo do Campo. Juntos, eles analisam a pesquisa realizada pelo professor Pery sobre a teoria econômica do crime e de que maneira a crise de criminalidade está diretamente relacionada ao faturamento ilegal de facções criminosas.
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00João, eu me lembro de um aspecto do trabalho do professor Peri
00:06que mostrou que mais de 50% dos crimes que os criminosos relataram
00:14que não tiveram sucesso, não tiveram sucesso porque a polícia interrompeu o crime em andamento.
00:22Apesar disso, a gente vê hoje, defendido como teoria, que polícia não funciona,
00:27que polícia não serve para nada, que polícia é parte do problema e não da solução.
00:32Isso é um absurdo lógico.
00:36É a mesma coisa que dizer que médicos não são importantes para a saúde
00:40ou professores para o processo educacional.
00:44Decorre desses 40 anos de enfrentamento dessa perspectiva da criminologia crítica,
00:51de base marxista sobre a visão da segurança pública.
00:53Por favor, dá uma explicação rápida do que é a criminologia crítica.
00:57Ela está conectada ao que eu falei aqui nesses três grandes grupos no início dos anos 50.
01:03O que se compreendia como crime, que era ou crime político ou tumulto social,
01:09e o segundo grupo era o crime passional,
01:12quando começa os anos 50 a tratar o crime econômico como a gente trata hoje,
01:18como o Major Topalhian aqui destacou,
01:19que é esse crime cada vez mais comum que afeta as pessoas.
01:23Esse debate tinha duas matrizes anteriores para começar a interpretar isso.
01:30Uma era a criminologia de base psicológica, a outra era a criminologia de base política,
01:34que é a chamada criminologia crítica, que foi organizada pelos marxistas.
01:37O marxismo tem a pretensão de explicar toda a sociedade.
01:40Então, a explicação marxista para o crime era que o criminoso
01:44era alguém que foi vitimado pelo capitalismo, por meio das privações sociais,
01:50e de alguma maneira ele respondia àquela vitimização,
01:54cometendo o crime, primeiro para atender as suas privações sociais,
01:58segundo como uma forma de revolta.
01:59É um executor da justiça social.
02:03Exato.
02:04Inclusive, alguns autores mais partilizados chegam a chamar ele de um revolucionário,
02:09ele ainda não sabe que ele é um revolucionário,
02:11um revolucionário em formação.
02:13Então, inclusive, até caberia ao partido discipliná-lo
02:16para canalizar aquela violência e aquela atuação,
02:23aquela disposição pela atuação para a revolução.
02:26Depois isso foi caindo, quer dizer,
02:27o que a gente tem de criminologia crítica hoje?
02:29Todo esse formato do revolucionário foi caindo,
02:33mas a perspectiva de que ele só é criminoso,
02:35porque antes ele foi vítima de privações sociais,
02:39é o que está na base de descrever a sociedade,
02:43aquele argumento de que ele é vítima da sociedade.
02:46O que é um completo absurdo,
02:47porque do ponto de vista científico, se a gente precisa aplicar,
02:51se privações sociais explicam o comportamento criminal,
02:55a maioria das pessoas que passam por privações sociais
02:58teriam o mesmo comportamento.
02:59E não há extrema minoria sobre isso.
03:02E o contrário também seria verdade.
03:04As pessoas que não têm nenhum tipo de privação social
03:06não cometeriam crimes.
03:08É exatamente esse tipo de incoerência e de quase...
03:13Na verdade, a criminologia crítica não é uma teoria,
03:16porque uma teoria, a hipótese precisa ter sido comprovada.
03:20Ela é só uma hipótese de base ideológica,
03:23nunca comprovada, que estava disponível ali naquele panorama dos anos 50 e 60,
03:30e ela foi completamente prescrita nos países desenvolvidos.
03:34A gente fala de criminologia crítica na Europa e nos Estados Unidos,
03:36se estudava, se pensava que crime tinha a ver com isso.
03:39Sabemos que não tem.
03:40Crime tem a ver com o que, então?
03:42Tem a ver com comportamento.
03:43E aí a gente avança para a descrição,
03:46para como enfrentar esse comportamento em série.
03:53É fundamental essa discussão aqui que o Major destacou,
03:58conectado com o que o professor Chiquida trouxe,
04:00que é, uma vez que eu sei que o comportamento criminal
04:05só é dissuadido pela ação da lei e pela ação da polícia baseada na lei,
04:12eu preciso o tempo todo...
04:14Não dá para colocar um policial em cada esquina,
04:15um policial em cada lugar.
04:17Então eu preciso o tempo todo ter a capacidade de priorizar e focar
04:21e na hora de atuar, atuar de forma integrada.
04:24E aí eu quero destacar aqui de novo para o nosso ouvinte,
04:27é muito difícil fazer isso.
04:29É muito difícil eu reunir todas as informações que ocorreram sobre o crime.
04:34Porque, diferente dos dados sobre educação e saúde,
04:37esses dados não estão claramente disponíveis.
04:39Mesmo quando as pessoas registram o crime,
04:41há um grande número de subnotificação.
04:43Sabemos, por exemplo, que para cada um roubo registrado,
04:46provavelmente tem outros dois.
04:48Para crimes sexuais, a subnotificação é ainda maior.
04:51É algo na casa dos dez eventos,
04:55e cada dez, apenas um eu consigo ter o registro.
04:58Então, a informação que a população traz sobre quando ela foi vítima
05:03é muito preciosa e precisa ser muito bem tratada.
05:06Por isso que quando nós assumimos a secretaria,
05:09e o CICC,
05:10era um órgão que praticamente não exercia as funções
05:13do qual ele foi originalmente previsto.
05:17E aí nós reorganizamos o CICC,
05:20sobre a liderança do secretário de RIT,
05:22para iniciar esse processo.
05:24Então, veja, a primeira informação é,
05:26o que a população está relatando?
05:29Segundo, que são os dados criminais produzidos,
05:31no da delegacia e no 90.
05:33Sabemos que ele não é o total dos dados,
05:35porque existe uma grande subnotificação.
05:37Então, a segunda coisa foi buscar pesquisas de vitimização.
05:39O que as pessoas relatam sobre o que aconteceu com elas,
05:44ainda que elas não tenham registrado.
05:45E a terceira medida foi chamar o professor Chiquida
05:50para fazer essa pesquisa.
05:52Eu já conheci esse trabalho dele de décadas,
05:55mas ele nunca tinha conseguido fazer em São Paulo.
05:57E aí nós viabilizamos que ele fizesse.
06:00Eu conversei tanto com o secretário de RIT,
06:02quanto com o secretário de Stryfing,
06:03e apresentamos desenho,
06:05e os dois secretários aprovaram,
06:07e a gente conseguiu dar apoio para o professor de RIT fazer.
06:10E isso não aconteceu em nenhum outro momento no país.
06:12Nós juntamos um diagnóstico profundo,
06:15com três fontes diferentes.
06:16É o criminoso dizendo o que lhe afeta.
06:19Então, olha que interessante essa tua fala.
06:20O criminoso dizendo,
06:22a maior chance,
06:24aquilo que me dissuade,
06:26aquilo que eu tenho prejuízo,
06:26é quando a polícia intervém.
06:28Eu tenho o cidadão dizendo o que mais lhe afeta,
06:32o que mais ele tem medo,
06:33e eu tenho as pessoas que já foram vítimas escrevendo.
06:36Na hora que a gente construiu esse diagnóstico,
06:38aí vamos para a lógica de priorização,
06:42quais deles é a prioridade e como atuar,
06:46é que entra o trabalho com as prefeituras, por exemplo.
06:48E aí nasce, quer dizer,
06:50o processo diagnóstico,
06:52prioriza e depois a autoridade política
06:54de permitir que isso seja feito,
06:56nasce o programa Muralha Paulista,
06:58que tem lá 18 focos.
07:00Então, hoje está num decreto.
07:01Ele não só tem 18 objetivos,
07:0418 indicadores,
07:06como ele me autoriza hoje
07:07a dividir essas informações com as prefeituras,
07:10o que não existia antes.
07:12Porque eu tenho que pensar,
07:15a figura do guardião envolve o policial militar,
07:18que é do Estado,
07:19envolve o guarda municipal,
07:20que é do município.
07:20Eu não posso, do ponto de vista gestor,
07:23dizer que são duas coisas diferentes.
07:25Mas conseguir fazer isso funcionar
07:28é um desafio...
07:29Que é um processo que você...
07:31O processo que você está descrevendo
07:33é o oposto
07:34ao processo que é vendido hoje
07:37pelo governo federal,
07:39é como sendo o caminho, né?
07:41Que é a centralização
07:43do controle das polícias
07:45do governo federal.
07:46O que você está...
07:47Preciso.
07:47...dai é justamente o oposto.
07:49Exatamente isso.
07:49Agora, eu vou aproveitar
07:51que você falou aqui
07:52da pesquisa do professor.
07:53Professor,
07:55o que que o seu trabalho...
07:57O seu trabalho foi feito primeiro
07:58no Paraná, não é isso?
08:00Isso.
08:00E agora em São Paulo.
08:02O que que o seu trabalho mostra
08:04sobre a motivação dos criminosos
08:07e sobre a chance de sucesso deles?
08:12Então, vamos lá.
08:14Lembrando para o nosso público
08:16super qualificado
08:17que os custos são
08:19a probabilidade de ser preso, né?
08:23E aí a probabilidade de ser preso
08:24em São Paulo é alta.
08:2680% é a chance de sucesso.
08:28Mas os outros estados que eu fiz,
08:31o Paraná, Rio Grande do Sul
08:32e outros que eu não consegui
08:34a estatística representativa,
08:35mas esses outros dois eu conseguia
08:37e eu pude publicá-los,
08:4095% e 98% de chance de sucesso.
08:43Então, São Paulo,
08:44as Forças de Segurança Pública
08:46do Estado de São Paulo
08:47estão de parabéns,
08:48porque é igual foi colocado
08:49aqui na mesa com muita pertinência.
08:51Nós não temos como recursos
08:53para colocar um policial
08:55em cada esquina, né?
08:57Só para escalecer,
08:58quando um criminoso
08:59tem 98% de chance de sucesso,
09:01isso significa o seguinte,
09:03ele comete crimes impunemente,
09:06ele quase nunca é preso.
09:07Exatamente.
09:07Então, essa é a probabilidade.
09:08Depois vem a intensidade da pena.
09:10Inclusive, né?
09:11O Coronel Streifinger,
09:12parabéns aí, né?
09:14Nós, inclusive,
09:14muita ideia dele também, né?
09:17A gente perguntou para o preso
09:18definir a pena,
09:20que agora sai um tal
09:21de pena justa aí, né?
09:22Então, muitos dos presos,
09:24quase metade,
09:25falaram que a pena estava...
09:28Ele sabe o que ele fez
09:29de mal para a sociedade.
09:30Então, enquanto o preso
09:31está falando alguma coisa
09:33lá no chão de fábrica,
09:35lá, digamos assim,
09:36alguns políticos
09:39e os especialistas
09:41de segurança pública
09:42estão falando coisas
09:43totalmente viesadas
09:44que não têm sintonia
09:45com o mundo do crime.
09:47Deixa eu só ver
09:47se eu entendi esse ponto.
09:48O senhor está me dizendo o seguinte,
09:49quando o senhor
09:50pergunta ao preso
09:52usando mecanismos
09:55para garantir
09:57que o preso
09:57está falando a verdade
09:59e não está
10:00criando uma narrativa qualquer,
10:02quando ele tem essa oportunidade,
10:03ele reconhece
10:04que a pena que ele recebeu,
10:06que setores do nosso Estado
10:08dizem que é excessiva,
10:10o preso diz,
10:11não, eu mereço a pena
10:12pelo crime que eu cometi.
10:13Mota, perfeito.
10:15O nosso público qualificado,
10:17olha, eu fico achando
10:18os resultados,
10:19os primeiros estudos
10:20há 20 anos,
10:2126 anos atrás,
10:22eu falei,
10:22será que eu estou errado?
10:23Aí eu repliquei
10:24em outros estados
10:25e vi que estava batendo
10:26as coisas de norte a sul,
10:27leste a oeste.
10:29Nós fizemos também
10:29no Acre,
10:30só com mulheres.
10:31Então, a probabilidade
10:32de ser preso
10:33é muito alta.
10:34Infelizmente,
10:35a gente tem muito delinquente
10:36aí na rua.
10:37A intensidade da pena
10:38praticamente não existe.
10:40Não existe,
10:41porque é um,
10:41só um pouquinho,
10:42é uma porta giratória.
10:45O custo do preço
10:46é muito baixo.
10:47O benefício,
10:48para quase a totalidade
10:50dos presos
10:51que responderam,
10:51estão menores,
10:52os benefícios estão maiores
10:54do que os custos do crime.
10:57A pessoa recebendo,
10:58em média,
10:59em média,
11:0046.373 reais,
11:02inclusive,
11:02o pessoal até brincou
11:03depois do seu programa,
11:04que é o primeiro,
11:05professor,
11:06para onde que eu mando
11:06o currículo, né?
11:07Brincando, naturalmente,
11:08porque as pessoas
11:09têm travas morais.
11:10Isso é importante que se diga.
11:11Aqui, todos na mesa,
11:12todos na mesa,
11:14eles têm política de Estado
11:15como condição sine qua non
11:16para que a pessoa
11:17não migue para o crime,
11:18qual seja.
11:19Família,
11:20escola e religião.
11:21Essas travas morais
11:22estão muito fragilizadas.
11:24Então,
11:24o custo de oportunidade
11:25e a operação
11:25são muito baixos.
11:27E a perda moral.
11:28Então,
11:28quando a gente
11:28pergunta para eles
11:29o que ele mais sentiu
11:31ao ser preso
11:32quando a casa caiu,
11:33que aí,
11:34foi muito bem dito,
11:35a maioria
11:36por ação efetiva
11:38da polícia, né?
11:39O quadro
11:40das Forças de Segurança
11:41Pública
11:41do Estado de São Paulo
11:42é muito efetivo, né?
11:44É muito efetivo
11:45vis-à-vis
11:47outros estados.
11:48Ele consegue
11:49prender muito mais.
11:50Só que
11:50prender é uma coisa.
11:51Aí depois
11:52vai em uma audiência
11:53de custódia,
11:54vai não sei o quê,
11:55é solto,
11:55então fica enxugando o gelo.
11:57E quando a gente
11:58pergunta
11:58a coisa que o preso
12:00mais sentiu,
12:01a perda moral.
12:02Uma distância
12:03cavalar,
12:04entrem
12:04nas estatísticas
12:05do artigo,
12:06vocês vão ver,
12:07quase 60%.
12:08Aí depois
12:08a questão
12:11da intensidade
12:11da pena, né?
12:13Porque não tem
12:14intensidade da pena
12:15e outras coisas mais.
12:16Então,
12:16ele está preocupado
12:17ainda com a perda moral
12:18dele,
12:18com a reputação.
12:19Por quê?
12:19A chance de ser preso
12:20é muito baixa
12:22e a intensidade da pena
12:23praticamente não existe.
12:24E aí eu volto a dizer,
12:26aqui ninguém
12:27está falando
12:28que preso
12:29é bandido
12:30bom,
12:30é bandido
12:31morto,
12:31no sentido
12:32ípsis liter
12:32da palavra,
12:33e muito menos
12:34que bandido
12:34é vítima
12:35da sociedade.
12:36O que a gente
12:36fala aqui,
12:37a lei de execução
12:38penal não exclui
12:39a dignidade humana,
12:40mas ela tem
12:41que ser
12:41executada
12:42para que essa
12:42pessoa
12:43seja dissuadida
12:45a cometer o crime.
12:46E não é
12:47aquilo que a gente
12:47está vendo.
12:48Efetivamente,
12:49com esses presos
12:50que representam
12:51a população,
12:52a maior população
12:53carcerária do Brasil
12:54está aqui.
12:55Então,
12:55a história
12:56que os próprios
12:57presos
12:58contam é,
13:00eu fui para o crime
13:01porque eu ganho
13:03muito dinheiro,
13:04a chance de eu ser preso
13:06é pequena,
13:07e se eu for preso
13:08eu fico pouco tempo
13:09na cadeia.
13:09E, exatamente,
13:10e dessa vez,
13:12graças aos brainstorming
13:15que nós fizemos
13:15junto com o pessoal
13:16do INSPER,
13:17também tem a Luciana
13:18e o Eng
13:18lá,
13:19o INSPER
13:21sensacional,
13:22a SAP
13:23e também
13:24o CICC,
13:25dessa vez nós
13:26perguntamos para eles
13:27quais seriam
13:28as políticas de Estado
13:29para eles não irem
13:30para o mundo do crime,
13:31mais educação,
13:32emprego com remuneração
13:33próxima desse valor,
13:35não é brincando,
13:36mas é seriedade.
13:37Subiu o salário mínimo
13:38para 46 mil reais.
13:40Uma coisa desse gênio,
13:41mas dessa vez
13:42nós perguntamos
13:43qual seria a punição crível
13:45no sentido
13:47de fazer
13:48com que ele não fosse
13:49para o mundo do crime
13:50de forma espontânea
13:51e de forma induzida.
13:52Aí surgiram
13:53de forma espontânea
13:55e induzida
13:56a mesma classificação.
13:58Pena de morte,
13:59que é em primeiro lugar,
14:01no empate técnico,
14:02porque tem 5%
14:03de margem de erro aí,
14:04com prisão perpétua.
14:06E depois,
14:06ponta a ponta.
14:07E ponta a ponta,
14:08só para esclarecer
14:09para o nosso público,
14:10é aquela.
14:10Pegou 30 e 30.
14:11Não tem saidinha
14:12que eu acho
14:13que já deveria ter saído
14:14do mapa
14:14da lei de execução penal aí.
14:17Infelizmente,
14:18não tem semiaberto.
14:19Essas coisas todas
14:20e a gente tem que pensar
14:22em dissuadir
14:24essas pessoas.
14:25E eles mesmos
14:25estão falando
14:26a pena de morte,
14:27prisão perpétua
14:28e ponta a ponta.
14:30As três não existem
14:31em nossa Constituição.
14:33E os nossos...
14:34Eu até costumo falar
14:35isso nas apresentações,
14:36que é o esquema Lorde.
14:38Lorde é o seguinte,
14:40lógica,
14:41ló,
14:42da racionalidade
14:43do delinquente econômico.
14:44Aí eu faço
14:45um fluxograma,
14:46coloco essas características
14:48pujantes
14:49e coloco
14:49uma pessoa
14:50carregando
14:5046 mil
14:51373 reais.
14:53Aí a pessoa
14:53um dia me perguntou
14:54na palestra,
14:55por que você colocou
14:55Lorde, professor?
14:57Eu falei,
14:57por que esse sujeito
14:58aí de 46 mil
15:00373 reais aí
15:02é até
15:03pra você fazer
15:05o enfrentamento
15:06com muita política
15:07pública,
15:09política efetiva,
15:10você consegue.
15:11O problema
15:11é o Lorde,
15:13é aquele que está
15:13vestido de terno
15:15lá em Brasília
15:16ou então
15:16nas esferas públicas,
15:18municipais,
15:18estaduais,
15:19falando que
15:20o pobre,
15:22a pessoa preta,
15:23a pessoa assim,
15:24desempregada,
15:25está migrando pro crime,
15:26então tem que mexer
15:26com a distribuição
15:28de renda.
15:29Melhorou a distribuição
15:30de renda no Brasil
15:30em vários pontos
15:31e a criminalidade
15:32explodiu.
15:33Então o diagnóstico
15:34está errado,
15:35porque a forma
15:37de enfrentamento
15:37tem que ser
15:38de suas olhos também.
15:39Lógico que educação,
15:41família e religião
15:42é condição sine qua non.
15:44E é importante
15:45dizer o seguinte,
15:47os freios
15:48morais,
15:50eles atuam
15:52sobre a maioria
15:52das pessoas,
15:54você não precisa
15:54fazer política
15:55pública
15:56para estimular
15:57os freios morais
15:58como política
15:59de segurança,
16:00porque ele é
16:00um mecanismo natural.
16:01A política
16:02de controle
16:02do crime,
16:03política de segurança
16:03pública,
16:04é sobre aqueles
16:05sobre quais os freios
16:06morais
16:07não tiveram efeito.
16:08Isso é importantíssimo.
16:10Então não faz sentido
16:11o Estado
16:12querer substituir
16:13a família,
16:15a religião
16:16e principalmente
16:16boa parte dos estudos
16:18principalmente
16:20de perspectivas
16:21psicológicas
16:22ou mesmo aqueles
16:23que tentam avançar
16:24para ver relações
16:25de psicopatologias
16:26com crime,
16:27ninguém é conclusivo.
16:29Todos eles,
16:30a única conclusão
16:31possível é dizer
16:32que o que leva
16:33o indivíduo
16:34a não aceitar
16:35os freios morais
16:36ou então
16:36não se submeter
16:39às regras sociais
16:40é algo endógeno
16:43que é
16:43uma grande
16:45incerteza
16:46sobre o que
16:47exatamente
16:48estarta
16:50ou permite
16:51dois irmãos gêmeos
16:52que tiveram a mesma
16:53condição social
16:54seja
16:54sem nenhuma
16:57privação social
16:57ou com muita
16:58privação
16:59um se transforma
17:00num filantropo
17:01ou o outro
17:02quem fala muito bem
17:03isso é o
17:03Stanton Semino
17:04o livro dele
17:05A Mente Criminosa
17:06veja, a ciência
17:07a ciência
17:08ela é feita
17:08de verdades provisórias
17:10a verdade
17:10hoje
17:11no mundo da ciência
17:12o consenso
17:14é de que não há
17:15nenhum mecanismo
17:16confiável
17:17de evitar
17:18que alguém
17:19queira cometer
17:20o crime
17:20o único mecanismo
17:21confiável
17:23é
17:23uma vez
17:24que esse indivíduo
17:25existe
17:26é dissuadi-lo
17:27é criar uma ameaça
17:29para ele
17:29crível
17:30se ele
17:31cometer um crime
17:32olha o que vai
17:33acontecer com você
17:34e essa ameaça
17:35é um outro erro
17:37que eu vejo bastante
17:38aqui de alguns estudos
17:39agora mais recentes
17:41é de que ele diz o seguinte
17:42se você tiver
17:42um impacto
17:43política de trabalho
17:44aumento na renda média
17:45tem
17:46não amigos
17:46esse efeito
17:47só vai
17:48ele tem um efeito marginal
17:50porque ele só vai ter
17:52um efeito
17:53sobre o indivíduo
17:54que não se preocupa
17:56em cometer crime
17:56se a perspectiva
17:58da prisão
17:58for real
17:58se a perspectiva
18:00da prisão
18:00for real
18:01veja
18:01hoje ele sabe
18:02que ele consegue
18:0346 mil
18:03poderia ser
18:054 mil
18:06é que o incentivo
18:07é alto
18:08mas o incentivo
18:09mesmo sendo baixo
18:10ele ainda assim
18:11o motivaria
18:12para o crime
18:13se o custo
18:14se a probabilidade
18:15de prisão
18:15for pequena
18:16porque ele não tem
18:17esse freio moral
18:18é sempre vai ser mais fácil
18:19cometer um crime
18:20do que trabalhar
18:20então veja
18:22na medida que ele
18:23ele vai até
18:25se ele vai
18:27descobre que tem
18:2746 mil
18:28mesmo que você tenha
18:29um salário médio
18:30de 80 mil
18:31para ele
18:32continua sendo
18:33vantajoso
18:3346 mil
18:34porque qualquer
18:35outro
18:35mecanismo
18:37marginal
18:38como salário
18:40e efeito
18:40só vai conseguir
18:41gerar algum efeito
18:42um próprio nome
18:44diz
18:44é marginal
18:44se o efeito
18:46principal
18:47realmente
18:49está sendo
18:49produzido
18:50nesse momento
18:50que é ele temer
18:52a probabilidade
18:54de ser preso
18:55eu tenho
18:56um
18:57cabece
18:57dar
18:57um
18:58ele temer
18:59um
19:00um
19:01ele temer
19:02ele temer
19:03um
19:03carro
19:04sem
19:05de ter
19:06que é
19:07um
19:07ele temer
19:08um
19:09ele temer
19:09um
19:10efeito
19:10logo
19:11eu
19:12ele temer
19:13um
19:14efeito
19:14ele temer
19:15que é
19:17para o
19:17ele temer
19:18ele temer
19:19de ter