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Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo vai discutir a remoção de moradores da favela do Moinho, na zona oeste de São Paulo. De acordo com a associação que representa os moradores locais, o objetivo é "ampliar o diálogo sobre soluções de moradia para a comunidade do Moinho". O movimento é apoiado por parlamentares do PT e do PSOL, e faz uma convocação a autoridades tanto do governo federal, como o ministro das Cidades, Jader Filho, quanto do estadual, como o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth.

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Transcrição
00:00Vamos debater outro tema aqui, favela do Moinho.
00:04Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo
00:09vai discutir a remoção de moradores da favela do Moinho,
00:16localizada na zona oeste de São Paulo.
00:19De acordo com a associação que representa os moradores locais,
00:23o objetivo é ampliar o diálogo sobre soluções de moradia
00:29para a comunidade do Moinho.
00:31O movimento é apoiado por parlamentares do PT e do PSOL
00:35e faz uma convocação a autoridades,
00:39tanto do governo federal, como ministro das cidades, Jader Filho,
00:45quanto estadual, como vice-governador de São Paulo, Felício Ramut.
00:51Vamos começar com o político da mesa, que é o nosso delegado Palumbo.
00:55Bom, a Assembleia normalmente é um local onde se devem travar as discussões políticas,
01:00não é no judiciário, é no poder legislativo, justamente.
01:04Como você vê a questão, o acordo feito do governo federal e estadual
01:08para a remoção dos moradores da favela do Moinho,
01:12para lá a instalação de um parque,
01:14e da discussão sobre a forma como estão sendo removidas estas famílias.
01:19algumas reclamam que estão saindo sem uma destinação certa,
01:23o que romperia o acordo formulado.
01:26Qual a sua avaliação e como é que vai?
01:28Essa discussão, claro, pode, resolve, mas é uma discussão.
01:32É como você falou, né?
01:33Não vai resolver, mesmo porque toda desapropriação tem que ter uma decisão judicial.
01:39Os moradores ficam com raiva da polícia,
01:42acaba sobrando para a polícia,
01:44mas a polícia não vai lá e tira ninguém na forçada sem uma decisão judicial.
01:50Isso não existe.
01:51Um juiz deu uma determinação de desapropriação.
01:55E quem é que vai cumprir isso?
01:56O oficial de justiça amparado pela tropa de choque.
02:00Geralmente tem moradores lá que não estão satisfeitos,
02:02alguns já fizeram o acordo e já estão saindo.
02:05Ali tem um tráfico de drogas,
02:07mas 99% da população é gente de bem.
02:11Mas o tráfico não quer que ninguém saia.
02:12Afinal de contas, ali é um ponto que vende muita droga.
02:15Para quem não conhece essa comunidade,
02:18ela fica bem na área central de São Paulo,
02:20entre a Barra Funda, Bom Retiro, ali perto do centro,
02:24bem próximo do centro.
02:25É uma área que vende droga 24 horas por dia.
02:28Ressaltando mais uma vez que 99% dos moradores são pessoas de bem,
02:33mas que o tráfico tem certa influência sobre esses moradores.
02:36Afinal de contas, onde o Estado se mostra ausente,
02:39o traficante se mostra presente.
02:41Inclusive bancando algumas coisas que o Estado não dá.
02:45Como, por exemplo, remédio.
02:46É muito comum os traficantes aí bancarem parte da comunidade,
02:50acabam trazendo essas pessoas para si
02:52e depois eles acabam fomentando aí manifestações
02:55motivadas por essas pessoas aí que não querem sair de jeito nenhum.
02:59Quem vai decidir isso?
03:00No final das contas, não vai ser deputado estadual,
03:03vai ser a justiça.
03:04Você vai ou não dar uma determinação.
03:06Vai ficar a cargo, mais uma vez, do Poder Judiciário,
03:09que é o órgão competente para decidir se pode ou se não pode desapropriar.
03:13Pois é, o Paulo Lombo, a gente estava discutindo há pouco o caso
03:16daquele assassino da estudante na USP de Itaquera,
03:22que ele abordou por volta de dez e pouco da noite,
03:26essa moça que caminhava sozinha,
03:28a arrastou para o Matagal e a matou ali com requintes de perversidade.
03:31No mesmo dia, praticamente, que a imprensa cobria aquela tragédia,
03:38parece, a princípio, suspeita que o crime organizado
03:41tenha decidido sua execução num tribunal da morte.
03:44Como você vê essa questão?
03:46Você falou aqui dos grupos de traficantes que dominam a favela.
03:51Uma biqueira dessa deve dar de 500 mil a 1 milhão por semana
03:54de venda de drogas.
03:56Poder de corrupção muito grande e também de cooptação
03:59da população vulnerável.
04:02Como você vê esse estado paralelo que se instalou
04:05há muito tempo no Brasil, que é o crime organizado,
04:09com poder de corrupção, compra de armas,
04:13ações sociais para a captação daquela população.
04:17Como você vê uma forma de enfrentar isso?
04:19Eliminando, por exemplo, essas áreas,
04:23urbanizando essas áreas, dando moradias dignas
04:25a essa população.
04:26Só isso? O que mais seria necessário fazer?
04:29Olha, quanto a essa vítima, essa moça que perdeu a vida
04:32na mão de um assassino, num chorume da sociedade como esse,
04:35a gente lamenta demais.
04:37Agora, a morte deste criminoso, desse estuprador,
04:41eu não vou acender vela para a defunta.
04:43Ele está no lugar certo.
04:44Ele está lá no colo do capeta.
04:45Ele tem mais é que ficar na vala,
04:47se por mim ser enterrado de ponta cabeça.
04:49Mas, enfim, como que a gente acaba com isso?
04:52Com deputados e senadores pensando na ponta aqui embaixo,
04:55pensando em vítima e cidadão do bem.
04:57O bandido, eu fiquei na polícia mais de 20 anos,
05:0118 anos trabalhando em grupos de operações especiais.
05:04Eu conheço essa raça.
05:06Ele só entende duas linguagens.
05:08A primeira é cadeia, é jaula.
05:10Mas ele não fica preso.
05:11O juiz oferece cafezinho e casaquinho porque está frio.
05:15Ou então é vala se enfrentar à polícia.
05:17É assim que a gente vai combater.
05:19O bandido tem que temer a lei e temer a polícia.
05:22Ele tem que entender que, se ele sacar uma arma para um policial,
05:26ele vai tomar uma saraivada de bala.
05:29E com todo o respeito aos direitos humanos,
05:31deixa eles falando, deixa eles falando sozinho.
05:33Paciência, ouvidoria.
05:35A maioria da população não acende vela para criminoso.
05:38E eu também não vou acender.
05:40Mas a gente tem juiz que dá cafezinho para ladrão,
05:43dá casaquinho, aí está frio, quer um casaquinho.
05:45O que o ladrão pensa?
05:46Nossa, eu fui do poder judiciário.
05:48E o juiz me deu até café.
05:50E eu roubei, hein?
05:51Ah, vou matar.
05:52Quem sabe se eu matar ele me dá um McDonald's.
05:54É mais ou menos isso, Capês.
05:55Fica difícil, né?
05:56Ana Beatriz Hirsch.
05:58O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo.
06:03O país mais rico aí.
06:04O segundo país mais rico do hemisfério sul.
06:07Só perde para a Índia.
06:08Até bem, pouco tempo, era o mais rico do hemisfério sul.
06:10O mais rico da América Latina.
06:12E, no entanto, aqui, quase 17 milhões de pessoas vivem em favelas.
06:18Como fazer para retirar essas pessoas?
06:21Porque o que pode explicar essa lerdeza, essa leniência do Poder Executivo
06:28em agir ao longo de décadas para conferir essas pessoas moradias dignas,
06:34como manda a Constituição Federal?
06:37Olha, Capês, essa pergunta é difícil de ser respondida.
06:40Eu acho que, inclusive, existem muitos e muitos estudos tentando trazer um caminho
06:46para resolver este problema, que tomou proporções avassaladoras no nosso país.
06:51E eu não estou nem dizendo que a culpa é dos nossos governantes atuais,
06:55porque é um problema que muitos consideram já endêmico do Brasil.
06:58É algo que já vem há décadas acontecendo.
07:00E é um movimento que, infelizmente, acabou se tornando aquele vespeiro que ninguém quer mexer.
07:10Porque, de um lado, a gente tem essa questão que o Palumbo bem coloca,
07:16que diz respeito à ausência do Estado em determinadas localidades da sociedade,
07:21que dá margem para poderes paralelos.
07:23Ele falou do tráfico, eu trago ainda a milícia, em especial no Rio de Janeiro.
07:27E também a questão que, onde vamos colocar essas pessoas?
07:32De que forma nós vamos conseguir reacomodá-las num local que tenha condições?
07:40A gente vive uma superlotação.
07:42Veja que em São Paulo as pessoas estão comprando apartamentos de quase um milhão de reais
07:46por 25, 30 metros quadrados.
07:49Então, a gente vive, sim, um crescimento exagerado da população,
07:54um crescimento, não tem mais para onde as pessoas irem.
07:58E isso faz com que as pessoas não queiram deixar aquilo que elas construíram a duras penas.
08:03Porque tem mais essa.
08:05Ali, muitos podem dizer que não tem condições, onde já se viu, morar numa comunidade.
08:10Mas, para muitos, a comunidade é tudo o que eles têm.
08:13Absolutamente tudo.
08:14Então, para você tirá-los daquele espaço, aquele espaço que eles já se acostumaram,
08:18que eles estão acomodados, você precisa oferecer boas condições.
08:22Você precisa mostrar para eles que eles não precisam ter medo dos poderes paralelos
08:26se eles deixarem o local.
08:27E, infelizmente, governante nenhum consegue fazer isso.
08:31Pois é.
08:32E, às vezes, também eles estão localizados próximos ali ao trabalho,
08:35a algum tipo de atividade, não querem sair para serem transferidos para locais muito distantes.
08:42A verdade é essa.
08:43Muito bem.
08:44Já temos aí o link da Luciana Verdolim.
08:46Então, vamos continuar debatendo aqui.
08:52Guilherme Mendes, queria te ouvir.
08:53Não, Capês, eu acho que nesse caso, a retomada do território ali, onde hoje está a favela do Moinho,
09:00tem sido uma experiência exitosa.
09:01É um dos raros momentos em que todos os entes governamentais ali estão dialogando.
09:06Você tem a Prefeitura de São Paulo envolvida, você tem o governo do Estado diretamente envolvido,
09:11e também a União, porque o terreno onde se encontra grande parte da comunidade
09:17é um terreno da União por conta das vias férreas que ali passam.
09:21É claro que são mais de 800 famílias.
09:24Não é simples você remover pessoas que estão ali há 20, 30 anos.
09:27Essa comunidade é uma das mais antigas de São Paulo.
09:29Mas por estar em uma zona central, numa área em que, como o Paulo Rubem colocou,
09:37abastece de drogas ali aquela região toda que hoje o governo do Estado tenta revitalizar,
09:44que é a região da Cracolândia, muita da origem das drogas vem justamente dessa comunidade.
09:50Então, acho que faz parte desse esforço do governo do Estado,
09:53em primeiro, dar melhor condição para essas pessoas,
09:55mas, sobretudo, fazer uma nova, um repaginar daquela área que é central.
10:01Nós estamos falando ali de uma área que está a um quilômetro e meio do marco zero da cidade.
10:05Então, é uma área muito central, é a última comunidade dentro da cidade de São Paulo,
10:12numa área tão próxima ao centro, dentro do centro da cidade de São Paulo,
10:16e que não é simples.
10:17Mas me parece que a grande maioria das famílias está aceitando as propostas,
10:21vai sair de uma forma voluntária, vai sair de uma forma pacífica,
10:24e é claro que tem aqueles que são mais apegados, que vão querer, como a Ana bem falou,
10:29tentar preservar ali o seu patrimônio e meio aliado no decorrer dos anos.
10:33Mas imagino que a forma como está sendo conduzida,
10:35tanto por parte da polícia, que não tem agido de uma forma truculenta,
10:39como a gente vê, às vezes, em algumas reintegrações de postes,
10:42e o poder público com assistência social, com os programas de moradia,
10:46eu acho que eu faço fé e faço voto de que o desfecho dessa comunidade
10:52seja o mais pacífico e o mais breve possível, não é?
10:55Muito bem.

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