José Luiz Pimenta Júnior, diretor de relações governamentais e comércio internacional da BMJ Consultoria, analisou os caminhos da economia chinesa diante do enfraquecimento da demanda global e das tarifas dos EUA. Um panorama estratégico sobre consumo interno e novas parcerias comerciais.
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NotíciasTranscrição
00:00E sobre essa relação entre China e Estados Unidos, eu tenho o prazer de conversar com José Luiz Pimenta Jr.,
00:07diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional na BMJ Consultoria.
00:13Pimenta, é sempre um prazer te receber aqui.
00:15Claro que agora a gente está olhando por um terreno meio pantanoso, uma nuvem cinzenta aí,
00:20porque os dados daqui para frente passam a ser bastante nebulosos.
00:25Mas pela tua experiência, pela tua leitura, o que está por vir?
00:30A China marcou um primeiro trimestre de 2025 um pouquinho acima do planejado, do esperado, do anunciado.
00:39Ok, chama atenção, mas não é assim surpreendente.
00:42Daqui para frente, a gente tem uma perspectiva.
00:45E o Jeremy Powell, de novo, escolheu palavras, mas para sinalizar.
00:48Olha, pode ter inflação, pode ter uma mudança na política de juros,
00:52pode ter um consumo menor da classe média americana.
00:56Como é que vai ser daqui para frente a economia interna na China, no teu faro,
01:01para depois a gente falar de um cenário mais macro?
01:04Boa noite mais uma vez.
01:07Boa noite, Marcelo.
01:08Boa noite a todos que nos escutam, que estão aqui conosco.
01:12Não dá para avaliar ainda o que vai ser 2025 para a China,
01:17tendo em vista esse resultado inicial do PIB.
01:21Enfim, quando a gente olha para esse resultado,
01:25reflete muito uma dinâmica ocorrida,
01:27ainda que puxa do rescaldo de 2024
01:30até o início, vamos dizer assim, da política comercial do Trump,
01:36do aumento tarifário.
01:38Então, é complicado a gente colocar isso como algo que vai reverberar ao longo do ano.
01:47A gente sabe que vai haver um impacto.
01:50É uma corrente de comércio na casa dos seus 500, 600 bilhões de dólares,
01:54em média, nos últimos anos.
01:58Os Estados Unidos são,
02:00estão entre os top 5, principais compradores de produtos chineses,
02:05sobretudo os de médio e alto valor agregado.
02:07Então, a China, por mais que diga que tenha outras fontes de diversificação,
02:13sempre se pautou nesses últimos anos, sim,
02:15no crescimento da economia norte-americana
02:17para pulverizar as suas exportações.
02:20E, a partir daí,
02:21foi uma mudança dos últimos anos do governo chinês,
02:26do Partido Comunista,
02:27das frentes do Partido Comunista, dos líderes,
02:29de também se voltarem para o consumo interno.
02:33Então, o desenvolvimento de uma classe média mais forte,
02:35mais pujante, até pelas turbulências econômicas que passaram.
02:39Então, fortes programas de subsídios em alguns setores,
02:43setores agrícolas, setores de construção civil,
02:46fortalecimento de algumas províncias específicas,
02:48e também termos subsídios.
02:50Então, há todo um plano, vamos dizer assim,
02:53para fortalecimento da classe média,
02:55em curso.
02:56E, agora, com o que o Trump tem feito,
03:00e com o alvo mais claro e impossível que a China,
03:04a China começa a procurar também novos parceiros,
03:08ou parceiros antigos,
03:10mas que podem ser dinamizados em termos de comércio,
03:13para que esses produtos também cheguem lá.
03:16Aí vai ser uma via de mão dupla.
03:18Esses países, no caso o Brasil é um deles,
03:21já estão negociando com a China,
03:23por exemplo, suprimentos agrícolas, produtos agrícolas.
03:26Essas devem ter visto as reuniões,
03:28sendo reverberado na imprensa,
03:30as reuniões bilaterais em relação a isso.
03:32Mas isso é uma outra história.
03:33O ponto é, a partir da perspectiva chinesa,
03:38especificamente,
03:39há sim uma preocupação com o que aconteceu nos Estados Unidos,
03:43com essa possível retração econômica nos Estados Unidos,
03:46aumento tarifário,
03:48e, em vista disso, dois movimentos.
03:50O primeiro, fortalecimento da classe média,
03:53e do consumo interno,
03:55dois, busca por parceiros e novos destinos comerciais.
04:00Agora, Pimenta, eu coloquei aqui em perspectiva os números,
04:05que eles são públicos,
04:06mas eles se tornam extraordinários
04:08quando a gente põe em comparação
04:11o que foi o crescimento anual do PIB,
04:14em porcentagem, da China com o mundo.
04:17Nas barras vermelhas, a gente tem a China,
04:18o resto do mundo em azul,
04:21pós-pandemia, que na pandemia teve um decréscimo do PIB mundial,
04:25e a China cresceu menos, mas não recuou.
04:29E depois, uma retomada.
04:31Agora, esta tendência pode vir a ser mais baixa,
04:35porque interpretar a China é olhar muito os gestos,
04:41não só as declarações.
04:42Xi Jinping raramente sai da China.
04:45Quando ele sai é porque é uma coisa grande,
04:46está fazendo um tour pelo Sudeste Asiático,
04:49onde a China tem uma enorme área de influência
04:51e pode terceirizar,
04:54quarteirizar, talvez, as exportações para os Estados Unidos.
04:56Via Vietnã, Via Laos, Camboja, Mianmar,
05:00Tailândia, Indonésia.
05:03Agora, olhando para esse crescimento de PIB,
05:05você falou, né?
05:07Um crescimento da classe média chinesa.
05:10Pode ser impactado por esse tarifácio?
05:12Olhando esse cenário aqui,
05:14a gente ainda pode ter uma perspectiva de barras,
05:17talvez menores para a China
05:19e ainda menores para o resto do mundo,
05:22por causa desse tarifácio aí?
05:23É interessante fazer análise gráfica, né, Marcelo?
05:28Se você olhar aí,
05:30você vê que há quase uma correlação,
05:32isso dá causa e efeito,
05:34é um pouquinho mais complicado.
05:35Há quase uma correlação,
05:37sempre que o PIB chinês cresce,
05:38o PIB mundial também cresce.
05:40E por que isso?
05:42Não à toa é o país,
05:44população global,
05:45que tem puxado o crescimento,
05:48sobretudo em termos de comércio de commodities,
05:50em termos de importação,
05:53o caso do Brasil é clássico,
05:55sobretudo na década passada,
05:57superávites expressivos do comércio exterior brasileiro
06:02e compras expressivas, por sua vez,
06:04de produtos agrícolas da China.
06:07E no caso industrializado,
06:10uma exportação expressiva da China
06:12vis-à-vis o resto do mundo,
06:14o que gera e acumula superávit para a China
06:17e crescimento econômico também.
06:19Então, essa correlação é interessante da gente observar.
06:22Respondendo a sua pergunta,
06:24é possível?
06:25É possível porque,
06:27sobretudo naqueles setores de mão de obra intensiva,
06:31nós sabemos que a parte de construção civil,
06:34a manufatura ainda,
06:36utiliza em alguns setores mão de obra intensiva,
06:41embora tenha crescido cada vez mais automação e robótica
06:45nas fábricas chinesas, sobretudo máquinas,
06:48equipamentos, automotivos, entre outros,
06:51mas não dá para desprezar,
06:53menosprezar toda a faixa populacional chinesa
06:57que trabalha ainda com manufatura
06:59e que, obviamente, tem ali,
07:01está naquele perfil médio,
07:04que é justamente um dos altos
07:07que o governo tem visto para impulsionar.
07:09Se houver queda da demanda mundial
07:11para esses produtos,
07:13obviamente que você pode ter a tendência
07:16que haja um risco para essa população,
07:20sim,
07:20tipos de impacto.
07:21O que o governo vai fazer em relação a isso
07:24é uma hipótese,
07:25mas, como a gente conhece bem
07:28o termo capitalismo de Estado,
07:30o governo já está intervindo
07:31para suprir qualquer choque
07:33nesse tipo de classe,
07:35de consumidor e de classe produtiva.
07:39Agora, Pimenta,
07:39último favor,
07:40mantém o seu celular ligado,
07:42porque ele vai tocar muito
07:43com mais pedidos desses de esclarecimento,
07:46porque essa novela já avançou,
07:48mas talvez a gente ainda esteja
07:49no trecho inicial dessa narrativa,
07:53porque ainda tem mais, pelo menos,
07:54pouco menos de quatro anos de governo Trump.
07:56Vamos ver o que vem por aí.
07:58Obrigado pelos esclarecimentos de sempre.
08:00Agradeço aqui José Luiz Pimenta Jr.,
08:02diretor de Relações Governamentais
08:03e Comércio Internacional na BMG.
08:06Consultoria sempre nos atende muito bem.
08:08Até a próxima, Pimenta.
08:10Obrigado mais uma vez.