Felipe Jordy, gerente de inteligência da Biond Agro, explicou como o conflito comercial entre EUA e China impulsionou a demanda por soja e carne brasileiras. Ele destacou oportunidades para o agro, mas alertou para riscos como a dependência excessiva da China e a volatilidade global.
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NotíciasTranscrição
00:00Como a gente já destacou, a guerra comercial entre Estados Unidos e China pode abrir uma
00:11janela de oportunidade para o agronegócio brasileiro.
00:14O aumento na demanda por soja e carne está entre os possíveis benefícios, mas o cenário
00:19também traz riscos, como a volatilidade cambial e a desaceleração da economia global.
00:24Para entender melhor esses impactos e oportunidades, a gente conversa agora com o Felipe Jordi,
00:29que é gerente de inteligência e estratégia da Beyond Agro.
00:32Bom dia para você, Felipe. Seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:36Bom dia, Marcelo. Eu que agradeço o convite.
00:40Felipe, quais são os primeiros reflexos que o agronegócio brasileiro já sente com essa nova etapa da guerra comercial?
00:48Marcelo, o primeiro reflexo, na verdade, é um sentimento semelhante ao que aconteceu em 2018.
00:55Isso gera uma especulação muito forte no mercado, porque se remetermos ao que efetivamente aconteceu na guerra comercial de 2018,
01:07foi um momento sensacional aqui, principalmente para o agronegócio brasileiro,
01:12que foi pensando nos grãos, especificamente na soja e no milho,
01:16onde tivemos uma disparada de preços enormes.
01:21Então, refrescando essa nova guerra comercial agora, pensando na ótica do campo,
01:28o primeiro sentimento que vem é o saudosismo.
01:32Olha, uma nova guerra comercial vai trazer preços altos novamente,
01:37mas a história não é bem essa, tá, Marcelo?
01:39A gente viu notícias recentes de que a China já tinha comprado mais soja do Brasil do que ela costumava comprar
01:46e que também tem produtores de soja nos Estados Unidos preocupados em ir à falência.
01:51Você sente esses reflexos na negociação diária aqui no Brasil?
01:55Sim, Marcelo. Desde o início da guerra comercial, vamos remeter desde a época da eleição do presidente norte-americano,
02:03Donald Trump, desde o seu atentado sofrido no ano anterior, meados,
02:09de outubro, quando suas chances de vitória foram às alturas,
02:14a China começou a tomar cada vez mais cargos aqui do Brasil, principalmente da soja.
02:20Isso foi intensificado principalmente na última semana,
02:24com aí 145% de taxa dos Estados Unidos contra a China
02:28e 125% de reciprocidade da China para os Estados Unidos.
02:32Somente na semana passada, Marcelo, 40 navios foram vendidos para a China,
02:38totalizando aproximadamente 2,5 milhões de toneladas em apenas uma semana.
02:45Isso, pensando aqui no Brasil, tem ajudado a movimentar.
02:49Ao mesmo tempo, olhando para os Estados Unidos,
02:52e aí vamos lembrar o que aconteceu em 2018,
02:56com a guerra comercial naqueles anos nos Estados Unidos que exportavam aproximadamente
03:0531, 32 milhões de toneladas somente para...
03:13Isso gerou ao obrigado governo dos Estados Unidos a subsidiar esse produtor que foi impactado.
03:21Esse subsídio em um momento que hoje a economia norte-americana não vem de vento em polpa
03:28é um risco não somente para o produtor norte-americano,
03:32mas para toda a economia dos Estados Unidos, Marcelo.
03:37Agora, você acha que o Brasil pode, de fato, ganhar mais espaço de forma permanente,
03:43de forma sustentável, como fornecedor de soja e carne para a China?
03:52Olha, Marcelo, se a gente olha hoje, principalmente desde 2018,
03:56o Brasil consolidou-se como o maior supridor, principalmente, da soja para a China.
04:03Lembrando que, desde 2018, os Estados Unidos mudou a sua cadeia,
04:07ele começou a querer ficar cada vez menos dependente das exportações,
04:13lembrando que a maior pouca do planeta é a China.
04:18Se a gente olha a carne bovina por questões culturais,
04:22é um mercado que está em ascensão, logicamente, à China,
04:25mas o carro-chefe das exportações sempre serão os grãos,
04:29pelo menos por agora e por um futuro breve.
04:32Hoje, dado que o Brasil já é consolidado,
04:36a gente tem as duas faces da moeda.
04:39Um, eu tenho um excelente parceiro comercial que me vem demandando
04:45e que agora pode demandar ainda mais caso essa guerra comercial dure por mais tempo,
04:52ao mesmo tempo que eu tenho a outra face que não é muito interessante.
04:57Olha, eu concentro todos os meus ovos em uma única cesta.
05:01Portanto, a China, cada vez mais, pode ter um poder de barganha sobre o Brasil.
05:08Caso aconteça qualquer gargalo na China,
05:12diretamente impactará a nós aqui no Brasil.
05:16Então, você tem, de um lado, super benéfico,
05:19um parceiro comercial super relevante,
05:23e, de um outro lado, não tão benéfico assim,
05:25uma alta dependência somente a um destino.
05:28O que vem a provocação, principalmente para a política aqui do Brasil,
05:33do agro como um todo,
05:36por que não seguirmos os passos dos Estados Unidos,
05:40de começar a, logicamente, desenvolver uma indústria mais forte aqui no Brasil
05:45e começar a ter uma demanda interna cada vez maior, Marcelo?
05:50É, mas no curto prazo, como você falou, tem sido bom, principalmente para quem exporta grãos e carne.
05:56Agora, existem setores dentro do agro que podem ser afetados mais negativamente
06:01com esse cenário que a gente vive hoje?
06:04Olha, se a gente olhar no contexto atual, especificamente não,
06:10porque, mais uma vez, a China é o maior parceiro comercial de commodities agrícolas aqui do Brasil.
06:15Se a gente olha para os Estados Unidos, nós fomos sobretarifados em 10%,
06:21é uma participação irrisória que nós temos hoje nesse mercado.
06:25Afinal, em balança comercial Estados Unidos e Brasil,
06:29nós importamos muito mais dos Estados Unidos do que exportamos para lá.
06:34Então, nesse primeiro contexto, Marcelo, não há um risco para o agronegócio brasileiro.
06:40O que nós, sim, precisamos pautar aqui é que, olha, gente,
06:45o que aconteceu em 2018 não deve se repetir agora.
06:49Mais uma vez, porque o Brasil consolidou-se no ranking número um,
06:55principalmente das suas exportações para a China.
06:58Ao mesmo tempo, Marcelo, é importante olhar,
07:02e, mais uma vez, eu vou direcionar essa análise para a soja,
07:06que a safra atual, a 24, 25,
07:09a China já está tomada do seu programa de importação
07:13de aproximadamente 110 milhões de toneladas, mais de 70%.
07:17Então, oportunidades devem surgir somente para a safra futura.
07:23Logicamente, vai ser uma demanda, como nós somos habituados
07:29em chamar mais a mão para a boca, que deve acontecer e movimentar,
07:34mas não é que vai pegar um prêmio que hoje no Porto,
07:38como referência para a Naguá, está de um dólar por saca
07:43e vai trazer isso para dois, três dólares, como foi em 2018.
07:49Então, temos oportunidade, mas não devemos esperar
07:57um cenário semelhante ao que aconteceu em 2018.
08:01Está certo.
08:02Felipe Jordi, gerente de inteligência e estratégia da Beyond Agro.
08:06Muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time.
08:09Bom dia para você.
08:11Muito obrigado, Marcelo.
08:13Tchau, tchau.
08:13Tchau.