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  • 14/04/2025
A COP30 chega com o planeta já acima de 1,5 °C, em um cenário de recessão, tensões geopolíticas e desafios climáticos. Marina Grossi, presidente do CEBDS e colunista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, analisou o papel do Brasil como potência limpa e os trilhões necessários para viabilizar a transição sustentável.

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Transcrição
00:00O governo de Donald Trump e o seu tarifaço também representam um desafio para o combate às mudanças climáticas.
00:07Em novembro deste ano, o Brasil vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP30, em Belém.
00:14E essa edição tem vários simbolismos e desafios.
00:18Será a primeira COP após a constatação de que o planeta já atingiu 1,5 grau de aumento na temperatura média.
00:25Isso foi em 2024.
00:25São 10 anos desde a assinatura do Acordo Climático de Paris, os Estados Unidos de Donald Trump saíram do acordo.
00:33E com ele no governo da maior potência do planeta, o multilateralismo, mais uma vez, é colocado em xeque.
00:41E o planeta vive um momento de grande incerteza econômica e de tensão geopolítica.
00:46Sobre esses temas, eu converso agora com a Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, CBDS.
00:55Marina, boa tarde, tudo bem?
00:57Boa tarde, Fábio. Um prazer estar aqui com vocês.
00:59Prazer é nosso. Obrigado pela visita, por comparecer aqui ao nosso estúdio.
01:03Marina, queria começar por esse ponto.
01:05A gente tem um ano com uma perspectiva grande de recessão econômica, começando pelos Estados Unidos,
01:11eventualmente se espalhando por outros países também.
01:13Temos também a perspectiva de mais gastos militares na Europa, por toda a tensão com a Rússia, pela falta de assistência americana naquele contexto.
01:22Com crise econômica, ou pelo menos uma freada econômica à vista.
01:27Com dinheiro sendo direcionado para gastos militares.
01:31Fica mais difícil pensar em recursos para combater, para enfrentar, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas?
01:39Sem dúvida, a gente está num momento de transição, de turbulência e de polarização.
01:47E claro que tudo isso dificulta.
01:49Mas a saída dos Estados Unidos já aconteceu uma outra vez e na política não existe vazio.
01:55Donald Trump, no seu primeiro mandato, saiu também do Acordo de Paris.
01:58E em seguida a China substituiu, como está fazendo agora.
02:03Não tem esse espaço vazio, então China, União Europeia, todos estão se recolocando nessa arena desse multilateralismo.
02:12Mas é claro que os Estados Unidos são o segundo grande emissor do mundo.
02:16A saída deles tem um baque, inclusive pelas instituições do multilateralismo.
02:21Então, ficou maior ainda a tarefa para o Brasil de estar mantendo chama acesa de mantermos a ambição de chegarmos no máximo a 1,5 graus.
02:31E você mesmo, Fábio, estava dizendo que só no ano passado, o ano mais quente que a gente já viveu,
02:37a gente já superou esse 1,5 por alguns períodos.
02:42Então, sem dúvida o desafio é grande, mas a gente vê essa recolocação acontecendo dos vários agentes.
02:50Porque o que acontece é que a ciência é muito clara.
02:54A gente está diante do maior desafio que a humanidade tem.
02:57A gente tem ninguém...
02:59Eu estou nessa jornada há um bom tempo, desde o 97, e antes se falava
03:04Ah, isso aí, será que a ciência falou e é verdade isso?
03:08Será que tem a ver com o modelo de desenvolvimento?
03:10Será que é um gasto extra?
03:12Mas hoje o que se vê, e eu faço parte de alguns boards, inclusive alguns que fazem muitas pesquisas,
03:18é que as pessoas, os consumidores, as empresas, elas investem em inovação voltada para descarbonização,
03:26para você emitir menos.
03:28Está ficando mais caro você emitir, então já tem vários países, vários estados que taxam
03:34ou põem o mercado de carbono, então você tem crédito de carbono precificando o principal fator de emissão,
03:40que é o CO2.
03:41Então, os movimentos são maiores do que o ruído, mas é claro que o desafio para a gente é muito grande.
03:49É a saída dos Estados Unidos e o mundo vivendo uma geopolítica diferente.
03:55Mas eu acho que a gente, como tem a sabedoria, a diplomacia brasileira, e eu acho que o país tem que olhar isso,
04:01a gente tem que ver onde é que a gente se encaixa nisso,
04:04porque a nossa vantagem em relação ao resto do mundo é muito grande.
04:07Nós somos um país eminentemente limpo, então os outros países estão pensando em chegar em uma matriz mais limpa,
04:14a gente já está lá, a gente, a nossa matriz elétrica é quase 90% renovável,
04:19a nossa matriz de energia é quase 50% renovável,
04:24então a gente já está onde muitos países querem estar, em 45%, por exemplo.
04:29Então, a nossa posição é de vantagem, a gente tem uma grande biodiversidade,
04:33maior floresta tropical, então a gente também tem soluções.
04:38Nós somos um país de soluções para isso.
04:41Então, eu fico muito feliz que a COP esteja acontecendo no Brasil, que é um país de soluções.
04:46Afinal, a gente está vindo de três COPs em países, grandes emissores de petróleo, com poucas soluções.
04:53Em geral, eles teriam problemas, eles não têm tantas soluções como o Brasil tem.
04:57Agora, como viabilizar o financiamento climático num momento como esse que a gente está vivendo?
05:04Tem vários esforços já sendo colocados, então eu acho que tem um papel dos bancos multilatorais,
05:10dos bancos de desenvolvimento, então a gente tem no Brasil, por exemplo, o BNDES,
05:14mas tem também o Banco dos BRICS que está fazendo isso, tem o Banco Mundial, tem o BID,
05:19tem várias instituições financeiras, os nossos próprios bancos, que estão vendo de que maneira
05:24que eles conseguem estar redirecionando esforços para isso.
05:28Eu acho que tudo tem que passar, finanças, sem dúvida, tem um papel fundamental.
05:33Foi dito na última COP que era necessário 1,3 trilhões, 1 trilhão e 300 milhões era necessário todo ano
05:42e a gente acabou dizendo que seriam 300 milhões para os países em desenvolvimento,
05:47então você vê que tem um gap muito grande, uma lacuna muito grande entre o que é necessário e o que tem disponível.
05:53Mas a gente está na década de implementação, então eu também analiso tudo isso com esse foco,
06:00porque uma coisa é quando você fala, a outra coisa é quando você faz.
06:04Então, o que eu vejo das nossas empresas, o Cebedes tem 120 grandes empresas, cerca de 50% do PIB,
06:11ninguém deixou de desinvestir no que estava investindo em relação à descarbonização,
06:15em relação à sustentabilidade, inclusão social.
06:18Então, você tem um movimento que continua sendo feito, mas existem dificuldades,
06:23porque já não é mais falar.
06:25Antes era falar, eu estou assumindo o compromisso de emissão líquida zero até 2050,
06:30o chamado Net Zero até 2050.
06:32Agora, como é que você chega lá?
06:34Então, é da teoria para a prática, são ações concretas.
06:37E eu diria que o nosso desafio é muito de ver como é que a gente faz para alavancar iniciativas
06:44que estão em curso, que já existem, mas que precisam ser escalonadas,
06:48precisam ganhar volume, precisam ter impactos na sociedade e responder aos desafios que a gente está vivendo.
06:54Sobre esse ponto, a gente tem visto, de novo voltando a Trump,
06:57porque ele pauta muito do que a gente discute hoje, inclusive nessa seara ambiental,
07:02mas os movimentos dele contra certas políticas corporativas têm feito algumas empresas
07:09tirarem, por exemplo, investimentos de diversidade, equidade e inclusão.
07:13Isso vem acontecendo lá e em outros países também.
07:16Isso se aplica também à esfera da sustentabilidade, à esfera ambiental.
07:20As empresas estão com mais medo de adotarem políticas verdes, transição energética,
07:26tudo que caiba nessa seara e que possa eventualmente ser encaixado como algo que o presidente americano,
07:32que o governo americano está combatendo?
07:34Vamos tentar contextualizar isso.
07:37Uma coisa é a lei americana e o movimento que está acontecendo lá.
07:40É claro que as empresas americanas, se ele está dizendo que isso não é uma coisa bem vista,
07:45as empresas podem continuar fazendo, mas elas não vão declarar que estão fazendo.
07:50E existe uma... no resto do mundo eu não vejo esse movimento acontecer.
07:53Mas existe uma coisa que é o que se fala e é o que se faz.
07:59E a lógica econômica diz que, por exemplo, diversidade, e é uma pauta muito cara ao Cebedes,
08:05a mim também, para mim também, que é a diversidade, ela traz mais competitividade.
08:11Tem inúmeras pesquisas que mostram se você tem um conselho de administração mais diverso,
08:15não só com mais mulheres, mais racial, etário, de idade,
08:20você tem o espelho da sociedade melhor representado.
08:25E com tantas mudanças na sociedade, se você tem um perfil único no seu conselho de administração,
08:30dando a diretriz da empresa, você certamente vai ter uma... as medidas não vão ser resilientes.
08:37Se você tem espelhado a sociedade dentro do seu conselho de administração,
08:41e a sociedade é diversa, você vai ter muito mais chances de fazer com que as coisas sejam mais competitivas,
08:48que a sua empresa seja mais competitiva.
08:50Então, existe a lógica econômica e a lógica econômica,
08:53ela mostra que a sustentabilidade é boa para os negócios.
08:57Tá certo, Marina.
08:58Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Cebedes.
09:04Muito obrigado, Marina, pela sua presença aqui.
09:06Boa semana e boa COP30 para nós.
09:10Obrigada, obrigada, Fábio.
09:11Obrigado.
09:12Obrigado.

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