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  • há 6 dias
O especialista Carlo Pereira analisou a criação dos círculos de liderança da COP30, liderados por Lula e António Guterres. O destaque é o papel estratégico do Brasil na governança climática e as oportunidades de captação de investimentos verdes.

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Transcrição
00:00Toda quarta-feira, você já sabe, aqui no Jornal Times Brasil, é dia do quadro Capital
00:10Sustentável, com o especialista e notável Carlo Pereira.
00:15Hoje a gente vai falar sobre uma movimentação inédita na diplomacia climática global,
00:20o lançamento dos círculos de liderança da COP30, que será em novembro em Belém do Pará.
00:25Então, o Carlo já está aqui comigo para falar sobre isso.
00:28Carlo, boa noite para você. Queria que você explicasse para a gente o que são esses círculos de liderança
00:34anunciados para a COP30. Isso realmente é algo novo na chamada diplomacia climática?
00:40Cris, é novo. Boa noite a você, todo mundo que está nos assistindo. É novo.
00:45A diplomacia brasileira tem um histórico de muita força e de muita criatividade que é comum a gente,
00:51povo brasileiro. E desde Rui Barbosa, Águia de Aia, enfim, todas as histórias que um dia a gente
01:00vem para cá para falar só nelas, que são deliciosas. E, na verdade, quando a gente pensa na diplomacia
01:07climática, o Brasil tem um papel muitíssimo relevante. Até nas conferências de desenvolvimento
01:14sustentável e a conferência do clima não deixa de ser uma delas.
01:17O próprio André Corrêa do Lago, que é, então, o presidente da COP agora de Belém.
01:24E ele tem um livro muito interessante, para quem quiser buscar, um livro grátis aí,
01:29que é das Conferências de Desenvolvimento Sustentável.
01:32E ele fala do papel do Brasil desde 72, a famosa Conferência de Estocolmo, que ali,
01:36no nosso assunto aqui hoje, mas só trazendo a informação que é bem interessante,
01:41ali, por exemplo, os países envolvidos falavam em colocar uma taxa de natalidade para os países
01:47em desenvolvimento, que para hoje, hoje é um choque para a gente, mas estava na mesa naquele
01:52momento. Então, o Brasil teve um papel muito relevante ali e passou a ter, por isso que 20
01:59anos depois a gente traz para cá a Eco 92, a Rio Mais 20 depois. E não só nisso, nas
02:05Conferências de Clima, tem um papel muitíssimo relevante.
02:10Tem uma outra anedota, se me permite, também, que é muito interessante, muito curiosa, que
02:14o Acordo de Paris, ele foi todo negociado para que a gente tivesse como meta os dois graus
02:23de aquecimento até o final do século.
02:25E aí, o que acontece? Chegou, as ilhas, os países insulares, que são os mais prejudicados,
02:33eles falaram, olha, por que não um e-mail? Assim, depois de duas semanas de negociação.
02:38E a Alemanha falou, pô, por que não? E aí, então, foi aquela confusão e a ministra
02:44Isabela Teixeira, que liderava a negociação na Copa de Paris, então, falou, olha, vamos
02:49colocar, então, mirando dois graus, mas que seja o famoso well below, ou seja, muito
02:56abaixo de, bem abaixo de dois, e falando um e-mail. Aí, destravou a negociação e a
03:03gente, então, chegou lá. E aí, agora, de novo, uma outra coisa que eu achei bastante
03:08interessante foi o embaixador André Correia do Lago, presidente da Copa, então, que trouxe
03:13aquele conceito de mutirão. Por quê? Porque ele fala que essa é a Copa da ação. E aí,
03:18eles vieram com essa novidade, que eu achei bastante interessante, e essa é uma novidade
03:22na negociação de clima, que é com relação ao ciclo de liderança. Então, o ciclo vai
03:29ser liderado pelo próprio presidente Lula e o secretário-geral das Nações Unidas,
03:34o Guterres. Um outro ciclo que vai ser liderado, então, pelo Lohan Fábios, que era o presidente,
03:42foi presidente da Copa de Paris. E por quê? Porque vamos lembrar que a Copa de Belém,
03:48é como é que a gente operacionaliza e leva para a ação a Copa de Paris, dez anos
03:53atrás. Então, por isso, a presença dele, ela é super hábil, que é importante. E aí,
03:59então, um outro liderado pela ministra Sona Guajajara, que é para falar dos povos,
04:04povos indígenas, povos em geral, tradicionais, etc. E o outro, que tem muito mais a ver com
04:08a gente aqui, todos têm, mas esse principalmente, que é, então, um voltado aos ministros das
04:14finanças, aos ministros da economia do mundo. E por quê? Porque a gente precisa chegar na meta
04:22de 1,3 trilhão de dólares de financiamento climático.
04:29Eu acho esse número muito impressionante. Na prática, esse plano de chegar nessa meta
04:35de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares por ano, para a ação climática, como é que
04:43isso pode beneficiar o nosso país, o Brasil?
04:46Há muito, muito. Porque imagina, primeiro, vamos lembrar que a gente não teve, não conseguiu
04:53chegar nos 100 bilhões. Em Paris, a gente falou, olha, esse mesmo que a gente está falando
04:56de 1 trilhão e 300 bilhões, esse número era de 100 bi. A gente nunca chegou nos 100 bi.
05:02Nossa, aquela polêmica toda, que é melhor, lógico, com certeza.
05:06Então, assim, e aí agora chega a mais de 1 trilhão, 1 trilhão e 300 bilhões.
05:12Então, assim, existe uma dificuldade muito grande, mas agora se tem um pouco mais de clareza.
05:17E aqui a gente não está falando só em recursos públicos, a gente está falando também
05:21do setor privado. E aí, Cris, é aquilo. Quando a gente fala numa transição para uma economia
05:28de baixo carbono, a gente está falando basicamente no Brasil. A gente está falando nessa matriz
05:33energética, a gente está falando em todos os minerais que a gente tem, no potencial que
05:38a gente tem também para uma indústria de baixo carbono. Então, o Brasil tem tudo para se
05:42beneficiar. Mas, de fato, é aquilo. Não basta ter só... Muitas vezes eu escuto, por exemplo,
05:49com relação ao etanol. A gente fala assim, ah, o etanol é uma questão de vocação natural.
05:54Eu falo, olha, não é. Vocação natural, como o Brasil tinha quando decidiu fazer o pró-álcool,
06:01vários outros países têm. O que teve foi uma decisão da sociedade brasileira.
06:07Tem que ter intencionalidade.
06:09Intencionalidade, né, Cris? E eu digo da sociedade porque, assim, teve o governo, teve o empresariado,
06:15né, que decidiu se arriscar muito e tinha gente que tinha o carro a álcool, tinha que
06:19esperar meia hora para ficar pronta, né. Então, assim, é uma decisão, de fato, da sociedade.
06:24E quais são os setores da nossa economia que podem se destacar mais nesse novo cenário
06:29de financiamento verde? Já existem projetos prontos para captar esses recursos?
06:34Tem muito projeto pronto, tem muito projeto pronto, sem dúvida nenhuma, em todas essas áreas
06:38que eu comentei, né. Então, agora que o mundo acabou, né, e está se reconstruindo
06:43essa nova configuração, a gente tem que ver como vai ficar. A gente não sabe como
06:47vai ficar, certo? A gente sabe que efeitos, inclusive nessa indústria, eles serão, não
06:55serão pequenos, né. Mas, sem dúvida nenhuma, o projeto, o Brasil tem projeto de tudo.
07:00Então, a gente poderia falar de todos os mineradores, minerais críticos, né. Então, desde as mais
07:05consolidadas, como, por exemplo, a CBMM, né, que tem participação de capital chinês
07:10já, né. Então, os chineses já chegaram ali há muito tempo, mas também de outras, e
07:16pensando em terras raras, pensando também, não só aqui, em agricultura, né, agricultura
07:23brasileira, que já é uma agricultura de baixo carbono, né, e tem cada vez mais lançado
07:28mão de projetos para reduzir ainda mais esse impacto. Então, Cris, a gente tem uma infinidade
07:33de projetos, empresas que, de novo, tem das mais maduras que podem se ampliar ainda mais
07:41e tem, assim, o, o, o, por exemplo, quando a gente fala num ecossistema de startups, pensando
07:46na economia de baixo carbono, pensando nas agritex, né, a gente tem muita coisa a oferecer
07:51para o mundo.
07:51E o que as empresas precisam fazer para atrair esses investimentos climáticos? A gente tem
07:57bons exemplos já práticos no Brasil?
08:00Temos, temos. Desde, de novo, desde as empresas consolidadas, como, por exemplo, uma JBS, né.
08:07JBS vai, tem uma meta de rastreadibilidade de todo gado, que essa meta já é maior do
08:13que o rebanho inteiro da Austrália, que é um dos maiores países produtores, né.
08:17Agora, a gente tem outras empresas menores, bem menores. A gente pode falar de empresas,
08:23por exemplo, que a gente vai ter, inclusive, vai escutar aqui hoje, né, daqui a pouco,
08:27uma empresa, então, que faz geração de energia usando biomassa.
08:33É, com bio.
08:34A com bio, né. Então, isso já é uma tecnologia que, teoricamente, existe há bastante tempo,
08:41mas as empresas estão começando a fazer agora, né. Então, enfim, tem uma infinidade
08:46de coisas que a gente pode lançar a mão.
08:49Só para a gente encerrar rapidamente, para fechar, a gente está diante de uma nova
08:52governança climático-financeira global e o Brasil é protagonista ou coadjuvante nessa história?
09:01A gente, como sociedade, que vai escolher.
09:06Cabe a nós?
09:06A gente pode... Cabe a nós, né.
09:08Porque, de novo, a gente já viu vários elefantes rosas passando na nossa frente, né,
09:14e nada aconteceu, como a gente, sim, já lançou mão de oportunidades e é uma potência em muita coisa, né.
09:21Então, agora, de novo, nesse rearranjo, eu acho que a gente tem muita coisa aí para se aproveitar, né,
09:28e cabe a nós a decisão de sim, queremos e seremos protagonistas.
09:33Muito obrigada.
09:34Prazer sempre conversar com você às quartas-feiras.
09:36Tchau, tchau.

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