O setor de serviços avançou 0,8% em fevereiro, segundo o IBGE, mas continua abaixo das expectativas. A economista-chefe da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro, analisou os sinais de desaceleração e o impacto adiado da política monetária.
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NotíciasTranscrição
00:00E olha, o setor de serviços avançou 0,8% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o IBGE.
00:08Em relação a fevereiro de 2024, o setor cresceu 4,2%, décima primeira taxa positiva consecutiva.
00:17A gente vai analisar esse quadro com a economista-chefe da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro.
00:23Bom, Tati, apesar do crescimento, esses números estão abaixo da expectativa da casa e do consenso, né?
00:30Isso mostra que ainda é cedo para avaliar o impacto do aperto monetário na atividade econômica.
00:36Bom dia para você e muito obrigada por participar ao vivo mais uma vez comigo e com a Mari aqui do Agora.
00:43Bom dia, bom dia a todos.
00:46A economia está desacelerando.
00:49A gente teve esse indicador de desaceleração já desde novembro.
00:55Vem essa pequena desaceleração nos itens no índice de produção industrial, na parte de serviços, na parte de comércio também.
01:06Mas ainda muito tênue, tanto que, como você falou, o dado de fevereiro da pesquisa de serviços registrou uma alta de 0,8%.
01:18Então, é isso.
01:20Vem desacelerando, então desacelerou em dezembro, desacelerou em janeiro, aí agora em fevereiro registra uma alta.
01:26É muito incipiente, como o Banco Central já colocou.
01:32Nós acreditamos, de acordo com os nossos modelos, a política monetária vai impactar a atividade econômica de uma maneira mais consistente a partir do segundo trimestre.
01:42Por enquanto, o que a gente tem?
01:43A gente tem queda das expectativas, então as expectativas pioraram por conta da desaceleração, da alta da inflação,
01:54desculpa, da alta da inflação, devido à alta da taxa de juros, as expectativas pioraram.
02:00Então, a expectativa do consumidor, do empresário, do setor industrial, do setor de serviços, as expectativas pioraram.
02:09Mas o mercado de trabalho ainda está bastante aquecido, com o crescimento da renda, dos salários.
02:19A arrecadação de postos indica também que a atividade continua bastante resistente.
02:27Então, a arrecadação de IPI, do IR sobre a renda do trabalho, também indicando essa atividade mais forte.
02:37E as importações ainda crescendo forte.
02:39Então, tudo isso indica que, por enquanto, é só expectativa.
02:44Daqui a pouco é que vai ser a parte dos juros mesmo sobre atividade econômica.
02:49Mas ainda não afetou mercado de trabalho e não afetou a atividade dos setores.
02:57Tatiana, pegando até desse seu finalzinho aí, queria te ouvir um pouquinho mais sobre a efetividade exatamente da política monetária
03:03para fazer essa contração, em particular no setor de serviços.
03:08Que é um tema que está aí pairando.
03:10Quer dizer, como é que os juros deveriam operar?
03:12E quais têm sido aí, de alguma maneira, as travas para que ele opere de maneira mais acelerada,
03:18caso isso fosse desejado aí, principalmente sobre o setor de serviços?
03:23Olha, a política monetária, ela tem um período para ela fazer efeito, que a gente chama de defasagem.
03:31Então, tem uma defasagem entre política monetária e o efeito que ela causa na atividade econômica e, consequentemente, na inflação.
03:39O que se estima é que a política monetária tenha efeito na atividade econômica,
03:48comece a ter efeito a partir do sexto mês, entre seis meses e nove meses do início do ciclo de aperto ou de afrouxamento.
03:58Esse ciclo, ele se iniciou em setembro.
04:02Então, esses seis meses, seis meses a nove meses, se inicia no segundo trimestre.
04:08Não tem como acelerar isso.
04:11Esse é tudo mais funcionando na economia.
04:17A política monetária em plena atuação, sem nenhuma obstrução, que é o caso de agora,
04:26esse efeito da política monetária leva de seis meses a nove meses para acontecer na economia.
04:31Há muito tempo atrás, quando a gente tinha a TJLP, aí sim, a TJLP atrapalhava um pouco a potência da política monetária.
04:45Porque tinha uma parte da economia que vivia numa outra taxa de juros que não a Selic.
04:51que tomava empréstimos na TJLP, que era muito diferente da Selic.
04:56Então, o efeito da política monetária, o efeito do aumento da Selic,
05:01acabava não impactando em cheio, em 100%, o que ele poderia impactar a atividade econômica.
05:07Hoje, não.
05:08Hoje, todas as linhas de crédito são baseadas na Selic.
05:12Então, ela está no seu pleno, na sua plena capacidade de atuação.
05:17Vai demorar mesmo e ela começa a fazer efeito a partir daqui de abril, maio e junho.
05:24Não tem muito como acelerar isso.
05:28E a política monetária já está bastante apertada.
05:31Então, ela está em 14,25%.
05:34Em termos reais, é na casa dos nove, entre 8% e 9%.
05:38Taxa real, ou seja, a Selic descontada, a inflação, entre 8% e 9%,
05:45é extremamente apertado para a economia brasileira.
05:48E o Banco Central estima uma taxa neutra, aquela que não afeta a atividade econômica, em 5%.
05:54Então, isso quer dizer que a taxa real está 4 pontos acima da taxa neutra.
06:00Então, vai fazer efeito.
06:02É uma questão mesmo do período que a política monetária leva para atuar em cima da economia.
06:10Tati, teve algum destaque ou destaques positivos que você coloca como representativos nessa pesquisa?
06:17Olha, essa pesquisa do setor de serviços, ela trouxe ainda, continua trazendo os serviços prestados à família de uma maneira resiliente.
06:37Então, os serviços prestados à família, que é o que mais compõe a pesquisa de serviços,
06:44e que pode dar uma dica de como é que está a demanda agregada.
06:49Então, esses serviços continuam resistentes, resilientes.
06:54Eles não estão acelerando, mas eles estão se mantendo num patamar elevado.
06:59Então, isso aí dá uma dica de que a política monetária ainda não está fazendo o seu pleno efeito.
07:09Agora, nessa pesquisa, a parte de transporte, dos serviços de transporte, começa a desacelerar.
07:19Então, indica que a gente, assim, a política monetária não está no seu pleno efeito,
07:24não atingiu ainda as decisões das famílias, mas já está começando a fazer seu efeito.
07:31E a parte de transporte, transporte de cargas, a gente sabe que 70% do que é produzido no Brasil
07:38é transportado por rodovias.
07:42Esse é um outro indicador que não está dentro da pesquisa de serviços,
07:46mas esse indicador de transporte de carga pesada, de pedágio de carga pesada,
07:51também já começa a desacelerar.
07:53Então, já começa a mostrar uma atividade que tem indícios aí de que a política monetária vai fazer efeito.
07:59Mas, como eu disse, o consumo das famílias, a decisão das famílias ainda não foi afetada.
08:05Tatiana, eu estava aqui até me esforçando para não falar de Donald Trump,
08:08mas, enfim, é quase inevitável, acaba puxando.
08:11Porque, numa situação das incertezas,
08:15a nossa política monetária, esse movimento de desaceleração,
08:18veio antes da posse e da efetivação aí mesmo da diretriz lá dos Estados Unidos,
08:24que gerou uma grande insegurança internacional.
08:27Nesse ambiente, fortalecimento, por exemplo, dos serviços,
08:32fortalecimento do mercado interno,
08:34e aí não só um crescimento, não só uma aceleração e desaceleração no agregado,
08:38mas pensando na distribuição mesmo das atividades econômicas aqui no país.
08:42Isso pode ganhar um espaço maior, inclusive na política?
08:45Quer dizer, tem que ser mais setorializado e mais enfático
08:50as possibilidades de sustentação da economia nesse cenário de incerteza?
08:56Olha, a demanda doméstica é super importante,
09:01num cenário onde a demanda externa pode enfraquecer,
09:05que esse que é o caso.
09:07A ideia da tarifa e a imposição da tarifa,
09:14ela vai gerar, se for feito o que o Donald Trump desenhou ali
09:23ao longo da semana passada,
09:25com tarifas aumentando a tarifa efetiva média dos Estados Unidos
09:30para os países, principalmente China,
09:32mas a média subindo para 25%,
09:35isso vai ter um impacto em inflação lá nos Estados Unidos
09:40e ter um impacto em desaceleração econômica.
09:43Então, você afeta a produtividade da economia americana
09:46e a economia americana vai desacelerar.
09:49E esse aumento de tarifa tem efeito nos países
09:52onde vai ser aplicado, principalmente China.
09:54A China é o foco do aumento da tarifa de importação
09:59e se for levado ao fim e ao cabo,
10:02se os Estados Unidos não voltarem atrás,
10:05eles não conseguirem negociar a China e os Estados Unidos
10:08e pôr essa tarifa de 145% em cima dos produtos chineses,
10:13125% a retaliação da China em cima dos produtos americanos,
10:18isso vai levar a uma desaceleração econômica na China
10:21que é o nosso principal parceiro comercial.
10:26O Brasil, o principal destino de exportações brasileiro é a China.
10:31A gente exportou no ano passado para a China
10:3499 bilhões de dólares em produtos.
10:39Então, nesse cenário onde pode haver,
10:44tudo indica que vai haver uma desaceleração
10:46da economia externa é muito importante o mercado doméstico
10:55e o quanto que esse mercado doméstico cresce.
11:04Infelizmente, o momento agora é um momento
11:06que a gente também tem que controlar a aceleração da inflação.
11:11E é esse que é o nosso dilema.
11:12Então, seria, não seria consistente no tempo
11:19a gente desistir desse processo de controle da inflação,
11:25de convergência da inflação,
11:27para voltar a estimular a economia
11:29por conta do que a gente ainda não sabe
11:32como é que vai ficar o cenário internacional.
11:35Então, obviamente, no cenário internacional mais desacelerado,
11:39a economia doméstica é extremamente importante.
11:41Mas, para o momento atual, o mais importante
11:45para a gente é continuar nesse trabalho
11:48de controle da inflação.
11:51Maravilha! Tatiana Pinheiro, economista-chefe
11:54da Galápagos Capital, uma ótima segunda-feira,
11:58uma ótima semana para você.
11:59Obrigada mais uma vez, viu, por ter aceitado
12:01o nosso convite participar com a gente aqui do Agora.
12:05Obrigada, bom dia, boa semana a todos.
12:07Bom dia!