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O painel de monitoramento "Cenas de Uso da Região da Luz" mostrou que a média de pessoas que transitam na região da Cracolândia no período da tarde caiu. No dia 5 de maio de 2023, o número de pessoas registrado foi de 651. No mesmo dia em 2025, esse número caiu para 103. A data antecedeu o fim de semana em que a aglomeração de usuários de drogas começou a ser dispersada. O painel, atualizado pela Prefeitura de São Paulo, se refere à quantidade de pessoas em locais com concentração superior a 100 usuários de drogas. Em meio aos questionamentos sobre uma possível migração para outras regiões, a gestão de Ricardo Nunes defende que a diminuição do fluxo é uma realidade e resultado de políticas voltadas à saúde, assistência social e trabalho.

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Transcrição
00:00E como corrupção tem relação direta com miséria, vamos falar da Cracolândia.
00:07O painel de monitoramento, chamado Cenas de Uso da Região da Luz,
00:15mostrou que a média de pessoas que transitam na região da Cracolândia, Centro Paulista,
00:22no período da tarde, caiu.
00:24No dia 5 de maio de 2023, o número de pessoas que foi registrado foi de 651.
00:33No mesmo dia, em 2025, esse número despencou para 103.
00:40A data antecedeu o final de semana, que a aglomeração de usuários de drogas começou a ser dispensada.
00:48Então foi antes até dessa estratégia.
00:50O painel atualizado pela Prefeitura de São Paulo se refere à quantidade de pessoas em locais
00:57que concentram sempre mais de 100 usuários de drogas.
01:01Em meio aos questionamentos se os usuários estão seguindo para outras regiões,
01:07a gestão do prefeito Ricardo Nunes defende que a diminuição do fluxo é uma realidade
01:13e é fruto de políticas voltadas à assistência social e ao trabalho.
01:17Vamos ouvir?
01:18É um trabalho longo que a gente vem fazendo, com muita dedicação todos os dias,
01:25equipe da saúde, da assistência social, fazendo com que a gente possa ofertar para os dependentes químicos
01:32os tratamentos e o serviço de polícia fazendo a prisão de traficantes.
01:37Por isso hoje que a gente passa a ter um resultado bastante positivo com relação às cenas abertas de uso,
01:46que evidentemente, como eu tenho dito, não está resolvido, mas avançou bastante e é por conta dessas ações.
01:55Então a gente fica muito feliz de ter com esses resultados, com o investimento que a Prefeitura e o Governo do Estado desenvolveu.
02:01Muito bem. E durante a coletiva de imprensa, que ocorreu na manhã de hoje,
02:07o prefeito Ricardo Nunes se defendeu de acusações sobre ter colocado usuários de droga em uma van
02:15e levado para outros lugares.
02:18Vamos acompanhar.
02:19Às vezes acaba também chegando muita informação para vocês de coisas absurdas, como por exemplo,
02:25um padre aí acabou publicando que ele recebeu uma denúncia que colocaram pessoas na perua da Kombi da Prefeitura
02:34e levaram para outra cidade. Quer dizer, algo tão inaceitável e ilógico, né?
02:38E como a gente está falando da vida das pessoas, são pessoas que nós estamos aí, vocês vão ver,
02:42acho que está à disposição para vocês conversar com eles, entrevistar, né?
02:47Ter das pessoas aqui, evidentemente aqueles que aceitarem conversar, né?
02:51Ter deles o depoimento de como é que está sendo esse tratamento, como é que está sendo esse acolhimento
02:56e não seria justo, depois de tanto trabalho, né?
02:59Ficar essa coisa de que sumiu, pulverizou, foi não sei para onde.
03:04Então, para quem quer saber onde estão as pessoas, está aqui, fique à vontade
03:09para poder olhar e ver onde é que estão as pessoas.
03:12E parar de ter muita imaginação para achar que foi para cá ou foi para lá
03:17ou querer classificar a pessoa de situação de rua como se fossem pessoas das cenas abertas de uso.
03:23Doutora Raquel Galinati, a senhora como eu, nós aprendemos a lidar a vida inteira com fatos.
03:30Então, vamos abstrair esse negócio da van que pegou o usuário,
03:33se veio uma aeronave com marcianos e abduziram eles até Marte.
03:37Vamos falar de fatos concretos.
03:39Até que ponto a retirada de usuários, levando-os para tratamento, a internação e o combate ao tráfico
03:50pode contribuir efetivamente para a redução deste símbolo da tragédia humana, que é a Cracolândia?
03:59Se não tem traficante, o usuário não tem o que consumir.
04:03Então, ele não tem como ir até a Cracolândia para comprar droga se lá não tiver droga.
04:07Então, o combate ao tráfico.
04:08E segundo, dizer que o usuário tem o direito constitucional
04:14de ficar como um zumbi se drogando em praça pública, não seria meio hipócrita?
04:19Exatamente.
04:21Essa situação da Cracolândia, ela é divergente, ela difere da situação das pessoas em vulnerabilidade social,
04:29que são as pessoas que moram nas ruas.
04:32Porque nós estamos falando de práticas criminosas.
04:35Nós estamos falando de pessoas que usam drogas.
04:38Ainda é crime usar droga.
04:40Não obstante não ter pena, não obstante não ser um ato administrativo,
04:45não foi abolido do nosso Código Penal a proibição do uso de drogas em praças públicas.
04:52O tráfico de drogas é crime.
04:55E sem contar a exploração que ocorre por parte das facções, dos traficantes, em relação aos usuários.
05:03É uma prática criminosa ao céu aberto.
05:05Então, claro, há necessidade da atuação da polícia em conjunto com as esferas da assistência social e saúde.
05:13Não temos, infelizmente, né, professor Lei, que dê coercitividade ao Estado
05:18para uma internação nem involuntária nem compulsória.
05:21O que eu acho completamente errado.
05:22Aliás, os parlamentares que estão lá na Câmara, que estão lá brincando de CPI de Betes,
05:29deveriam se ater ao que realmente importa à população brasileira.
05:33O Estado, quando vê pessoas que estão ausentes do seu discernimento,
05:37ele deveria dar respaldo, inclusive, aos poderes públicos,
05:41para uma internação involuntária.
05:43Para que aquele que está ali, que não detém mais do seu autodiscernimento,
05:48que é um risco para si próprio, possa ser ali cuidado pelo Estado.
05:52Então, nós não temos isso.
05:53Então, esse trabalho de persuasão, que é feito através daquelas que integram as pastas
05:59de desenvolvimento social e assistência social e saúde, colaborando, assim, com a retirada,
06:05mas não retirada, a gente não pode falar retirada, com a ida voluntária daqueles que
06:11são dependentes químicos.
06:13Mas como a gente vai falar em voluntariedade daquele que nem mais tem discernimento do que
06:18quer ou não?
06:19Enfim, o que a gente vê é também aplicado na prática, a teoria das janelas quebradas.
06:24Quando o Estado está ausente, o crime toma conta.
06:27Nós estamos presenciando e vendo ações constantes, tanto do governo do Estado de São Paulo,
06:33como da Prefeitura, nessa problemática social que não é inerente ao Estado de São Paulo,
06:39ao município ou ao Brasil.
06:41Mas é uma atuação do Estado.
06:43Qual é a solução?
06:43A solução, de forma imediata, a gente sabe que problemas complexos exigem soluções complexas.
06:51Mas é um passo, é a atuação.
06:54A omissão ou tentar confundir pessoas ao dizer que aqueles que estão na Cracolândia
07:01usando drogas e traficando drogas são vulneráveis sociais,
07:05isso é má fé, isso é mau caratismo daqueles que tentam confundir.
07:10E só para afirmar, a polícia está não para fazer uma faxina social.
07:16A polícia está não para fomentar ainda mais a desigualdade social,
07:20mas para equilibrar justamente a paz e a segurança de todos, de uma forma democrática.
07:30Então, nós não estamos falando em pessoas vulneráveis,
07:32nós estamos falando em práticas criminosas.
07:34E aí está acertado, deve ser assim, contundente, exaustivo,
07:39até de uma forma ou outra, saturar e, claro, concatenado,
07:43o governo do Estado com o município.
07:45É, até porque eu nunca vi tratar um viciado em drogas na rua e dá certo.
07:53É lembrar um.
07:54Olha, esse é um assunto bastante complexo e eu me orgulho bastante
07:58porque por alguns anos eu estive à frente de um programa
08:00em parceria com o professor Daniel Barros, que é do Instituto de Psiquiatria da USP,
08:04e a gente sempre conversava ali com todos os professores do IPQ, né,
08:08sobre, essa era uma questão frequente, né.
08:11E é engraçado que, mais uma vez, né,
08:13essa coisa das narrativas no Brasil é tão maluca que aqui a política de redução de danos
08:17ela entra em conflito com a política da abstinência.
08:21são coisas que precisam andar lado a lado.
08:24Existem pessoas que terão que tratar com redução de danos,
08:27existem pessoas que terão que ter uma compulsória
08:32para ficar em abstinência.
08:34É isso.
08:35Essas pessoas não podem...
08:37Isso não pode ser ideológico, isso é saúde.
08:39Mas aqui é ideológico, aqui é isso.
08:41Você está de um lado, você não pode estar do outro,
08:43não pode reconhecer os benefícios de outro.
08:44E qual é o grande problema disso?
08:46O grande problema disso é a gente aceitar
08:49que você vai dar uma solução paliativa
08:53para um problema que está aí há muitos anos.
08:56Por exemplo, o prefeito diz, olha, diminuiu o fluxo
08:59e aí a gente tem que ver que esse levantamento
09:00é um levantamento da prefeitura de São Paulo, né,
09:03foi a prefeitura que trouxe esses dados,
09:05dizendo que o fluxo diminuiu, ele vem diminuindo de fato.
09:07Agora, você não pode andar na Paulista, que te leva um celular.
09:10Se você passa em vários cantos da cidade,
09:13você vai ver pessoas consumindo.
09:15Você vai para a Diadema, você vai para o ABC,
09:17conversa com os prefeitos do ABC
09:19para ver o que eles estão achando da dispersão da Cracolândia,
09:21se eles estão achando isso tão legal.
09:22Então, não é que você acabou com a Cracolândia em São Paulo.
09:25Me parece que há uma política, sim, institucionalizada
09:28e super necessária, como disse a Galinati,
09:31de ter um policiamento ostensivo.
09:33E isso é uma combinação entre o município com a GCM,
09:36a Secretaria de Assistência Social do município,
09:38que tem feito trabalhos muito importantes na cidade de São Paulo.
09:41É uma secretaria bastante séria.
09:44E junto com o governo do Estado, que tem que botar a polícia ali
09:46para fazer o seu trabalho, tanto a civil de investigação,
09:49quanto a militar, para fazer algo ostensivo.
09:52Só que isso tem que conversar com saúde.
09:56Quando não conversa, o que acontece é,
09:58você tira ela da Cracolândia, mas você tem um espalhamento do fluxo.
10:01E qualquer pessoa que vive em São Paulo, na região metropolitana,
10:03sabe que hoje a gente está vivendo muito mais um espalhamento do fluxo
10:06do que um fim de Cracolândia ou de problemas com droga em São Paulo.
10:09João Belotti,
10:11para você resolver o problema do usuário de droga,
10:14não seria, em primeiro lugar, combater o traficante de droga?
10:18Porque, se não houver droga, não tem usuário que a utiliza.
10:22Perfeito, Capês.
10:23E, além do traficante, você tem toda essa cadeia,
10:26essa ramificação de fatores envolvidos.
10:29Para que se exista uma Cracolândia no centro de São Paulo,
10:34é necessário que haja uma corrupção de agentes públicos.
10:37Você tem ali o meio privado, e como o Tarcísio...
10:40O Tarcísio tem dito muito isso, que é um conjunto de fatores.
10:43Isso é evidente.
10:44Isso não é uma ação única que vai resolver.
10:47Há uma percepção desse espalhamento de pessoas,
10:50como a Helen colocou, aqui na cidade de São Paulo.
10:52É até difícil mensurar, porque quando grupos bem menores,
10:55não me parece que foi feito um trabalho de pesquisa
10:58de lá abordar cada um para perguntar.
11:00Onde você estava antes? Você estava ali na luz?
11:01Só para eu anotar aqui que você resolveu o problema.
11:04Então, não é uma coisa que se resolve do dia para a noite.
11:06Ultrapassa gestões, ultrapassa gestões,
11:08tanto da GCM, da polícia, diversos interesses envolvidos também.
11:14Teve um tempo atrás, aqui em São Paulo,
11:16o projeto da Nova Luz, o novo bairro da Luz.
11:18E depois, os usuários de drogas voltaram para lá,
11:21e quem investiu nesse sentido teve prejuízo.
11:24Como vem sendo dito, os principais envolvidos,
11:28os traficantes e os grandes players,
11:29estão lá comprando os comércios ao redor da Cracolândia,
11:33usando para estoque de drogas, lavagem de dinheiro.
11:36Então, assim, tem que atacar todas as frentes.
11:38E que se mude essa mentalidade de que o usuário é o coitadinho.
11:41Como foi colocado, tem casos que é a internação à força mesmo.
11:44Não tem jeito, a pessoa não tem mais consciência mínima
11:46dos atos da vida civil no dia a dia.
11:50Então, precisa de internação à força.
11:51Outro caso é quando a família autoriza.
11:53Só que se você chega lá, a pessoa não tem documento, não tem nada.
11:56É uma situação ultra complexa, ultrapassa as gestões.
12:00E não há um único...
12:01E além da existência dos interessados,
12:03há os interessados em que essa situação se mantenha também,
12:05que muita gente lucra com isso, Capês.
12:06Bom, na realidade, eu quero concordar com você.
12:09Quando você...
12:10Eu concordo e acho extremamente necessário a gente ter a viabilidade legal
12:15de internação involuntária por parte do Estado.
12:19A internação involuntária seria um laudo médico
12:22em que o Estado não precisaria aguardar uma decisão judicial
12:26que demora para a internação.
12:28A partir do momento em que não existe, de forma populista,
12:33todos os seres...
12:34O ser humano...
12:35A sociedade fracassou como ser humano.
12:38O primeiro sentimento que a sociedade vê quando vê,
12:41quando visualiza moradores de rua em vulnerabilidade social
12:45é misturar com o traficante, é misturar com o bandido,
12:49é falar que é um balaio só e vamos expurgar da nossa visão.
12:53Porque é o fracasso da sociedade que ninguém quer enxergar
12:55e ninguém quer lidar com o problema de frente.
12:58Temos que ter instrumentos para retirada daqueles
13:01que precisam ser retirados das ruas, instrumentos legais.
13:04Porque essa conta não pode ficar na polícia
13:06ou nas guardas civis municipais, polícia municipal,
13:09porque sob pena de praticarem crime.
13:12O que não está previsto na lei não é possível.
13:14Não existe essa sistemática legal
13:17para possibilitar o Estado avançar.
13:20Então, o Estado fica numa zona confortável.
13:22O Estado, eu falo como um todo, como um complexo.
13:24Serviço público.
13:25Muito bem.

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