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Eros Biondini conversou com José Maria Trindade no JP Ponto Final desta semana sobre o combate às drogas e os programas sociais de ajuda aos usuários e dependentes. O deputado federal afirmou que foi o parlamentar que mais apresentou projetos no Congresso sobre o tema, defendeu as comunidades terapêuticas públicas e privadas com, por exemplo, as Santas Casas.

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Transcrição
00:00O deputado Osmar Terra mostrou aqui, ele é o autor da lei, que reformulou toda a abordagem com relação à prevenção e combate às drogas.
00:11E as comunidades terapêuticas apareceram por aí, né? O senhor apoia as comunidades terapêuticas?
00:17Sim, eu presidi por 10 anos a Frente Parlamentar das Comunidades Terapêuticas.
00:22Não só presidi, mas fundei a Frente Parlamentar das Comunidades Terapêuticas ao lado do ex-deputado Givaldo Carimbão.
00:30Nós dois idealizamos.
00:32Givaldo disse que entrou na política para cuidar e combater o cheirador de cola.
00:38E ele dizendo, olha, hoje o cheirador de cola é um nada diante do crack, que é uma doença infernal e que mata e humilha rapidamente.
00:47É exatamente isso. Então eu dedico a minha vida no meu dia a dia a apoiar as comunidades terapêuticas.
00:53Tanto é assim que dos 513 deputados e 81 senadores, se somarem todos, eu sou disparado o que mais indicou emendas impositivas individuais para as comunidades terapêuticas.
01:06E para os hospitais também, né?
01:07E também para os hospitais filantrópicos. O número de hospitais filantrópicos, 120 hospitais filantrópicos em Minas Gerais.
01:14Isso me torna também o deputado que ajudou o maior número de hospitais filantrópicos.
01:19A saúde, ela tem a saúde privada, são os hospitais privados.
01:23Tem o SUS, Super SUS, que é a área pública e tem as filantrópicas que fica ali no meio.
01:33É iniciativa privada, mas recebe dinheiro público, né?
01:36Mais conhecidas como as Santas Casas, que são realmente desta área de filantrópicas.
01:43Mas a saúde não está preparada no mundo, e muito menos aqui no Brasil, para cuidar desta área, né?
01:51É, na verdade, os hospitais filantrópicos hoje, sem dúvida nenhuma, eles são responsáveis pelo maior número de atendimentos SUS no Brasil.
02:02E, realmente, além de um serviço de qualidade, existe por trás de um hospital filantrópico, de uma Santa Casa, toda uma doação.
02:15Muitos deles conduzidos por congregações religiosas, orientados pelas dioceses.
02:21Existem ali trabalhos voluntários, sem deixar cair a qualidade.
02:24Muito pelo contrário, quando eu tive COVID, quase morri, realmente tive entre a vida e a morte.
02:31Em Belo Horizonte, eu poderia ter ido para o hospital Mater Dei, que é o hospital particular mais conceituado, que ali todos estavam indo.
02:40Você chegou a ser entubado?
02:41Não, tive com aquela máscara mais forte e com a UTI reservada.
02:48Mas o meu médico optou e ia até o fim, tentando por esse tratamento.
02:57E eu fui para o hospital Madre Tereza.
03:00Ao invés de ir para um particular, eu fui para o hospital filantrópico.
03:03Graças a Deus.
03:04Porque foi ali que a minha vida foi salva.
03:06Agora, esse processo de prevenção e de recuperação, ele é demorado?
03:17E o entendimento que eu tenho é que o mundo não está preparado para isso e também não está preparado para cuidar da saúde mental.
03:25E paga caro por essa dificuldade, né?
03:28É, olha, eu tenho, como eu te disse, já passei pelas drogas e tenho 35 anos de militância diária na recuperação de dependentes químicos.
03:38Eu tenho uma convicção.
03:40As comunidades terapêuticas são a salvação para a dependência química no Brasil.
03:47Se você fizer um comparativo dos CAPs AD, que são equipamentos públicos, que tratam saúde mental,
03:56que muitas vezes tratam muito mais a redução de danos do que propriamente a recuperação e a reinserção,
04:05e se comparar o resultado das comunidades terapêuticas, há uma discrepância total.
04:11As comunidades terapêuticas, elas recuperam o ser humano.
04:15Nós temos hoje, como a Fazenda da Esperança, espalhada pelo Brasil inteiro,
04:20que chega a 60%, 65% o índice de recuperação, que não é só o índice daquele que completou o tratamento de nove meses,
04:29é daquele que é monitorado durante anos e que não teve recaída.
04:33Então, se existe hoje uma esperança para as famílias na recuperação dos seus filhos,
04:40está nas comunidades terapêuticas.
04:42Agora, é claro que, vamos dizer ali, 5%, nós temos que lançar a mão de uma internação compulsória.
04:49Por exemplo, quando o indivíduo, ele começa a ameaçar a mãe, tentar matar o pai,
04:56começa a roubar a casa, começa a atentar contra a vida do filho,
05:01e ele não quer, por sua livre e espontânea vontade, se recuperar.
05:08Porque as comunidades terapêuticas são voluntárias, ou seja, você precisa querer.
05:12E quando, dentro de casa, existe alguém que está colocando em risco a família,
05:17e ele perde a capacidade de livre-arbítrio, a capacidade de decisão,
05:23então, nesse percentual pequeno, há necessidade de um juiz ou um médico
05:30determinarem que aquela pessoa, aquele irmão nosso, ele vá para uma clínica,
05:37é diferente de comunidade terapêutica.
05:39E existem também...
05:40Isso é o Ministério Público.
05:42Exatamente.
05:43Porque o importante é salvar aquela vida,
05:46e também impedir que aquela pessoa coloque em risco a vida de outros.
05:51nós sabemos que 80% daqueles que hoje cometem crimes,
05:56direto ou indiretamente, tem a ver com as drogas.

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