No programa "Visão Crítica", o economista Samuel Pessoa (FGV Ibre) fez previsões sobre a economia brasileira em 2026 e comparou o momento com a crise econômica de 2014, durante o governo Dilma Rousseff.
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NotíciasTranscrição
00:00E pra mim, eu vou todo dia no supermercado, eu tenho umas manias, todo mundo tem mania, né?
00:04E eu vou todo dia e tal, eu sempre acho que tá conta errada no supermercado.
00:08Aí eu pego a notinha e dou uma olhada, e falo, caramba, tá certo.
00:12Porque eu sempre falo, não é possível.
00:14Então, depois eu queria voltar a essa questão, mas eu queria colocar pro ministro Guido Mântega,
00:18que em certo momento da sua exposição, tocou na questão da taxa de juros, né?
00:23E uma pergunta que todos fazem, perguntam e não entendem,
00:26e a gente tem que lembrar que milhões e milhões de brasileiros não têm essa linguagem cotidiana
00:31que nós estamos discutindo aqui, do entendimento de questões que são extremamente complexas.
00:35E nós não vamos dizer aqui que falta vontade política.
00:37Isso não explica nada, você não quer resolver um problema, você fala, falta vontade política.
00:41Como se fosse fácil.
00:42A questão da taxa de juros no Brasil não é de hoje.
00:45No final dos anos 70, quando eu era economista, ainda tentava ser.
00:49E uma vez eu vi a professora Maria Gonçalves, falava muito em ciranda financeira naquela época.
00:54Era a expressão usada, tinha até um calendário do sindicato dos bancários sobre isso.
01:00E sempre eu ouvi falar muito dessa questão de não haver uma correlação entre a taxa de juros
01:06e a necessidade de crescimento do país, né?
01:08A taxa de juros sempre ser muito alta.
01:10Hoje nós temos, e não é de hoje, já há um bom tempo, uma das maiores taxas de juros do mundo.
01:14Hora primeira, hora segunda, hora terceira e tal.
01:16Eu pergunto ao senhor, eu sei que economia não é ciência exata em várias leituras, várias compreensões.
01:23Qual a razão que nós temos há tanto tempo uma das taxas de juros mais altas do mundo?
01:29Então, isso é uma grande distorção da economia brasileira.
01:33Eu diria que é um grande empecilho para que o Brasil tenha um dinamismo maior da economia,
01:39tenha mais investimento, por exemplo.
01:41Agora, o sacrificado com essa taxa de juros é investimento.
01:45É investimento que cria capacidade produtiva e que aumenta a produtividade, tá certo?
01:51Coisa que nós fizemos, o primeiro governo Dilma foi o governo que teve as mais altas taxas de investimento.
01:57Então, você gerava capacidade produtiva.
02:00Nós ficamos com investimento sobre o PIB acima de 20%.
02:03E nós estávamos crescendo 2, 3% no segundo governo.
02:07Então, e sempre fazendo o superávit primário.
02:12E essa questão de, eu entendo, esse conceito de déficit estrutural, resultado estrutural,
02:21mas descubro e não concordo.
02:23Porque a contabilidade nacional é o seguinte, quanto você arrecadou e quanto você gastou.
02:28Ah, não, mas essa arrecadação foi excepcional, foi não sei o quê.
02:33Orçamento público sempre, todo ano tem receita.
02:36Então, a receita foi maior que a despesa e nós fizemos o superávit primário.
02:41Em 2014, nós estávamos com a menor dívida líquida.
02:47A dívida líquida era 32,5% em 2014, tá certo?
02:52O déficit da previdência era 1%, tá certo?
02:56O gasto com o pessoal era 3,8% do PIB, tá certo?
03:01Então, nós estávamos com os gastos, sim, sob controle, tá certo?
03:05E fazendo, agora, em 2014, nós tivemos aquele golpe que deram, começaram a dar um golpe,
03:11que foi a Operação Lava Jato.
03:13Aquilo paralisou a economia.
03:14O primeiro trimestre de 2014, a economia cresceu mais de 1%.
03:19A partir de março, que soltou a Operação Lava Jato, paralisou a Petrobras,
03:24a principal investidora do país e tudo mais, os empresários ficaram com medo.
03:28Então, veja, eu acho que agora nós estamos em outras condições,
03:34porque nós acumulamos uma dívida grande.
03:37É verdade.
03:38A dívida brasileira hoje, a dívida líquida, porque, na verdade, o que interessa é a dívida líquida.
03:42Não, Bruno, 61,5%.
03:45A dívida líquida não é tão grande assim, tá certo?
03:48Então, o que nós temos que fazer hoje é dar uma resposta,
03:55quer dizer, o Haddad tem que entregar o resultado fiscal, não tem outro jeito,
04:00porque, de fato, ele vai ter que segurar, inclusive, questão de expectativa, né?
04:06Porque não faz muita diferença.
04:07Se ele fizer 25 bilhões de déficit, né, em compensação,
04:12você sabe quanto é a dívida, a dívida de juros com juros,
04:18a despesa com juros é um trilhão em 12 meses, é um trilhão.
04:24Então, quem é que está aumentando a dívida pública brasileira?
04:28É esses juros.
04:29O juros brasileiro, ele tinha que ser alto quando nós tínhamos hiperinflação,
04:35o Fernando Henrique fez o plano real e tudo mais, evidentemente,
04:39para atrair capital de fora e tal, e subiu.
04:42Mas depois ele nunca mais desceu, ele sempre permaneceu.
04:45E aí entra a questão que o Brasil é um país que tem uma financiarização precoce e predatória,
04:51tá certo?
04:52E aí permaneceu alto, sempre foi acima dos patamares necessários para derrubar a inflação.
05:00Sempre foi, né?
05:01Então, não tem sentido que o Brasil é uma das dez maiores economias do mundo, tá certo?
05:07Por que que o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo?
05:10Ou a segunda perde para a Argentina, perde...
05:12Nem, acho que nem a da Argentina, juros real, tá certo?
05:15Então, não tem explicação nenhuma.
05:17Não tem explicação.
05:18Ah, porque quebrou em 86, conversa.
05:21Nós temos uma situação fiscal sólida.
05:23Por quê?
05:2490% da nossa dívida é em reais.
05:27Ele falou, o Tesouro tem um trilhão e meio.
05:33E foi sempre assim.
05:34Ele sempre teve mais ou menos um trilhão e meio.
05:36Uma parte dessa dívida, na verdade, são títulos do Tesouro que estão lá no Banco Central
05:42para fazer a compromissada, coisa que não precisaria.
05:46Você tem que acabar com essa compromissada e fazer uma outra modalidade que é aplicação voluntária,
05:57depósito voluntário, não sei o quê e tal.
06:00Então, veja, eu acho que dá para você...
06:04Nós realmente não estamos numa situação assim.
06:07Esse ano, realmente, com essa taxa de juros, não vai crescer.
06:11Porque o ano passado, o que cresceu foi investimento.
06:14O investimento cresceu 3,3% no ano passado.
06:17Não, 7,3% no ano passado, o investimento e a indústria 3,3%.
06:23Esse ano não vai conseguir crescer, porque vai inibir.
06:26Quer dizer, a economia vai estar inibida.
06:28Agora, em algum momento, se a inflação for controlada,
06:31e eu acho que ela pode ser controlada,
06:33o Banco Central vai ter que começar a baixar essa taxa de juros
06:36para levá-la para um patamar normal.
06:39Nós temos que ter uma taxa de juros normal aqui no Brasil.
06:41Você lê de quanto?
06:43Ah, eu não sei dizer qual é a taxa de juros.
06:44Aproximadamente, assim...
06:45Veja, eu acho que a taxa de juros que o Roberto Campos praticava
06:49no governo Bolsonaro era uma taxa razoável.
06:53Porque ele, enquanto foi ministro, foi presidente do Banco Central
06:57do governo Bolsonaro, ele praticou as taxas de juros mais baixas no país.
07:02Claro, ele enfrentou a crise da Covid e tudo mais,
07:04mas a média de taxa de juros dele deve ser 8%, 9% no máximo.
07:10Está certo?
07:11Agora, ele nos legou essa taxa de juros fantástica.
07:14Está certo?
07:14Então, veja, tem que consertar essa questão da taxa de juros,
07:18porque não é possível gastar um trilhão de reais
07:22com o serviço da dívida e subindo.
07:25Então, isso é um problema que tem que ser consertado.
07:28Como o Galipo vai fazer?
07:29Não sei.
07:29O Galipo fez muito bem, está agindo muito bem.
07:32Ele tem que manter as expectativas.
07:34Isso demonstra, e mais, o que ele pretende fazer?
07:38Ele está tentando atrair dólares para o Brasil.
07:41Ao ter um diferencial de juros em relação ao dólar,
07:46ele está atraindo o capital.
07:48E aí ele está tentando valorizar o real.
07:53Essa estratégia é absolutamente correta.