O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano — o maior nível desde agosto de 2006. A decisão, unânime, visa conter a inflação acumulada de 5,49% nos últimos 12 meses.
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NotíciasTranscrição
00:00A gente fala agora sobre economia, a super quarta.
00:02O Comitê de Política Monetária do Banco Central promoveu mais uma alta na taxa básica de juros.
00:08Sepórter Danúbia Braga chegando ao Jornal Jovem Pan, dessa vez o aumento foi menor de meio ponto porcentual,
00:14mas a Selic chegou a 14,75% ao ano.
00:18É o maior patamar desde julho de 2006.
00:21E qual o impacto dessa nova alta da taxa básica na economia ainda, Danúbia?
00:27Boa noite pra você, bem-vinda, bom trabalho.
00:30Oi, Thiago. Boa noite pra você, boa noite a todos.
00:34A gente sabe que com essa alta da taxa da Selic, impacta muito a vida dos brasileiros,
00:39principalmente no poder de compra, quando vai ao supermercado, no combustível.
00:43Isso que já era uma alta esperada de acordo com economistas do mercado financeiro,
00:48até pelas indicações do próprio Banco Central, informações oficiais.
00:54Já era previsto ali um novo aumento, ainda quebrando, diferente de outros meses,
00:58em que era um ponto porcentual, dessa vez foi meio ponto porcentual,
01:01mas ainda assim, é como você bem disse, a gente não tinha essa alta, né?
01:06Desde 2006, a gente chegou agora a 14,75%, então, de alta.
01:13A gente até preparou uma arte pra juntos a gente acompanhar, então, a evolução, né?
01:18O crescimento da taxa Selic, porque em maio do ano passado, perdão, a gente tinha 10,5%,
01:24depois saltou pra dezembro em 12,25%.
01:28Aí no mês de janeiro deste ano, de 2025, em 13,25%, chegando agora em maio, então, em 14,75%.
01:37Essa aqui é a sexta elevação seguida da taxa Selic, que serve justamente de referência
01:43pra taxa de juros dos bancos, né?
01:46Agora a gente também separou, mostrando aí de forma bem clara, qual o impacto na vida, então, do brasileiro.
01:53Primeira coisa, a retração da economia, né?
01:56Com juros mais altos, isso reduz, então, o poder de compra da população,
02:00impacta nos itens ali do supermercado, na conta de energia elétrica,
02:04também no preço do combustível.
02:07Tem reflexo nos juros bancários, os bancos tendem a aumentar as taxas cobradas dos clientes,
02:12pra gente ter ideia, em março, né?
02:15A taxa média de juros cobradas pelos bancos era de 44%, a maior em dois anos,
02:21piora também rendimento das aplicações financeiras, amplia ali o retorno monetário,
02:26influencia também na decisão de investimentos produtivos por parte das empresas
02:30e tem uma piora nas dívidas públicas, impulsionada justamente pelo endividamento brasileiro,
02:37aumenta, então, as despesas com juros da dívida pública em 12 meses,
02:41pra gente ter ideia, até março, a despesa com juros do setor público somou 948 bilhões de reais.
02:49Conversei com alguns economistas, Thiago, eles disseram que, ainda assim,
02:53essa alta, né, de 14,75% é um remédio amargo,
02:58seria um mal necessário pra que, a médio prazo,
03:01a gente consiga, comece a ver a queda, então, na inflação.
03:05Zé Danubi, na chamada superquarta da economia, o Banco Central dos Estados Unidos
03:10decidiu manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%,
03:15mas faz um alerta pra um possível aumento da inflação e também do desemprego.
03:21Esse aviso tem alguma coisa a ver com o tarifácio promovido pelo presidente Donald Trump?
03:26Tem sim, Thiago, de acordo com o presidente, né, do Federal Reserve,
03:33ele disse que, justamente, se essas tarifas se mantiverem altas, né,
03:39consequentemente, então, vão ter aí provocação do aumento da inflação,
03:45desaceleração no crescimento da economia, consequentemente, desemprego.
03:49E também especialistas acreditam que o país não deve ter uma recessão,
03:55não deve passar por uma recessão,
03:57mas, com certeza, terá uma desaceleração na economia americana.
04:01Volto com você.
04:02Então, alta dos juros no Brasil, manutenção nos Estados Unidos,
04:04bom trabalho, Danubi, até mais tarde.