Governadores da oposição têm articulado movimentos para pressionar Jair Bolsonaro a definir o futuro político do campo conservador. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já lançou sua pré-candidatura, tem feito acenos aos colegas Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Júnior (Paraná) para a formação de uma aliança na fase decisiva da escolha do nome da direita. O alinhamento é visto como uma tentativa de antecipar o ex-presidente, que segue afirmando que será o candidato em 2026, mesmo estando inelegível.
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NotíciasTranscrição
00:00Mais uma notícia. Governadores da oposição têm se movimentado para pressionar Jair Bolsonaro a decidir o seu futuro político, o futuro político dos conservadores também.
00:11O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já lançou a sua pré-candidatura, tem feito acenos aos colegas Romeu Zema de Minas e Ratinho Júnior do Paraná
00:20a firmarem uma aliança na reta final da escolha dos candidatos.
00:24O alinhamento desse grupo é visto como uma forma de se antecipar o ex-presidente que mantém o discurso que será o candidato, mesmo inelegível.
00:34O recado, de acordo com os interlocutores desses governadores, é que mesmo sem o aval de Bolsonaro, eles estão disponíveis a avançar, a disputar as eleições.
00:46Os mesmos nomes avaliam que a unificação da oposição traz um cenário de mais tranquilidade para o campo conservador,
00:52mostrando aos eleitores que, independentemente do escolhido, todos estarão juntos e alinhados.
01:00Chamar o Luiz Felipe Dávila, porque o Dávila, bem relacionado, sempre tem alguma informação de bastidor para a gente.
01:07Dávila, governadores da oposição estariam em tratativas para formar uma aliança e, de quebra, pressionar Jair Bolsonaro.
01:18O que a gente pode considerar a respeito desse movimento?
01:22Bom, primeiro, a definição de Bolsonaro como candidato não depende dele, porque ele, por si próprio, já é candidato.
01:30O problema é que depende da justiça eleitoral devolver os direitos políticos, o que parece uma coisa, ao meu ver, hoje, pouco provável.
01:40E aí os governadores e os presidenciáveis começam a se mobilizar. Por quê?
01:46Porque eles precisam se tornar conhecidos para poder ter um pouco mais de chance nas eleições de 2026.
01:54Então, eles têm a missão de sair do desconhecimento e se tornar mais conhecidos nacionalmente.
02:00Enquanto Jair Bolsonaro tem uma batalha mais complicada, que depende do Tribunal Superior Eleitoral em devolver os seus direitos políticos.
02:10O segundo ponto é mais importante.
02:12Essas conversas que eles passam a ter sob eleição presidencial, caniato, mostra que se tiver mais de um nome, isso não vai ser problema.
02:21Recentemente, eu estive com o governador Caiado e ele falou, olha, nós tivemos três candidatos, qual é o problema de ter três candidatos?
02:29Nós vamos, os três candidatos têm afinidade de propostas e vão ficar três batendo no candidato da esquerda, que é o Lula.
02:35Então, não é ruim. No segundo turno, estamos todos juntos.
02:39Ou seja, por enquanto é uma disputa para conquista de espaço, definir o campo de atuação e deixar mais para frente essa estratégia.
02:51Se haverá um candidato, dois ou vários.
02:55O fato é que a direita está se preparando para 2026 desde já.
03:00E aquele momento meio morto, morno, acabou.
03:05Está todo mundo com manga arregaçada e trabalhando para se tornar mais conhecido.
03:10Mas não pode ser uma sinalização, se não de ruptura, mas de que uma parte da direita vai pegar um outro caminho,
03:17que não será o mesmo de Jair Bolsonaro e do P.E., liberal?
03:22Pode ser, caniato.
03:24O ponto é que a situação do jeito que está hoje, os governadores precisam decidir qual rumo que vão tomar.
03:31Quanto mais cedo isso ficar definido, melhor. Por quê?
03:35Porque, a princípio, há o consenso de que se reunirão em torno de um nome para a presidência da República.
03:44E se as regras do jogo estiverem bem estabelecidas, ou seja, olha,
03:48aquele candidato que estiver mais bem posicionado nas pesquisas no mês de janeiro, fevereiro de 2026,
03:56será o candidato que todos apoiarão.
04:00E aí cada um vai fazer o trabalho que for necessário para testar a sua popularidade,
04:05para ver quais vão crescer.
04:07Aqueles que enxergarem que não vão ter chance ali de ganharem protagonismo,
04:13vão trabalhar nos seus estados para fazer as alianças adequadas,
04:18vão fazer a movimentação partidária que for mais conveniente,
04:22vão escolher se se candidatarão ao Senado, se vão sair da vida política, enfim.
04:27Eles vão poder se posicionar de uma forma melhor.
04:30Ao mesmo tempo que Bolsonaro sabe também que, para a UPL,
04:35é muito importante ter o apoio de outros partidos,
04:40sobretudo agora com essa federação entre progressistas e União Brasil,
04:44o apoio desta federação será muito importante para dividir os custos,
04:50aumentar o tempo de TV, viabilizar as alianças no Estado.
04:54Se isso não for bem tratado e bem cuidado por Jair Bolsonaro e pelo próprio Partido Liberal,
05:02eles terão problema lá na frente.
05:03Então, já ter uma sinalização mais clara ajuda os dois lados.
05:09tanto os governadores que querem definir a sua vida, quanto o próprio Jair Bolsonaro e o PL.
05:14Pois é, tem gente que acha que Jair Bolsonaro, aos 47 do segundo tempo,
05:18não respeitaria o tal acordo e tentaria lançar o nome dele.
05:22Agora, se a gente olha para o retrospecto dos últimos meses, talvez,
05:28candidatos para a presidência da Câmara e Senado,
05:31e também eleição para a Prefeitura de São Paulo, Jair Bolsonaro respeitou os acordos, né?
05:38Inclusive foi criticado por isso.
05:40Você, Mota, a movimentação de governadores e a possibilidade de ter o aval,
05:47a bênção de Jair Bolsonaro.
05:50Um minuto e meio, Mota.
05:51É preciso ter cuidado com a precipitação.
05:56Os governadores com os quais eu conversei nos últimos meses não pretendem se precipitar.
06:04O Brasil passa por um momento muito delicado, o mundo passa por um momento muito tumultuado.
06:10Vamos lembrar as surpresas que estão acontecendo nas eleições da Alemanha, da Austrália, do Canadá.
06:18Então, nada é mais perigoso do que esse clima de já ganhou.