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A Opep+ anunciou a volta de até 2,2 milhões de barris por dia ao mercado até novembro, desafiando tarifas de Trump e provocando queda nos preços. A professora da USP, Virginia Parente, analisa os impactos econômicos e ambientais desse movimento para o Brasil e o setor global de energia.

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Transcrição
00:00Com as tarifas de Donald Trump, a OPEP Mais divulgou que planeja acelerar a produção de barris de petróleo
00:06e que deve trazer de volta ao mercado até 2,2 milhões de barris por dia até novembro.
00:13Vamos entender como é que isso vai se estender no futuro, conversando ao vivo com a professora da USP,
00:18especialista na área de energia, Virginia Parente.
00:22Tudo bem, professora? Bem-vinda ao Money Times. Boa tarde.
00:26Muito obrigada, Natália. Prazer falar com você e com o Felipe.
00:29Prazer o nosso. E professora, a gente tem falado, né, dia sim, dia também, sobre o tarifasso de Trump
00:38e aí nesse contexto OPEP Mais vem acelerando a produção de petróleo.
00:42Quero entender, né, ajuda da senhora para a gente entender quais são os principais desafios que o setor energético enfrenta atualmente
00:48e a senhora acredita que a gente está perto de uma transformação ou essa transformação pode desacelerar com o Donald Trump no poder?
00:57Pois é, é uma questão bastante interessante essa que você coloca.
01:02É o Brasil que tem essa imagem de país verde e ao mesmo tempo está abraçando a OPEP.
01:07E a OPEP é um cartel, um cartel que olha o seu próprio interesse.
01:11Então, assim, significa, por um lado, que o Brasil tem petróleo e vai ter mais, eventualmente, se explorar a margem equatorial,
01:18mas ao mesmo tempo perde esse colorido de uma produção a partir de um mix energético limpo, não é?
01:26Porque nós sabemos que petróleo é um dos combustíveis, dos três combustíveis fósseis,
01:31é o principal, é o mais utilizado no mundo, é o segundo mais poluente depois do carvão.
01:36Então, aí nós temos alguma controvérsia.
01:39Mas quanto a essa questão do preço, o que eu vejo é uma tendência de ir ladeira abaixo,
01:45porque com o tarifaço do Trump, como você falou, essa sacudida no principal consumidor mundial,
01:51os Estados Unidos não têm só o peso de serem o país, de ser o país maior do mundo,
01:58o segundo, o primeiro, o maior, a China, e eles estão disputando esse PIB, não é?
02:04De quem vai ficar com o maior PIB, mas ele é, sobretudo, o maior consumidor, o maior importador.
02:09Todo mundo aceita dólar.
02:11Por enquanto, estamos todos aceitando e, por conta disso, eles importam muito.
02:15E, ao colocar uma tarifa, significa que as importações de todo mundo para os Estados Unidos vão diminuir
02:21e significa que os outros países do mundo vão vender menos, vão faturar menos
02:26e vão ter uma desaceleração em suas economias com um efeito dominó.
02:30Então, já tem aí uma perspectiva de ladeira abaixo, de sobrar petróleo no mundo,
02:36por conta dessa desaceleração da produção e da demanda,
02:39e, ao mesmo tempo, nós estamos vendo um aumento da produção por parte da UPEP.
02:44Pois é, Felipe, sua pergunta para a professora Virginia.
02:47Tudo bem, professora? Boa tarde.
02:50Professora, a gente, como a senhora falou, a gente está vendo os preços do barril de petróleo despencando
02:56e, claro, para os Estados Unidos, essa questão das tarifas tem muito a ver,
02:59mas esse preço está despencando no mundo inteiro.
03:02Qual é o interesse da UPEP mais de jogar esse preço tão para baixo e aumentar a produção de petróleo?
03:09Qual é o interesse por trás disso?
03:12Bem, o que a gente percebe é que a UPEP faz uma conta entre preço vezes quantidade vendida.
03:19Então, ela percebe que, se os países não vão estar bem para poder pagar esse preço,
03:24elas preferem aumentar a quantidade, porque faturamento é preço vezes quantidade.
03:30Então, ao baixar o preço, a expectativa é de que continuem usando mais petróleo em vez de fontes renováveis.
03:36Apesar da sua recessão, nós também estamos contribuindo com uma commodity
03:41que é fundamental para o transporte de mercadorias e de pessoas em todo o mundo com um preço mais baixo.
03:46Então, ela visa não perder faturamento nesse momento.
03:51E, professora, qual é a sua visão sobre as adaptações que são necessárias para o setor energético,
03:57no contexto que a gente está vivendo atualmente, que é, de fato, cheio de contradições?
04:03A senhora aposta em algumas tecnologias emergentes que podem contribuir,
04:08que vão passar a ser fundamentais nesse processo?
04:10Sim, nós estamos vivendo um período de transição energética pelo reconhecimento da maior parte dos cientistas
04:18de que o mundo está aquecendo por razões humanas, por razões antrópicas, pela atividade humana.
04:25E a atividade humana que mais impacta, que mais causa gases de efeito estufa, que mais gera,
04:30é justamente a prospecção, o uso da energia.
04:34Então, nós precisamos fazer essa transição para formas de energias mais limpas.
04:39E as empresas de petróleo não querem mais ser conhecidas como empresas de petróleo.
04:43Todas elas migraram para serem conhecidas como empresas de energia,
04:47com geração a partir do vento, com geração a partir da hidroeletricidade,
04:52com geração a partir de resíduos sólidos urbanos,
04:55com geração a partir da biomassa, da cana-de-açúcar, do bagaço da cana, gerando energia elétrica.
05:01Então, existem várias tecnologias nesse sentido,
05:05mas como o mundo ainda não consegue se desvencilhar do petróleo,
05:09porque ele é muito prático e entrega uma quantidade de energia
05:11de uma maneira que já está num lódus operandi da maior parte das economias,
05:18o que se aposta muito também é na captura e armazenamento do carbono.
05:23Ou seja, eu emito, mas ao mesmo tempo eu retiro da atmosfera.
05:27Isso pode ser feito, por exemplo, em campos maduros,
05:31em reservas que você já utilizou, que já estão depletionadas,
05:36e que tem ali um vácuo que pode ser entuchado esse carbono,
05:41esse gás carbônico que foi retirado da atmosfera.
05:45Perfeito. Felipe, mais uma sua.
05:46Professora, eu queria saber a sua opinião sobre um assunto que...
05:52Eu mesmo não tenho uma opinião formada ainda totalmente,
05:55que é sobre a exploração na margem equatorial.
05:57Eu entendo que é muito importante para a Petrobras manter a sua produção ali,
06:02imagino que deve ter petróleo pelos estudos, enfim.
06:05E do ponto de vista do meio ambiente também imagino que é uma coisa perigosa,
06:09se tiver algum vazamento e tudo mais.
06:11Eu queria saber a opinião da senhora.
06:12É uma coisa fundamental para a Petrobras ter essa exploração ali?
06:16A gente consegue garantir que não vai ter vazamentos e ali, enfim, prejudicar o meio ambiente?
06:23Qual que é a opinião da senhora?
06:24Eu queria ajudar a construir a minha própria opinião a partir da sua explicação, por favor.
06:30Olha, esse é um assunto muito complexo que divide corações, não é?
06:34Então, assim, eu acho, Felipe, que a pergunta não é, é bom para a Petrobras,
06:40mas sim, é bom ou não para o Brasil e para os cidadãos do nosso país?
06:45É o que se percebe?
06:47O mundo ainda vai continuar utilizando petróleo.
06:49E deixar uma riqueza embaixo da terra significa que você não vai monetizar,
06:54não vai transformar em dinheiro e não vai transformar em riqueza.
06:57Mas, ao mesmo tempo, nós temos dois lados negativos dessa equação.
07:02Primeiro, é uma área extremamente sensível, mas o que contrabalança isso é o fato da Petrobras
07:10ter um histórico de muito cuidado, de acidentes relativamente pequenos e pouco significativos,
07:18de ser uma empresa que prima por uma governança com preocupação ambiental de altíssimo padrão.
07:25Então, isso dá um pouco mais de segurança, mas ninguém garante que não possam ocorrer acidentes, não é?
07:33Então, acidentes de fato ocorrem e é uma região extremamente sensível.
07:37O outro ponto, como eu falei que eram dois, primeiro é essa questão da sensibilidade ambiental
07:43e de não se poder garantir que não haja acidentes.
07:47Mas o outro ponto é a imagem que o Brasil quer ter.
07:50Nós queremos ter a imagem dos que participam da OPEP, dos que produzem muito petróleo,
07:55ou nós queremos ser esse país que é conhecido pelo verde, pela bandeira, pela floresta amazônica,
08:01pela capacidade de produzir muitos produtos energointensivos, eletrointensivos,
08:07que precisam de muita energia a partir de uma base limpa, ou seja, a partir de uma base não muito emissora.
08:13Então, existem aí alguns conflitos que precisam ser resolvidos.
08:17Do ponto de vista financeiro, estritamente econômico, é interessante para o PIB do Brasil
08:23que isso daí seja explorado.
08:26Não estou falando necessariamente para a Petrobras, porque não precisa ser só aberto para a Petrobras,
08:32pode ser aberto.
08:33A exploração dos vários sites possíveis, das jazidas petrolíferas,
08:41podem ser exploradas por diversas empresas, desde que preencham os requisitos de excelência ambiental.
08:50Professora, também quero te ouvir.
08:52Não podemos deixar de falar de um evento importante que está rolando em Houston,
08:57para esse setor.
08:58Ele é super relevante, Offshore Technology Conference.
09:02O que a senhora espera?
09:03O que deve ter destaque nesse evento em relação à inovação, em tendências?
09:08Bem, esse evento é muito focado em trocas na área tecnológica, em curvas de aprendizado,
09:18de como explorar com mais segurança, de como explorar com mais eficiência,
09:22de como explorar com menos emissões, de como transformar as empresas de petróleo
09:30e empresas de energia também renováveis.
09:33Então, tem umas três dezenas, umas 30 e poucas empresas brasileiras participando,
09:42dentre elas a Petrobras e várias outras empresas aqui do Brasil,
09:46que estão levando ideias interessantes para a gente ter mais eficiência energética nessa exploração,
09:52ou seja, conseguir mais energia com menos emissões.
09:55Mas também toda essa parte, como eu já havia mencionado, de captura e armazenamento
10:00e utilização de carbono também está na pauta dessas discussões.
10:05Perfeito. Muito obrigada pela entrevista, professora Virginia Parente,
10:10que é professora da USP especialista na área de energia.
10:14Mais uma vez, obrigada. Boa tarde. Volto sempre.
10:17A gente que agradece. Obrigada e um abraço a todos.
10:21Um abraço.

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