Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, analisou as consequências econômicas dos primeiros 100 dias do governo Trump, destacando as sobretaxas à China, a pressão sobre a classe média americana e os sinais de recessão nos EUA.
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NotíciasTranscrição
00:00Mariana, assunto muito complexo, preciso de mais gente aqui nessa mesa redonda para a gente aprofundar.
00:07Então, por isso, eu chamo para essa conversa o Sidney Lima, que é analista de CNPI da Ouro Preto Investimentos.
00:17Sidney, peço que você se some aqui à nossa conversa. Boa noite.
00:22Um período, no mínimo, agitado, esse início de mandato do Donald Trump, isso é um consenso.
00:29Você esperava algo dessa dimensão? Porque ele já tinha falado isso na campanha, né?
00:35Corte de gastos, tarifação para trazer as empresas para dentro.
00:40A questão é que essa guerra tarifária, em determinado momento, chegaram a 245% para a China,
00:47o maior parceiro comercial da maioria dos países e, principalmente, dos Estados Unidos.
00:51Os Estados Unidos têm uma enorme dependência da produção manufatureira da China
00:56e, para alguns produtos, chegou a quase 300% de sobretaxação, algo que seria inimaginável para alguns analistas.
01:04Eu queria saber se isso estava dentro do seu radar. Boa noite mais uma vez.
01:08Boa noite, boa noite a todos. Uma honra estar aqui com vocês novamente, né?
01:12Boa noite aí, Marcelo. Boa noite, Mariana.
01:14Então, o mercado, ele já esperava que nós tivéssemos um posicionamento um pouco mais incisivo por parte de Donald Trump.
01:21O termômetro, ele sempre acaba sendo até a própria Bolsa de Valores, os títulos de dívida norte-americanas também sinalizavam algumas preocupações.
01:29E o mercado inteiro, ele olhou para isso, só que ninguém esperava que fosse algo tão grave, tá?
01:35Uma das coisas que a gente acaba vendo sempre, Donald Trump, com esses posicionamentos,
01:40é que muitas vezes a gente tem até outras, até vezes eu até falei aqui também no canal Times,
01:48a respeito do que é político e o que de fato acaba sendo de uma forma a se executar,
01:54algo que economicamente ele acaba sendo sustentável.
01:57Eu acredito que isso vem muito mais de uma tentativa de perpetuação do mercado norte-americano
02:03através da posição ali da figura de Donald Trump em relação como a principal potência econômica que nós temos ao redor do mundo,
02:10que ele está dando o sinal de que basicamente é os Estados Unidos, o mercado norte-americano,
02:14que dá as cartas na economia mundial do que qualquer outra coisa.
02:18Mas assim, esperávamos, tá?
02:20Nós que estamos ali na Faria Lima vivendo isso diariamente,
02:23a gente esperava que tivesse um posicionamento mais incisivo de Donald Trump,
02:27mas não desta proporção.
02:29E aí num segundo momento a gente acabou olhando basicamente para,
02:33poxa, eles não vão conseguir sustentar essa briga toda aí,
02:37como a própria Mariana falou aí, também citou a relação com a China,
02:41porque é uma relação delicada que acaba impactando todas as economias ao redor do mundo
02:45e impactando, tem aquele efeito bumerangue ali até para o valor do próprio dólar.
02:50Mariana, fica à vontade.
02:53Obrigada pela tua participação aqui, queria que você falasse um pouquinho mais em relação a isso,
02:57porque é isso, o mercado esperava, mas talvez a velocidade e a amplitude com que veio
03:05é para mexer na economia toda muito rápido em coisas que demoram.
03:08Se a gente pensar em investimentos, em transferências de localidade e indústria,
03:12isso é coisa que demora muito tempo e ele tentou fazer muito rápido.
03:17Na tua opinião, dá para tomar decisão de coisas que precisam de estabilidade de muito tempo
03:22com esse clima de que tudo pode virar a qualquer momento?
03:25Como é que você vê a possibilidade das decisões de médio e longo prazo nesse cenário?
03:30Eu acredito que vai muito do perfil, quando a gente fala de investimentos, do próprio investidor.
03:36Eu vejo, neste momento, a gente está com um cenário, quando a gente fala para investimentos,
03:40um cenário de oportunidades extremas, principalmente nas economias emergentes.
03:44Ainda, nós temos, por exemplo, o mercado brasileiro.
03:48Quando a gente olha para a Bolsa Brasileira, boa parte dos papéis das empresas que estão listadas
03:53aqui na Bolsa Brasileira, elas têm múltiplos muito interessantes.
03:56Múltiplos esse que tem mostrado uma perpetuidade, uma resiliência desses negócios
04:01em determinados segmentos aqui na economia, principalmente algumas empresas
04:06que têm algumas relações com o comércio exterior, que foram direto ou indiretamente impactado
04:11no curto prazo disso.
04:13Mas você até tinha falado anteriormente, eu até estava prestando atenção em relação a isso,
04:17eu acredito que agora, mais do que nunca, um dos principais fatores que todo investidor
04:22tem que olhar é o conceito de diversificação.
04:25Quando a gente olha, por exemplo, para a renda fixa, para os investimentos mais seguros,
04:28não dá para ignorar, por exemplo, o IPCA mais 7, o IPCA mais 8, o IPCA mais 6,
04:34isso é algo que não é tão comum de se observar.
04:37Teremos ainda uma certa volatilidade, mas eu acredito que o Donald Trump deve começar a recuar.
04:43E um dos primeiros sinais foi essa suspensão das tarifas para poder entender melhor.
04:48Eu acredito que o mercado acaba recebendo isso como um recado bem claro de que, poxa,
04:53isso está fantasiado, embrulhado por uma percepção de, diríamos que, um estudo,
05:00mas no fundo é porque basicamente não quer assumir que aquilo ali é ruim para a economia norte-americana.
05:05Eu vou aproveitar esse encontro aí de especialistas, a Mariana Almeida e o Sidney Lima,
05:11para fazer uma pergunta para o Sidney, mas eu queria depois também um parecer da Mariana.
05:16Vamos olhar agora de dentro para fora.
05:18A gente está falando de investimentos, o impacto global,
05:21mas nós estamos falando de um país de 330 milhões de americanos,
05:25que tem um alto padrão de consumo,
05:28mas quem sustenta a economia, assim como acontece em vários outros países,
05:31é a classe média-baixa, justamente essa mesma classe de trabalhadores
05:35que elegeu, que votou majoritariamente no Donald Trump.
05:39Então a gente tem uma perspectiva de aumento de inflação,
05:42aumento dos preços e da vida cotidiana, obviamente.
05:46Uma perspectiva de, quem sabe, a médio prazo, ou mais provavelmente a longo prazo,
05:51de uma mudança das empresas voltando para os Estados Unidos.
05:56Uma geração de empregos, como a Mariana muito bem destacou,
05:59levaria aí talvez anos, se não uma década.
06:02Vamos olhar para o amanhã já, esse chão da realidade.
06:06Essa classe média-baixa vai ter um custo de vida maior.
06:09E os Estados Unidos, o PIB dos Estados Unidos, como acontece no Brasil,
06:14não é a maior parte alicerçada em produção,
06:17é na prestação de serviços.
06:21E tem essas coisas que as pessoas cortam quando o custo de vida fica mais caro.
06:25Pensando nessas premissas,
06:26queria a conclusão da Mariana e do Sidney
06:29a respeito do que vai acontecer agora.
06:31É um efeito bola de neve, as pessoas vão cortando,
06:34isso vai gerando depois demissões.
06:38E estou amarrando tudo isso para falar que na semana que vem
06:41a gente tem a reunião do FON,
06:44para a decisão de taxa de juros do Federal Reserve.
06:48E a taxa de juros é vacina.
06:50Os bancos centrais, no caso dos Estados Unidos, o Fed,
06:53ele olha a perspectiva para aplicar uma taxa de juros agora,
06:56para evitar uma inflação maior lá no futuro.
06:59Sidney, o que você acha que vai aparecer
07:01diante dessas premissas que eu apresentei?
07:03Eu acredito que um dos grandes pontos que o mercado
07:07e que todos nós temos que ficar de olho,
07:09de fato, é a questão de emprego.
07:12A Donald Trump até tem batido muito no peito
07:15e ressaltado aí muito a questão do emprego.
07:18Mas nós já tivemos uma série de indicadores
07:20que eles estão sinalizando já uma desaceleração do fator emprego.
07:25Você bem colocou aí, citou a questão do PIB.
07:27No primeiro trimestre deste ano,
07:30o PIB ali dos Estados Unidos, ele já teve uma queda de 0,3%.
07:35Existe um delay, de fato, quando a gente fala de economia,
07:39que é um delay entre a atitude do que está acontecendo
07:43com o que nós temos de reflexo real dentro da economia.
07:47Eu acredito que sim, que a economia norte-americana,
07:50ela tem, ela vai acabar enfrentando alguns problemas,
07:54principalmente relacionados a esse contexto de inflação.
07:57Vale lembrar que, querendo ou não,
07:59a gente tem uma sinalização de uma inflação um pouquinho resiliente
08:03e tem ali todos os problemas relacionados à própria moeda,
08:07ao poder de compra que essa sociedade, ela tem enfrentado.
08:11Eu acredito que tem, sim, um cenário turbulento
08:13e o Federal Reserve, em relação à condução da taxa de juros ali,
08:19ele vai ter um pouquinho mais de dificuldade,
08:22principalmente se nós não tivermos um posicionamento mais pacífico
08:25de Donald Trump no curto prazo.
08:26Mariana, amarra para a gente, para encerrarmos, por favor.
08:30É bom, eu entendo que é exatamente isso.
08:32Tem um delay na economia, quando você toma uma atitude,
08:35mas o Donald Trump conseguiu acelerar um fator específico que foi,
08:40na medida em que ele criou uma insegurança,
08:42ele fez com que se antecipasse muito o fator importações
08:45na economia norte-americana.
08:47Isso derrubou no primeiro trimestre parte do PIB,
08:50exatamente porque a renda americana foi mais forte ainda para as importações.
08:53Agora, essa antecipação pode ter sido um dos fatores que segurou um pouco a inflação até aqui.
09:00E aí, precisa ver como vai acontecer daqui para frente,
09:02porque como você falou, Favale, a classe média baixa, por exemplo,
09:05já vai começar, até agora não se sentiu tão forte,
09:08mas vai começar a sentir a partir de agora.
09:10Por exemplo, as importações nos Estados Unidos pela Amazon
09:13ou de máquinas como a Shine acabaram agora de anunciar aumentos de preço.
09:18Então, está chegando o efeito tarifário, que é um efeito que é difícil fugir.
09:23E quanto mais associado a preço está aquela camada social,
09:27como a preço, quer dizer, os setores que têm pouca margem
09:30e pouca possibilidade da pessoa escolher comprar se não for pelo preço mais baixo,
09:34se tem uma margem mais baixa, isso aí, com tarifa, pode se tornar inviável.
09:39E aí, essa bola de neve é possível de acontecer mesmo.
09:41Quer dizer, você consome menos, aí quem vendeu menos tem menos renda,
09:45vai comprar menos e eu entro no fator recessivo.
09:47Então, observar como que isso chega, a partir de agora,
09:51e eu acho que isso foi adiado em alguma medida,
09:53mas vai chegar e está chegando,
09:56à medida que isso chega pode ter um efeito bastante negativo.
09:59Seria compensado por esses grandes investimentos que Donald Trump anuncia?
10:03Seria.
10:04Agora, entre o anúncio e a realidade,
10:05costuma também ter um certo delay quando ele não é quase eterno.
10:09Então, sinto que a gente vai precisar observar com muita intensidade
10:12e a reunião desta semana vai um pouco dar a temperatura do quanto a política monetária está disposta ou não a entrar
10:19para eventualmente segurar esse clima e tentar estimular a economia.
10:23Eu aposto que ele vai acabar não fazendo isso agora,
10:26ou seja, indo na direção oposta ao que Donald Trump tem tentado estimular.
10:29Mas vamos acompanhar.
10:30Semana importantíssima.
10:32Tem FOM, que é o Comitê de Política Monetária lá dos Estados Unidos,
10:37e o COPOM aqui no Brasil.
10:38E claro que a gente vai estar olhando minuto a minuto dessas decisões.
10:42Meu duplo agradecimento à Mariana Almeida,
10:45nossa analista aqui no Times Brasil, licenciada exclusiva do CNBC,
10:48e ao Sidney Lima, que é analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
10:54Então, vamos lá.