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Nelson Kobayashi recebe no Direto ao Ponto desta semana o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União-MT). Na entrevista, serão abordados temas como segurança na região amazônica, agronegócio, infraestrutura, equilíbrio fiscal, relação com o Governo Federal e os desafios da gestão estadual.

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00:00:00Direto ao Ponto
00:00:06Olá, boa noite, seja bem-vindo, seja bem-vinda ao Direto ao Ponto.
00:00:12Você pode nos acompanhar pela TV, pela Rádio Jovem Pan e pelo aplicativo Panflix.
00:00:17Nós também estamos nas redes sociais, segue a gente lá.
00:00:21Hoje o nosso programa recebe o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
00:00:25Governador, bem-vindo, boa noite.
00:00:26Obrigado, obrigado pela oportunidade.
00:00:28E para me acompanhar nessa conversa estão conosco o economista da Leve Asset, Jason Vieira,
00:00:33Elias Tavares, que é cientista político, o jornalista e vice-presidente da Ágora Assuntos Públicos,
00:00:39Fábio Zambelli e Mano Ferreira, jornalista e comentarista da Jovem Pan.
00:00:44A gente separou um pouco da história do nosso governador, vamos acompanhar.
00:00:51Empresário e formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Mato Grosso,
00:00:57Mauro Mendes fundou a Bimetal, fabricante de torres de telecomunicações em 1989.
00:01:04Entre os anos de 2007 e 2010, Mendes foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso.
00:01:13No mesmo período, também foi presidente do sistema SESI-SENAI.
00:01:17Ocupou o cargo de vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria entre 2010 e 2014.
00:01:25Em 2012, Mauro Mendes foi eleito prefeito da cidade de Cuiabá.
00:01:29Já em 2018, foi eleito governador do Estado de Mato Grosso em primeiro turno.
00:01:36Mauro Mendes foi reeleito governador em 2022, também em primeiro turno.
00:01:41Governador Mauro Mendes, apesar da sua história ser toda ligada ali à área do empresariado e da indústria,
00:01:51o senhor é governador de um Estado muito importante para o agronegócio brasileiro.
00:01:55E recentemente, nas últimas semanas, nos últimos meses, a gente viu esse assunto turbilhar nas redes sociais,
00:02:01na mídia, na repercussão em razão do preço dos alimentos.
00:02:04O senhor, como governador de um dos principais Estados, e não o principal, do agronegócio brasileiro,
00:02:09como vê a situação do agro, do acesso desses produtores rurais às facilidades que precisam
00:02:16para colocar alimento na mesa dos brasileiros?
00:02:18Primeiro, tenho muito orgulho de fazer parte hoje do Estado de Mato Grosso
00:02:22e dessa bela história que milhares de brasileiros que para lá foram há duas, três, quatro, cinco décadas atrás
00:02:29e ter transformado aquele canto do Brasil, que eram terras há muito tempo atrás hostis, improdutivas,
00:02:37no maior celeiro do nosso país e talvez um dos maiores celeiros de produção de alimentos do mundo.
00:02:42O Estado de Mato Grosso lidera hoje o agronegócio brasileiro, com várias commodities em primeiro lugar
00:02:48e hoje o Estado vive um momento diferente e melhor porque nós conseguimos vencer um dos grandes desafios
00:02:56que nós sempre tivemos, que é melhorar a infraestrutura logística.
00:02:59Não é aquilo que precisaria dentro do Estado, mas nos últimos anos o governo conseguiu fazer robustos investimentos,
00:03:07o governo do Estado de Mato Grosso, e com isso a infraestrutura melhorando,
00:03:11melhora a competitividade desse agro daquilo que eles chamam da porteira para fora.
00:03:16Porque da porteira para dentro, já há algum tempo nós conseguimos avançar muito em produtividade,
00:03:21em eficiência, em ganho de escala, porque lá nós temos grandes áreas produtivas e com isso nos tornamos
00:03:29essa grande potência do agro brasileiro e o agro brasileiro é uma grande potência mundial,
00:03:35fazendo com que o Brasil se tornasse o maior exportador líquido de alimentos.
00:03:39E os preços é algo que tem que se conviver com essa oscilação.
00:03:44Uma hora o preço sobe, uma hora o preço desce, é o câmbio que sobe, é o câmbio que desce, é problema climático.
00:03:51Então a agricultura brasileira tem que enfrentar esses desafios.
00:03:55Você tem um desafio climático, você tem um desafio do dólar e você tem um desafio do preço,
00:04:00que é Chicago, que é uma bolsa lá nos Estados Unidos que determina isso.
00:04:04Então corre-se muito risco.
00:04:06Mas o produtor brasileiro, de uma maneira geral, e o mato-grossense, ele aprendeu a conviver
00:04:11e hoje nós temos talvez uma das áreas mais competentes no mercado brasileiro,
00:04:17quem sabe mundial, que é o agronegócio.
00:04:18E o Mato Grosso está bem, esse ano está com expectativa de super safra,
00:04:22o preço não é lá essas coisas, tem essa história toda aí do Trump,
00:04:26todo esse desequilíbrio que ele criou aí com as suas medidas lá nos Estados Unidos,
00:04:31impactando o mundo inteiro, porém nós estamos preparados para esse cenário,
00:04:37para aprender um pouco com ele, mas aproveitar as oportunidades
00:04:42e todo momento de turbulência e de crise surgem oportunidades.
00:04:46E o agronegócio brasileiro está preparado para aproveitar essas oportunidades.
00:04:50E do ponto de vista do governo, o que o governo pode fazer para, se não ajudar,
00:04:54pelo menos não atrapalhar o produtor rural?
00:04:56Tanto o governo do Estado, lá onde o senhor é governador, quanto o do governo federal.
00:05:00Olha, esse é o grande desafio dos governos, é atrapalhar menos e ajudar mais.
00:05:05E do lado do governo, pelo menos no Estado de Mato Grosso,
00:05:08o que nós temos feito é investido muito em infraestrutura.
00:05:11O governo do Estado de Mato Grosso, ele investe nos últimos quatro anos
00:05:14perto de 20% daquilo que nós arrecadamos.
00:05:18Quase 20% daquilo que nós arrecadamos vira investimento no meu Estado.
00:05:22No Estado, quando eu assumi lá em 2019, estava com a folha de salário atrasado.
00:05:27Nós fizemos um ajuste fiscal muito duro no começo do eu.
00:05:31Fui vaiado, fui criticado, inclusive pelo agronegócio, para a grande maioria,
00:05:36porque medidas certas e corretas, num primeiro momento, elas são mal compreendidas.
00:05:41Mas, no segundo momento, as pessoas percebem o resultado,
00:05:45vêem o investimento que o Estado tem o dever de fazer.
00:05:48Porque pagar imposto, né, gente?
00:05:49Ninguém gosta.
00:05:50Eu não gosto, vocês não gostam aqui.
00:05:52E provavelmente ninguém gosta.
00:05:53Agora, o mais doído é você pagar e ainda tem que pagar por saúde,
00:05:58ter infraestrutura ruim, pagar para explotar seu filho na escola.
00:06:01Para vocês terem uma ideia, esse ano nós tivemos 8.740 alunos da escola privada
00:06:08que abandonaram a escola privada e mudaram para a escola pública no Estado de Mato Grosso.
00:06:13Não é porque lá tem crise, não.
00:06:15Porque lá tem uma menor taxa de desemprego no Brasil, os salários estão crescendo.
00:06:19É porque melhorou a qualidade da educação, fruto dos investimentos que o Estado está fazendo.
00:06:25Então, o governo de Mato Grosso investe e, fazendo investimento, ele ajuda toda a sociedade,
00:06:30inclusive o agronegócio, principalmente na área de logística.
00:06:33O governo federal está deixando um pouco a desejar.
00:06:36As obras do PAC anunciado, quase nada andou.
00:06:39A rodovia 158, a BR 158, que precisa fazer lá 160 km, 04 até agora, com dois anos e pouco de governo.
00:06:49Então, muito pouco, a gente espera muito aí desse programa, que foi anunciado aos quatro ventos,
00:06:54ou seja, uma nova edição daquele velho PAC, mas as coisas estão meio empacadas, pelo menos no Estado de Mato Grosso.
00:07:00PAC empacado. Vai lá, fala Mano Ferreira.
00:07:03Boa noite, governador. É um prazer estar aqui.
00:07:05E, governador, eu queria pegar essa mesma linha falando sobre o agro, mas trazer,
00:07:10para pedir uma análise do senhor, sobre a transformação que o agro passou nas últimas décadas.
00:07:15A gente fala muito que o presidente Lula governa em 2025,
00:07:20sem entender que o Brasil de 2025 é muito diferente do Brasil de 2005,
00:07:25na primeira passagem dele no governo.
00:07:27E uma das grandes diferenças é justamente a transformação do agro.
00:07:31Eu costumo dizer que, se um dia o agro brasileiro já teve uma identificação cultural, digamos assim,
00:07:37com o Chico Bento, hoje é a Ana Castela que é o símbolo.
00:07:42O que é que o PT e o presidente Lula não entenderam sobre a transformação do agro
00:07:49e a transformação do Brasil nessas décadas?
00:07:52Na verdade, Mano, eu vejo que talvez está faltando uma leitura mais clara da realidade,
00:07:58não só do PT, mas de muitos setores da política brasileira.
00:08:01Claro que hoje o PT acupa a presidência da República através do presidente Lula,
00:08:06mas eu vejo que muitos dos políticos hoje, eles estão surfando em ondas ou indo na onda,
00:08:12mas sem compreender com profundidade o seu papel e os caminhos que a sociedade brasileira está buscando.
00:08:18As urnas deram um recado claro nos últimos anos, eles foram mal interpretados,
00:08:23as pessoas ainda acham que pode controlar, aquela figura do formador de opinião acabou.
00:08:28Hoje o cidadão, através das mídias sociais, das novas formas de se comunicar e se conectar,
00:08:33ele consegue formar as suas próprias opiniões.
00:08:36Existe muita coisa circulando e o agronegócio não é diferente.
00:08:40O empreendedor mudou, nós temos hoje muita tecnologia entrando, as pessoas estão muito mais atentas.
00:08:46Acabou aquela figura do coluno, hoje existem empresários rurais.
00:08:51Não importa se ele seja pequeno, médio ou grande.
00:08:54Existe um empreendedor, o cara que precisa buscar tecnologia,
00:08:57precisa investir em novas técnicas produtivas.
00:09:01No meu estado é um exemplo disso, a produtividade cresce, a produção aumenta,
00:09:06há uma consciência ambiental muito mais forte, a grande maioria quer andar corretamente.
00:09:10Se lá atrás fez alguma coisa errada, eram outros tempos.
00:09:15Hoje existe uma nova mentalidade, uma nova visão e é esse agro que encanta e que produz
00:09:22tanta coisa positiva para o Brasil, sendo o maior responsável pela nossa balança comercial.
00:09:29Vamos lá, nosso economista Jason Vira.
00:09:32Governador, como o senhor falou, menor desemprego, principalmente no ano passado, 3,7%.
00:09:37Estamos com 2,6% agora, Jason.
00:09:39Muito bom. Também, o oitavo maior PIB do país.
00:09:44Ano passado foi um ano complicado para o agro.
00:09:47Nós tivemos desafios climáticos, tivemos questões internacionais afetando.
00:09:52O que o estado, no seu papel como estado, menos interventor possível,
00:09:56consegue fazer para dirimir parte dessas agruras que são típicas do agro?
00:10:01Essas questões que muitas vezes são climáticas, internacionais.
00:10:03Qual o papel do governo, como a gente até citou agora há pouco, quanto menos atrapalhar, melhor,
00:10:10mas nesses momentos difíceis que acontecem como foi do ano passado.
00:10:13Hoje a expectativa já é muito melhor para esse ano, mas nós tivemos inclusive um PIB negativo do agro do ano passado.
00:10:19Olha, Jason, veja bem, o ano passado nós tivemos sim um momento de dificuldade,
00:10:23mas o produtor, aquele que se profissionalizou, aquele produtor que caminhou da forma correta, ele sabe disso.
00:10:33Ele sabe que o preço é formado lá em Chicago.
00:10:36Não é ele, em função do custo dele, de quanto ele gasta de matéria-prima, de quanto ele quer ganhar de margem,
00:10:43que ele vai dizer o quanto ele vai vender o saco de soja, de milho ou arroba de algodão.
00:10:46Então ele tem que se adaptar a isso, ao preço do dólar, que uma hora sobe, uma hora desce,
00:10:50tem que se adaptar a essa realidade que está muito distante da sua capacidade de interferir nisso.
00:10:56E a grande maioria entendeu isso.
00:10:58E qual que é o verdadeiro papel do estado?
00:11:00O verdadeiro papel do estado é prover infraestrutura, é dar segurança jurídica,
00:11:04é garantir, como nós garantimos em Mato Grosso, o programa Tolerância Zero contra invasão de terra.
00:11:09Porque não tem coisa pior do que você viver com aquela sensação de insegurança, com medo,
00:11:15com medo de você ter sua propriedade invadida, como durante muito tempo isso aconteceu no Brasil.
00:11:20Hoje em Mato Grosso nós já estamos plantando dois anos com esse programa Tolerância Zero.
00:11:24Tivemos 53 tentativas de invasão, nenhuma prosperou.
00:11:29Prendemos mais de 200 pessoas, teve uma invasão lá que até um padre, infelizmente,
00:11:34um defensor, gente que estava lá fazendo o que não, talvez, corretamente devia,
00:11:39e foi conduzido para a delegacia.
00:11:41Então, nós estamos dando segurança jurídica, nós estamos investindo em infraestrutura,
00:11:46porque quando você tem uma boa logística, o seu custo cai.
00:11:49Você atrai melhor a mão de obra, porque você está lá numa fazenda,
00:11:52que o cara tem que andar 100 quilômetros de estrada de chão, ninguém aguenta.
00:11:56Se ele está ali numa condição de ir e vir melhor,
00:11:58porque muita gente pensa que uma boa estrada asfaltada é só para o caminhão de soja,
00:12:02ou esquece que por ali passa a ambulância, passa as vidas das pessoas.
00:12:06Naquele caminhão tem um ser humano, que é um caminhoneiro,
00:12:09que precisa trabalhar numa qualidade melhor.
00:12:11Então, o estado de Mato Grosso, para vocês terem uma ideia,
00:12:13está construindo, em média, mil quilômetros por ano de asfalto.
00:12:18Chão que está virando asfalto.
00:12:21Ninguém no Brasil faz isso.
00:12:22É o maior programa de infraestrutura hoje, logística, em curso.
00:12:26Além de uma ferrovia, é um estado que assumiu uma rodovia federal,
00:12:32uma concessão que estava a cargo da iniciativa privada.
00:12:35O Debrecht tinha a concessão da chamada BR-163,
00:12:38854 quilômetros para ser duplicado.
00:12:41Não deu conta de fazer.
00:12:43Entrou em colapso.
00:12:45Nós fomos lá, compramos por um real.
00:12:47Se compramos por um real, pode saber que isso era um pepino, né?
00:12:49Porque para vender por um real, uma concessão é porque não valia nada.
00:12:53Era só confusão.
00:12:54Desatamos todos os nós.
00:12:56É um caso de sucesso.
00:12:58O ministro Bruno Dantas, lá do Tribunal de Contas da União,
00:13:01ele conta essa história em diversos fóruns no Brasil.
00:13:04E nós conseguimos já.
00:13:05Já temos lá em torno de 150 quilômetros duplicados,
00:13:08450 restantes.
00:13:09Esse ano, todas as obras contratadas.
00:13:11Então, o governo de Mato Grosso, para enfrentar a crise,
00:13:14ele cumpre o seu papel.
00:13:15É o melhor jeito de contribuir.
00:13:16Porque o resto, os nossos produtores sabem fazer.
00:13:18Vamos lá, Fábio Zambelli.
00:13:20Boa noite, governador.
00:13:21O senhor, no ano passado, o senhor liderou uma espécie de boicote
00:13:26ao hipermercado de origem francesa,
00:13:28cuja liderança global fez críticas, ataques à qualidade da carne brasileira.
00:13:34Nós estamos diante agora de uma...
00:13:36na iminência de uma grande guerra comercial,
00:13:38deflagrada pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos,
00:13:41que vem impondo ali tarifas muito agressivas
00:13:44contra os países do mundo que têm um grande superávit
00:13:49e uma balança comercial com os Estados Unidos.
00:13:51O senhor entende que o governo brasileiro
00:13:53deve tratar esse momento com reciprocidade,
00:13:56ou seja, deve devolver na mesma moeda
00:13:58as possíveis sanções que virão por aí?
00:14:01Ou o senhor entende que existe um espaço para negociação?
00:14:04E na sua avaliação, eu queria saber se o senhor entende
00:14:06que é um momento de mais risco,
00:14:07ou de mais oportunidade para o Brasil
00:14:09nesse ambiente de guerra comercial mundial?
00:14:11Fábio, eu vejo que nesse momento o Brasil passa
00:14:14por um momento de oportunidades,
00:14:16mas existem riscos, sim.
00:14:18Porque o Trump, todo mundo conhece um pouco a biografia dele,
00:14:21sabe que ele sempre foi um grande jogador.
00:14:23É um cara que cria o caos para no meio dele negociar
00:14:27e aí ver se consegue auferir algum resultado positivo para o país dele.
00:14:31Está preocupado em reduzir o déficit da balança comercial americana
00:14:34e com esse tarifácio ele criou aí,
00:14:36nesses últimos, últimas semanas, um grande alvoroço no mundo inteiro
00:14:41e consequências ainda pouco claras ainda para muitos analistas
00:14:46que tentam delinear aí o futuro,
00:14:48mesmo diante de mudanças rápidas que podem acontecer
00:14:52em função da característica do presidente dos Estados Unidos.
00:14:56Então, eu vejo o seguinte,
00:14:56o Brasil hoje, nós temos muitas oportunidades,
00:14:59somos um grande exportador de commodities alimentares,
00:15:02a China, lá do outro lado do mundo, é o nosso maior comprador
00:15:05e também é um grande comprador do mercado americano.
00:15:08Se a China, em retaliação, ela colocou 30%, 34% de taxa,
00:15:14significa que qualquer produto que vier dos Estados Unidos
00:15:16vai custar para o consumidor chinês 34% a mais.
00:15:20Então, comprar do Brasil é muito mais barato.
00:15:23Está aí um ambiente de oportunidade.
00:15:25Mas vai que, de repente, esse Trump faz um acordo com essa China,
00:15:29porque a China também, ela depende muito de exportar para os Estados Unidos.
00:15:32Então, se ela fecha um acordo, pode aumentar a cota de venda
00:15:36de produtos americanos do agronegócio para o mercado chinês,
00:15:40o que pode prejudicar as nossas exportações aqui.
00:15:43Então, é um momento bastante confuso.
00:15:46Nós temos que olhar, e o governo brasileiro precisa fazer isso,
00:15:49com um olhar um pouco mais profissional, mais atento,
00:15:53e viver a realidade de acordo com as oportunidades.
00:15:56Nós temos que buscar consolidar o aumento das nossas exportações.
00:16:02O Brasil é um parceiro muito confiável.
00:16:05Isso o chinês leva em consideração.
00:16:08A confiabilidade, a segurança do nosso agro,
00:16:11é uma das poucas regiões do planeta que pode dobrar a produção de alimentos
00:16:16nos próximos, aumentar aí a produção de alimentos nos próximos anos.
00:16:19E o Estado de Mato Grosso, que esse ano vão ter safra recorde,
00:16:21nós podemos dobrar essa produção nos próximos 10 anos.
00:16:26Então, o Brasil não pode ser tirado de nenhum cenário
00:16:32que qualquer país do mundo, que dependa de importação de alimentos,
00:16:36pode tirar o Brasil de cena e colocar ele como o maior player que somos hoje.
00:16:40O Brasil é o maior exportador líquido de alimentos.
00:16:43Não somos o maior produtor, mas somos o país que mais exporta alimentos para o mundo.
00:16:47Portanto, em qualquer equação, o Brasil é importante.
00:16:50Agora, nós temos que fazer a coisa certa.
00:16:52O Brasil já foi o país mais importante do futebol.
00:16:55Hoje, já estamos quase indo para a segunda divisão no futebol mundial,
00:16:59lutando para ver se classifica para ir para uma Copa.
00:17:02Então, não basta ter talento, não basta...
00:17:04Tem que fazer a coisa certa, tem que ser profissional,
00:17:06senão você perde o jogo.
00:17:08E o governo federal tem um papel importante.
00:17:10Eu acho que tem que retalhar, sim, porque a gente precisa ser respeitado.
00:17:15Os Estados Unidos não podem fazer conosco o que ele está fazendo,
00:17:18nem com ninguém no mundo.
00:17:19O Trump está abusando aí do poder que, em tese, os Estados Unidos o têm,
00:17:24mas esse tiro pode sair pela culatra, como se diz no ditado popular.
00:17:28Agora, governador, o senhor que também já foi líder da Federação das Indústrias,
00:17:33lá do seu estado, eu quero saber, diante deste cenário,
00:17:36não pontualmente, mas diante do cenário da instabilidade de anúncio de tarifácio,
00:17:40de reações mundo afora, retaliação aqui e ali,
00:17:42a pessoa da indústria no Brasil, ela está mais preocupada com esse movimento
00:17:49ou está mais otimista com as oportunidades que podem surgir,
00:17:52como o senhor disse, que podem surgir novas oportunidades diante desse movimento?
00:17:55Primeiro, Fábio, desculpa.
00:17:57Nelson.
00:17:58É, Nelson.
00:17:58O Brasil hoje, a gente tem uma indústria que, ao longo dos anos,
00:18:02ela vem perdendo importância no cenário da economia brasileira.
00:18:06Muito embora nós temos uma indústria resiliente, competente,
00:18:09nós fabricamos avião aqui, exportamos para o mundo inteiro.
00:18:12Nós temos setores da indústria brasileira que são competitivos,
00:18:17que são importantes, a indústria alimentícia,
00:18:20que cresceu muito na esteira do crescimento do agronegócio.
00:18:23Então, é um, digamos assim, um nicho de segmento fundamental.
00:18:28E eu vejo que as oportunidades, elas podem se ampliar,
00:18:32mas os nossos maiores problemas, eles ainda são internos.
00:18:36A burocracia do Brasil, que o empresário e o empreendedor tem que lidar
00:18:39para se estabelecer, para permanecer,
00:18:42essa carga tributária maluca que nós temos aí,
00:18:45agora estamos falando de uma nova para simplificar,
00:18:47mas ela vem com esse título de ser uma nova modelo de simplificação,
00:18:52mas impõe ao brasileiro a maior IVA do mundo.
00:18:56Então, isso é muito ruim.
00:18:58Então, os nossos maiores desafios, eles são internos.
00:19:01Independente do cenário mundial, de oportunidades ou ameaças
00:19:05que nós possamos ter, a maior ameaça é o próprio país.
00:19:09É a ineficiência pública, é o gasto público, é a inflação,
00:19:13é juros batendo aí na casa de 14%, 15%.
00:19:16Como é que você sobrevive num país desse?
00:19:18Como é que você investe?
00:19:19Então, esse é o maior desafio da indústria brasileira,
00:19:23que muitas vezes precisa de capital intensivo na sua implantação
00:19:26para ter retorno no longo prazo.
00:19:28Como é que você faz isso quando você precisa de capital de terceiro,
00:19:31pagando um juros de quase 15%?
00:19:33Nosso maior desafio é nós mesmos.
00:19:36Fala aí, Elias Tavares.
00:19:37É um prazer estar aqui mais uma vez, governador.
00:19:39Eu queria falar um pouquinho sobre a jornada política do senhor.
00:19:43Em 2010, o senhor foi candidato ao governo pelo PSB.
00:19:47Evidentemente, ali numa chapa até, um campo progressista,
00:19:51PDT, PV, cidadania, na época, PPS.
00:19:55Hoje, o senhor desponta aí com um grande líder do centro-direita,
00:20:00uma voz forte, reeleito, com o primeiro turno,
00:20:04que é um feito muito importante para uma jornada política.
00:20:09Mas, devido a esses 15 anos que se passaram nessa mudança,
00:20:13porque o senhor veio de um partido ali de centro-esquerda,
00:20:16até chegar aqui nesse momento,
00:20:18embora desde essa época o senhor já colocou ali uma independência
00:20:21na candidatura à presidência, colocado ali.
00:20:25O que mudou do candidato de 2010 para o candidato atual,
00:20:30reeleito duas vezes com a votação totalmente expressiva?
00:20:34Elias, é muito claro que todos nós, ao longo do tempo,
00:20:37podemos amadurecer, compreender melhor algumas realidades
00:20:43que você, utopicamente ou ludicamente,
00:20:47imaginava que elas seriam de um jeito.
00:20:49E, quando você começa a viver essa realidade,
00:20:51você depara com um universo de coisas reais
00:20:55muito diferentes do que você imaginava.
00:20:57Entretanto, eu me posiciono hoje como uma pessoa de centro-direita,
00:21:03uma pessoa que está na política para fazer o bem.
00:21:06Não estou na política para fazer carreira,
00:21:08não estou preocupado com a próxima reeleição.
00:21:10Quando eu entrei no governo de Mato Grosso,
00:21:11você falou que fui reeleito em primeiro turno,
00:21:14eu fui reeleito em primeiro turno, com quase 70% dos votos,
00:21:16mas, no início do meu mandato, eu fui extremamente vaiado.
00:21:20Os produtores me vaiavam, os servidores, o pessoal da comércio, da indústria.
00:21:24Eu cortei incentivo fiscal, eu fiz uma reforma da Previdência doída lá para muita gente,
00:21:29mas eu dizia, gente, você precisa fazer o que precisa ser feito.
00:21:32Nós temos que ter coragem de fazer nesse país o que precisa ser feito.
00:21:35Olha o que está acontecendo com as contas públicas no Brasil.
00:21:38O trabalhador vai pagar essa conta.
00:21:40O juro caro, a inflação, vai para a conta dele.
00:21:44Vai dar isenção de imposto de renda, ótimo, lindo,
00:21:47mas com inflação, come isso tudo durante o ano, não vai adiantar nada.
00:21:51É dar com a mão e tirar com a outra.
00:21:54É isso que está se fazendo.
00:21:55Então, eu sou um político mais pragmático, de resultado.
00:21:58Faço o que tem que ser feito, não olho para a próxima eleição,
00:22:03eu olho para a realidade.
00:22:04Tem que enfrentar, eu enfrento.
00:22:06E foi assim que eu me elegi prefeito lá, falando um pouco a verdade,
00:22:11falando aquilo que eu acreditava que era possível fazer.
00:22:13Não fui para a reeleição, tinha 80% de aprovação.
00:22:17Ali, praticamente, eu encerrava a minha carreira política,
00:22:21mas os adversários normalmente não te deixam sair.
00:22:24Aí me dragaram com a eleição novamente,
00:22:27eu acabei sendo candidato, ganhei, aí fui para a reeleição.
00:22:31E agora não estou preocupado de ser senador,
00:22:33de ser isso ou aquilo ano que vem, não.
00:22:35Posso terminar o meu mandato e voltar para casa,
00:22:37com a consciência tranquila.
00:22:38Nunca respondi a um processo de improbidade administrativa.
00:22:42Então, eu me considero assim, um político de centro-esquerda
00:22:44que quer fazer o que é correto, fazer o que é justo,
00:22:47entregar resultado.
00:22:50Pouca conversa e resultado.
00:22:51Mano Ferreira.
00:22:52Acho que teve um ato falho, viu, governo?
00:22:54O senhor falou agora centro-esquerda.
00:22:56Opa, centro-direita.
00:22:58Perdão.
00:22:59Centro-direita.
00:23:00Não, mas todo mundo tem que ter um pouquinho...
00:23:02Veja, na esquerda não tem só coisa ruim, não.
00:23:05Pela lá, pelo amor de Deus.
00:23:06Não, porque tem gente que sataniza um lado e o outro,
00:23:09como se só existisse luz de um lado e treva do outro.
00:23:13Não, não é assim.
00:23:14Acho que na esquerda tem gente boa,
00:23:16tem alguns pensamentos que são positivos.
00:23:19Agora, a política no Brasil, ela não anda bem.
00:23:22Nós precisamos de ter gente com mais coragem
00:23:24e, acima de tudo, que queira fazer as coisas corretas.
00:23:28Corretas para o bem do nosso país e de todos nós brasileiros.
00:23:31Fala, mano.
00:23:32Pegando esse gancho, para falar um pouquinho do cenário de 2026,
00:23:37o senhor é do partido do governador Ronaldo Caiado,
00:23:41que já lançou a sua pré-candidatura à presidência da República,
00:23:49está colocado nesse momento como um dos nomes da direita,
00:23:54centro-direita, para a presidência da República.
00:23:58Mas, muita gente no campo da direita tem defendido a tese
00:24:04da tentativa de candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro,
00:24:08apesar de ele estar inelegível.
00:24:11Como o senhor se posiciona nesse contexto?
00:24:14Ronaldo Caiado tem seu apoio irrestrito como pré-candidato à presidência
00:24:20ou Jair Bolsonaro deveria ser o nome preferencial da direita?
00:24:24Mano, veja bem, nós estamos num momento, ainda faltando um ano e, lá vai cacetada,
00:24:31um ano e seis meses para as eleições de 2026.
00:24:35Eu, particularmente, prefiro trabalhar muito nesse momento,
00:24:38entregar resultado e decidir a minha vida política ali no começo do ano
00:24:42e é isso que eu vou fazer.
00:24:43Respeito àqueles que já estão se posicionando aí, falando já de 2026.
00:24:49Aliás, o Brasil não aguenta isso, né, gente?
00:24:51Cabe uma eleição, começa outra.
00:24:52Cabe uma eleição, começa outra.
00:24:53Eleição em dois anos, parece que a coisa mais importante que existe
00:24:57é ficar falando de eleição.
00:24:59Nós precisamos cuidar dos problemas reais do país.
00:25:03Como é que nós vamos fazer com essa dívida pública do governo federal
00:25:07que está causando juros altos, está causando inflação?
00:25:09Acho que é isso que nós temos que debater.
00:25:10O nome, vai aparecer um nome aí, seja do Bolsonaro,
00:25:14que é o maior líder da direita hoje, não tem como deixar de reconhecer
00:25:18o papel importante, a visão que ele teve de perceber lá em 2018
00:25:24o que estava acontecendo no país, se posicionar.
00:25:27Quase ninguém nesse Brasil acreditava, principalmente na classe política,
00:25:31que ele tinha viabilidade, foi lá, ganhou de todo mundo,
00:25:34com partido inexpressivo, sem tempo de TV, sem nada,
00:25:37e virou presidente da República.
00:25:38Perdeu para alguém também que muita gente não imaginava,
00:25:42que alguém sairia da prisão e voltaria a ser presidente do país.
00:25:45Então, existem sinais que podem ser aprofundados aí,
00:25:49não é talvez aqui o momento oportuno para isso,
00:25:52mas eu vejo que o Caiado,
00:25:54uma pessoa que está na vida pública há muitos anos,
00:25:58ele é um dos líderes autênticos dessa chamada direita,
00:26:01governador de um Estado também importante, faz um mandato exitoso,
00:26:04ele tem todo o direito de pleitear.
00:26:07Nós temos aí dois bons nomes.
00:26:09O preferencial que tem mais intenção de voto é o presidente Bolsonaro.
00:26:13Se ele se viabilizar, ele seguramente vai ser o candidato da direita.
00:26:18Se acontecer alguma coisa, e aí eu não tenho bola de cristal hoje,
00:26:22ele está inelegível e todo mundo sabe disso.
00:26:24Se acontecer algo até lá, ele se viabilizar,
00:26:26provavelmente ele vai ser o candidato.
00:26:28Se não, vai valer Caiado, vai surgir outros nomes,
00:26:31e aí nós vamos ter um grande debate.
00:26:33Agora, o que eu espero é que o debate seja não em cima de nomes.
00:26:36Nós temos que debater os problemas
00:26:38e as soluções para os graves problemas desse país.
00:26:42Se não, vai falar de nome aqui, de nome ali,
00:26:44não é Corinthians contra Palmeiras.
00:26:47Nós estamos falando do nosso futuro, dos nossos filhos
00:26:50e de graves problemas que podem levar ao Brasil
00:26:52a mesma trajetória que a Argentina já enfrentou há alguns anos atrás.
00:26:56Fábio Zambelli.
00:26:56O senhor tem participado, governador, de vários atos,
00:26:59recentemente com o presidente Bolsonaro,
00:27:02nas ruas, atos importantes e que têm unido,
00:27:05reunido sete governadores,
00:27:07pelo menos sete governadores têm participado.
00:27:10Eu queria saber, dentro dessa pergunta do Mano,
00:27:12se o senhor acredita na unidade do campo da direita para 2026.
00:27:16O senhor falou que não quer antecipar a discussão de nomes,
00:27:19não acha produtivo, mas é inevitável que se trate desse tema.
00:27:23É um tema que o presidente Lula trouxe à campanha eleitoral
00:27:25já antecipadamente para esse ano, já disse que começou a campanha,
00:27:28ele disse publicamente isso.
00:27:30Então, a oposição, naturalmente, vai se organizar para 2026.
00:27:33O presidente Bolsonaro, ele está inelegível e há pouquíssimos indicativos
00:27:39de que ele consiga recuperar a sua elegibilidade para o ano que vem.
00:27:42A pergunta que eu faço para o senhor é o seguinte,
00:27:44o senhor entende que esse processo deve ficar mesmo para o ano que vem,
00:27:47para 2026, e aí o presidente Lula tem um tempo, inclusive,
00:27:50para tentar recuperar a popularidade, ter mais musculatura política,
00:27:54ou a direita deveria, de fato, tratar seriamente a sucessão presidencial,
00:27:59já antecipando, pelo menos, o seu rumo e a certa unidade para o ano que vem?
00:28:04Eu pergunto também para o senhor qual a sua avaliação
00:28:05sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
00:28:07que, embora o seu partido tenha ali o candidato, como pré-candidato,
00:28:12o Ronaldo Caiado, o governador de São Paulo tem se mostrado mais convergente
00:28:16na conquista de apoio entre os outros governadores.
00:28:19Queria ouvir um pouquinho o senhor sobre esses dois temas,
00:28:21a unidade da direita e a sua posição sobre uma pré-candidatura
00:28:24do governador Tarcísio de Freitas.
00:28:26Primeiro, Fábio, que essa unidade da direita, ela deve acontecer
00:28:29e provavelmente ela aconteça, mas eu entendo até como salutar e democrático
00:28:34que, nesse momento, quem deseja, ele possa se posicionar,
00:28:37possam se colocar como candidato e espero que isso contribua
00:28:41para um debate sadio, sem ataques pessoais e sem a personificação
00:28:46em nomes e sim ideias, projetos, problemas e soluções.
00:28:51Então, é o momento de ampliar essa discussão.
00:28:54E lá na frente vai haver, e eu espero que haja, uma convergência
00:28:57desse núcleo chamado de centro-direita em cima de um nome
00:29:01que possa representar melhor esse conjunto de forças,
00:29:05mas, acima de tudo, o pensamento da maioria do cidadão brasileiro.
00:29:08E o Tarcísio, eu vejo que ele é um grande governador.
00:29:11São Paulo é o grande estado da nação brasileira,
00:29:14não tem como deixar de considerar isso.
00:29:17Entretanto, gente, nós temos aí nos últimos anos,
00:29:19acontecendo no Brasil, coisas muito improváveis.
00:29:22Quando analistas faziam certas análises, durante algum tempo atrás,
00:29:26pouca gente previa Bolsonaro ser eleito presidente.
00:29:30Pouca gente previa o Lula saindo da cadeia e virando presidente de novo.
00:29:35Então, será que nós estamos acertando as nossas análises
00:29:37para o que vai acontecer em 2026?
00:29:40Então, esse imponderável já aconteceu muitas vezes no Brasil
00:29:43e eu acho que esse imponderável pode continuar acontecendo.
00:29:46Surgiu algum nome, Pablo Marçal, é um nome totalmente desconhecido
00:29:50aqui em São Paulo, pelo menos assim, da grande massa.
00:29:52Entrou, fez uma graça ali, meteu uma carteirada aqui, não sei o quê,
00:29:57caiu na rede e pronto.
00:29:58Já era um nome que começou a crescer na opinião pública
00:30:02e quase foi para o segundo turno e poderia ter um resultado diferenciado.
00:30:06O que o senhor acha do Pablo Marçal?
00:30:08Cara, é difícil fazer, assim, esse tipo de afirmação,
00:30:12mas precisa ter mais consistência na política.
00:30:15É diferente você escolher um senador, um deputado estadual,
00:30:18um vereador, um deputado federal, o cargo legislativo.
00:30:21Até porque são muitos, se você erra numa das escolhas,
00:30:24você pode corrigir aquilo, são muitos ali,
00:30:28aquilo vai diluir o erro daquela escolha.
00:30:30Agora, quando você escolhe um governador, um presidente, um prefeito,
00:30:36e você erra nas escolhas, é quatro anos de consequências negativas.
00:30:40O brasileiro, ele precisa prestar um pouco mais de atenção,
00:30:43porque você não pode escolher uma pessoa para um cargo tão importante.
00:30:48Já pensou? Se eu chego aqui e falo assim, gente, eu quero ser agora o centroavante da seleção brasileira.
00:30:52Mas como, Mauro? Você tem... Não, mas eu...
00:30:55Deixa comigo.
00:30:55Mas nessa seleção, acho que dá certo, né?
00:30:58Porque está tão ruim.
00:30:59Mas veja bem, eu vou chegar aqui e vou dizer o seguinte,
00:31:01não, deixa comigo, eu vou chegar lá, vou fazer quatro gols.
00:31:04Mas como você vai fazer quatro?
00:31:05Vou chutar forte, rasteiro, no canto que o goleiro não está,
00:31:08vou chutar no ângulo, vou chutar...
00:31:10Eu vou diblar para a esquerda, vou falar um monte de coisa bonita aqui, que parece que faz sentido.
00:31:14Cara, mas você já jogou bola alguma vez?
00:31:16Não, quando eu era criança, eu joguei.
00:31:18Mas, pô, você tem 60 anos.
00:31:20Então, cara, não dá.
00:31:21Você não dá para falar para mim, ser o maestro de uma orquestra,
00:31:24se eu não sei tocar nenhum instrumento.
00:31:27Não dá.
00:31:27Isso não é razoável.
00:31:29Isso não dá certo.
00:31:30Por que a China é o que ela hoje?
00:31:32Porque a China, sabe como é que ela escolhe o presidente na China?
00:31:34Vocês sabem aqui ou não?
00:31:35Então, talvez eu vou contar aqui a China, o Xi Jinping está lá,
00:31:38não é porque ele é o mais politiqueiro do partido deles lá, não.
00:31:41É porque ele foi governador de Xangai.
00:31:44E entre os melhores governadores das províncias dos estados chineses,
00:31:48o partido escolhe o melhor governador para ser o presidente do país.
00:31:52Sabe como é que você vira governador lá?
00:31:53Entre os melhores prefeitos, em cima de indicadores claros, objetivos,
00:32:00muito transparentes, o cara compete para ser o melhor,
00:32:03quem entrega mais resultado vira governador.
00:32:05E no Brasil a gente escolhe, às vezes, o mais bonitinho,
00:32:08aquele que fala melhor, aquele que faz melhor gracinha,
00:32:11e depois a consequência vem para todos nós.
00:32:13Então, eu espero que nós possamos enriquecer esse debate em 2026,
00:32:18que venham os nomes e que nós possamos aprofundar
00:32:21nos graves problemas desse país,
00:32:23senão nós vamos aprender pela dor.
00:32:25Elias Tavares.
00:32:26O governador ia perguntar se Mato Grosso seria a Xangai do Brasil,
00:32:29mas a minha pergunta ainda é nessa rodada aqui de 2026.
00:32:35A gente tem a candidatura do Lula colocada, posta,
00:32:38a esquerda aparentemente organizada,
00:32:40por mais que o Lula tenha aí uma dificuldade muito grande
00:32:43de aprovação do seu governo,
00:32:44pesquisas recentes mostram que ele tem uma candidatura forte,
00:32:48e terá, eu acredito muito que ele terá uma candidatura muito forte,
00:32:52justamente por isso.
00:32:55Pela esquerda, hoje, ter uma candidatura consolidada,
00:32:58seus partidos ali muito coesos.
00:33:01E a direita, nesse momento, até os últimos atos que aconteceram,
00:33:05você vê uma figura importante, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro,
00:33:09com muitos governadores ali à sua volta, enfim.
00:33:13Mas a gente tem uma questão na política que se chama o timing.
00:33:16O que eu tenho de curiosidade é justamente assim,
00:33:19será que esse campo da direita, com muitos nomes,
00:33:21prováveis nomes, com condições reais aí de poder ocupar esse espaço,
00:33:26mas essa existência, talvez, do Bolsonaro com a candidatura dele,
00:33:30a gente enxergando que cada vez está mais difícil
00:33:32ele conseguir manter essa candidatura,
00:33:34principalmente pela questão do Tarcísio de Freitas,
00:33:36que para poder ser um potencial candidato,
00:33:39teria que deixar ali o governo do estado de São Paulo...
00:33:42Daqui a um ano ele não pode estar sentado na cadeira.
00:33:43Daqui a um ano ele não pode estar lá.
00:33:45É a questão do timing.
00:33:46Dá para o Bolsonaro esticar essa candidatura tão longe?
00:33:49Como é que a direita vai...
00:33:51Como é que vai ser o timing da direita para essa definição
00:33:53de Bolsonaro pode ou não ser candidato?
00:33:56Uma vez que um dos nomes fortes é justamente do Tarcísio,
00:33:59que precisaria sair da cadeira,
00:34:01e principalmente pelo tempo que ele perderia,
00:34:04porque não daria para o Bolsonaro fazer o que o Lula fez
00:34:06quando não estava preso, né?
00:34:07De manter a sua candidatura até uma hora que pode trocar, né?
00:34:10Então, como é que seria essa organização da direita?
00:34:13Olha só, Elias.
00:34:14Primeiro, é uma pergunta que, né, difícil de responder,
00:34:17porque ninguém sabe exatamente como o presidente Bolsonaro vai agir,
00:34:21como ele vai interagir até o próximo ano.
00:34:23Ele tem sido muito firme em dizer que vai ser candidato,
00:34:26já fez frases bastante de efeito e bastante forte,
00:34:30dizendo que não abre mão da candidatura.
00:34:32Ele é o maior líder da direita, ninguém tem dúvida disso,
00:34:35tem um papel importante aí na política brasileira nos últimos anos.
00:34:38Está ineligível, isso também é fato.
00:34:39E ele vai levar isso, vamos ver como é que ele vai, né,
00:34:44como é que vai ser essa possível mudança de postura dele.
00:34:48A gente percebe claramente que hoje tem muita gente disputando esse espólio, né,
00:34:52disputando essa herança, né,
00:34:54porque ele, além de ser o mais importante representante da direita,
00:34:58ele é o mais importante cabo eleitoral.
00:35:00Que ele chegar e falar assim, ó, vai ser o Mauro Mendes o candidato,
00:35:03esse Mauro Mendes pode bater a 30% de intenção de voto.
00:35:06Se ele falar que é o Tarciso, já bate a quase 40%, 40 e pouco.
00:35:10Se ele fala que é esse ou aquele, é, então assim, ele tem uma boa capacidade,
00:35:15além de ser o grande líder, de transferir, coisa que é muito difícil,
00:35:19essa tal transferência de voto.
00:35:21Ele é um dos poucos políticos brasileiros que tem essa capacidade hoje medida em pesquisa.
00:35:26Então, assim, nós vamos ter que aguardar um pouco mais, né,
00:35:29torcer para que haja uma definição clara.
00:35:33Eu também concordo com você, o presidente Lula não está morto, né,
00:35:37o governo é muito forte, tem aí mecanismos que podem estar sendo planejados para os próximos meses, né,
00:35:44eu não vou dar dica aqui para ninguém, mas eu saberia um pouco o que fazer aí,
00:35:50mas cabe a eles fazer até porque palpiteiro tem um monte por aí.
00:35:53Então, eu vou cuidar do meu Estado, vou cuidar do meu Mato Grosso,
00:35:56que graças a Deus está indo bem, né, e eu tenho um compromisso de entregá-lo muito bem,
00:36:01com muito melhor, inclusive, que eu peguei, né, há praticamente seis anos, sete anos atrás.
00:36:06Vamos lá, Jason Vira.
00:36:08Bom, uma coisa importante que nós observamos na direita é exatamente essa tentativa de união
00:36:13que está acontecendo agora.
00:36:15Mas o debate, nós sabemos bem que o debate com o presidente Lula e o presidente Bolsonaro,
00:36:20ele é nitidamente mais polarizado.
00:36:21Será que não ter o presidente Bolsonaro não vai ser automaticamente a derrocada do presidente Lula,
00:36:29ou seja, a esquerda também vai ter que se mobilizar em outro candidato?
00:36:33Porque, de certa maneira, pelos polos políticos, os dois se retroalimentam nos seus extremos.
00:36:41E aí a dificuldade fica naquela conquista do centro.
00:36:44E talvez um candidato vindo mais ao centro, ele talvez possa garantir retirar da esquerda
00:36:51uma parcela significativa daquilo que eles imaginariam que o presidente Lula,
00:36:55neste processo de polarização, poderia arregimentar.
00:36:59O que o senhor acha?
00:37:00Olha, Jason, é muito claro isso, né, que essa polarização entre direita e esquerda,
00:37:07ela tem dois grandes ícones, né, um de direita, que é o presidente Bolsonaro, e um de esquerda.
00:37:12Muitos de nós, e isso é uma análise muito fácil de ser feita e muita gente percebeu isso,
00:37:18parece que em 2022 o Lula escolheu o Bolsonaro e o Bolsonaro escolheu o Lula, né,
00:37:22um queria o outro, porque um tinha certeza que ganhava do outro,
00:37:25porque eles eram antagônicos e aí o resultado todo mundo já conhece.
00:37:29Entretanto, né, essa polarização muito radical, né, de só falar de direita,
00:37:35porque quem está na direita acha que na esquerda não tem nada que presta,
00:37:38quem está na esquerda não acha que nada que está à direita presta.
00:37:41Gente, a virtude, ela está na capacidade de você compreender os problemas, os desafios
00:37:47e de construir soluções.
00:37:49E o diálogo é fundamental, porque nós vivemos numa democracia.
00:37:52Eu citei aqui a China, um exemplo, né, de eficiência na escolha dos seus gestores,
00:37:58mas lá eles vivem um outro regime.
00:38:00Aqui no Brasil é democracia, você tem que ter uma grande capacidade de dialogar,
00:38:04de entender as coisas, né, de construir soluções para os graves problemas no Brasil.
00:38:10E um dos graves problemas no Brasil é a política brasileira.
00:38:12Olha o Congresso Nacional, ele foi lá e meteu a mão em 50 bi,
00:38:16ficou o ano inteiro brigando por causa desses 50 bi, conversa vai, conversa vem,
00:38:20enquanto isso o Brasil paga por ano, por ano, só de juros,
00:38:24só de juros, 20 vezes o valor desses 50 bi.
00:38:30O Brasil vai pagar por ano de juros, né, esse ano, praticamente 4 megacenas da virada,
00:38:37aquela que todo brasileiro sonha em ganhar no final do ano,
00:38:39por dia, de juros, da sua dívida.
00:38:42Você não vê ninguém discutindo isso.
00:38:44Olha que coisa grave.
00:38:47Isso é muito grave, isso vai destruir a economia brasileira,
00:38:51porque se o governo federal quebrar, o meu estado está bem.
00:38:55É o estado de Mato Grosso, é o estado que tem a menor dívida líquida entre todos os estados.
00:38:59É o estado de Mato Grosso.
00:39:00Mas se o governo federal quebrar, ele nos arrasta junto,
00:39:03como arrasta todo o país e grande parte da economia brasileira.
00:39:07E nós todos sofremos a consequência disso, e ninguém discute esse assunto.
00:39:10Governador, para a gente fechar essa rodada de eleições 2026,
00:39:14vamos ao que interessa aqui, onde estará o governador Mauro Mendes nessas eleições,
00:39:18porque seu nome é citado aí, cotado para o Senado.
00:39:22O que tem de verdade nisso?
00:39:23Você tem pretensão de disputar o Senado?
00:39:25Olha, eu procuro sempre deixar essa questão eleitoral para o ano das eleições.
00:39:30Isso é uma verdade.
00:39:31E se você olhar na minha trajetória política,
00:39:34você vai encontrar várias vezes eu citando isso.
00:39:36Gente, pelo amor de Deus, deixa as eleições para o ano das eleições.
00:39:40Deixa eu trabalhar.
00:39:41Deixa eu focar aqui no meu estado.
00:39:43Deixa eu focar, falava isso lá em 2022, 2021.
00:39:46Deixa eu focar na minha capital ali, quando eu era prefeito.
00:39:50Porque o debate eleitoral, embora ele tenha que respeitar quem o faça,
00:39:56mas eu acho que ele tem que acontecer no momento certo.
00:39:58Principalmente para quem está no cargo.
00:40:00Se eu sou governador hoje,
00:40:01pô, para mim ser reeleito ou eleito o ano que vem alguma coisa,
00:40:05eu tenho que entregar resultado.
00:40:07E mostrar que eu estou honrando aquilo que eu ganhei há um tempo atrás,
00:40:13que foi um voto de confiança,
00:40:14e aí o ano que vem eu posso chegar e pedir.
00:40:16E aí, uma das alternativas é, ou eu volto para casa,
00:40:20ou posso ir ao Senado.
00:40:21Não dá para ser deputado estadual, não porque eu não possa,
00:40:23porque eu inclusive acho que não posso, entendeu?
00:40:25Então eu posso renunciar,
00:40:26e o caminho natural trilhado pela grande maioria dos governadores
00:40:29foi ser candidato ao Senado.
00:40:31É uma possibilidade, mas é uma decisão que eu só vou tomar
00:40:34no início de 26.
00:40:37Até lá, ninguém vai tirar uma posição minha diferente.
00:40:40Está claro que a decisão vai ficar para o ano que vem.
00:40:42Mas a gente está vendo, no campo da direita principalmente,
00:40:45um projeto para o Senado,
00:40:47que vem sendo dito pelo Valdemar da Costa Neto,
00:40:51que é presidente do partido do ex-presidente Bolsonaro,
00:40:54pelo próprio presidente Bolsonaro,
00:40:55querendo ter aliados, não necessariamente do PL,
00:40:58mas aliados disputando o Senado.
00:41:01O senhor recebeu algum tipo de convite para pensar nesse projeto?
00:41:04O senhor recebeu algum tipo de abordagem?
00:41:06Algum tipo de...
00:41:08O senhor foi sondado para ser um candidato aliado do Bolsonaro ao Senado?
00:41:12Olha, eu tenho conversado, sim, com o presidente Bolsonaro,
00:41:15tenho conversado com o presidente Valdemar,
00:41:17eu tenho uma excelente relação com ele.
00:41:20Ele foi uma pessoa que, às vezes, que eu sentei com ele.
00:41:22Pouca conversa, combinamos algo, ele cumpriu absolutamente.
00:41:27Eu gosto muito disso.
00:41:28Eu falo lá no meu estado,
00:41:29eu sou um cara ruim de combinar, mas bom de cumprir.
00:41:31Você briga comigo na hora de combinar,
00:41:32não briga na hora de cumprir.
00:41:34Então eu gosto da política, ou na vida,
00:41:36no mundo dos negócios, em qualquer lugar.
00:41:38Combinou, tem que cumprir.
00:41:40E esse diálogo existe, sim,
00:41:42como também tem dialogado com outros partidos,
00:41:44com republicanos, tem dialogado com o Podemos,
00:41:47tem dialogado com outros partidos lá na minha base,
00:41:50ou até mesmo nacionalmente,
00:41:51conversando lá com vários líderes nacionais,
00:41:53nas oportunidades que nós temos de nos encontrar.
00:41:56Governador, eu queria aproveitar aqui a deixa,
00:41:58já que o senhor está falando do futuro político,
00:42:00embora a decisão fique para frente,
00:42:02é importante que já o senhor inicie o processo
00:42:05de discussão da sua sucessão,
00:42:07terminando o mandato ou concorrendo ao Senado.
00:42:11Eu queria saber do senhor se o nome do vice-governador
00:42:13Otaviano Piveta é natural,
00:42:15o senhor considera um nome natural para a sua sucessão,
00:42:18ou se há outras possibilidades dentro do seu campo político
00:42:21para o governo do Mato Grosso em 26.
00:42:22O nome mais natural hoje, Fábio, é o do vice-governador,
00:42:26principalmente se eu for candidato ao Senado,
00:42:29no dia 5 de abril de 2026,
00:42:31eu não estarei mais sentado na cadeira de governador,
00:42:34e ele que estará.
00:42:35Se eu resolver terminar o meu mandato,
00:42:37ele também poderá ser candidato,
00:42:40mas isso abre a possibilidade de outras pessoas.
00:42:43E é claro que no meu estado,
00:42:45ou em qualquer estado,
00:42:47deve ter gente, muita gente na moita lá,
00:42:49esperando para ver uma oportunidade e se apresentar.
00:42:54Então, por isso que eu digo, calma,
00:42:56não morri ainda,
00:42:58o mandato vai até o ano que vem,
00:43:00deixa eu trabalhar,
00:43:01tem muita coisa,
00:43:02eu estou focado lá em muitas coisas importantes
00:43:06que nós estamos fazendo.
00:43:08Esse ano, pelo menos no meu estado,
00:43:10é um ano de muita colheita de coisas que nós plantamos.
00:43:13Nós estamos construindo seis grandes hospitais,
00:43:15esse ano nós já entregamos três.
00:43:17um desses hospitais,
00:43:19ele vai ser administrado pelo Albert Einstein,
00:43:22vai ser um dos melhores hospitais públicos do Brasil.
00:43:25Pode escrever isso,
00:43:26porque ele vai ser administrado
00:43:28pelo um dos melhores do mundo,
00:43:30que é o Albert Einstein,
00:43:31mas a infraestrutura que nós estamos entregando
00:43:33é uma das melhores aí, com certeza.
00:43:35E diga-se de passagem,
00:43:36é um prédio que ficou uma obra parada
00:43:39durante 34 anos.
00:43:41O Brasil é cheio dessas coisas, né?
00:43:43A pessoa, uma obra de um hospital,
00:43:45fica 34 anos parado lá no meu estado,
00:43:49assim como no Brasil inteiro tem,
00:43:50lá tinha ainda,
00:43:51essa coisa muito comum.
00:43:53A gente se acostumou no nosso país
00:43:54a conviver com graves problemas.
00:43:56E um deles é esse,
00:43:57é comum.
00:43:58Um dia desse eu vi o ministro falando,
00:43:59ah, tem 14 mil obras na educação parada em todo o Brasil.
00:44:03Isso parece que é normal, né?
00:44:06A gente acostumou a conviver com a violência,
00:44:07acostumou a conviver com obras paradas,
00:44:10acostumou a viver com corrupção,
00:44:11é muito ruim.
00:44:13Esse péssimo hábito do nosso país
00:44:14é que tem feito com que o Brasil
00:44:17continue sendo o país do futuro,
00:44:19de um futuro que ainda não chegou.
00:44:21E se continuar desse jeito,
00:44:22não vai chegar.
00:44:23Mano Ferreira.
00:44:24Bernardo, eu queria falar do assunto
00:44:25que o senhor disse que ninguém gosta de falar,
00:44:27que é equilíbrio das contas,
00:44:29responsabilidade fiscal.
00:44:31Muita gente discursa dizendo
00:44:33ser favorável ao ajuste das contas,
00:44:36mas quando chega no debate concreto
00:44:38que tem que escolher onde cortar,
00:44:40acaba dando para trás.
00:44:42A gente vê o próprio ministro Fernando Haddad
00:44:45e quando assumiu ele dizia
00:44:47vamos cortar subsídios.
00:44:49Até agora eu estou procurando
00:44:50onde que os subsídios foram cortados.
00:44:52E o senhor fez o dever de casa.
00:44:54O que é que o Brasil pode aprender
00:44:56com o Mato Grosso
00:44:57em relação ao ajuste fiscal?
00:45:00Por onde passa para desarmar essa bomba?
00:45:03Mano, ninguém faz.
00:45:05Tem um ditado mundialmente conhecido,
00:45:08que acho que é chinês,
00:45:09ele fala o seguinte,
00:45:10ninguém chega a lugar algum
00:45:11se não sabe aonde vai.
00:45:14Então, se você não sabe o que fazer,
00:45:17dificilmente você vai entregar resultado.
00:45:20Se você vai fazer algo
00:45:21que você não gosta de fazer,
00:45:24esse resultado vai ser ruim.
00:45:25Então cortar a despesa é doído, meu irmão?
00:45:29Chega em casa e fala para a sua mulher,
00:45:31para os seus filhos,
00:45:31que você vai ter que...
00:45:32Olha, gente, agora é o seguinte,
00:45:34vou cortar isso,
00:45:35vai ser a cheadeira do filho,
00:45:36vai ser a cheadeira da mulher.
00:45:37Agora, você tem que ter muita clareza
00:45:39de que você precisa fazer aquilo
00:45:42e que você vai chegar em algum momento
00:45:45a uma condição melhor que você está.
00:45:47No estado de Mato Grosso,
00:45:48para você ter uma ideia,
00:45:49nós aprovamos lá
00:45:50uma lei de responsabilidade fiscal estadual,
00:45:53que ela é mais dura do que a LRF federal.
00:45:56E vou dar um exemplo claro disso.
00:45:58Quando você recebe um dinheiro
00:46:00de uma subvenção,
00:46:02um dinheiro extra,
00:46:03lembra do royalties do petróleo?
00:46:05Entrou uma bolada boa para os estados,
00:46:07para os municípios.
00:46:08Aquilo diminui o índice dessa LRF,
00:46:11dessa lei de responsabilidade fiscal federal,
00:46:13que diz o quanto você pode gastar
00:46:15com sua folha de pagamento,
00:46:16uma folha de salário ali dos seus servidores.
00:46:19Entra aquele dinheiro no ano,
00:46:21melhora esse índice.
00:46:22Quando melhora o índice,
00:46:23a maioria dos prefeitos,
00:46:24até governadores,
00:46:25são pressionados,
00:46:26ele não aguenta a pressão
00:46:27e dá um aumento.
00:46:28Só que no outro ano,
00:46:30não entra mais esse dinheiro.
00:46:32E aí você contratou uma despesa
00:46:33para o resto da vida,
00:46:35porque o salário daquele concursado
00:46:37não é só ali, não.
00:46:39O dia o cara aposenta
00:46:40e continua ganhando aquele salário.
00:46:41Então nós, no Mato Grosso,
00:46:42fizemos isso.
00:46:44Eu fiz um ajuste fiscal duro,
00:46:45coloquei os produtores rurais
00:46:46para pagar mais imposto.
00:46:48Eles chiaram para burro.
00:46:49Hoje estão felizes,
00:46:50porque estão vendo muita obra
00:46:51que melhora a vida deles.
00:46:52Nós fizemos uma reforma
00:46:54da Previdência,
00:46:55porque tinha gente lá
00:46:56que aposentava,
00:46:57um coronel da Polícia Militar
00:46:59aposentava do meu estado
00:47:00com 45 anos de idade,
00:47:02ganhando um salário
00:47:03de 35 mil reais.
00:47:04Quer dizer,
00:47:05não está certo isso, né, gente?
00:47:06Pode até ganhar bem,
00:47:07mas tem que trabalhar
00:47:08um pouco mais.
00:47:10Fizemos uma reforma
00:47:11da Previdência,
00:47:12então diminuímos a máquina,
00:47:14mandamos gente embora.
00:47:15No começo dói.
00:47:16Não fazia aquilo
00:47:17porque eu sou malzinho
00:47:18ou gostava de fazer, não.
00:47:20Porque era necessário fazer
00:47:21e isso que é fundamental.
00:47:23Você tem que saber
00:47:24o que precisa ser feito,
00:47:25coragem para fazer
00:47:27e uma outra coisa
00:47:28tão importante,
00:47:29uma estratégia.
00:47:31Porque se você não tiver
00:47:31uma estratégia,
00:47:32você não faz.
00:47:33Porque você começa
00:47:34a falar, falar,
00:47:35igual viu, desculpa,
00:47:36o ministro Haddad
00:47:37ficou aí várias semanas
00:47:39falando que ia fazer
00:47:40um corte de despesa,
00:47:41corte de despesa.
00:47:43De repente,
00:47:43sai o anúncio.
00:47:44Qual foi o anúncio?
00:47:45Vamos cortar a receita,
00:47:46porque ele anunciou
00:47:47que ia cortar o imposto,
00:47:48aumentar a base
00:47:51do imposto de renda.
00:47:51Quer dizer,
00:47:52ficou várias semanas
00:47:53falando em cortar a despesa,
00:47:55anunciou um corte de receita
00:47:56para tentar subir popularidade
00:47:58e isso vai cair na conta
00:48:00de todos nós brasileiros
00:48:01com o processo de inflação.
00:48:03O senhor é a favor
00:48:03do projeto de isenção
00:48:04do imposto de renda?
00:48:05Olha,
00:48:05eu sou a favor.
00:48:06Eu acho que ele tem
00:48:07seu mérito,
00:48:09porque no Brasil,
00:48:10quem ganha pouco
00:48:12paga muito imposto
00:48:13e quem ganha muito
00:48:14paga pouco imposto
00:48:16nesse país.
00:48:17Essa verdade
00:48:17precisa ser dita.
00:48:18a gente tem que ter coragem
00:48:20de enfrentar isso.
00:48:21Lá no meu estado,
00:48:22por exemplo,
00:48:22eu cortei o incentivo fiscal
00:48:23de indústrias,
00:48:25de colegas meus lá,
00:48:26porque eu fui presidente
00:48:26da Federação das Indústrias.
00:48:28Chegou um dia lá,
00:48:29sentou um monte de empresário
00:48:30na minha frente,
00:48:30falou,
00:48:31Mauro,
00:48:31você vai quebrar
00:48:32nossas empresas tudo,
00:48:33o cara está cortando
00:48:34um pedaço dos incentivos fiscais.
00:48:36Eu olhei para eles e falei assim,
00:48:37vem cá,
00:48:39vocês têm certeza
00:48:39que vocês estão falando isso?
00:48:40Cara,
00:48:41estou diminuindo um pouquinho
00:48:42aí do incentivo,
00:48:43isso é um pouquinho do custo.
00:48:44Não,
00:48:45mas vai quebrar todo mundo.
00:48:46Falei,
00:48:46ó,
00:48:46pode parar,
00:48:47pode parar.
00:48:47Esse golpe de falar
00:48:48que vai quebrar,
00:48:49quando eu fui presidente
00:48:50da Federação,
00:48:50eu aplicava aqui.
00:48:51Se os caras caíam,
00:48:52era problema deles.
00:48:53Agora,
00:48:53em cima de mim,
00:48:54vocês não vão dar um golpe,
00:48:55não.
00:48:55É o seguinte,
00:48:56traz o balanço de todo mundo,
00:48:58bota aqui na minha mesa.
00:48:59Quem vocês estão falando
00:48:59aí que vai quebrar,
00:49:00põe aqui.
00:49:01Eu vou analisar o balanço
00:49:02de um por um.
00:49:03Se eu ver que vocês estão
00:49:03tão apertados assim,
00:49:05eu vou diminuir o incentivo,
00:49:07esse corte.
00:49:08Vou até aumentar o incentivo.
00:49:09Agora,
00:49:10se você estiver mentindo,
00:49:11eu vou dobrar o corte.
00:49:12For embora,
00:49:13nunca mais apareceu,
00:49:16todo mundo feliz,
00:49:17a economia melhorou
00:49:18do meu estado,
00:49:19todo mundo está ganhando dinheiro,
00:49:21no final foi bom
00:49:21para todo mundo.
00:49:22Então,
00:49:23o gestor público,
00:49:24mano,
00:49:24ele tem que ter muito isso,
00:49:25é saber o que tem que ser feito,
00:49:27ter coragem para fazer
00:49:29e uma estratégia
00:49:30para implementar,
00:49:31porque senão fica só na conversa
00:49:33e não sai do papel.
00:49:34Jason Vieira.
00:49:35Governador,
00:49:36jogar um espinheiro aqui agora.
00:49:37Bora,
00:49:38vamos lá.
00:49:39Bom,
00:49:40recentemente tivemos aí
00:49:41o judiciário
00:49:42tirando,
00:49:44se autorretirando
00:49:45do Acabouço Fiscal.
00:49:48O judiciário também agora
00:49:49começou,
00:49:50disse que pode julgar
00:49:51os seus parentes
00:49:54em atos ali dentro,
00:49:56ou seja,
00:49:56se a defesa
00:49:58de um condenado,
00:50:00coisa parecida,
00:50:00for de um parente,
00:50:02o juiz pode julgar
00:50:03sem nenhum problema
00:50:04e mais outras coisas
00:50:06que estão acontecendo
00:50:07daqui em diante.
00:50:08O quão isso é problema
00:50:10para o Brasil
00:50:11daqui
00:50:11para os próximos anos?
00:50:13Jason,
00:50:14eu vejo assim
00:50:15que no Brasil
00:50:15nós temos muitas coisas
00:50:17que não estão andando bem.
00:50:20Existe aí
00:50:21um interfaceamento,
00:50:23um sombreamento
00:50:25entre o poder executivo,
00:50:27o poder legislativo.
00:50:28É o legislativo
00:50:29se metendo no executivo,
00:50:31é o judiciário
00:50:31se metendo no executivo.
00:50:34E o Brasil
00:50:34está gerando
00:50:35uma insatisfação grande
00:50:36no país,
00:50:36já é uma insatisfação grande,
00:50:38uma perda de credibilidade.
00:50:40O judiciário brasileiro
00:50:41é muito importante,
00:50:42a independência
00:50:43dos poderes
00:50:44é muito importante,
00:50:45mas existe
00:50:46muita coisa desorganizada.
00:50:48A gestão pública
00:50:49desse país
00:50:50em todos os seus poderes
00:50:51está muito desorganizada.
00:50:53E isso pode levar
00:50:54o país a um caos.
00:50:56Será que nós vamos
00:50:56ter que chegar
00:50:57num caos
00:50:57para aí começar
00:50:58a perceber
00:50:59que precisamos
00:51:00de mudanças profundas,
00:51:02talvez de uma nova
00:51:02Constituição,
00:51:04para botar um freio
00:51:05de arrumação
00:51:05naquilo que acontece
00:51:07no legislativo brasileiro,
00:51:08no judiciário brasileiro
00:51:09e até mesmo
00:51:10na administração,
00:51:11no executivo
00:51:12de muitos estados,
00:51:12prefeitura,
00:51:13Brasil afora?
00:51:14Cara,
00:51:15eu estou vendo aí
00:51:16coisas,
00:51:16não vou nem falar aqui não,
00:51:17mas coisas assombrosas
00:51:18que remontam
00:51:19de uma forma,
00:51:20numa escala maior
00:51:21do que aquilo
00:51:22que acontecia
00:51:22antes da Lava Jato.
00:51:25Notícias correm
00:51:25ali em Brasília
00:51:26para tudo quanto é lado.
00:51:27Toda hora você vê
00:51:28a imprensa noticiando aqui,
00:51:29corrupção de ser aonde,
00:51:30corrupção de ser aonde.
00:51:32Parece que as coisas
00:51:32estão piorando.
00:51:33Veio de melhorar no país.
00:51:35Então o Ministério Público,
00:51:36depois que criaram
00:51:37aquela lei lá
00:51:38de responsabilizar,
00:51:40de abuso de autoridade,
00:51:42mudar a lei
00:51:42de improbidade,
00:51:43parece que acabou,
00:51:44não tem mais ninguém
00:51:45fazendo nada no país.
00:51:46Claro que tem.
00:51:47É que o Ministério Público,
00:51:49ele,
00:51:49muitos promotores
00:51:51com medo
00:51:51dessa lei aí
00:51:52de ir lá
00:51:53aplicar
00:51:54e depois ser ainda
00:51:54penalizado
00:51:55porque estava perseguindo.
00:51:56Então eu vejo
00:51:57que hoje
00:51:58nós temos um momento
00:51:58difícil do país.
00:52:00O Brasil
00:52:01tem uma economia
00:52:02privada
00:52:03muito competente
00:52:04e eficiente,
00:52:05mas tem uma administração
00:52:06pública
00:52:07extremamente
00:52:08burocrática
00:52:09e ineficiente.
00:52:11E essa administração
00:52:11pública
00:52:12pode quebrar
00:52:13o país.
00:52:14Gente,
00:52:14com a dívida
00:52:15que nós temos hoje,
00:52:16a Previdência
00:52:16o ano passado
00:52:17deu 417 bilhões
00:52:19de déficit
00:52:20de um problema
00:52:21que só aumenta.
00:52:23Não tem no horizonte
00:52:24de curto, médio
00:52:25e longo prazo
00:52:26só daqui 100 anos.
00:52:28Até lá
00:52:29nós já quebramos
00:52:29umas 10 vezes.
00:52:30fizemos uma reforma
00:52:32que precisa ser feita
00:52:33a outra
00:52:33e está lá no Supremo
00:52:34para ser julgado
00:52:35a inconstitucionalidade
00:52:36daquela
00:52:36que volta tudo atrás.
00:52:38Então olha que bagunça.
00:52:39Como é que você tem
00:52:39segurança jurídica
00:52:40num cenário desse?
00:52:41Elias Tavares.
00:52:43Governador,
00:52:43eu vou continuar
00:52:44mais ou menos
00:52:45aqui nessa linha
00:52:46de raciocínio.
00:52:47O senhor é uma figura
00:52:48aí que conhecida também
00:52:49por falar o que pensa
00:52:51e defender
00:52:51os pontos de vista
00:52:52do senhor,
00:52:53como o senhor bem
00:52:53colocou aqui
00:52:54a questão do funcionalismo.
00:52:56O senhor falou
00:52:56sobre as boricãs
00:52:57prejudiciarem
00:52:58em alguns momentos
00:52:59e o senhor se considera
00:53:00o senhor é
00:53:01evidentemente
00:53:02um grande técnico
00:53:03um grande empresário
00:53:04que veio para a política.
00:53:06A jornada do senhor
00:53:07foi essa.
00:53:09Vindo do mundo privado
00:53:11e indo justamente
00:53:12para a política
00:53:13qual é a grande diferença
00:53:15que o senhor sentiu?
00:53:16Essa grande dificuldade
00:53:17como o senhor bem colocou
00:53:18aí.
00:53:19É muito diferente?
00:53:20É difícil?
00:53:21Paga-se um preço
00:53:22justamente
00:53:23por falar
00:53:24o que pensa?
00:53:26Ou o senhor acha
00:53:26que esse é justamente
00:53:27o que faz o senhor
00:53:28ser uma figura
00:53:29eleita
00:53:29com mais de 70%,
00:53:31reeleito
00:53:32mais de 70%
00:53:32dos votos?
00:53:33Elias, olha só.
00:53:35Muitas pessoas
00:53:36me perguntam isso.
00:53:37A diferença entre
00:53:38o mundo privado
00:53:39e o mundo público.
00:53:40Elas são gigantescas.
00:53:42Gigantescas
00:53:42porque existem, sim,
00:53:45empresas muito grandes
00:53:46que mexem com saúde.
00:53:48Tem grandes empresas aí,
00:53:50seguradoras,
00:53:51que mexem com saúde
00:53:52no Brasil,
00:53:52fora do Brasil.
00:53:53existem grandes
00:53:54construtoras,
00:53:56existem grandes
00:53:57empresas
00:53:58em todas as áreas.
00:53:59Mas você não vai encontrar
00:54:00talvez no mundo
00:54:01nenhuma empresa
00:54:02que mexe com saúde,
00:54:04que mexe com educação,
00:54:05que mexe com segurança,
00:54:07que mexe com construção
00:54:07de obras,
00:54:08que mexe com pérmites,
00:54:09com licenciamento,
00:54:10que mexe com velhinho,
00:54:11que mexe com criança,
00:54:12que mexe com tudo.
00:54:13Eu tenho lá
00:54:14sobre a minha tutela
00:54:1536,
00:54:17são 17 secretarias
00:54:20e mais 18
00:54:23órgãos vinculados.
00:54:25Estrututo de Defesa
00:54:26Animal,
00:54:27você tem a Junta Comercial,
00:54:28você tem a Polícia Civil,
00:54:29Polícia Militar,
00:54:30Polícia Técnica,
00:54:31tem Bombeiro.
00:54:32Então, assim,
00:54:32é uma complexidade grande
00:54:34e na hora de a gente
00:54:35contratar esse grande
00:54:36executivo,
00:54:36que é o governador
00:54:37ou o presidente,
00:54:38a gente vota no que é
00:54:39mais bonitinho,
00:54:39no que é mais bonzinho,
00:54:40no que é mais...
00:54:41naquele que fala melhor,
00:54:42naquele que...
00:54:43Então, assim,
00:54:44nós temos critérios
00:54:44muito frágeis
00:54:45para fazer as nossas escolhas
00:54:47que trazem essas consequências
00:54:48que o Brasil não consegue
00:54:50evoluir na sua administração pública.
00:54:52A administração pública
00:54:53no Brasil,
00:54:53eu falo de dentro,
00:54:54ela é extremamente
00:54:56burocrática e ineficiente
00:54:58e isso faz com que
00:55:00o nosso país,
00:55:02o Brasil,
00:55:03não é o que nós
00:55:04poderíamos ser
00:55:04por conta do
00:55:06governo brasileiro,
00:55:08seja ele federal,
00:55:09estadual e municipal,
00:55:10porque na média,
00:55:11claro que tem
00:55:11governadores mais competentes,
00:55:13que tem prefeitos
00:55:14muito bons,
00:55:15mas na média
00:55:16a administração pública
00:55:17brasileira,
00:55:18ela é muito abaixo
00:55:19daquilo que ela precisaria ser
00:55:20para fazer o Brasil
00:55:21se tornar o país
00:55:22do futuro
00:55:23ou o país que todos nós
00:55:24queremos que um dia ele seja.
00:55:25Mano Ferreira.
00:55:26Governador,
00:55:27eu queria pegar
00:55:28um gancho
00:55:29e fazer duas perguntas.
00:55:31A questão,
00:55:32o senhor tem sido
00:55:33um dos grandes,
00:55:35uma das pessoas
00:55:36que mais vocalizam
00:55:37a oposição
00:55:38à chamada
00:55:38taxa das blusinhas.
00:55:40O senhor, inclusive,
00:55:41se recusou
00:55:41a aumentar o ICMS
00:55:43sobre produtos importados,
00:55:45enquanto muitos governadores,
00:55:47ampliaram,
00:55:48aumentaram
00:55:48a carga
00:55:49de importação
00:55:51de produtos.
00:55:53Nesse sentido,
00:55:56eu diria que
00:55:56o presidente Donald Trump
00:55:58nos Estados Unidos
00:55:58tem feito
00:55:59uma taxa das blusinhas
00:56:00com anabolizantes.
00:56:02O senhor acha
00:56:03que o presidente Trump
00:56:05tem sido
00:56:06uma má liderança
00:56:07para a direita global?
00:56:09Atrapalha,
00:56:10de alguma forma,
00:56:11pessoas que têm
00:56:13uma agenda
00:56:14na centro-direita
00:56:15de mais integração
00:56:16comercial
00:56:17ter na presidência
00:56:19dos Estados Unidos
00:56:20uma figura
00:56:21como o Donald Trump?
00:56:22E nessa linha,
00:56:23qual agenda
00:56:24o senhor acha
00:56:24que o Brasil
00:56:25deveria implementar
00:56:26para aumentar
00:56:27a nossa participação
00:56:28econômica
00:56:29no cenário global?
00:56:30Várias perguntas aí,
00:56:31de fechar
00:56:32eu não perco nenhuma.
00:56:33Vamos lá,
00:56:33primeiro,
00:56:34eu acho que o Donald Trump
00:56:35está sendo sim
00:56:36um exemplo
00:56:36não muito bom
00:56:37nesse momento,
00:56:38porque aumentar imposto
00:56:39não é bom
00:56:40para ninguém,
00:56:41o Estado tem
00:56:41que se tornar
00:56:42mais eficiente.
00:56:43Quando você cobra
00:56:44mais imposto,
00:56:46quem vai pagar
00:56:47esse preço
00:56:47é o cidadão,
00:56:49porque no final do dia
00:56:50esse imposto
00:56:51vai para o preço
00:56:52dos produtos.
00:56:54Ponto.
00:56:54Então,
00:56:54eu acho que
00:56:55isso não é um bom
00:56:55exemplo
00:56:56que ele está dando
00:56:57como um pretenso
00:56:58ou como verdadeiramente
00:57:00o é,
00:57:00um líder de direita
00:57:01a nível global.
00:57:03Segundo,
00:57:03sobre as blusinhas.
00:57:05Claro,
00:57:05mano,
00:57:05que eu me recusei
00:57:06a levantar,
00:57:07porque eu estou contra
00:57:08aumentar qualquer tipo
00:57:09de imposto.
00:57:10Hoje,
00:57:10o Estado de Mato Grosso
00:57:11tem o menor ICMS
00:57:13entre todos os Estados
00:57:15brasileiros,
00:57:15junto,
00:57:16vamos ser justos,
00:57:17com Santa Catarina,
00:57:18com Rio Grande do Sul,
00:57:20Mato Grosso do Sul
00:57:22e Espírito Santo.
00:57:23São cinco estados
00:57:24que o ICMS,
00:57:25esse imposto,
00:57:26estadual,
00:57:27ele é de 17%.
00:57:28Tem Estado brasileiro
00:57:30que já é de 23%.
00:57:32Quando o Estado
00:57:33cobra mais imposto,
00:57:34ele está tirando dinheiro.
00:57:36O Maranhão
00:57:36é o Estado brasileiro
00:57:37que tem
00:57:38a maior taxa
00:57:40de Bolsa Família.
00:57:41É o Estado,
00:57:42reconhecidamente,
00:57:43com algumas dificuldades
00:57:44sociais
00:57:44e tem o maior imposto.
00:57:46Olha a disparidade.
00:57:48Nosso Estado,
00:57:49nós fizemos
00:57:50um trabalho muito forte
00:57:51para reduzir taxas,
00:57:53cobrar,
00:57:53tirar aquelas chamadas
00:57:54multas acessórias,
00:57:56que você tem muito ali
00:57:57na administração pública
00:57:59e estadual,
00:57:59que são absurdas,
00:58:01eram absurdas.
00:58:02Nós reduzimos o ICMS
00:58:03de telecomunicações,
00:58:04de energia.
00:58:05Então,
00:58:06fizemos um por quê?
00:58:07Tornamos o Estado
00:58:08mais eficiente.
00:58:10Essa palavra eficiência,
00:58:11ela está na Constituição
00:58:12como um dos princípios
00:58:14da administração pública
00:58:15brasileira.
00:58:16Mas ela está na Constituição.
00:58:17Em poucos lugares,
00:58:19você vê essa prática
00:58:21sendo realmente
00:58:22perseguida no dia a dia,
00:58:24na maior parte
00:58:24da administração pública
00:58:25desse país.
00:58:26Lá no meu Estado,
00:58:27eu me esforço muito
00:58:28para tornar o meu Estado
00:58:29mais eficiente,
00:58:30administração,
00:58:31tanto para arrecadar,
00:58:33para cobrar,
00:58:34mas também para gastar
00:58:35com qualidade,
00:58:36para fazer,
00:58:37virar investimento
00:58:37e não endividar o Estado
00:58:39e entregar resultado.
00:58:41Governador,
00:58:42o senhor citou o ICMS
00:58:43do Estado do Mato Grosso
00:58:44como sendo um dos menores.
00:58:46O senhor teme
00:58:47que depois de implementada
00:58:49a reforma tributária
00:58:50com uma equalização
00:58:51desta questão,
00:58:53o Estado do Mato Grosso
00:58:54se torne menos atrativo
00:58:55para investimentos?
00:58:57Essa reforma,
00:58:57ela vai ser perversa.
00:58:59Eu não tenho a menor dúvida
00:59:01de que nós temos aí
00:59:03até 2033,
00:59:04e eu ouvi de muitos deputados lá,
00:59:06quando eu tentava explicar
00:59:07um pouco
00:59:08os desdobramentos
00:59:10futuros dessa reforma,
00:59:12eu ouvi de alguns
00:59:13dizendo assim,
00:59:13governador,
00:59:14para com essa conversa,
00:59:15isso é complicado demais,
00:59:16governador,
00:59:16para com isso,
00:59:17o senhor não vai ser
00:59:18governador até lá não,
00:59:19o senhor quer voltar
00:59:19a ser governador,
00:59:20você vai estar aqui
00:59:21no Senado,
00:59:21esquece,
00:59:22isso é um problema
00:59:22para depois,
00:59:23depois resolve isso aí.
00:59:24Vamos aprovar,
00:59:25porque nós temos
00:59:26que aprovar isso agora,
00:59:27é bonitinho aprovar.
00:59:29Existia um ano,
00:59:30no Brasil se fala
00:59:31em reforma tributária
00:59:32há 30 anos,
00:59:34e nunca se fez,
00:59:35de repente,
00:59:36o Lira,
00:59:37principalmente o Lira,
00:59:38esse é um crédito dele,
00:59:40não podemos criticá-lo
00:59:41por isso,
00:59:42ele botou quente
00:59:42e aprovou.
00:59:43Então isso mostra o seguinte,
00:59:44quando o Senado Federal,
00:59:46quando a Câmara Federal
00:59:47quer fazer,
00:59:48eles fazem,
00:59:48porque fizeram.
00:59:49Agora,
00:59:50as consequências disso,
00:59:51veja bem,
00:59:52todo setor exportador,
00:59:54todo mundo que está
00:59:55na exportação
00:59:56de qualquer coisa,
00:59:57seja do agronegócio,
00:59:58de soja,
00:59:58de minério de ferro,
01:00:00de avião,
01:00:01toda cadeia de exportação
01:00:02não vai pagar absolutamente
01:00:03nada de imposto.
01:00:04se existe aí
01:00:06muita gente que exporta,
01:00:08muitas empresas,
01:00:09muita gente exportando hoje,
01:00:10é uma parte importante
01:00:11da economia brasileira,
01:00:12que não vai pagar nada
01:00:13desse novo imposto,
01:00:15quem é que vai ter
01:00:15que pagar mais?
01:00:17Por isso que já está aí
01:00:17sendo o maior IVA do mundo,
01:00:20já apontando aí
01:00:20para a casa de 28%,
01:00:22porque, gente,
01:00:23nós atacamos a nossa receita
01:00:25e a despesa.
01:00:27Cadê a reforma tesca
01:00:28para o empreendedor
01:00:29fazer investimento
01:00:29nesse país
01:00:30e está lá o Senado
01:00:31parado há quase quatro anos
01:00:33sem votar essa lei.
01:00:34Então,
01:00:34eu digo isso,
01:00:35nós temos hoje
01:00:36um grave problema
01:00:37que é essa ineficiência
01:00:39do setor público brasileiro.
01:00:41E se a gente continuar
01:00:41nesse ritmo aí,
01:00:42eu vivo repetindo isso
01:00:44e bato na madeira
01:00:45três vezes aqui,
01:00:47porque eu não estou desejando não.
01:00:48Mas tem coisas
01:00:49que são óbvias,
01:00:50se olha para o tempo,
01:00:50ver nuvem escura,
01:00:52trovejando,
01:00:53você fala assim,
01:00:53vai chover?
01:00:54Ah, de vinho?
01:00:55Não, cara,
01:00:55sinais são claros
01:00:56e assim vale na economia também.
01:00:58E a economia pública
01:01:00no Brasil
01:01:01não vai bem.
01:01:02Está aí o juros subindo,
01:01:04que é reflexo
01:01:05dessa grande dívida
01:01:06que nós temos
01:01:07e da forma
01:01:08que o Estado,
01:01:09principalmente o governo federal,
01:01:10tem gastado nos últimos anos.
01:01:11Tem quase dez anos
01:01:12que o Brasil dá déficit primário,
01:01:14ou seja,
01:01:14não sobra dinheiro
01:01:14nem para pagar o juro,
01:01:16quando irá pagar a dívida.
01:01:17Elias.
01:01:18Governador,
01:01:19eu queria ouvir o senhor agora
01:01:20algo diferente,
01:01:23assim,
01:01:24o que o senhor lamenta
01:01:25não ter conseguido realizar
01:01:27como político,
01:01:29como governador,
01:01:30como prefeito?
01:01:31Tem algum ponto
01:01:32que você fala,
01:01:32poxa,
01:01:32isso eu poderia ter conseguido,
01:01:35não consegui,
01:01:35alguma sensação dessa
01:01:36de que poderia ter feito mais?
01:01:38Como é que é?
01:01:39Pois é, Elias,
01:01:39essa pergunta é boa,
01:01:41mas ela não é para agora não,
01:01:42porque ainda tem um ano
01:01:43e ela vai com a sentada
01:01:44pela frente aí,
01:01:45então dá tempo
01:01:46de trabalhar muito,
01:01:47mas seguramente
01:01:48a gente nunca viu,
01:01:49Elias,
01:01:49consegue fazer tudo.
01:01:50A máquina pública
01:01:51ela é muito lenta,
01:01:52a burocracia ela é muito alta,
01:01:54o tempo da administração pública,
01:01:56cara,
01:01:56da minha empresa
01:01:57ou na sua casa
01:01:58ou da sua vida,
01:01:58não importa,
01:01:59você resolve comprar alguma coisa
01:02:00com dois, três dias,
01:02:01uma semana,
01:02:02você corta,
01:02:02analisa ali,
01:02:03toma a decisão e compra.
01:02:05Rapaz,
01:02:06tem coisa lá
01:02:06que você fica um ano
01:02:07para contratar uma obra lá,
01:02:09para fazer uma orla
01:02:09nas menores cidades
01:02:11do estado de Mato Grosso,
01:02:12nós licitamos três vezes,
01:02:13não deu certo,
01:02:14não aparecia ninguém,
01:02:15aí a gente teve que mudar
01:02:16um pouco o projeto
01:02:17e aí vão ter que licitar de novo
01:02:19e não sei o que,
01:02:20cada entra e publica,
01:02:21retira,
01:02:22vai,
01:02:23mexe,
01:02:23faz,
01:02:23já foram passar o bairro de um ano,
01:02:25é muito difícil
01:02:26esse tempo da administração pública,
01:02:28tem hora que eu digo o seguinte,
01:02:29que a administração pública
01:02:30no Brasil,
01:02:31com todo esse arcabouço legal,
01:02:33com tanta burocracia,
01:02:34com tanta marra,
01:02:36parece que ela foi cuidadosamente
01:02:38planejada,
01:02:39para o Brasil não dar certo,
01:02:40e está dando certo esse plano,
01:02:42que é pelo amor de Deus,
01:02:43né?
01:02:44Vamos lá, Jason.
01:02:45Governador,
01:02:46bom,
01:02:47o senhor estava falando
01:02:47sobre a questão dos impostos,
01:02:49do IVA,
01:02:50imaginando que ele tem
01:02:51um processo de transição
01:02:53de 10 anos,
01:02:54que foi uma das primeiras críticas
01:02:55que eu fiz lá atrás,
01:02:56quando o Bernardi Apia
01:02:56colocou o projeto,
01:02:58especialmente pela questão de,
01:03:00como o senhor falou,
01:03:01no Brasil a política
01:03:02sempre se interfere
01:03:03e nesse meio tempo
01:03:04tudo pode acontecer,
01:03:05inclusive o próprio projeto mudar.
01:03:07na cabeça do senhor,
01:03:09tem esperança de,
01:03:10de repente,
01:03:11por uma mudança de governo,
01:03:13esse projeto se alterar
01:03:14de alguma maneira,
01:03:14que como o senhor falou,
01:03:15o maior IVA do mundo
01:03:17é impossível
01:03:19o brasileiro concordar.
01:03:20E mesmo porque,
01:03:21da maneira como ele é desenhado,
01:03:23ele tira a autonomia
01:03:24dos governadores
01:03:26de certa maneira,
01:03:26como é lá fora,
01:03:27você,
01:03:27cada estado,
01:03:28tem o seu IVA específico.
01:03:31Não seria um momento,
01:03:32se houvesse uma troca de governo,
01:03:33de repensar essa reforma tributária
01:03:35e repensar também
01:03:36o pacto federativo
01:03:38para entender
01:03:39a distribuição
01:03:40que nós temos
01:03:40da questão dos recursos
01:03:41do governo federal
01:03:42para os estados
01:03:43e a maior autonomia
01:03:44dos estados e municípios
01:03:45em relação
01:03:46à retenção dos recursos?
01:03:48Jason,
01:03:49desfazer isso
01:03:50ou mudar isso,
01:03:51só vejo uma janela
01:03:53de oportunidade para isso
01:03:54quando der alguma M
01:03:55aí no futuro.
01:03:56Até lá.
01:03:57Meu amigo,
01:03:58esquece.
01:03:59Por que vai mudar?
01:04:00Vai ficar aqui o Mauro Mendes
01:04:01e meia dúzia
01:04:01falando que isso vai dar M?
01:04:02Ninguém vai acreditar.
01:04:03Ah, Mauro,
01:04:04não vai para lá,
01:04:04se falar 2034, 2036,
01:04:07será que eu vou estar aqui?
01:04:08Quem vai estar aqui?
01:04:09Isso é...
01:04:10Meu amigo,
01:04:11no Brasil,
01:04:12até o passado é incerto
01:04:13quando gerar o futuro.
01:04:14Então,
01:04:15ninguém vai querer
01:04:16fazer um novo esforço
01:04:17porque olhou,
01:04:19pensou direitinho,
01:04:20planejou e viu
01:04:21que isso pode trazer
01:04:22uma consequência negativa
01:04:23no futuro.
01:04:23Não temos essa cultura
01:04:24do Brasil.
01:04:26Então,
01:04:26acho que,
01:04:27infelizmente,
01:04:28vai ter que...
01:04:29E tomara, gente.
01:04:30Eu espero que daqui
01:04:3010, 15 anos
01:04:31a gente se encontre
01:04:32por aí.
01:04:33Já estou convidando
01:04:33meus amigos
01:04:34para a minha festa
01:04:34de 100 anos,
01:04:35então,
01:04:36não quero morrer
01:04:37até lá.
01:04:38Então,
01:04:38eu quero que talvez
01:04:39eu esteja errado,
01:04:40mas é muito difícil,
01:04:41gente,
01:04:42porque é muito forte
01:04:43isso que estou dizendo.
01:04:43Grande parte,
01:04:45todo o setor,
01:04:46a cadeia inteira,
01:04:47hoje no Mato Grosso,
01:04:47por exemplo,
01:04:48quem planta soja,
01:04:49na hora que ele exporta
01:04:50a soja,
01:04:51ele não paga ICMS.
01:04:52Mas o óleo diesel
01:04:53que ele compra
01:04:54para os tratores dele
01:04:55paga ICMS,
01:04:56que ajuda eu pagar
01:04:57o salário
01:04:58do meu policial,
01:05:00do meu professor,
01:05:01do cara da saúde,
01:05:02que ajuda eu fazer
01:05:03as estradas,
01:05:04esse cara não vai pagar
01:05:05mais nada,
01:05:06nem do óleo diesel,
01:05:07nem da energia elétrica,
01:05:08nem do pneu,
01:05:09nem dos equipamentos
01:05:10que ele compra
01:05:11dentro do estado
01:05:12do Mato Grosso
01:05:12se ele for um exportador.
01:05:14Isso é muito grave,
01:05:15porque a Vale do Rio Doce,
01:05:16que foi uma das empresas
01:05:17mais bilionárias,
01:05:19que dá lucro bilionário,
01:05:20que exporta praticamente
01:05:21quase tudo
01:05:22que ela produz,
01:05:23ela não vai mais pagar
01:05:23IVA no Brasil.
01:05:25Vai ser lindo,
01:05:26ela vai aumentar muito.
01:05:28a margem de lucro dela.
01:05:31Agora,
01:05:31quem vai pagar
01:05:32mais imposto?
01:05:33Porque o salário
01:05:33do policial
01:05:34não vai diminuir,
01:05:35o salário
01:05:35da professora
01:05:36não vai diminuir,
01:05:37o custo da saúde
01:05:38não vai diminuir,
01:05:39o custo do estado
01:05:40não fizeram nada
01:05:41até agora
01:05:42para diminuir isso.
01:05:43E aí,
01:05:43quem vai pagar
01:05:44essa conta?
01:05:47Fábio.
01:05:47Governador,
01:05:48o senhor mencionou ali
01:05:50há pouco tempo,
01:05:51tangenciou,
01:05:52na verdade,
01:05:52o tema
01:05:53do protagonismo
01:05:53judiciário,
01:05:54que às vezes invade
01:05:55um pouco
01:05:55atribuições
01:05:56executivo,
01:05:57também tem uma
01:05:58confusão entre os poderes
01:05:59nesse momento
01:05:59em Brasília.
01:06:00Eu queria falar
01:06:01com o senhor
01:06:02a respeito
01:06:02de um dos principais,
01:06:03se não for o principal
01:06:04projeto de infraestrutura
01:06:06e logística
01:06:07do país hoje,
01:06:08que é o ferrogrão
01:06:09que está parado
01:06:10no Supremo
01:06:10por um questionamento
01:06:11que foi feito ali
01:06:12por um partido político,
01:06:14enfim,
01:06:14acolhido
01:06:14por um dos ministros
01:06:16do Supremo.
01:06:17Desde então,
01:06:18a gente vê
01:06:18muito debate
01:06:19e pouca perspectiva
01:06:20de destravar
01:06:21esse projeto
01:06:23que é tão relevante
01:06:24para conectar ali
01:06:24o polo de produção
01:06:25de grãos
01:06:26do seu estado
01:06:26com a região
01:06:27norte ali
01:06:28do estado do Pará,
01:06:29com os portos
01:06:30da região norte
01:06:31do estado do Pará.
01:06:32Eu queria saber
01:06:33do senhor,
01:06:33existe,
01:06:34o problema é jurídico
01:06:35de fato,
01:06:36tem a ver
01:06:37com a questão
01:06:38das terras indígenas,
01:06:39tem a ver
01:06:40com falta
01:06:41de vontade política
01:06:42do poder executivo
01:06:43do atual governo federal.
01:06:44Qual é o seu diagnóstico
01:06:45sobre o ferrogrão
01:06:46e o senhor acredita,
01:06:48o senhor tem expectativa
01:06:49de que esse tema
01:06:50seja destravado
01:06:51aí no curto prazo
01:06:52ou o senhor está
01:06:53um pouco descrente
01:06:54com relação aos rumos
01:06:54do projeto.
01:06:55Só para contextualizar,
01:06:57ferrogrão,
01:06:58projeto de ferrovia
01:06:58que liga o centro-oeste
01:06:59aos portos do norte
01:07:01e que está suspensa
01:07:03as suas obras,
01:07:04estão suspensas
01:07:05por força
01:07:06de uma decisão judicial
01:07:07porque parte
01:07:08da ferrovia
01:07:09passaria dentro
01:07:10de uma área
01:07:11ambientalmente protegida
01:07:13pela Constituição.
01:07:15Essa decisão
01:07:16ela já foi modificada,
01:07:17só atualizando,
01:07:19e autorizou,
01:07:20o Supremo Tribunal
01:07:21autorizou,
01:07:22o ministro Alexandre Moraes,
01:07:23autorizou que o governo
01:07:25desse prosseguimento
01:07:26no licenciamento
01:07:27e levasse à frente
01:07:29demonstrando esse impacto
01:07:30e como mitigá-lo.
01:07:32Porque na verdade
01:07:33a ferrogrão
01:07:34ela passa,
01:07:35que é uma ferrovia
01:07:36que pega ali
01:07:37o coração da produção
01:07:38do agronegócio
01:07:39matogrossense,
01:07:40que esse ano
01:07:40passa de 100 milhões
01:07:41de toneladas
01:07:42e qualquer ferrovia
01:07:43no mundo
01:07:44que tem 30 milhões
01:07:45de toneladas de carga
01:07:46ela nasce viável.
01:07:47Uma topografia
01:07:48muito plana
01:07:49ali naquela região,
01:07:501% ali,
01:07:51ela faz 98%
01:07:54do tempo
01:07:54ela está praticamente
01:07:55na margem
01:07:56da BR,
01:07:57da rodovia,
01:07:58então ela não vai
01:07:59sair desmatando nada.
01:08:00Mas tem um lugar lá
01:08:01que ela passa
01:08:02dentro de um parque
01:08:03que foi feito
01:08:04uma lei
01:08:04e modificou
01:08:06um pedacinho
01:08:07desse parque.
01:08:08Pedacinho,
01:08:08uma coisinha de nada
01:08:09assim, ó.
01:08:10Mas aí o que acontece?
01:08:11Tem um problema
01:08:12burocrático
01:08:12nessa forma
01:08:13como foi feito isso,
01:08:14estava certo,
01:08:15estava certo,
01:08:16por isso que arrumou
01:08:16essa confusão judicial.
01:08:18Isso é tudo desculpa, tá?
01:08:19Porque no Brasil
01:08:20essa hipocrisia,
01:08:22os chamas de hipocrisia,
01:08:23dizendo que estão
01:08:24tentando proteger
01:08:25o memente,
01:08:25não é nada disso.
01:08:27Eu tenho falado
01:08:27um pouco sobre isso
01:08:28que é o Brasil
01:08:28do país do não pode, né?
01:08:30Aqui você não pode
01:08:31fazer ferrovia,
01:08:32veio o senhor Macron
01:08:33há poucos dias atrás,
01:08:34falo lá com o cacique
01:08:35Raoni, né?
01:08:37Liderança que eu
01:08:37respeito muito lá
01:08:38dos caiapós
01:08:39do meu estado,
01:08:40lá na região
01:08:41do Xingu.
01:08:42E aí o cacique
01:08:43Raoni falando mal
01:08:44da ferrogrão.
01:08:45E aí ele aparece
01:08:45lá no meu gabinete
01:08:46pedindo para asfaltar,
01:08:47a rodovia que vai
01:08:49até dentro
01:08:49da aldeia dele lá.
01:08:50Isso ele quer, né?
01:08:51Mas fazer ferrogrão
01:08:52para ajudar
01:08:53na competitividade
01:08:54do agro brasileiro,
01:08:54ele não quer.
01:08:55Um dia desse eu vi
01:08:56o Raoni falando
01:08:56que ele é contra
01:08:57explorar petróleo
01:08:58lá na margem
01:08:59equatorial.
01:09:00Ele está
01:09:001.500 quilômetros,
01:09:02né?
01:09:02Enquanto que o mundo
01:09:03inteiro lá,
01:09:04tem lá a senhora
01:09:05Exxon, né?
01:09:06Que é uma grande
01:09:06petroleira mundial,
01:09:08explorando ali do lado.
01:09:09O Brasil vai ficar
01:09:10aqui discutindo, né?
01:09:11Essa coisa do pode,
01:09:12não pode,
01:09:12índio não pode trabalhar,
01:09:13o índio americano
01:09:14trabalha.
01:09:15Aqui você não pode,
01:09:16um monte de coisa
01:09:17que o mundo inteiro faz
01:09:18porque essas pessoas
01:09:19que defendem isso
01:09:20estão defendendo tudo
01:09:21menos o interesse
01:09:23dos brasileiros.
01:09:24Então, essa questão
01:09:25da ferrogrão,
01:09:26hoje ela está travada
01:09:27da mão do governo federal.
01:09:28O ministro Alexandre
01:09:29liberou.
01:09:30Eu não tenho visto
01:09:31até agora
01:09:31nenhum movimento
01:09:33concreto.
01:09:34Eu pedi uma audiência
01:09:35com o presidente Lula
01:09:36já várias vezes
01:09:36para falar sobre ferrogrão.
01:09:38Não marcou audiência
01:09:39comigo, né?
01:09:41Porque eu tenho que ir lá
01:09:41brigar,
01:09:42porque eles pediram
01:09:43para levar quatro projetos
01:09:44estratégicos
01:09:45para colocar do PAC.
01:09:45Três, aliás.
01:09:46Eu levei quatro.
01:09:48Ferrogrão.
01:09:49Aconteceu nada
01:09:49até agora.
01:09:50Um, cinco, oito.
01:09:51São 160 quilômetros,
01:09:52mais ou menos.
01:09:53Fizeram quatro.
01:09:54Zero, oitenta.
01:09:55Nada.
01:09:56Dois, quatro, dois.
01:09:57Nada.
01:09:58Do que eu pedi,
01:09:59e foi um pedido
01:10:00do presidente Lula, tá?
01:10:01Não foi eu
01:10:02que fui lá
01:10:02me oferecer
01:10:03para pedir isso, não.
01:10:04São obras federais
01:10:05dentro do meu estado.
01:10:06Aconteceu um pedacinho
01:10:07desse tamanzinho
01:10:08de uma BR.
01:10:09Então, a ferrogrão
01:10:10hoje depende
01:10:10do governo federal
01:10:11e eu, sinceramente,
01:10:13não vejo vontade
01:10:14de fazer aquilo
01:10:15que é bom
01:10:15para o agronegócio brasileiro.
01:10:17Governador,
01:10:18o senhor tem dificuldades
01:10:19de falar com o presidente?
01:10:20Eu não tenho dificuldade
01:10:21de falar com ninguém, não.
01:10:23Eu só não fico
01:10:24puxando o saco de ninguém.
01:10:26Mas eu respeito ele
01:10:27como presidente.
01:10:28Não, eu digo de agenda.
01:10:29O senhor tem dificuldades
01:10:29de acessar o presidente?
01:10:30Eu nunca tive uma audiência.
01:10:32Tive uma só,
01:10:33que eles me chamaram lá
01:10:34quando foi assinar
01:10:35a concessão
01:10:36da BR-163, né?
01:10:39E aí foi todo negociado
01:10:40no período ali de 2022,
01:10:42mas ele virou presidente
01:10:43em 2023.
01:10:44E aí eu fui lá
01:10:44no Planalto e tal,
01:10:45fizemos um ato ali simbólico,
01:10:47porque era um negócio
01:10:48meio que, né,
01:10:49entre a NTT,
01:10:50que já tinha aprovado,
01:10:52entre bancos,
01:10:52entre acionista,
01:10:53mas eu fui lá
01:10:54respeitosamente
01:10:55com o presidente.
01:10:57Nunca faltei
01:10:57com respeito a ele,
01:10:58não falto ao respeito
01:11:00com ninguém.
01:11:00Agora, eu sou firme
01:11:01para defender o meu Estado
01:11:02e os meus pontos de vista,
01:11:04mas sempre respeitosamente.
01:11:05O senhor citou
01:11:06o cacique Raoni
01:11:07nesse evento
01:11:09em que ele critica
01:11:10a exploração
01:11:10na margem equatorial.
01:11:11Foi um evento
01:11:12que o presidente
01:11:13visitou lá
01:11:14a comunidade.
01:11:16E, pelo que consta,
01:11:17o senhor,
01:11:18o governador do Estado,
01:11:19não foi convidado
01:11:19para esse evento
01:11:20que teria a presença
01:11:22do presidente da República.
01:11:22Então, vou te dar um furo aqui.
01:11:24Eu fui convidado
01:11:24e desconvidado.
01:11:25Mandaram um convite
01:11:26num dia,
01:11:27daí do outro dia
01:11:28mandaram o cancelamento
01:11:29do convite.
01:11:30Mas eu tinha mais
01:11:31o que fazer,
01:11:32não me importei, não.
01:11:33Mas eu recebi o convite
01:11:35num dia
01:11:35e no outro dia
01:11:36eu recebi o desconvite.
01:11:38Porque cancelar o convite
01:11:39é um desconvite.
01:11:40Mas tudo bem,
01:11:41vida que segue.
01:11:42Daí eu tenho mais
01:11:43o que fazer,
01:11:43tenho que ficar andando à toa
01:11:44e principalmente
01:11:45cuidando.
01:11:46Vou cuidar dos interesses
01:11:47do meu Estado
01:11:48e respeito lá.
01:11:49Não fiquei zangado, não,
01:11:50porque eu tinha uma agenda
01:11:51bastante cheia,
01:11:52tinha que desmarcar tudo
01:11:52e fui cumprir minha agenda.
01:11:53Vamos lá,
01:11:54Mano Ferreira.
01:11:55Governador,
01:11:55o Mato Grosso
01:11:55é um Estado de fronteira.
01:11:57Eu queria falar
01:11:57sobre esse desafio,
01:11:59tanto do ponto de vista
01:12:00da integração comercial
01:12:01com a região,
01:12:03como do ponto de vista
01:12:03da segurança pública,
01:12:05que todo mundo
01:12:05sempre levanta
01:12:07o problema
01:12:08que o fato
01:12:09das fronteiras
01:12:10serem impermeáveis
01:12:11cria
01:12:12para a segurança pública.
01:12:14Como o senhor
01:12:15avalia
01:12:15o trabalho
01:12:16atualmente
01:12:17de coordenação
01:12:18nas fronteiras brasileiras?
01:12:20Olha,
01:12:22a segurança pública,
01:12:23Mano,
01:12:23é um dos grandes problemas
01:12:25desse país
01:12:25nesse momento.
01:12:28Isso já começou
01:12:29a ser capturado
01:12:30pelas pesquisas
01:12:31e do jeito
01:12:31que as coisas
01:12:32andam por aí,
01:12:33elas vão continuar
01:12:34infelizmente
01:12:35sendo capturadas.
01:12:35Um dia desses
01:12:36aqui em São Paulo,
01:12:38eu desci de um apartamento
01:12:39que minha filha mora aqui
01:12:40e mania de quem vive
01:12:41no interior,
01:12:42aí eu peguei o celular
01:12:43que estava andando na rua
01:12:43e fui falar no telefone.
01:12:45Minha filha avançou
01:12:45em mim e falou
01:12:46pai, pai, pai, pai,
01:12:48guarda esse telefone aí.
01:12:49Eu guardei o telefone
01:12:50e ela disse que não dá
01:12:51para andar na rua
01:12:52com o celular.
01:12:53Então, olha só,
01:12:54a segurança pública,
01:12:55ela tomou uma dimensão
01:12:56descontrolada do país.
01:12:58As facções criminosas
01:12:59dominam hoje
01:13:00grande parte
01:13:01das cidades brasileiras
01:13:02e eu vejo
01:13:04o governo federal
01:13:05mais preocupado
01:13:05em criar um programa lá
01:13:07com pena justa,
01:13:09criar programas
01:13:10para,
01:13:11dizendo assim
01:13:13para o Estado,
01:13:13olha,
01:13:14se você não há barreira,
01:13:15o cara avançar a barreira
01:13:16e você atirar nele,
01:13:18você não vai receber
01:13:19mais dinheiro,
01:13:19ajuda do governo federal.
01:13:21Eu disse que dispensava,
01:13:22com todo respeito,
01:13:24dinheiro sempre ajuda,
01:13:25mas o que eles ajudam lá
01:13:27na segurança pública
01:13:27é muito pouco
01:13:28frente àquilo
01:13:29que o Estado investe.
01:13:31E a fronteira
01:13:31é um grande problema
01:13:32porque por ali
01:13:33entram toneladas
01:13:34e toneladas de droga.
01:13:36Nós estamos presentes,
01:13:38eu tenho uma fronteira
01:13:38de mais de 800 quilômetros lá
01:13:40e essa fronteira,
01:13:42hoje,
01:13:42quem cuida praticamente dela
01:13:44é o governo do Estado
01:13:45com o nosso batalhão
01:13:46da Polícia Militar
01:13:47chamado Gefron,
01:13:48que é um batalhão
01:13:49especializado ali na fronteira.
01:13:51Esse ano,
01:13:51nós estamos batendo
01:13:52o recorde de apreensão
01:13:53de drogas.
01:13:54Então, assim,
01:13:54nós estamos fazendo
01:13:55a nossa parte,
01:13:56o governo federal,
01:13:57de vez em quando,
01:13:58atrapalha junto conosco
01:13:59numa atuação
01:14:00da Polícia Federal,
01:14:01mas grande parte
01:14:02do custo ali
01:14:03é bancado pelo Estado.
01:14:05E é um problema grave,
01:14:06mano,
01:14:06se não tiver
01:14:07algo diferente aí
01:14:09para controlar
01:14:11essa escalada
01:14:12de violência do Brasil,
01:14:13isso só tende a piorar,
01:14:14como tem acontecido.
01:14:15se você olhar
01:14:17todos os indicadores
01:14:18de segurança pública
01:14:19no Brasil
01:14:19nos últimos 30 anos,
01:14:21vamos fazer um recorte
01:14:22aí de longo prazo,
01:14:23para não falar
01:14:23que eu estou criticando
01:14:24Lula, Bolsonaro,
01:14:26Temer, Dilma,
01:14:27Fernando Henrique,
01:14:2830 anos de Brasil.
01:14:30Acho que todos eles
01:14:30pioraram no Brasil.
01:14:33Governador,
01:14:33sobre segurança ainda,
01:14:35o senhor também fala
01:14:36sempre sobre
01:14:36uma política
01:14:38de tolerância a zero,
01:14:39inclusive com
01:14:41invasões do MST.
01:14:44Nós estamos em uma época
01:14:45em que nesses meses
01:14:47de abril, maio,
01:14:48isso é muito constante.
01:14:50E lá no Mato Grosso
01:14:51isso é um desafio
01:14:51até maior,
01:14:52justamente pela quantidade
01:14:53de produtores rurais,
01:14:56de fazendas,
01:14:57enfim.
01:14:57Como o senhor vê
01:14:58essa questão,
01:14:59não só no Mato Grosso,
01:15:00mas no Brasil todo?
01:15:02Bom,
01:15:03de Mato Grosso
01:15:03o que eu posso dizer
01:15:04a você é o seguinte,
01:15:05lá um tempo atrás
01:15:06nós recebemos lá
01:15:08um grupo
01:15:09de produtores rurais,
01:15:10foi no início de 2023,
01:15:12com ascensão novamente
01:15:13do PT,
01:15:14do presidente Lula,
01:15:16e aquele medo
01:15:16do MST
01:15:17voltar
01:15:18a fazer aquilo
01:15:20que durante muitos anos
01:15:21ele fez no Brasil.
01:15:22Organizava acampamento,
01:15:23recrutava gente
01:15:24e colocava
01:15:24para invadir terras.
01:15:26E aí
01:15:26nós conversamos lá
01:15:27e conhecendo um pouco
01:15:28a legislação
01:15:29que eu conheço
01:15:30e muita gente conhece,
01:15:31sabe que se em 24 horas
01:15:32você invadir
01:15:33a propriedade de alguém,
01:15:33você pode chamar a polícia,
01:15:35isso é caracterizado
01:15:36como esbulho,
01:15:36possessório,
01:15:37você pode ir lá
01:15:38e arrancar o cidadão de lá.
01:15:40Então eu disse,
01:15:40olha,
01:15:40aqui no Mato Grosso é o seguinte,
01:15:41gente, tolerância zero,
01:15:43invadiu terra aqui,
01:15:44chama a polícia
01:15:45que a polícia vai lá
01:15:46e resolve.
01:15:46E graças a Deus
01:15:47nesse período
01:15:48foram 53 tentativas,
01:15:50nenhuma prosperou,
01:15:51já teve vazão
01:15:52com carinha,
01:15:53com carreta,
01:15:54com trailer,
01:15:55com ar-condicionado,
01:15:56era grilheiro
01:15:57de terra profissional,
01:15:58não é mais nenhum MST,
01:16:00vamos ser justos aqui,
01:16:02o MST do nosso estado
01:16:03não está tendo
01:16:04assim muita confusão,
01:16:06mas alguns grilheiros,
01:16:07nenhum prosperou,
01:16:08nada de ruim aconteceu,
01:16:10assim como nós estamos
01:16:11com tolerância zero
01:16:11com as facções,
01:16:12nós estamos com uma força
01:16:13tarefa muito mobilizada,
01:16:15a polícia civil,
01:16:15polícia militar,
01:16:17prendendo gente,
01:16:18prendendo bens,
01:16:20prendendo dinheiro em conta,
01:16:22fazendo operações agora,
01:16:23criamos lá um negócio
01:16:24chamado assim,
01:16:24diz que extorsão,
01:16:26porque um dos grandes financiamentos
01:16:27das facções no Brasil
01:16:28é extorsão,
01:16:29o cara chega lá
01:16:30para o comerciantezinho
01:16:31e fala assim,
01:16:31não, olha,
01:16:31vou dar segurança aqui
01:16:32para você,
01:16:33não, mas é baratinho,
01:16:34cara,
01:16:34é 200 reais por mês,
01:16:35o cara fala,
01:16:36pô, mas 200 reais,
01:16:37olha a pena,
01:16:37é bom,
01:16:38200 reais para ter segurança
01:16:39que ele paga,
01:16:40aí ele começa a 200,
01:16:41passa para 500,
01:16:42mil,
01:16:43daqui a pouco eu chego lá,
01:16:44eu tive relatos de,
01:16:45quanto você está ganhando
01:16:46por mês,
01:16:46quero ver quanto você
01:16:47está ganhando por mês,
01:16:47o cara já quer a metade,
01:16:49quer virar sócio,
01:16:50sem investir nada,
01:16:51então assim,
01:16:52nós criamos o disco extorsão,
01:16:53estamos recebendo,
01:16:54é um,
01:16:55por que é diferente do 190
01:16:56que a polícia militar tem?
01:16:58Porque você pode fazer
01:16:59uma denúncia anônima,
01:17:01você pode ir lá,
01:17:02não precisa dar seu nome,
01:17:03seu telefone,
01:17:04não precisa falar nada,
01:17:05narre os fatos,
01:17:06por isso vai pegar aquilo ali
01:17:08e introduzir nos mecanismos
01:17:10oficiais de investigação,
01:17:12para preservar a fonte,
01:17:13porque teve casos lá
01:17:14de pessoas que denunciou
01:17:15no dia seguinte,
01:17:16foi lá e queimou
01:17:17o estabelecimento,
01:17:18como tem acontecido
01:17:18em vários lugares do Brasil,
01:17:20então,
01:17:21eu vejo que esse problema
01:17:22da segurança pública,
01:17:23ele é gravíssimo
01:17:23e tende a piorar,
01:17:25se nada de diferente
01:17:26for feito,
01:17:27e isso começa
01:17:28pelo Congresso Nacional,
01:17:29que tem que revisitar
01:17:31as nossas leis,
01:17:32as leis brasileiras
01:17:33são frouxas,
01:17:34são inadequadas,
01:17:35são antigas,
01:17:36elas não são instrumentos
01:17:38eficientes para combater
01:17:40esse novo perfil
01:17:42de criminosos
01:17:43que estão no Brasil,
01:17:44denominado facções criminosas,
01:17:46e são dezenas delas.
01:17:47Muito bem,
01:17:47reta final aqui do nosso programa,
01:17:49mais 10 minutos,
01:17:49eu peço só agora
01:17:50para as perguntas
01:17:51e para as respostas
01:17:52serem mais objetivas,
01:17:53para dar tempo
01:17:53de a gente gerar aqui.
01:17:55Vamos lá, Fábio.
01:17:55Governador,
01:17:56qual a sua expectativa
01:17:57a respeito da COP30?
01:17:59E também queria saber
01:18:00na sua avaliação
01:18:01qual o papel dos governadores
01:18:02na organização do evento,
01:18:06inclusive nos tratados
01:18:07que vão sair de lá,
01:18:08sobretudo com relação
01:18:09ao financiamento
01:18:10desses programas
01:18:11para as mudanças climáticas.
01:18:12Fábio,
01:18:13expectativa baixíssima.
01:18:15Na última COP,
01:18:16eu não fui
01:18:17de tanta frustração,
01:18:19fui em várias,
01:18:20muita conversa afiada,
01:18:21muito país falando
01:18:23coisas que nunca fizeram,
01:18:24desde a Rio 93,
01:18:26já foram feitas
01:18:2729 COPs,
01:18:28conferências internacionais
01:18:30em prol do clima,
01:18:32prometeram bilhões,
01:18:33não colocaram nada,
01:18:34de concreto é,
01:18:36os países desenvolvidos
01:18:37continuam aumentando
01:18:38a queima de carvão,
01:18:39aumentando a queima
01:18:39de combustíveis fósseis
01:18:41e querendo que o Brasil
01:18:42e alguns países
01:18:43paguem essa conta.
01:18:44Minha expectativa
01:18:44é muito baixa,
01:18:46provavelmente vai ser
01:18:46mais um circo.
01:18:47Como o senhor vê
01:18:48mercado de crédito de carbono,
01:18:49principalmente para o seu estado?
01:18:50Isso é igual
01:18:51perna de saci pererê.
01:18:52Todo mundo fala,
01:18:53mas pouca coisa aconteceu.
01:18:56Vê no mundo
01:18:57o que na prática aconteceu,
01:18:58dinheiro mesmo,
01:18:59botado aí,
01:19:00migalhas, tá?
01:19:01Eu não quero saber
01:19:02de esmola de país
01:19:03para vir meter o dedo
01:19:04na nossa cara
01:19:05e dizer o que nós temos
01:19:05que fazer.
01:19:06Nós temos que preservar,
01:19:08sim,
01:19:08porque nós temos
01:19:09a consciência
01:19:10da importância
01:19:10da floresta amazônica,
01:19:12dos nossos biomas,
01:19:13a importância dela
01:19:14pelo clima.
01:19:14Não para receber
01:19:15migalhazinha de dinheiro
01:19:16que o Brasil
01:19:17e nem o meu estado
01:19:18está no tempo mais
01:19:19de viver de esmola
01:19:20de ninguém.
01:19:20Vai lá, Jason.
01:19:21Governador,
01:19:22os estados do Centro-Oeste
01:19:23têm sua fama,
01:19:24obviamente,
01:19:24pela questão do agro,
01:19:25pela eficiência,
01:19:26trabalho também da Embrapa
01:19:27de muitos anos,
01:19:28no passado tudo.
01:19:29Mas a indústria ali
01:19:30tem uma competição
01:19:31de fronteira
01:19:32com o Paraguai.
01:19:34E o senhor falou
01:19:35que o senhor elevou impostos
01:19:36no seu estado,
01:19:38alguns estados
01:19:39fizeram o mesmo
01:19:39e sentiram,
01:19:41em partes,
01:19:41um êxodo ali
01:19:42de empresas brasileiras,
01:19:43aproveitando a questão
01:19:44do Mercosul,
01:19:45migrando para o Paraguai.
01:19:45Energia mais barata,
01:19:46impostos mais baixos,
01:19:47como é que o senhor
01:19:48está trabalhando isso
01:19:49no estado?
01:19:49Olha, é uma verdade sim.
01:19:50Hoje o Paraguai
01:19:51virou um país
01:19:53muito atrativo
01:19:54para alguns segmentos
01:19:55da indústria,
01:19:56até de outros negócios.
01:19:58Se desmistificou
01:19:59aquele problema
01:19:59da violência
01:20:00no Paraguai,
01:20:01melhorou muito.
01:20:02Eles têm dado
01:20:03passos importantes
01:20:04nessa direção
01:20:04da segurança jurídica
01:20:06e de uma carga
01:20:07tributária muito baixa.
01:20:09Porque o país
01:20:10se tornou mais eficiente.
01:20:11É aquilo que eu digo, gente.
01:20:12Como é que você vai
01:20:12cobrar menos imposto
01:20:13se o governo federal,
01:20:15os governos,
01:20:15de maneira geral,
01:20:16gastam cada dia
01:20:17mais e mal.
01:20:18Vai ter que cada vez
01:20:19mais avançar
01:20:20no bolso do cidadão
01:20:21e no bolso
01:20:22das empresas
01:20:23para poder financiar
01:20:24esse estado ineficiente.
01:20:26E eu não vejo
01:20:26ninguém discutindo isso.
01:20:27Fica aí com esse negócio
01:20:28de A, B,
01:20:29do sei o quê,
01:20:29para lá, para cá,
01:20:30e não vai direto
01:20:31ao ponto que é
01:20:32a ineficiência
01:20:33do estado brasileiro
01:20:34da administração pública.
01:20:36E o Paraguai
01:20:36se tornou uma referência
01:20:38e tem muita gente
01:20:39mudando para lá sim,
01:20:40porque lá tem
01:20:41ambiente de negócio
01:20:42muito favorável
01:20:43para o desenvolvimento
01:20:44de algumas atividades
01:20:45econômicas.
01:20:46Elias.
01:20:47Combinador,
01:20:47vou trazer um pouquinho
01:20:48aqui justamente
01:20:48o que o senhor acabou
01:20:49de falar da Amazônia,
01:20:50etc.
01:20:50É um estado agro,
01:20:52ele tem justamente
01:20:53essa característica
01:20:55de desmatamento,
01:20:56etc.
01:20:56Como que o governo
01:20:57do senhor é cobrado
01:20:58no sentido
01:20:59da sustentabilidade
01:21:00e quais ações
01:21:01o governo do Mato Grosso
01:21:02tem tomado
01:21:03para justamente
01:21:03ter essa compensação?
01:21:05Elias, veja bem,
01:21:06hoje todos nós
01:21:07sabemos que essa história
01:21:09das mudanças climáticas,
01:21:11algo que se fala
01:21:12há muito tempo,
01:21:12isso não é mais falácia.
01:21:13Todo mundo percebe.
01:21:15Eu lembro que aqui em São Paulo,
01:21:16quando eu comecei a vir em São Paulo
01:21:17há quase 40 anos atrás,
01:21:19aqui era a terra da garoa.
01:21:21Acabou, né?
01:21:22Não tem mais.
01:21:23Eu morava lá
01:21:23no interior de Goiás,
01:21:24mês de janeiro, fevereiro,
01:21:26choviu o tempo todo.
01:21:27Era praticamente
01:21:28dois meses chovendo.
01:21:29Isso acabou.
01:21:30Então existe aí
01:21:31ao redor do planeta
01:21:32centenas de exemplos reais,
01:21:35não sei se é cientista,
01:21:36para saber que existe
01:21:37uma mudança
01:21:38no clima em curso.
01:21:39E isso vai trazer
01:21:40consequências
01:21:41na produção de alimentos,
01:21:43no dia a dia,
01:21:43do nosso modo de viver,
01:21:44de consumir
01:21:45e até de se alimentar.
01:21:47Então,
01:21:47no estado de Mato Grosso,
01:21:48o que nós estamos fazendo?
01:21:50Primeiro,
01:21:50eu tenho um rigoroso
01:21:51sistema de controle
01:21:53e fiscalização.
01:21:54O estado de Mato Grosso
01:21:55tem hoje, talvez,
01:21:56o melhor.
01:21:56Isso é reconhecido
01:21:57por várias ONGs.
01:21:58Agora eu não gosto
01:21:59muito de ONGs,
01:21:59não,
01:21:59mas deve ter umas ONGs
01:22:01aí que são até mais ou menos.
01:22:02E elas reconhecem
01:22:04a importância
01:22:05do mecanismo de controle
01:22:06que nós temos lá
01:22:07para fazer valer
01:22:08a lei brasileira.
01:22:09Porque a lei brasileira
01:22:10é a lei mais protetiva
01:22:12que talvez exista
01:22:13do planeta.
01:22:14Mas existe o tal
01:22:15do chamado
01:22:15desmatamento ilegal.
01:22:17E eu fico
01:22:17pé da vida
01:22:18com essa história.
01:22:19Porque no Brasil,
01:22:20eu falo sempre isso,
01:22:21nós nos acostumamos
01:22:22a conviver
01:22:22com os nossos problemas.
01:22:24E o desmatamento
01:22:25ilegal
01:22:25é um deles.
01:22:27E lá,
01:22:2798% dos produtores
01:22:29hoje
01:22:29atuam corretamente,
01:22:31mas tem 2%
01:22:32que fazem M.
01:22:33e esses 2%
01:22:34que fazem as coisas erradas,
01:22:36eles prejudicam
01:22:37a imagem do Estado,
01:22:38a imagem do agronegócio,
01:22:39a imagem do Brasil.
01:22:41Então,
01:22:41nós temos que combater
01:22:42mais duramente isso,
01:22:43é o que nós fazemos,
01:22:45dentro da legislação
01:22:46que existe hoje.
01:22:47Porque hoje o cara
01:22:47toma uma multa lá,
01:22:49aí se ele vai pagar a multa,
01:22:50ele tem 60% de desconto.
01:22:52Mas se ele não quiser
01:22:52pagar a multa,
01:22:53ele contrata um bom advogado,
01:22:55que tem por aí
01:22:55bastante bom advogado,
01:22:57e aí ele começa,
01:22:57recorre daqui,
01:22:58recorre dali,
01:22:59vai daqui,
01:22:59vai dali,
01:23:00protela,
01:23:00não sei o quê,
01:23:01vai daqui,
01:23:02em primeira instância,
01:23:02segunda instância,
01:23:03terceira instância,
01:23:04se brincar,
01:23:04vai para o Supremo,
01:23:06e passa 20 anos,
01:23:0730 anos,
01:23:07e ele não pagou essa multa.
01:23:09Então, no Brasil,
01:23:09infelizmente,
01:23:10essa sensação de impunidade
01:23:11que existe em diversas áreas
01:23:13é um dos mares desse país.
01:23:15Esse negócio de jeitinho brasileiro,
01:23:17quem falou isso lá atrás,
01:23:18nós devíamos nos envergonhar
01:23:20desse famoso jeitinho brasileiro,
01:23:22porque esse jeitinho
01:23:23está nos afundando aí,
01:23:24principalmente em algumas áreas.
01:23:26Mano Ferreira.
01:23:26Bernardo,
01:23:27eu queria falar de educação.
01:23:28O Mato Grosso
01:23:30teve uma melhora
01:23:31no desempenho
01:23:32no IDEB,
01:23:33mas quando a gente
01:23:34compara o Brasil
01:23:35com o resto do mundo,
01:23:37a gente está muito
01:23:37para trás
01:23:38em termos de desempenho
01:23:40de aprendizado
01:23:41dos nossos estudantes.
01:23:43Por quê?
01:23:43O que é que precisa mudar?
01:23:44Mano,
01:23:45você tem razão.
01:23:46O estado de Mato Grosso,
01:23:47quando eu entrei lá
01:23:47como governador,
01:23:48nós éramos o 22º
01:23:49no IDEB,
01:23:50que é esse índice
01:23:51que mede aí,
01:23:52compara as educações
01:23:53de todos os estados
01:23:55e municípios brasileiros,
01:23:56e no último de 2023,
01:23:58nós pulamos para o oitavo.
01:23:59Então,
01:23:59é um crescimento
01:24:00que eu diria bom.
01:24:01Só que quando a gente olha
01:24:02o Brasil com o mundo,
01:24:03vai lá no PISA,
01:24:04que é o indicador mundial,
01:24:06o Brasil é o 65,
01:24:08de 98 países,
01:24:09o Brasil é o 65
01:24:10em matemática,
01:24:11é o 52 em português,
01:24:13quer dizer,
01:24:13nós estamos lá
01:24:14no final,
01:24:15na rabeira.
01:24:16Enquanto aqui no Brasil,
01:24:1760% dos alunos
01:24:19terminam o ensino fundamental,
01:24:20o nono ano,
01:24:21com baixa proeficiência
01:24:23em português e matemática,
01:24:24você vai lá na Ásia,
01:24:25os caras terminam
01:24:26o nono ano
01:24:26já conhecendo de robótica,
01:24:28de inteligência artificial,
01:24:30já tem o nível
01:24:31de conhecimento
01:24:32de uma nova educação,
01:24:34que não é educação
01:24:35informativa,
01:24:36decorativa,
01:24:37aquela que você fica lá
01:24:38decorando,
01:24:38como eu,
01:24:39ficava decorando tabuada,
01:24:41decorando aquelas coisas
01:24:42que eu tenho 60 anos de idade.
01:24:44Então,
01:24:45hoje,
01:24:45você tem que fazer o aluno
01:24:47pensar,
01:24:47raciocinar,
01:24:48é um novo modelo,
01:24:49os países estão caminhando
01:24:50para isso,
01:24:51e nós estamos aqui
01:24:51terminando o ensino fundamental
01:24:53com baixa proeficiência.
01:24:54em português e matemática,
01:24:55sabe fazer,
01:24:56mal é mal e contazinha básica
01:24:58e olha lá.
01:24:59Então,
01:24:59nós precisamos fazer o quê?
01:25:01Primeiro,
01:25:01reconhecer que estamos
01:25:02no caminho errado,
01:25:04tem que ter fortes investimentos,
01:25:06tem que despolitizar
01:25:07a educação nesse país,
01:25:09e tecnificar ela.
01:25:11Foi um pouco do que eu tentei fazer.
01:25:13Lá,
01:25:13nós praticamente extinguimos
01:25:15um sindicato
01:25:16que era muito forte,
01:25:17que controlou a educação,
01:25:19que era ligado a um partido,
01:25:20um determinado partido,
01:25:21a um determinado sindical
01:25:22famosa no Brasil,
01:25:24que controlava a educação,
01:25:26fazia o game
01:25:26de quanto mais gente
01:25:27para dentro,
01:25:28mais forte ele,
01:25:29como sindicato,
01:25:29era,
01:25:30e não estava preocupado
01:25:31com o resultado.
01:25:32Então,
01:25:32nós mudamos isso,
01:25:33fizemos enfrentamento forte,
01:25:35hoje investimos muito
01:25:36em tecnologia,
01:25:37investimos,
01:25:38por exemplo,
01:25:39em reduzir absenteísmo.
01:25:41Sabe quanto que era
01:25:41o absenteísmo,
01:25:42falta,
01:25:42atestado,
01:25:43que eu tinha lá?
01:25:447%.
01:25:45Tem 42 mil
01:25:46professores e funcionários,
01:25:48todo dia faltava 3 mil.
01:25:50Imagina o caos
01:25:51que não é isso.
01:25:52Implantei um programa
01:25:52de remuneração
01:25:53para o resultado,
01:25:54que o cara pode ganhar
01:25:55até o 14º,
01:25:56o 15º salário,
01:25:57mas em cima de mérito,
01:25:59de resultado,
01:26:00entregar coisas
01:26:01dentro de um programa
01:26:02lá de eficiência.
01:26:04O absenteísmo
01:26:04caiu para 1,6%.
01:26:06Esse absenteísmo
01:26:07de 1,6%
01:26:08é as melhores
01:26:09empresas privadas
01:26:10estão nessa grandeza.
01:26:12Então,
01:26:12é investir
01:26:14de acordo
01:26:15com a nova
01:26:16realidade tecnológica
01:26:18do mundo.
01:26:18O mindset,
01:26:19ou seja,
01:26:19o modelo mental
01:26:20dos alunos
01:26:21é diferente.
01:26:22Não dá mais ficar
01:26:22com aquele livrinho
01:26:23por melhor que seja,
01:26:25botar a tecnologia
01:26:25dentro da sala de aula,
01:26:26todo aluno já tem
01:26:27um computador
01:26:28para ele poder usar,
01:26:29tem uma smart TV
01:26:30dentro da sala de aula,
01:26:31a louça digital
01:26:32foi partida do meio,
01:26:33um pedaço para a louça,
01:26:34partida do meio,
01:26:35um pedaço para cá
01:26:35e um pedaço para lá,
01:26:36um para a direita,
01:26:37para a esquerda
01:26:37e no centro
01:26:37uma smart TV
01:26:39para você trazer tecnologia,
01:26:41incentivar os alunos.
01:26:42Eu tenho um programa,
01:26:43por exemplo,
01:26:43mano,
01:26:44de levar todos os anos
01:26:45100 alunos,
01:26:46já vou para o quarto ano já,
01:26:48aliás,
01:26:48terceiro ano,
01:26:49desculpa,
01:26:49levando 100 alunos
01:26:51da escola pública,
01:26:52filhos da escola pública
01:26:53a fazer intercâmbio
01:26:54fora do país.
01:26:55Dá oportunidade
01:26:56para eles competirem,
01:26:57também por mérito,
01:26:58tudo é por mérito.
01:26:59Eu gosto muito
01:26:59desse negócio
01:26:59de meritocracia.
01:27:01então estou implantando
01:27:02o Estado em diversas áreas
01:27:03esse ano,
01:27:04vamos fazer na segurança,
01:27:05vamos fazer no meio ambiente,
01:27:06vamos fazer em várias áreas,
01:27:07aprover uma lei da eficiência lá
01:27:09que me permite
01:27:10criar critérios objetivos,
01:27:12mostrando resultado
01:27:13e pagar por serviço
01:27:15prestado pelo servidor
01:27:16com eficiência,
01:27:17reduzindo o tempo,
01:27:18reduzindo o custo
01:27:19e melhorando o resultado
01:27:20para o cidadão
01:27:21e para a sociedade.
01:27:23Tá aí,
01:27:23chegamos ao final
01:27:25desse nosso programa,
01:27:26recebendo o governador
01:27:27do Mato Grosso,
01:27:28Mauro Mendes,
01:27:29muito obrigado
01:27:30pela sua participação.
01:27:31Obrigado,
01:27:32foi um prazer.
01:27:33Muito obrigado também
01:27:34ao Elias,
01:27:35ao Jason,
01:27:35ao Mano Ferreira,
01:27:36ao Fábio,
01:27:37muito obrigado a você
01:27:38que esteve conosco
01:27:38no Direto ao Ponto
01:27:39desta segunda-feira,
01:27:40a gente volta
01:27:41na semana que vem,
01:27:42às nove e meia da noite,
01:27:43aqui na programação
01:27:44da Jovem Pan,
01:27:45a gente se vê,
01:27:46a gente se vê por aqui,
01:27:47fiquem todos com Deus,
01:27:47uma boa noite,
01:27:48até mais.
01:27:52A opinião
01:27:54dos nossos comentaristas
01:27:55não reflete necessariamente
01:27:57a opinião
01:27:57do Grupo Jovem Pan
01:27:59de Comunicação.
01:28:04Realização Jovem Pan News.

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