Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 15/04/2025
No programa Direto ao Ponto desta segunda-feira (14), Evandro Cini recebe o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT-SP). Na entrevista, serão abordados temas como os desafios da gestão pública, a relação com o Governo Lula, políticas sociais, combate à desigualdade, segurança nas cidades e os bastidores da política nacional.

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalJP
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00:00direto ao ponto. Muito boa noite,
00:00:09sejam muito bem-vindos ao
00:00:10Direto ao Ponto. É muito bom ter
00:00:11a tua companhia em mais esta
00:00:12segunda-feira. Você pode nos
00:00:14acompanhar pela TV, pela rádio
00:00:15Jovem Pan e pelo aplicativo
00:00:17Panflix. Nós também estamos nas
00:00:19redes sociais. Siga a gente lá.
00:00:22Hoje o nosso programa recebe o
00:00:23ex-prefeito de Araraquara, Edinho
00:00:25Silva. Prefeito, muito bem-vindo
00:00:28mais uma vez. Obrigado. Obrigado
00:00:29por nos atender. Espero que a
00:00:31gente possa fazer um ótimo
00:00:32debate com essa bancada
00:00:33qualificadíssima. Estarão conosco
00:00:35hoje o cientista político Paulo
00:00:37Nicoli, Fábio Zanini, jornalista e
00:00:39editor do painel A Coluna de
00:00:41Política da Folha, Marcelo Matos,
00:00:43repórter da Jovem Pan e Felipe
00:00:45Monteiro, comentarista aqui da
00:00:46Jovem Pan. Antes da gente abrir o
00:00:48espaço para o debate, vamos
00:00:49acompanhar um pouco da história
00:00:51de Edinho Silva.
00:00:55Formado em ciências sociais pela
00:00:57Unesp e mestre em engenharia de
00:01:00produção pela Universidade Federal
00:01:02de São Carlos. Edinho Silva foi
00:01:04eleito vereador por Araraquara em
00:01:06mil novecentos e noventa e dois. Em
00:01:09dois mil venceu a corrida a
00:01:11Prefeitura da cidade pela primeira
00:01:13vez. Já em dois mil e sete assumiu a
00:01:15presidência estadual do Partido dos
00:01:17Trabalhadores em São Paulo. Edinho se
00:01:20elegeu em dois mil e dez deputado
00:01:22estadual com cento e oitenta e
00:01:24quatro mil e trezentos e noventa e
00:01:26sete votos. Ainda exercendo o
00:01:28mandato parlamentar e a função de
00:01:31comando do PT paulista, em dois mil e
00:01:33onze retornou à vida acadêmica e se
00:01:36tornou professor e coordenador de
00:01:38curso de pós-graduação da
00:01:40Universidade Nove de Julho. Assumiu o
00:01:42Ministério da Comunicação Social da
00:01:44Presença da República a convite de
00:01:46Dilma Rousseff em dois mil e
00:01:48quinze. Em dois mil e dezesseis, Edinho
00:01:51Silva voltou à Prefeitura de
00:01:52Araraquara, onde ficou até dois mil
00:01:55e vinte e quatro.
00:01:58Prefeito, a gente tem acompanhado um
00:01:59acirramento na disputa pela
00:02:01presidência do PT e houve
00:02:03questionamento recente sobre os
00:02:04gastos de, pode-se chamar de
00:02:07campanha até aqui, embora o senhor
00:02:08ainda não tenha feito, né, a
00:02:10candidatura de maneira concreta, mas
00:02:13com gastos em viagens, com a
00:02:15possibilidade até de uso de jatinho
00:02:17pra chegar a esses locais. Há algo
00:02:19que o senhor queira ou que ache que
00:02:21deva dizer aos seus adversários, por
00:02:24enquanto. Primeiro, muito obrigado
00:02:27pela oportunidade de estar aqui,
00:02:29dividindo esse espaço, essa bancada
00:02:32de fato muito qualificada. Nós estamos
00:02:35num período de pré-campanha no PT, né?
00:02:39Eu ainda não formalizei a minha
00:02:41candidatura, devo fazer nas próximas
00:02:43semanas e claro, na pré-campanha você
00:02:47tem que conversar com os filiados do PT,
00:02:49você tem que conversar com a militância.
00:02:52E todas as minhas viagens, que são
00:02:55viagens que eu faço principalmente
00:02:58pelas capitais, todas elas eu tenho
00:03:01apoio dos filiados do Partido dos
00:03:03Trabalhadores. Não tem nada,
00:03:04absolutamente nada, né, que se
00:03:07justifique pra tentar fazer disso um
00:03:10debate público, né? Eu, como qualquer
00:03:12outro filiado do Partido dos
00:03:14Trabalhadores, se quiser concorrer a
00:03:18algum cargo, ele tem todo o direito de
00:03:20se organizar, de organizar apoiadores,
00:03:21de organizar os filiados, pra que, caso
00:03:25hajam despesas, né? Porque às vezes
00:03:27também você não tem despesa. Essas
00:03:30despesas sejam cobertas com apoio dos
00:03:32filiados. Isso é normal e não vejo
00:03:35nenhuma normalidade disso, a não ser
00:03:37tenta fazer do debate interno um
00:03:41debate externo. Eu penso que foi
00:03:43exatamente isso que tentaram fazer.
00:03:45E por qual motivo eles tentariam
00:03:47fazer um debate interno?
00:03:48Porque, infelizmente, o PT não é uma
00:03:52ilha, né, fora da sociedade. O PT, ele
00:03:57tem as virtudes e também tem defeitos
00:04:01que nós encontramos em todas as
00:04:03instituições da sociedade. Eu penso...
00:04:05Quem entraria no campo da virtude e quem
00:04:07estaria no campo do defeito? Não, não é
00:04:09isso. Eu acho que a questão não é pra
00:04:10você personificar. Eu penso que o PT
00:04:12é diferente a um momento que ele
00:04:14precisa fazer mudanças. Nós precisamos
00:04:17fazer mudanças no Partido dos
00:04:18Trabalhadores. Nós precisamos melhorar
00:04:20o funcionamento das nossas instâncias.
00:04:22O partido tem que voltar a fazer
00:04:24organização de base. Nós precisamos
00:04:27estar mais antenados aos debates da
00:04:32atualidade da sociedade brasileira. O PT
00:04:34tem que fazer o debate da transição
00:04:36energética. O partido tem que ter
00:04:37coragem de enfrentar o debate da
00:04:39segurança pública. Nós vamos entender
00:04:42a nova classe trabalhadora que se
00:04:45formou a partir do século XXI, com
00:04:46todas as mudanças estruturais no nosso
00:04:50tema produtivo. E o partido, evidente,
00:04:52tem que dialogar com as periferias. Nós
00:04:54temos que voltar a fazer organização de
00:04:57base que o partido, infelizmente, se
00:05:00afastou no último período. E, claro,
00:05:01valorizar aquelas bandeiras são
00:05:03importantes. É inegável que nós temos
00:05:06um desgaste da democracia
00:05:08representativa. Então, o PT não pode
00:05:10abrir mão do orçamento participativo,
00:05:12o PT não pode abrir mão do debate e
00:05:14participação dos conselhos populares,
00:05:16conselho municipal de saúde, educação,
00:05:18os conselhos estaduais. Então, são
00:05:21debates importantes que eu, como
00:05:24pré-candidato, quero fazer, estou
00:05:26fazendo, estou percorrendo os estados,
00:05:29fazendo esse debate também em diversas
00:05:32regiões do estado de São Paulo. Estou
00:05:34muito animado, com muita vontade de
00:05:36fazer esses debates. E se for da
00:05:38vontade da militância do PT, se for
00:05:42escolhido para presidir o partido, pode
00:05:43ter certeza que nós vamos lutar muito
00:05:46para que o PT esteja mais forte, mais
00:05:49sintonizado com a sociedade brasileira e
00:05:51que a gente possa chegar em 26 em
00:05:54condições de reeleger o presidente Lula e
00:05:56dar continuidade ao nosso projeto. Vamos
00:05:58lá, Fabio Zanini. Prefeito, eu queria
00:06:00só insistir nesse ponto que foi
00:06:01colocado, eu não entendi direito, o
00:06:04senhor está usando o jatinho? Quem está
00:06:06pagando são filiados, deputados? E se
00:06:11não seria adequada a transparência, essa
00:06:13informação que foi levantada na
00:06:15campanha? Não, eu levantaram a hipótese
00:06:18de como que eu fiz o translado, por
00:06:22exemplo, na semana retrasada que eu fui
00:06:24a Palmas, eu fui a Cuiabá, eu fui a
00:06:27Belo Horizonte, eu tenho usado avião de
00:06:29carreira, né? Pago passagem com apoio de
00:06:32filiados. É que eles apontam que esses
00:06:34aviões, eles não iriam de um lugar para o
00:06:35outro. Não, o único questionamento que
00:06:37fizeram foi de Palmas a Cuiabá, que de
00:06:40fato tem um filiado do PT, né? Que é um
00:06:43produtor rural de Palmas, né? E evidente
00:06:46que ele, que ele não tem nenhum jato,
00:06:50longe disso ser um jato, ele mandou um
00:06:52avião me buscar, porque senão não faria
00:06:54Palmas a Cuiabá, mas ele é filiado ao
00:06:56partido. Você pode falar quem é? Não, os
00:06:58militantes do PT do Matão Grosso sabem
00:07:00quem ele é. Vai lá, Felipe Monteiro.
00:07:03Edinho, o PT é um dos partidos políticos
00:07:06mais importantes da história das
00:07:08democracias, né? Certamente é o maior
00:07:10partido político do Brasil, seja por
00:07:12organização, capilaridade, por resultado,
00:07:15né? Quatro eleições, cinco eleições de
00:07:17presidente da república, né? Para descartar.
00:07:20No entanto, o PT, ele foi fundado para
00:07:22transformar o Brasil, não é? E parece que ao
00:07:25assumir o poder nesses 20, mais de 20
00:07:27anos, né? Ele não conseguiu transformar o
00:07:29Brasil, né? Ele se acomodou às questões do
00:07:33Brasil, né? Não teve grandes mudanças
00:07:34profundas na sociedade. O que você acha
00:07:37que deve esse fato, assim? Por que o PT não
00:07:39conseguiu transformar? Por que você
00:07:40acomodou? Eu não penso que o PT tenha se
00:07:43acomodado e penso que o Brasil passou por
00:07:46mudanças profundas. No primeiro mandato do
00:07:49presidente Lula, né? Em 2000, quando ele
00:07:52tomou a posse, em 2003, nós fizemos um
00:07:54balanço até hoje, muitas políticas
00:07:56públicas são transformadoras e transformaram
00:07:59a realidade do povo brasileiro. Como que
00:08:01nós vamos negar que o Bolsa Família não
00:08:04mudou a realidade do povo brasileiro? Como que
00:08:06nós vamos negar que o ProUni não mudou a
00:08:09vida de milhões e milhões de jovens
00:08:11brasileiros? Como que nós vamos negar que o
00:08:13Minha Casa Minha Vida se tornou o maior
00:08:15programa habitacional da história brasileira,
00:08:17talvez nos maiores programas habitacionais da
00:08:19história do mundo das políticas públicas?
00:08:22O PAC, quantas obras de infraestrutura o PAC
00:08:26não fez, a transposição do Rio San Francisco, por
00:08:28mais que alguns queiram reivindicar, é um
00:08:31projeto que o presidente Lula teve coragem
00:08:33de encarar, ele teve coragem de dar início
00:08:36para que a gente enfrentasse problemas sérios
00:08:39de acesso à água da população nordestina.
00:08:43E mesmo agora, nós estamos voltando agora, o
00:08:46governo do presidente Lula, eu penso que ele
00:08:50pega um país desorganizado, do ponto de vista
00:08:53das políticas públicas, digo isso inclusive com
00:08:56alguém que foi prefeito, você não tinha
00:08:59critério para liberação de recursos, eu digo
00:09:03isso sempre no exemplo da pandemia, eu fui
00:09:05prefeito na pandemia, eu vi cidades com
00:09:08população menor que Araraquara receber muito
00:09:11mais recurso proporcionalmente do que Araraquara
00:09:14recebeu para enfrentar a pandemia, você não tinha
00:09:16critério, né? Os recursos chegavam de forma
00:09:19aleatória, muitas vezes dependendo de quem era o
00:09:22padrinho político daquela cidade ou daquela
00:09:24região. Então o presidente Lula começa a
00:09:26reorganizar novamente as políticas públicas, nós
00:09:29estamos vendo o pé de meia, a retomada do PAC, a
00:09:33retomada do Minha Casa Minha Vida, então eu digo
00:09:35isso porque de fato hoje nós podemos debater as
00:09:39políticas públicas do governo presidente Lula. Alguns
00:09:42podem questionar, alguns podem gostar mais, outros
00:09:45gostar menos, mas negar que elas existem, que elas
00:09:49existam e que elas transformam a vida do povo
00:09:52brasileiro, eu acho que aí não dá. Agora, também,
00:09:56claro que o partido precisa encarar os novos
00:09:59desafios, né? E essa é uma concepção que ela é
00:10:02minha, ela é do presidente Lula, ela é das
00:10:06principais lideranças do PT, nós temos desafios
00:10:09imensos. Quais? Transição energética, por
00:10:12exemplo, o partido tem que encarar o debate da
00:10:15transição energética. Nós estamos vendo um debate
00:10:17hoje sendo feito internacionalmente, nós
00:10:19vemos, nós estamos assistindo o Trump vindo a
00:10:23público e dizendo que não tem transição
00:10:25energética, que não tem urgência climática, que o
00:10:29mundo vai continuar produzindo riqueza, afrontando
00:10:34né? A urgência climática, continuando a
00:10:39degradação do meio ambiente e tá aí, esse
00:10:42debate tá colocado no mundo. Eu penso que o PT
00:10:45num país como o Brasil, que é o país que tem o
00:10:47maior potencial de produção de energia limpa
00:10:50do mundo, né? Que nós temos condições de sinalizar
00:10:53pro mundo como é possível produzir riqueza, que
00:10:55produzir riqueza é necessário, que se você tem
00:10:58pobreza, você tem que produzir riqueza, mas dizer
00:11:02que é possível produzir riqueza encarando o
00:11:04desafio da urgência climática, que é possível
00:11:07produzir riqueza sem degradar o meio ambiente.
00:11:10Então eu penso que esse é um debate que o PT tem
00:11:11que fazer. O senhor fala então que tem que fazer é
00:11:14porque ele ainda não estaria sendo feito, porque a
00:11:16gente lembra que o presidente da república do PT
00:11:18está no poder nesse momento. Não, vai ser um debate, ele é
00:11:21muito incipiente ainda, ele é muito incipiente, dizer
00:11:24que o mundo tá debatendo urgência climática, seria a
00:11:27gente não ter senso da realidade. Ele é muito
00:11:30incipiente, eu acho que nós temos que entrar nele com
00:11:32força, apresentar propostas, debater como que nós podemos
00:11:37fazer a transenergética, o debate de segurança
00:11:39pública. Agora o ministro Lewandowski, né, sob orientação do
00:11:44presidente Lula, mandou uma PEC pro Congresso, pra que a
00:11:47gente possa debater segurança pública. Qual a proposta do PT
00:11:50pra segurança pública? Mesmo em relação às novas profissões, que eu
00:11:55acho que é um imenso desafio pro PT. Como que nós vamos ter
00:12:00capacidade de entender as novas profissões, o novo mundo do
00:12:02trabalho e termos propostas pra essa realidade que ela tá aí. E
00:12:08como que o PT, enquanto partido, ele se organiza pra essa nova
00:12:13realidade? Que forma que nós vamos novamente priorizar a
00:12:17organização popular, nós vamos priorizar a organização
00:12:20popular. Porque eu sempre digo, a gente não faz
00:12:23conscientização, ou a gente disputa, do ponto de vista do
00:12:29ideário de mundo, né, a juventude das periferias, né, essa
00:12:34nova classe trabalhadora postando rios. Eu acho que a, de
00:12:40fato, a tecnologia, ela é importante, nós temos que usar,
00:12:43né, e ela, e a gente pode dar curso de formação política, nós
00:12:46podemos fazer debates utilizando as plataformas, mas a
00:12:50organização popular, né, de você tá presente, de você tá
00:12:54discutindo a realidade, isso se faz presencialmente, né, eu acho
00:12:57que o partido tem que encarar esse desafio, né, porque eu
00:13:01desafio na minha avaliação das próximas décadas pro Partido dos
00:13:05Trabalhadores. Vai lá, Nícoli. Eu ia fazer exatamente essa
00:13:08questão, né, em torno do uso das redes sociais, não só pelo
00:13:12governo atual, como também o PT. O senhor, caso seja eleito o
00:13:16presidente do PT, pretende fazer uma grande transformação na
00:13:19parte da comunicação, usando redes sociais, porque, claro que o
00:13:24tete-a-tete é muito importante, mas se a gente olhar o outro lado da,
00:13:27sobretudo da extrema-direita, o sucesso se deve muito à
00:13:31monetização nas redes, né. O que o senhor tem a dizer sobre isso, o PT e o
00:13:35próprio governo federal?
00:13:36Eu penso que o governo tem usado as redes, né, eu acho que tem
00:13:40usado, nós podemos aprimorar a utilização das redes? Podemos.
00:13:45O partido usa as redes, nós podemos aprimorar? Podemos. Nós podemos
00:13:49melhorar a nossa linguagem, entender melhor como que... tem uma
00:13:57coisa, se eu me permiti, Nícoli, que eu acho que é um grande desafio, não
00:14:00só pro PT, pra sociedade do século XXI, que é nós entendermos a dinâmica
00:14:05do algoritmo, né, se nós não entendermos, e se não me engano, foi o
00:14:12Felipe Neto que fez um vídeo no final do ano passado, muito interessante
00:14:15em relação a isso. Nós ficamos debatendo, debatendo as redes, se nós
00:14:18não entendermos aquilo que o algoritmo impulsiona, aquilo que ele
00:14:22gosta de impulsionar, aquilo que efetivamente ele quer que gere
00:14:26engajamento, nós podemos ficar nos matando também, né, em
00:14:30aperfeiçoamento de redes e nunca vamos conseguir alcançar o mesmo
00:14:34objetivo, por exemplo, que a extrema direita, que tem, é notório, que tem
00:14:40uma facilidade maior de gerar engajamento. Agora, são desafios, eu
00:14:44penso que não tem saída simples do que nós temos que entender, que esse é um
00:14:48desafio, encararmos esse desafio e dialogarmos com ele. Eu concordo com
00:14:54você, nós temos que utilizar muito as redes sociais, por mais que, repito, né, essa
00:15:00disputa de ideário de mundo, né, que mundo que nós queremos construir, qual será o
00:15:05século XXI que nós queremos vivenciar e deixar para as próximas gerações, eu
00:15:12acho que esse ideário, a questão ambiental, a questão da urgência climática, a
00:15:16questão da solidariedade, né, que nós estamos vivendo uma avalanche, como se nós
00:15:23pudéssemos construir o futuro, como se a prosperidade fosse sinônimo de egoísmo,
00:15:32né, de não empatia, né, da disputa pela disputa. Eu penso que nós temos que despertar,
00:15:40principalmente, nas gerações da juventude atual, nas próximas gerações, o tema da
00:15:46solidariedade humana, né, nós não banalizarmos os direitos humanos, como nós
00:15:51estamos vendo a banalização, né, os direitos humanos sendo rasgados, né, todos
00:15:57os dias e a sociedade fica atônita, né. O Trump manda a prefeita de Nova York, de
00:16:04Washington, apagar todas as frases, vidas pretas importam, o mundo inteiro dá
00:16:11publicidade a isso, mas ninguém se indigna, você não vê uma indignação em relação a
00:16:15isso, imigrantes sendo deportados em cargueiros, algemados, né, imigrantes
00:16:21desaparecendo nessas operações e o mundo trata isso com normalidade, né, você
00:16:27jogar fora o humanismo que nós construímos pós-segunda guerra mundial, depois do
00:16:32holocausto, né, que foi a maior tragédia humanitária da nossa história, a gente não
00:16:37pode tratar isso com, de forma banal, não dá importância a esse ideário que vem
00:16:43crescendo internacionalmente e que tem repercussão no Brasil, né. Matos.
00:16:48Edinho, prazer tê-lo conosco aqui na Jovem Pan. Você falou um pouco da questão da
00:16:52segurança, né, eu acho que hoje as pesquisas estão apontando que o maior
00:16:56temor da população hoje é isso, a gente observa, hoje tem tudo câmera, então as
00:17:01ações são muito violentas de fato, aquele ciclista que morreu, nem se esse é
00:17:06assaltado, ele foi executado e depois se pegou. E tem aquela impressão de que a
00:17:12esquerda sempre passa a mão na cabeça do bandido, coitadismo, aquela coisa, não
00:17:16tem condições, não pode prender, por que que vai prender? E a própria proposta
00:17:21que o senhor falou do ministro Lewandowski, que é muito criticada também, essa
00:17:25questão da pena justa, num país que hoje as pessoas têm uma noção assim de que
00:17:29há uma impunidade total, as pessoas entram e saem da cadeia 15, 20 vezes pra
00:17:34cometer crimes. Como é que o senhor avalia esse debate que o PT tem que fazer, a
00:17:37própria esquerda em si?
00:17:38Olha Marcelo, eu penso que é um debate que o partido tem que enfrentar, eu de
00:17:43fato, não que a gente não tenha formulação, nós temos muita coisa que foi
00:17:50pensada e formulada na área de segurança, nós temos governadores, nós temos
00:17:55prefeituras, então tem uma formulação, só que ela não é sistematizada, ela não é
00:18:02organizada e o que eu penso é que o partido não entra com a força como deveria
00:18:07entrar nesse debate. Claro que segurança pública não é sinônimo de polícia letal,
00:18:16de aumento da letalidade da polícia. Segurança pública não significa abuso da
00:18:23polícia, nem executar ambulante e a polícia muitas vezes não dando o exemplo, como nós
00:18:31vimos aí na imprensa, um cidadão tendo uma placa do seu carro furtada por viatura de
00:18:38polícia. Então não é isso, eu acho que nós não podemos concordar com o exagero de
00:18:43um lado nem com o exagero de outro. Agora eu penso que você falou bem, hoje você tem
00:18:49com as novas tecnologias condições de debater segurança pública com muita inteligência.
00:18:54impunidade, claro que a hora que a polícia repressiva precisa entrar, ela tem que entrar,
00:19:02evidente que tem, mas você tem hoje condições de construir um ambiente de segurança, de
00:19:09não impunidade com muita tecnologia, com muita tecnologia. Eu tive a oportunidade quando
00:19:15eu fui deputado de visitar o sistema de segurança pública de Chicago, de Nova Iorque, ele é,
00:19:20são sistemas essencialmente de inteligência, câmeras monitorando, câmeras, aquelas câmeras
00:19:29que registram as placas dos veículos, que fazem busca em placa que é procurada, que
00:19:36você busca se o proprietário daquele veículo ele está descumprindo, se tem alguma penalidade
00:19:43contra ele, se ele não está cumprindo pena, mesmo sendo condenado. Eu acho que você tem
00:19:50muita inteligência para usar, claro, quando você precisa que a polícia repressiva tome
00:19:56uma atitude, eu acho que ela tem que entrar. Mas, por exemplo, eu penso que a gente tem
00:20:01que ter programa com o adolescente em conflito com a lei. Se nós não tivermos programas
00:20:05robustos em relação aos adolescentes em conflito com a lei, o adolescente em conflito com a
00:20:10lei, se ele não tiver um olhar muito incisivo, muito forte com políticas públicas, qual é o
00:20:18caminho dele? É ser cooptado pela criminalidade. Então, aqui é uma ponta que nós temos que
00:20:24cuidar. E a outra ponta é programas de reinserção de apenados. Se você não tiver programas também
00:20:30de reinserção de apenado, qual é o caminho do apenado quando ele sai da prisão, se ele
00:20:34não tiver trabalho, se ele não tiver condições de sustentar os seus familiares? O caminho
00:20:39dele é voltar para a criminalidade. Então, eu acho que nós temos que cuidar, ter programas
00:20:44para os adolescentes em conflito com a lei, para que você impeça que eles se tornem um
00:20:49bandido e você tem que cuidar do apenado. E aqui no meio, você tem que ter muita inteligência.
00:20:55Muita inteligência. Eu pego uma cidade como a que eu governei, só pegando como exemplo,
00:21:01a minha guarda. Eu não estou dizendo, não estou criticando quem faz o contrário, estou
00:21:05dizendo de um exemplo que eu adotei. Minha guarda é desarmada, foi desarmada, ela nunca teve
00:21:12arma. E Araraquara era a segunda cidade mais segura do Brasil. Só perdia para Indaiatuba.
00:21:19Mas nós tínhamos mais de 3 mil câmeras integradas, câmeras integradas com a polícia militar,
00:21:27qualquer câmeras nas entradas das cidades para que você pudesse monitorar quem entra e quem
00:21:34sai, inclusive fazendo rastreamento de placas de veículos. Nós começamos a política de instalação
00:21:40dos tótens, que também dá um sentimento de segurança. Então é possível nós debatermos
00:21:48um programa de segurança. Eu penso que o Congresso agora deveria, no debate da PEC do ministro
00:21:55Lewandowski, que é a PEC do governo do presidente Lula, chamar os municípios. Vamos fazer audiência
00:22:01pública com os prefeitos. O que os prefeitos estão fazendo em relação à segurança pública?
00:22:05Nós temos que chamar os governadores para debater também. E chamar a sociedade civil organizada,
00:22:10porque tem muita gente formulando em relação à segurança pública. Se nós fizermos a segurança
00:22:15pública um debate de interesse nacional, juntando forças, porque nós somos, nosso sistema
00:22:22de governo, ele é, nós somos um país, uma confederação. Nós somos um país que nós
00:22:30somos união, estados e municípios. Toda a gestão das políticas públicas, digo aqui
00:22:36para vocês, que deram certo, ou que estão acima da média no Brasil, a gestão é tripartite.
00:22:43Saúde é tripartite, educação é tripartite, assistência social é tripartite. Por que
00:22:48que a segurança pública não pode ser tripartite? Nós estabelecemos qual o papel do município,
00:22:53porque não é verdade que os municípios não se tornaram entes envolvidos na segurança
00:22:58pública? Raro um município que não tem guarda municipal. O município hoje gasta com segurança
00:23:05pública, ele não tem dotação orçamentária para isso, ou seja, ele não tem repasse
00:23:09para ele dar conta da dotação, dotação ele tem, ele não tem repasse para custear o
00:23:16seu, o que ele gasta com segurança pública, e ele não é chamado como ente federado, né,
00:23:22sendo que ele é o ente, inclusive que lá na ponta, quem mais enfrenta o problema de
00:23:26segurança pública é o município. Então o município tem que ser chamado para esse
00:23:29debate também.
00:23:30Você levantou a mão, Felipe?
00:23:31Não, na segurança pública, até queria colocar um ponto, eu vi uma notícia sua, uma entrevista
00:23:34sua, falando que a sede é temporária e da necessidade do PT dialogar e polarizar com
00:23:40o bolsonarismo em algumas pautas de segurança pública, né. Quando a gente discute segurança
00:23:43pública no macro, é fácil achar consenso, ninguém é contra a inteligência em segurança
00:23:47pública, ninguém é contra a maior articulação e coordenação entre os entes federativos,
00:23:52mas quando a gente vai na pauta específica, aí começa a confusão toda, né. E segurança
00:23:56pública, a população em geral, é muito apaixonada e pouco racional. Saída é temporária,
00:24:02por exemplo. Saída é temporária, por exemplo, é difícil mostrar para a população que
00:24:05é algo bom para a ressocialização do preso, né, até porque ela vê notícia no jornal de
00:24:10uma pessoa que saiu em saída temporária e que matou o policial, né. É difícil para
00:24:14a população enxergar que a progressão de regime é boa, né, tendo em vista ela vê notícias
00:24:21de que o Alexandre Nardone foi trabalhar no escritório do pai dele e voltou para a prisão
00:24:24à noite. Então é difícil, é difícil. Como que o PT vai encarar essas questões importantes
00:24:29de segurança pública, sabendo que são pautas antipopulares, né. Se você for a favor
00:24:35da progressão de regime, se ela é temporária, a população vai ser contra essas medidas.
00:24:41Sabe o que eu penso? Eu penso que a população quer que a criminalidade caia. É o que ela
00:24:46quer. Ela quer poder sair na rua e não ser assaltada. A mãe quer que seu filho vá estudar
00:24:53à noite, ou trabalhar à noite, que ele volte para casa. Sabe, o menino ou a menina que
00:24:58financia um celular, né, às vezes pagando com muita dificuldade, quer ter o direito de
00:25:05usar o celular e não ser assaltado por isso. Então acho que o que a população quer é melhoria
00:25:11dos índices de segurança. Então nós temos que debater o que é que faz o índice de
00:25:17segurança melhorar, né. O que a gente não pode é ter uma polícia que seja extremamente
00:25:22letal e os índices de segurança só pioram. Então alguma coisa está errada, não estou
00:25:28dizendo, repito. Quando a polícia repressiva tem que entrar, quando eu fui, vou dizer aqui
00:25:34das experiências que eu tive, que eu achei exitosas. Por exemplo, quando eu fui visitar o sistema
00:25:39de segurança em Chicago, o chefe de polícia nos dizia assim, olha, a nossa principal arma
00:25:44é o rádio. Porque o policial bem treinado, ele identifica a ocorrência e ele chama a
00:25:51polícia preparada para aquela ocorrência. Se é uma coisa simples, entra a polícia
00:25:56cotidiana, a polícia comunitária. Se é uma coisa mais grave, entra a polícia preparada
00:26:01para aquela ocorrência mais grave. Então nós temos que ter um sistema que funcione para
00:26:08que os indicadores melhorem. O que a sociedade quer é que o indicador melhore. Se você não
00:26:13tiver, por exemplo, eu criei em Araraquara, a cooperativa dos egressos tem a prisional.
00:26:20Sabe qual é o índice de reincidência? 4%. Índice europeu. Por quê? O que muitas
00:26:27vezes quem cumpriu pena quer é ter a oportunidade de reconstruir sua vida. Se você diz para ele,
00:26:33vem para cá, tem trabalho para você, você vai levar um salário no final do
00:26:38mês para você alimentar a sua família, vai ser mais difícil dele ser cooptado pela
00:26:44criminalidade. Eu criei em Araraquara também, estou dizendo coisas que eu vivi. Um programa
00:26:50junto com o Poder Judiciário e com o Ministério Público de adolescente em conflito com a lei.
00:26:57Eu dava uma bolsa para ele voltar a estudar, ou curso profissionalizante, ou voltar para o
00:27:03ensino regular. Assim, a evasão era baixíssima. Porque esse menino, essa menina, certamente
00:27:11o crime organizado vai ter mais dificuldade de cooptação. Porque tem um programa dizendo
00:27:17para ele, olha, tem um outro caminho. Você não precisa ficar no caminho da criminalidade,
00:27:20há um outro caminho. Então o que nós precisamos é sentar os entes federados, fazer o debate
00:27:26de segurança, um debate de interesse nacional, para que a gente possa adotar medidas que
00:27:32melhorem a vida do povo. Que as pessoas saibam, olha, a impunidade caiu, a criminalidade
00:27:41caiu, eu estou me sentindo mais seguro. É isso que a sociedade quer. Então eu penso que
00:27:47esse tem que ser o nosso objetivo.
00:27:48Prefeito, que...
00:27:49Vai lá, vai lá, é sobre isso também?
00:27:50Não, eu queria mudar de assunto.
00:27:52Rapidamente, Zanini, só... Nicolas, você queria fazer uma pergunta sobre segurança pública?
00:27:54Ah não, então vamos continuar. Então eu vou organizar. Vai lá, Zanini, por favor.
00:27:58Prefeito, eu queria perguntar um pouco sobre a ex-presidente do PT, Glaise Hoffman, atual
00:28:04ministra das Relações Institucionais. Como é que a senhora avalia o período dela na
00:28:09presidência do PT e um pouco o estilo dela? Ela tinha, enquanto presidente do PT, um estilo
00:28:16às vezes crítico com relação até ao governo. Ela procurava até fazer um contraponto
00:28:22muitas vezes ao governo. Fez críticas aí muito duras ao ministro Haddad, chegou a ver
00:28:28uma resolução falando de austericídio da política econômica, criticou o ministro
00:28:33Padilha. Ela tinha esse estilo, falava também do Banco Central, que era um sabotador e por
00:28:38aí vai. Como é que o senhor pretende imprimir o seu estilo como presidente do PT? Se o senhor
00:28:45vai também um pouco ser um pouco grilo falante do governo em algumas situações ou o senhor
00:28:49vai ter outra prática?
00:28:52Primeiro, a Glaise presidiu o PT no pior momento da nossa história, no pior momento da história
00:28:58do PT. Penso que ela conduziu muito bem. Eu tenho dito que a Glaise, na minha avaliação,
00:29:05é a melhor presidenta que o PT, ou melhor presidente, vamos dizer, ela é única, então vou dizer,
00:29:12é a pessoa que melhor presidiu o PT na nossa história, porque foi muito difícil o momento
00:29:17que ela presidiu o PT. E ela conduziu o partido e soube conduzir o partido. Evidente que cada
00:29:24um tem o seu estilo, tem o seu jeito de fazer política. Eu respeito todos os estilos.
00:29:30Agora, eu tenho o meu, eu tenho a minha forma. Qual é o seu? O meu é muito mais o diálogo.
00:29:35Eu não estou dizendo que às vezes você não tem que ser incisivo nas suas posições. Mas
00:29:40eu penso que é um partido que ele é governo, ele tem que priorizar muito a capacidade de
00:29:47diálogo entre as lideranças dos movimentos sociais, entre as lideranças do parlamento e
00:29:56aqueles que estão no governo. Porque governar não é simples. Muitas vezes você gostaria
00:30:01de fazer o muito e você faz o menos, porque é aquilo que é possível você fazer. Eu
00:30:07sempre, eu fui prefeito quatro vezes, eu sempre usei a máxima que, de fato, o inimigo do bom
00:30:14é o ótimo. Às vezes você projeta o ótimo, sendo que você só tem condições de fazer
00:30:20o bom. Então, você tem que fazer bem feito aquilo que é possível ser feito. Agora, nós
00:30:27estamos vendo, a Glaze, ela foi para o Ministério e ela tem sido uma ministra de vitórias no
00:30:37Congresso. A primeira grande demanda dela no Congresso Nacional, ela conseguiu foi a aprovação
00:30:44do orçamento. Então, eu tenho muito respeito por ela, né? Penso que ela conduziu o partido
00:30:50com muita inteligência, com muita capacidade de junção de forças, de construção de unidade
00:30:59num momento muito difícil da nossa história.
00:31:01O prefeito, o senhor fala muito que usa o diálogo, né? Como método de construir pontes
00:31:07e exercer um possível mandato. Eu estava acompanhando uma fala de um dos seus possíveis
00:31:13adversários nessa disputa pela presidência do PT, que é o Washington Quaquá, e ele
00:31:18mencionou que não adianta dizer que se resolve no diálogo se o senhor, de fato, não pisar
00:31:23na realidade que o PT hoje precisaria alcançar, que é a proximidade também com os trabalhadores
00:31:29e as pessoas mais pobres. Uma de suas propostas que o senhor trouxe aqui numa possível gestão,
00:31:35ele fala o seguinte, o senhor nunca pisou numa comunidade. Então, como é que o senhor
00:31:39poderia propor algum tipo de aproximação com essa parcela da população? Que tipo de
00:31:44resposta o senhor dá a uma crítica feita por alguém que também faz parte do PT e que
00:31:50talvez seja seu adversário nessa disputa?
00:31:53Eu respeito as opiniões dentro do PT. Respeito. Agora, é evidente que quem conhece a minha
00:31:59trajetória dentro do PT, se conhecesse, não diria isso, porque eu sou oriundo, efetivamente,
00:32:08dos movimentos sociais do PT. Eu sou fruto dos movimentos sociais do PT. Eu sou fruto da
00:32:14periferia de Araraquara. As pessoas acham que não, mas o interior tem periferia. Eu sou filho
00:32:20de trabalhador rural. Eu andei quilômetros e quilômetros enquanto criança para ter acesso
00:32:26à educação, porque na fazenda que eu morava não tinha escola rural. Depois eu fui morar na periferia
00:32:33de Araraquara também, andava quilômetros e quilômetros para ter acesso à educação, porque eu não tinha
00:32:38transporte público no bairro que eu fui criado. Eu sou filho de uma lavadeira, que eu tenho muito orgulho,
00:32:44e de um porteiro de um hotel. Então, eu sou filho da classe trabalhadora. Meu primeiro emprego
00:32:51foi aos 13 anos na minha vida. Na época, eu não tinha ECA. A gente trabalhava enquanto criança.
00:32:57Então, quem conhece a minha trajetória no PT não faria uma afirmação dessa, mas eu respeito
00:33:02quem pensa diferente de mim. E por que ele estaria fazendo, então, uma afirmação dela?
00:33:06Tem que perguntar para ele. Ele não conhece a sua trajetória? Tem que perguntar para ele.
00:33:09Não, mas diante da relação que vocês têm? Não tenho relação com ele.
00:33:12É, nenhuma. Então, provavelmente, ele não conhece.
00:33:15Pode ser que não.
00:33:15A gente tem uma corrente que fala justamente isso. Essa questão da prévia, eleição interna,
00:33:21a pluralidade do partido, mas, no final das contas, acaba tendo mais briga e expondo essa briga.
00:33:27Como o Zanini falou também. É claro que ela é presidente do PT, mas se ela faz uma crítica
00:33:31à política econômica do ministro Fernando Haddad, o pessoal lê, olha, está vendo?
00:33:36O próprio PT está criticando o PT, entendeu? Então, é claro que isso fragiliza.
00:33:39Essa disputa não tem que ser mais interna e a própria prévia também não ajuda as eleições internas
00:33:45a dividir o partido?
00:33:46Não, eu penso que o PED, que é o nosso processo de eleição interna no PT, ele é uma vitória
00:33:55no processo de organização do partido, porque você chamar o filiado para ele escolher os rumos
00:34:01do PT, isso é extremamente democrático e é o único partido no Brasil que faz isso.
00:34:05O que eu penso é que nós temos que aprimorar o nosso sistema.
00:34:10Por exemplo, eu penso que o partido, além de filiar, ele tem que oferecer curso ao novo
00:34:18filiado. Alguém que entra no PT, eu acho que ele tem que ter o mínimo de conhecimento
00:34:23da história do PT, de como que o partido funciona, por que que o partido pensa da forma A,
00:34:30da forma B, da forma C. Ou seja, para que alguém que se filie, quando ele for escolher
00:34:36sobre o futuro do partido, ele tenha consciência do que é que ele está escolhendo.
00:34:42Então, eu penso que a gente tem que aprimorar muita coisa no PT ainda, mas eu acho que o
00:34:48método é correto, é um método positivo.
00:34:50Agora, tratar questões que poderiam ser resolvidas internamente, externamente, eu acho que é um
00:34:56erro. Eu acho que nós temos que fazer com que as nossas instâncias funcionem, as nossas
00:35:01instâncias funcionem, que os diretórios sejam fortes, que as executivas sejam fortes, que
00:35:07as executivas tenham periodicidade de reunião, os diretórios também. Isso no Brasil inteiro,
00:35:12seja, desde a direção nacional até o diretório zonal, no caso onde tem zonais. Para que
00:35:20a gente tenha espaço para fazer o debate interno, resolver os problemas, criar consensos,
00:35:26isso certamente evita que debates sejam feitos para fora, que você poderia estar resolvendo
00:35:33internamente.
00:35:33Fala, Nicoli.
00:35:35Bom, caso o senhor seja eleito presidente do PT, talvez seja um dos momentos mais cruciais
00:35:40da história do partido pensando num cenário pós-Lula. Ainda que Lula seja reeleito, muito
00:35:45provavelmente não seja, enfim, 2034, que seria outra oportunidade de presidente mais
00:35:52uma vez, né? Pela idade, até pela questão física. O senhor tem um plano para o futuro
00:35:58do PT em angariar novos nomes? Tem alguma estratégia em mente, caso o senhor seja eleito?
00:36:04Plano de sucessão, né?
00:36:05Não, eu vou começar a minha resposta aqui com a frase do presidente Lula. Ele diz que
00:36:12o sucessor dele não será um nome, será o partido. Porque se o PT estiver forte, se
00:36:19o PT estiver estruturado, se o PT estiver com a sua agenda em sintonia com aquilo que está
00:36:24vivendo a sociedade brasileira, esse partido vai ter condições de construir nomes. Seja
00:36:31para suceder o presidente Lula, nomes para que a gente dispute os governos estaduais,
00:36:38o Senado, prefeituras, as câmaras, as assembleias. Então, eu penso que o desafio zero para o pós-Lula,
00:36:49não pós-Lula, porque o Lula eu acho que vai influenciar o PT para sempre. Ele, claro,
00:36:57todo mundo é finito, né? Então, um dia o Lula fisicamente vai nos deixar e eu acho
00:37:05que ele vai continuar influenciando o PT da mesma forma. Agora, o presidente, de fato,
00:37:11em 26 é a sua última eleição, né? É a última vez que ele estará nas urnas. Então,
00:37:16o grande desafio é que partido que nós vamos construir quando o presidente não tiver mais
00:37:23nas urnas. Não está muito em cima da hora para isso, Edinho? Não, acho que não. Acho
00:37:27que nós temos tempo para fazer essa construção. Porque se nós pegarmos as grandes crises que
00:37:35o PT enfrentou, todas elas nós tivemos o Lula que resgatou o partido, né? Disputando
00:37:41eleição. O Lula resgatou o partido em 2006. Disputando eleição, o Lula resgatou o PT em
00:37:492022, né? De todo o embate que o PT estava envolto, também disputando eleição. Ou seja,
00:37:58se legitimando perante o povo brasileiro. O presidente Lula não vai mais disputar eleições
00:38:04depois de 26. Então, ou o PT se dá conta dessa realidade, se fortalece, se estrutura, faz com
00:38:13que, né? A sua agenda seja uma agenda que valorize o seu legado, mas principalmente aponte
00:38:19para o futuro ou, certamente, nós vamos ter muitas dificuldades. Então, esse pede, eu
00:38:26digo assim, esse processo de eleição que o PT está enfrentando é um processo de eleição,
00:38:31né? Que ele é fundamental porque são essas direções que serão escolhidas, as eleições
00:38:36responsáveis para a construção desse partido.
00:38:39Mas o nome de Lula parece, para a opinião pública, ainda mais para os eleitores do
00:38:46presidente, muito mais forte que do PT.
00:38:48Ele é maior que o PT.
00:38:49E como o PT vai lidar com isso?
00:38:51Não, mas, então, é o que eu estou dizendo.
00:38:53O que o senhor fala aqui, o presidente diz que ele não espera um nome, mas que o partido
00:38:58seja mais forte que um nome. Mas hoje é o contrário. Então, o que ele defende não aconteceria
00:39:02por enquanto, porque o nome dele é mais forte que o partido. Então, como que o partido
00:39:06vai ter, vai ser mais forte que um nome que ele indica lá na frente, se esse movimento
00:39:10ainda não teria como começar?
00:39:11O PT tem que se fortalecer, é o que eu estou dizendo. E o PT é forte, não dá para dizer
00:39:15que o PT não seja forte. O que o PT tem que se aprimorar diante da realidade. O PT é
00:39:19um partido forte. O PT é o maior partido do ponto de vista da organicidade. Eu não estou
00:39:25pegando representatividade no Congresso, então alguém vai dizer que... Estou dizendo de
00:39:28organicidade, capacidade de articulação na sociedade, o PT é o partido mais forte da
00:39:34política brasileira. É o partido com mais tradição na política brasileira. Claro,
00:39:38tem o MDB, que tem uma luta que a gente tem que ter respeito, o partido da rede
00:39:42de democratização do Brasil. Mas, claro que hoje o PT é muito forte. Então, não estou
00:39:47dizendo... Nós estamos dizendo o seguinte, esse partido tem que dar conta de novos desafios.
00:39:52Ele tem que estar implantado no território nacional. A gente tem que voltar a ter
00:39:58implantação em todos os estados da federação. Nós temos que voltar a... Você pega o
00:40:08Nordeste. Tem estados que o Lula ganha eleição, mas você olha, o PT tem muita dificuldade de
00:40:16eleger deputado, de eleger prefeito, de eleger vereador, mesmo no Nordeste. O Lula é muito
00:40:21forte no Nordeste. Eu... E a gente viu muitas dessas reviravoltas na última eleição
00:40:26municipal. Exato. Eu tenho ido nos estados do Nordeste e tenho dito, em alguns estados,
00:40:32o grande desafio é a gente transformar o lulismo em petismo. Que o Lula é forte. Nós
00:40:37temos que fazer isso virar força do partido. Então, não tem magia. Se a gente tiver a
00:40:43instância funcionando, o que eu digo? Você não pode chegar numa cidade e o
00:40:49diretório está lá há meses sem se reunir. Você não pode chegar no município e a executiva
00:40:56está também há meses sem se reunir. Se as instâncias não funcionam, a construção não
00:41:02é coletiva. Se a construção não é coletiva, efetivamente o partido não cresce. Eu tenho
00:41:0840 anos de filiação partidária. 40 anos. Dos 40, 31 anos eu cumpri o mandato. Mas eu
00:41:15tenho dito, os mandatos não podem substituir o partido. O mandato não pode ser maior que
00:41:21as instâncias do partido. Porque se não as instâncias não funcionando, você vai ter
00:41:25mandato forte, mas partido fraco. A hora que o partido precisar construir propostas, ele
00:41:31está muito enfraquecido. Então, nós temos que fortalecer as instâncias, fazer com que o
00:41:34partido funcione, que o partido tenha implantação nacional e que o partido, porque a gente fala
00:41:39de um projeto nacional que o PT tem, nós temos implantado o governo do presidente Lula, tem
00:41:44a nova agenda que a gente tem que fortalecer, mas a gente tem que ter propostas para cada
00:41:51região do Brasil. O Brasil é um país que ele é construído pela sua diversidade, diversidade
00:41:57regional, diversidade cultural. Então, nós temos que ter propostas para cada região do
00:42:02nosso país. E tem estados que a gente ainda tem que ter proposta para cada região. Você
00:42:08pega o estado de São Paulo, por exemplo. O estado de São Paulo, o que você debate aqui
00:42:12na região metropolitana, você não vai debater como proposta na região de Presidente
00:42:16Prudente. Você não vai debater no Vale do Ribeira. Porque são regiões muito distintas.
00:42:22nós temos uma região metropolitana com região metropolitana de Campinas, extremamente
00:42:28industrializada, com índices altíssimos. E você tem uma região como a região que a
00:42:37minha região é a agroindústria. E você tem regiões que a gente precisa debater modelo
00:42:44desenvolvimento, como o Vale do Ribeira, para que essas são regiões que precisam ser
00:42:50autossustentáveis. Então, é um estado, estou dando um exemplo de São Paulo, que se você
00:42:54não tiver propostas regionais, você não dialoga com a realidade regional. E a mesma
00:42:59coisa, se nós não tivermos... Não adianta a gente falar para a região norte do Brasil,
00:43:05ah, nós temos que preservar, preservar, preservar. Tem que dizer o seguinte, como é que aquele
00:43:09povo vai viver? Que proposta de desenvolvimento econômico nós vamos ter para eles? O Brasil
00:43:14pode ser um país, um dos maiores países do mundo em exportação e mesmo de produção
00:43:21de pescado para consumo interno. A gente tem que debater como que a gente faz com que
00:43:27a região amazônica se desenvolva, que o povo da região amazônica tenha um projeto de desenvolvimento
00:43:34que não seja contraditório com a sustentabilidade. Mas tem que ter uma proposta para a região amazônica
00:43:41nesse sentido, né, de como se desenvolve aquela região, como a gente tem que ir para o semiárido
00:43:49e tem que ter proposta também para o semiárido. Então, eu penso que o PT tem que estar muito
00:43:54sintonizado, né, mas o partido está muito sintonizado com essas realidades e nós temos
00:43:58que ter um partido que funcione. O PT precisa funcionar melhor do que nós funcionamos hoje.
00:44:03Felipe, eu já vou passar para você rapidamente. O senhor arriscaria dizer o nome que poderia
00:44:07suceder Lula lá na frente hoje? Algum quadro? Nós temos muitos quadros que poderiam suceder.
00:44:13Mas o senhor conseguiria citar um? O ministro Haddad, o ministro Camilo, a ministra Glaze,
00:44:20né, nós temos vários nomes hoje para mencionar uma mulher, né, que é uma mulher que tem estatura.
00:44:26Então, nós temos vários nomes. A questão é, nós temos uma figura como Jacques Wagner, né,
00:44:31que também é uma figura que tem estatura. Então, lideranças nós temos. O que nós temos
00:44:39é que ter efetivamente um partido que dê conta de construir um projeto para que essa liderança
00:44:46tenha força política para fazer uma disputa nacional.
00:44:49O que foi, Felipe?
00:44:50Não, eu queria só complementar um ponto que eu acho interessante. Eu sempre critiquei o PT
00:44:54na seguinte forma, né, acho que o PT sempre buscou a hegemonia dentro da esquerda.
00:44:58Toda a liderança que surge da esquerda, do ramo progressista, o PT, de certa forma,
00:45:03tenta sufocar. Foi assim com o Ciro Gomes, foi assim com o Eduardo Campos, foi assim,
00:45:06em determinado momento, com a própria Marina Silva, né, que está no PT agora, né, desculpa,
00:45:11está no governo Lula agora, né. Então, sempre sufocou, sempre sufocou novas lideranças.
00:45:16Aí eu vejo a oposição e o grupo da direita, né, tem cinco, seis nomes viáveis para a eleição de 2026.
00:45:22Então, quando você falou os nomes possíveis candidatos do PT, são nomes antigos já.
00:45:29Camilo não, né, o Haddad.
00:45:31É, Haddad também, pro prefeito de São Paulo e tal, não tem nomes novos assim que surge.
00:45:34O que que se dá, na sua opinião, essa falta de novos quadros do PT?
00:45:40E por que que o PT não aceita a crítica da própria esquerda e sufoca liderança com o próprio Ciro Gomes?
00:45:46Não, eu não penso isso. Sinceramente, eu não penso.
00:45:50Eu penso que a gente tem que melhorar a nossa relação com os aliados.
00:45:55E que não estou dizendo que é ruim. Acho que pode ser melhor.
00:45:59Eu não estou dizendo, é verdade, porque os aliados estão no governo.
00:46:02Então, não dá para dizer que é ruim.
00:46:04Eu penso que pode ser melhor.
00:46:05Eu acho que a gente pode criar mais organicidade nessa relação.
00:46:08E acho que tem lideranças fora do PT, que são lideranças que a gente tem que pensar o futuro para o país considerando essas lideranças.
00:46:17Como que o João Campos você não considera que é uma liderança em ascensão hoje no Brasil?
00:46:24A Tabata Amaral aqui em São Paulo não é uma liderança em ascensão para o Brasil.
00:46:29Então, acho que tem lideranças do campo democrático, do campo popular, que têm que ser consideradas quando nós debatemos um projeto futuro para o nosso país.
00:46:40E na direita, como é que o senhor vê o cenário, prefeito?
00:46:44Considerando-se que Jair Bolsonaro não será candidato, tudo indica, né?
00:46:47Qual é o nome mais viável na direita, o senhor acha?
00:46:51Tarcísio de Freitas, por exemplo, é um adversário perigoso?
00:46:54Olha, se o governo do presidente Lula, eu acredito muito pelas iniciativas que está tendo, eu acho que existe um estágio do governo, que eu acho que os dois primeiros anos foram anos muito difíceis, né?
00:47:11Eu não tenho nenhuma dúvida que reorganizar o governo brasileiro para que a gente pudesse desenvolver políticas públicas, reorganizar as políticas públicas,
00:47:21reorganizar programas estruturantes como o PAC, o Minha Casa Minha Vida, agora lançamos o Pé de Meia, tem o Crédito do Trabalhador, e sem dizer os indicadores econômicos, né?
00:47:33Eu penso que a gente, um PIB crescendo, que gerou surpresa a todos os analistas de mercado, né?
00:47:41O desemprego crescendo, o emprego formal crescendo, eu acho que é um ambiente muito propício para que o presidente recupere a popularidade do seu governo.
00:47:50A popularidade do governo Lula recuperada, eu acho muito difícil ele ter algum adversário entre os nomes que hoje a imprensa tem aventado.
00:48:00Acho que nenhum nome tem condições de enfrentar o presidente Lula, e nós vamos ver isso nos próximos meses, porque eu estou muito otimista com tudo o que está acontecendo no Brasil.
00:48:09Marcos.
00:48:10Maradinho, normalmente a eleição presidencial é questão econômica, né? O eleitor vai lembrar dos últimos quatro anos, como é que foi, e ele faz esse voto.
00:48:19É muito diferente da eleição para prefeito, para governador também, é questão mais ligada à segurança.
00:48:24E vai ter que melhorar muito a economia, né? Por que o presidente está tendo tanta dificuldade? Sem dúvida, é o mandato dele mais difícil.
00:48:32A governabilidade mudou, essa questão do Congresso que avançou nas prerrogativas até do Executivo, do Orçamento, hoje a negociação, né?
00:48:41O Congresso tem muito mais poder hoje. Se não solta emenda, não vota nada. Quer dizer, o governo fica amarrado mesmo?
00:48:48Olha, o mundo mudou, né, Marcelo? O mundo mudou. Acho que nós estamos vivendo um outro mundo.
00:48:57Eu falo isso sem nenhuma dúvida e receio em falar, eu acho que a gente tem, infelizmente, uma retomada do pensamento fascista no mundo.
00:49:10Eu acho que aquilo que a gente vivenciou na primeira metade do século XX, infelizmente, nós estamos vivenciando novamente.
00:49:15Quando que, há dez anos atrás, a gente diria que os neonazistas teriam 20% das eleições na Alemanha?
00:49:26Quando que a gente diria que a Itália teria uma primeira ministra assumidamente fascista?
00:49:34E a gente jamais imaginou que os Estados Unidos teriam posturas que estão tendo hoje sobre o governo Trump.
00:49:42Então, o mundo mudou, tem um redesenho do mundo.
00:49:48Eu penso que a gente vive uma crise da democracia representativa.
00:49:52É inegável, é só nós olharmos os países democratas ou democráticos que...
00:50:00O quanto que a abstenção aumenta eleição para eleição.
00:50:04No Brasil, a mesma coisa.
00:50:05Com isso, a crise econômica de 2008 explicitou uma crise importante do capitalismo no século XXI.
00:50:15É uma crise que não passou, ela se mantém ainda.
00:50:19O mundo nunca mais cresceu de forma sustentável economicamente.
00:50:23O mundo mais pobre, o conceito da globalização foi derrotado.
00:50:27E, de novo, emerge um conceito de Estado Nacional, só que dessa vez xenofóbico, racista, anti-imigração.
00:50:43E toda uma agenda de direita acendeu com essa coisa racista que cresceu na Europa toda e que cresceu nos Estados Unidos agora.
00:50:54Então, existe uma polarização política hoje.
00:50:58Eu acho que ela vai se manter por um longo período e ela vai se cristalizar, na minha avaliação,
00:51:05entre esse pensamento de inspiração fascista e o pensamento democrático.
00:51:13Então, é nesse cenário que o presidente Lula volta em 1922.
00:51:17E volta derrotando uma força autoritária, uma expressão autoritária que se criou na política brasileira.
00:51:26E ele vem de 2023 para cá tentando reorganizar, como eu disse há pouco, o governo,
00:51:36reestabelecer a estabilidade nessas instituições.
00:51:39Nós estávamos vivendo um período de conflitos entre as instituições.
00:51:43Agora, o que aconteceu também no Brasil é que o presidencialismo se enfraqueceu.
00:51:51Do governo Temer, passando pelo governo Temer, passando pelo governo Bolsonaro,
00:51:56o Congresso, ele reivindicou para ele um poder que ele não tinha, de execução do orçamento.
00:52:04Eu me lembro, eu era do governo Dilma, você falava em 7 milhões, quando eu fui ministro,
00:52:127 milhões de emenda impositiva, debatiam 10, 11 milhões.
00:52:16Hoje, qualquer deputado, seja do governo ou seja de oposição, vai receber 50, 52 milhões, na pior das hipóteses.
00:52:27Se o governo precisar aprovar medidas importantes, outras verbas entrarão em negociação.
00:52:36Um parlamento que executa 52 bi, você pode caracterizar esse governo como qualquer coisa,
00:52:45menos presidencialismo.
00:52:47O Brasil não é mais presidencialista.
00:52:48Então, é nesse cenário que você tem o presidente Lula tentando reorganizar o governo brasileiro.
00:52:58Quando você não tem mais a caneta, a caneta do presidente não tem mais a força que tinha,
00:53:05em 2000, até 2010, quando ele governou.
00:53:09O parlamento avocando para ele atribuições que ele não tinha.
00:53:15Então, a gente vive um modelo de governo híbrido.
00:53:20Por mais que o Supremo tenta, de alguma forma, criar uma regulamentação ou pôr ordem nisso,
00:53:27é um modelo híbrido.
00:53:28Então, a governabilidade se dá de outra forma hoje.
00:53:32Porque, quando a gente fala em governo de coalizão, a gente reivindica um princípio que é do parlamentarismo.
00:53:41E como funciona a coalizão no parlamentarismo?
00:53:44Você forma a base, forma a maioria e elege o gabinete, o ministério.
00:53:52Nós formamos a base, indicamos os ministros e, mesmo assim, você não coesiona a base.
00:54:01Porque o poder, efetivamente, ele está dividido, ele está híbrido.
00:54:07Uma parte está na mão do presidente, do presidencialismo, do governo,
00:54:12e outra parte está na mão do parlamento.
00:54:14Então, você coesiona a base e fala assim, não, essa aqui é a base.
00:54:18Você olha para trás, a base vota como ela quer,
00:54:22porque, efetivamente, aquilo que você tinha para coesionar o governo,
00:54:26que é quem é da base, governa junto, esse conceito se diluiu.
00:54:32Porque você constitui os ministérios, mas os ministros não têm condições de ter ascensão,
00:54:42ascendência sobre a base, de coesionar a base parlamentar.
00:54:48Agora, Edinho, também, isso é uma questão mundial, como você falou, da esquerda,
00:54:52mas também porque ela não era poder, foi poder, prometeu tanta coisa e não cumpriu também.
00:54:58Quer dizer, ou seja, os eleitores votaram, acreditaram nas promessas,
00:55:02aquilo que ia fazer, ia mudar a sociedade, divisão de renda,
00:55:05e aquilo a pessoa não vê, não apenas no Brasil, mas no mundo,
00:55:09isso é uma crise da própria esquerda que prometeu e não cumpriu.
00:55:11Eu não acho, Marcelo, eu acho que o mundo está mais pobre.
00:55:16A crise em economia de 2008 empobreceu o mundo.
00:55:18E aí, tem um dito nosso brasileiro, que é o seguinte,
00:55:22faltou farinha, primeiro o meu pirão.
00:55:25Se o mundo está mais pobre, as pessoas, a classe média europeia,
00:55:31ela não tem mais acesso ao que ela tinha até o começo do século XXI.
00:55:39Ela está mais empobrecida, ela perdeu renda, ela perdeu poder aquisitivo,
00:55:45porque o mundo está mais pobre.
00:55:47É uma crise econômica longa do capitalismo que nós estamos vivendo desde 2008.
00:55:52Então, no momento que o mundo está mais pobre,
00:55:55o sentimento, o sentimento de...
00:56:00As pessoas, elas estão inquietas.
00:56:04Elas não estão satisfeitas.
00:56:06Essa insatisfação generalizada gera uma inquietação.
00:56:10Então, a situação está no governo, o Partido X,
00:56:15mas o mundo não muda.
00:56:16O mundo não muda porque ela quer voltar a ter o consumo,
00:56:19a capacidade de consumo que ela tinha até 2008.
00:56:21E ela não tem.
00:56:22Aí ela vota na esquerda.
00:56:24Muitas vezes a esquerda não tem condições de dar resposta,
00:56:27porque o poder aquisitivo não vai voltar dessa forma.
00:56:30A gente precisa sair dessa crise longa que nós estamos vivendo.
00:56:33Então, eu não tenho nenhuma dúvida que existe uma inquietação.
00:56:39Essa inquietação é gerada por essa insatisfação dessa crise que nós estamos vivendo.
00:56:46Agora, claro, como é que você enfrenta isso?
00:56:49Você tem que debater a realidade que nós estamos vivendo.
00:56:54Mesmo assim, você pega o caso do Brasil.
00:56:57A economia cresce 3,4%.
00:56:59É um crescimento sustentável.
00:57:01Sustentável.
00:57:02Ah, mas no segundo governo do presidente do Lula, cresceu 8%.
00:57:06Verdade.
00:57:07Mas qual o país do mundo que hoje,
00:57:10tirando a China, que tem expectativa de crescer 8%?
00:57:14Nenhum.
00:57:16Ah, mas aí você vive...
00:57:20Gera a inflação.
00:57:21Não, aí você gera a inflação,
00:57:24porque o poder aquisitivo não dá conta do...
00:57:27Porque nós tivemos também a pandemia.
00:57:29E a pandemia, ela gerou um processo inflacionário que a gente ainda, que se agravou, nós não conseguimos sair dele.
00:57:38Então, você tem uma inflação, você tem um baixo poder aquisitivo, é o preço das commodities.
00:57:42O alimento virou commodity?
00:57:46Nós estamos enfrentando aqui, por exemplo, a inflação de alimentos.
00:57:49Eu acho que nós vamos derrubar a inflação de alimentos.
00:57:51Por quê?
00:57:52Porque o governo retirou as taxas de importação.
00:57:55Porque nós vamos ter uma super safra agora, portanto, boa parte dos alimentos nós vamos resolver.
00:58:01Mas e a carne que virou commodities?
00:58:03A carne virou commodities.
00:58:07Você não determina o preço da carne pela rouba do boi no Brasil.
00:58:11Você determina pela demanda internacional.
00:58:14Então, são problemas que a gente tem que enfrentar.
00:58:17E agora que pode piorar com essa maluquice do Trump.
00:58:21Mas, prefeito...
00:58:22Porque essa guerra das tarifas, eu acho que abre uma crise, vai agravar a crise econômica internacional.
00:58:30O senhor está trazendo vários motivos que fazem o preço dos alimentos subir.
00:58:33Mas eu quero até aproveitar uma pesquisa que foi feita recentemente pelo Instituto Datafolha,
00:58:37que mostra que 58% das pessoas ouvidas tiveram de tirar algum tipo de alimento das suas cestas,
00:58:42das suas compras, para poder se alinhar à inflação aqui no país.
00:58:46E 54% delas dizem que a responsabilidade pela inflação ou por essa situação que elas enfrentam é do governo federal.
00:58:55Então, elas enxergam no governo federal o culpado por essa situação que elas estão vivendo.
00:59:01Porque toda a insatisfação vai cair sobre o governo federal.
00:59:03Tá.
00:59:04E entender isso.
00:59:04Ok, mas se esse não seria o principal motivo, se o governo federal não seria o principal culpado,
00:59:09como ele poderia comunicar isso?
00:59:11Não, ele tem que comunicar.
00:59:12Até porque os alimentos são mais baratos que na época do governo Bolsonaro.
00:59:15É só fazer um comparativo.
00:59:17Nós estamos vendo...
00:59:18Estão falando que os alimentos são caros, estão mais baratos que na época do governo Bolsonaro.
00:59:22Mas, evidente, eu não estou dizendo que não é problema.
00:59:24Senão eles vão dizer, ah, na época do Bolsonaro estava alto, agora, porque está mais baixo, mas continua alto,
00:59:31vocês não vão dizer que é...
00:59:32É um problema.
00:59:33Acho que o governo tem que enfrentar.
00:59:34E está enfrentando.
00:59:35Quando você tira as taxas, é uma medida do governo para tentar facilitar a entrada de alimentos no país.
00:59:41Então, vamos ter uma hiper safra.
00:59:43O governo investiu, ano passado, 500 bilhões no plano safra.
00:59:48500 bilhões de reais.
00:59:49Então, é evidente que nós vamos ter um aumento da safra.
00:59:52Mas tem alguns alimentos que nós temos que encarar, que é problema.
00:59:55Como é que nós vamos encarar o preço da carne?
00:59:57Agora, com essa guerra tarifária entre China e Estados Unidos, pode ser que abra mais mercado para exportação de alimentos para o Brasil e para a China.
01:00:11Nós temos que saber como é que nós vamos lidar com isso.
01:00:13Porque, evidente que o Brasil está bem posicionado e talvez sejam os principais países do mundo que vão ganhar nessa guerra.
01:00:22Se a gente souber, se a gente conseguisse posicionar o país da forma certa, com as cadeias produtivas certas,
01:00:30se a gente tiver racionalidade nesse momento e muita habilidade política.
01:00:36Agora, de toda forma, eu penso que vai ter pressão, pode ter pressão sobre o preço de alguns alimentos.
01:00:45Então, nós temos que encarar, saber como enfrentar com inteligência e voltar a ter estoque regulador.
01:00:51Porque eu acho que o Brasil abriu um monte de ter estoque regulador.
01:00:55Eu acho que o governo Lula está aí fazendo um esforço.
01:00:58Nós temos que voltar a ter estoque regulador para que a gente tenha instrumento para fazer com que o preço dos alimentos,
01:01:04quando a gente tem alguma pressão inflacionária, o governo tem instrumento para poder fazer baixar.
01:01:08Perfeito.
01:01:09Só um minutinho.
01:01:10Vai lá, Nícoli.
01:01:11Eu entrei exatamente nessa questão porque existem várias análises sociológicas, políticas,
01:01:17mostrando que em cenários de crise econômica, de instabilidade social, é que o discurso neoconservador acaba florescendo.
01:01:25Isso justifica muito o crescimento dos evangélicos nos últimos anos,
01:01:28porque são exatamente eles que entram nas periferias, nas favelas e contribuem com o mínimo necessário
01:01:35para que aquela população que precisa mais acabe sendo ajudada.
01:01:39Nesse caso, você sendo o presidente do PT, como você vai lidar com os evangélicos?
01:01:45E já com o trabalho que eles têm de base?
01:01:48Olha, primeiro você tem razão em relação a essa instabilidade que isso gera espaço para muitas vezes aventura.
01:02:00Você que é sociólogo como eu, se a gente pegar o surgimento do fascismo na Itália,
01:02:08em que cenário que ele surge?
01:02:09O império estava em crise, enfraquecido, só que ainda a democracia não tinha ocupado espaço,
01:02:19ou seja, o novo não surgiu.
01:02:21O Gramsci, nós que somos sociólogos, escreve isso, o Cadernos do Cárcere.
01:02:26O velho ruiu e o novo ainda não emergiu.
01:02:29E nesse vácuo nasce o fascismo.
01:02:31Nasce o fascismo, como uma mobilização popular dessa insatisfação do momento de instabilidade que se vivia.
01:02:42Por que eu ressalto isso?
01:02:44As forças democráticas têm que entender o que nós estamos vivendo.
01:02:48Nós estamos vivendo uma crise da democracia representativa.
01:02:50Nós temos que revalorizar o conceito da democracia.
01:02:54Nós temos que fortalecer o conceito da democracia novamente.
01:02:57Porque as pessoas falam assim, eu vou, eu voto, eu voto uma eleição, eu voto duas eleições, eu voto três eleições,
01:03:03e a minha vida não muda.
01:03:06Nós temos que tentar identificar, por isso, eu não estou dizendo que seja uma panaceia,
01:03:12por isso que eu valorizo tanto os instrumentos de democracia direta.
01:03:16A sociedade tem que viver diretamente a democracia para ela valorizar a democracia.
01:03:20Por exemplo, as prefeituras, eu penso que todos os partidos democratas deveriam instituir,
01:03:29os partidos democráticos deveriam instituir o orçamento participativo.
01:03:34Que é você chamar a sociedade para decidir sobre o futuro.
01:03:38O futuro da cidade.
01:03:39Eu acho que dá para instituir nos estados.
01:03:42Porque se a sociedade não viver a democracia, dizer, olha, eu votei aqui para fazer uma escola no meu bairro.
01:03:48E a escola foi construída.
01:03:50Olha, eu votei na participação estadual para construir uma universidade na região tal.
01:03:57E a universidade saiu.
01:03:58Se a gente não ressignificar a democracia, eu tenho muito receio do que nós estamos vivendo.
01:04:04A sociedade se afastando da democracia e fazendo opção por pensamentos autoritários.
01:04:13Em relação aos evangélicos, eu tenho muito respeito aos evangélicos.
01:04:17E tenho dito isso nos debates que eu tenho feito dentro do PT.
01:04:23Os evangélicos hoje têm presença nas periferias.
01:04:27Eles estão presentes nas periferias.
01:04:30Eles estão presentes quando falta alimentação.
01:04:32É a igreja que organiza a cesta básica.
01:04:35Muitas vezes, quem vai recuperar um filho da família que está na dependência química,
01:04:41que está no tráfico das drogas, é a igreja.
01:04:44O que eu penso é que o PT tem que ter capacidade de dialogar com os evangélicos.
01:04:52A gente tem que ter mais presença junto aos evangélicos.
01:04:56E mostrar que, por mais que se criem contradições,
01:05:00Nós não temos tantas contradições assim quanto você pensa do princípio do cristianismo.
01:05:07Se a gente pensar o quanto que os movimentos religiosos influenciaram o PT na sua origem
01:05:16e na formação das suas bandeiras, isso pode ser muito resgatado agora no diálogo com os evangélicos.
01:05:24Eles querem uma vida de fartura? Nós também queremos.
01:05:28Eles querem uma vida de justiça? Nós também queremos.
01:05:31Eles querem o fortalecimento das famílias? Nós também queremos.
01:05:35Nós temos políticas públicas.
01:05:36Quando a gente fala de Bolsa Família, isso fortalece a família.
01:05:39Quando os nossos governos instituíram o CRAS para cuidar das famílias nas periferias.
01:05:46Então, acho que a gente tem que dialogar com os evangélicos.
01:05:48Tem capacidade de dialogar.
01:05:50E eu digo para o PT que nós temos que identificar lideranças
01:05:54e trazer essas lideranças para o diálogo com o partido.
01:05:57Do ponto de vista da metodologia, eu penso que a gente tem que reaprender.
01:06:02Porque nós já fizemos e fazemos em muitas regiões isso.
01:06:05reaprender com os evangélicos a ter mais presença na vida real das pessoas.
01:06:11Estar mais presente na vida das periferias.
01:06:13Estar mais presente nas vidas das comunidades.
01:06:16Então, o partido tem que entender o que está acontecendo nas periferias.
01:06:21Repito aqui, em muitos locais o PT não se afastou.
01:06:26Mas, na maioria dos locais, o PT se afastou muito das periferias.
01:06:30Fala, Zanini.
01:06:30Só um minutinho, Matos.
01:06:33Eu passo aqui para ele, você e depois o Felipe Monteiro.
01:06:35Vai lá.
01:06:36Prefeito, queria voltar um pouco para a disputa no PT.
01:06:38O que se tem falado muito dentro do partido é que não é muito uma disputa de ideias,
01:06:44uma disputa de programa, uma disputa de visões do país.
01:06:49Mas é muito mais uma disputa por um apego por cargos.
01:06:52Cargos na direção do partido, cargos na executiva.
01:06:56Especialmente o cargo de tesoureiro do partido.
01:06:58O partido cresceu muito o seu fundo eleitoral, o seu fundo partidário.
01:07:03É uma bolada muito grande.
01:07:05E esse cargo, especialmente, de tesoureiro, que hoje é ocupado pela Gleide Andrade,
01:07:10que o senhor já deu sinais de que gostaria que houvesse uma nova pessoa nesse cargo de tesoureiro.
01:07:17Mas poderia citar outros também na executiva.
01:07:20Quer dizer, que a disputa no PT se resumiu a isso.
01:07:22Se resumiu a mais uma disputa por cargos do que por ideias ou por programa de governo.
01:07:27O senhor concorda com isso?
01:07:28E como é que vai se resolver essa questão da tesouraria, especificamente?
01:07:31Eu acho que, se resumir o debate do partido nesse debate,
01:07:37eu acho que nós estamos apequenando muito a missão do PT na sociedade brasileira.
01:07:45Eu penso, Fábio, que a gente deveria...
01:07:48E esse é o esforço que nós estamos fazendo.
01:07:50Eu tenho conversado muito com a atual direção, com o atual núcleo.
01:07:56Para a gente...
01:07:57Vamos conversar, Saúl, os processos, as propostas.
01:08:03E deixa o nome para cargos...
01:08:07Esses nomes virem naturalmente nesse debate.
01:08:11Não coloca o nome como o primeiro enfoque,
01:08:15porque, evidente, vira isso que a imprensa está avaliando.
01:08:23Como se a gente estivesse fazendo um processo de eleição interna
01:08:27só para discutir um cargo.
01:08:29E não é isso.
01:08:30Eu acho que nós estamos fazendo um processo de eleição interna
01:08:32para a gente poder debater as dificuldades que o partido tem
01:08:38de melhorar a sua organização.
01:08:40De fazer esse debate que nós estamos fazendo aqui,
01:08:42dos novos desafios do PT.
01:08:45Como é que a gente conversa com todos os segmentos da sociedade,
01:08:49os segmentos que estão emergindo,
01:08:53os segmentos que estão se organizando.
01:08:55Como é que a gente debate essa nova agenda do século XXI,
01:08:59que é a questão da transição energética.
01:09:03Nós temos que debater...
01:09:05O século XXI, século XX, século XXI,
01:09:08nós tivemos um processo de modernização do sistema produtivo
01:09:13que foi muito violento.
01:09:15A adoção das novas tecnologias, da robótica.
01:09:18Mas nós não vimos nada ainda comparado à inteligência artificial.
01:09:23Qual o debate que nós vamos fazer em relação à utilização da inteligência artificial?
01:09:28Onde que nós vamos aceitar a sua utilização?
01:09:32Onde nós vamos colocar limite?
01:09:34Como vai ficar o processo educacional diante da inteligência artificial?
01:09:37Como vai ficar a relação dos alunos com a inteligência artificial?
01:09:41São desafios que não são pequenos.
01:09:45E o partido tem que enfrentar esses desafios.
01:09:49Por exemplo, o ministro Marinho, corretamente,
01:09:54mandou um prazo de lei do Congresso,
01:09:57tentando criar alguma regulamentação
01:10:01para os motoristas de aplicativos e moto-entregadores.
01:10:05É evidente que nós perdemos o debate na sociedade.
01:10:08É uma coisa que poderia melhorar a vida
01:10:11do moto-entregador, do motorista de aplicativos.
01:10:15Daqui a pouco vão entrar aqui nas redes sociais e dizer assim,
01:10:18não, mas nós não queremos isso.
01:10:20Está bom, você não quer isso, não quer aquilo,
01:10:22mas vai debater e ver o que você quer do projeto.
01:10:25Não joga o projeto no lixo.
01:10:27Pega o projeto e transforma ele em algo que você queira.
01:10:30Você que é motorista de aplicativo,
01:10:32você que é moto-entregador.
01:10:34Mas não, nós pegamos a oportunidade de debater isso
01:10:37e foi travado pelo Congresso Nacional.
01:10:41Agora, como que dialoga com esse novo trabalhador?
01:10:48Por exemplo, a gente está conversando aqui,
01:10:50quantas meninas e meninos estão nas redes sociais,
01:10:54nesse momento, nas plataformas,
01:10:56recortando vídeo e impulsionando vídeo?
01:10:57Milhões?
01:11:01Qual a profissão deles?
01:11:04Que tipo de relação o Estado vai ter com essas novas profissões?
01:11:11Que proposta nós vamos ter?
01:11:13Ah, está bom, eles são empreendedores?
01:11:15Está bom, mas que tipo de empreendedorismo vai ser?
01:11:18Que garantia que eles vão ter?
01:11:19Não, eles não querem garantia?
01:11:20Está bom.
01:11:20Então, nós vamos ter que aumentar ainda mais os recursos do Estado para o BPC?
01:11:26Porque se eles não vão ter contribuição, não vão se aposentar,
01:11:29não querem relação com o Estado?
01:11:32Então, são debates.
01:11:34Nós temos que saber como lidar com as novas profissões.
01:11:38E o PT tem que saber, do ponto de vista partidário,
01:11:41como que a gente dialoga e tem propostas para essas novas profissões.
01:11:45Porque não pode uma iniciativa como a do ministro Luiz Marinho
01:11:52ser rechaçada e a gente achar que isso é normal.
01:11:55Isso não é normal, não pode ser normal.
01:11:57Porque nós temos que ter conexão com a nova classe trabalhadora.
01:12:01Então, são desafios importantes,
01:12:04que é evidente que é muito maior que a gente discutir cargo.
01:12:08Não, nós temos que discutir propostas e projetos.
01:12:14E aí nós temos que encantar também, né?
01:12:16Quantos filiados não estão afastados do PT?
01:12:20Nós temos que encantar esses filiados para voltarem para a vida partidária.
01:12:24E nós só vamos encantar se a gente tocar de novo os corações e as mentes
01:12:28desses filiados do PT.
01:12:30Porque quantos filiados estão afastados da vida partidária
01:12:34por algum desencanto?
01:12:36Nós temos que reencantar e trazê-los novamente para a vida partidária.
01:12:41Eu acho que o PED, esse processo que nós estamos vivendo,
01:12:43é importante em relação a isso.
01:12:44Caberia um violino agora nessa fala final.
01:12:48Vai lá, Márcio.
01:12:49Até porque, né, Dinho, a preocupação também,
01:12:50a Receita vai esperar agora 47 milhões de declarações de imposto de renda.
01:12:55Então, 200 milhões de habitantes.
01:12:56Quer dizer, o déficit previdenciário é iminente.
01:13:00Ele é imenso, ele é imenso.
01:13:01Agora, eu queria falar um pouco dessa temperatura.
01:13:03Você estava falando da democracia.
01:13:04Essa temperatura hoje eleitoral, essa bipolaridade, esquerda e direita.
01:13:09Tem briga na família, tem briga com parente, tem briga com amigo.
01:13:13E quem que pode arbitrar isso?
01:13:15Qual que é o papel da justiça nesse processo?
01:13:17Sabe, a gente está vendo aquele jogo de futebol e só um lado,
01:13:20o juiz só dá pênalti de um lado e o outro nada, ele não dá falta.
01:13:23Quem que vai arbitrar tudo isso aí para ter um pouco mais de paz na política brasileira?
01:13:27Eu acho, Marcelo, que esse é um imenso desafio.
01:13:32Eu uso uma metáfora que é como se a gente estivesse num campo de futebol e metade do estádio fosse uma torcida, metade outra torcida.
01:13:43E uma torcida vendo, elas disputam para ver quem grita mais.
01:13:48E quando você grita, você não conversa.
01:13:52E quando você não conversa, não há diálogo e não há convencimento.
01:13:57Nem de um lado, nem de outro.
01:13:59Acho que a gente tem que baixar a temperatura política do país.
01:14:02Acho que a gente deveria baixar a temperatura política do mundo, né?
01:14:05Porque o que nós estamos vivendo no mundo é um absurdo.
01:14:09Agora, o Brasil, nós sempre tivemos uma tradição de um povo que sempre conviveu bem com as diferenças.
01:14:18Eu já falei isso aqui nos espaços da Jovem Pan mais de uma vez.
01:14:25Eu acho que o mundo, ele está meio sem parâmetro.
01:14:31Ele está muito...
01:14:32E cada vez mais você vê lideranças estimulando essa disputa.
01:14:37E o Brasil também.
01:14:38Só que o Brasil, a nossa tradição nunca foi essa.
01:14:41A gente teve tradição, ah, eu voto num, outro voto no outro.
01:14:44Mas também, nós vamos ali para o bar, vamos jantar junto, vamos fazer o churrasquinho.
01:14:50Hoje não.
01:14:51Se você fala que você defende uma posição e o outro defende outra posição,
01:14:55é que você está dizendo, as famílias, elas rompem, os amigos rompem, os grupos...
01:15:02O Brasil tem a tradição de grupo de formandos, né?
01:15:05Não tem uma grupo de formandos, porque sempre tem alguém no grupo de formandos que pensa diferente.
01:15:10Então, ninguém mais entra nos grupos de formandos, nos grupos de bairro.
01:15:15Então, nós temos que parar com isso.
01:15:16Acho que a gente tem que parar, a gente tem que mostrar para o povo brasileiro
01:15:20que é possível a gente conviver com o pensamento diferente,
01:15:25conviver com o pensamento divergente.
01:15:26Uma religião tem que conviver pacificamente com a outra.
01:15:31Quem acredita numa coisa, o outro acredita em outra, tem que conviver.
01:15:37Eu acho que esse é um desafio.
01:15:40Ele não é pequeno, ele é imenso, mas eu acho que a gente tem que começar
01:15:43a construir o ambiente de mais diálogo e menos briga.
01:15:48Vai lá, Monteiro.
01:15:49Eu queria voltar no assunto que você tocou aqui, tangencialmente, né?
01:15:52É o PT, Partido dos Trabalhadores, tem uma dificuldade de interlocução,
01:15:57de diálogo e conexão com a nova classe trabalhadora, né?
01:16:00Os motoristas de Uber, entregadores de aplicativo,
01:16:04atendentes de call center, parece que tem pavor do PT.
01:16:07Da mesma forma, a gente viu na eleição para a Prefeitura de São Paulo
01:16:10que na periferia, grande parte da periferia,
01:16:14votou no Pablo Massal em detrimento do candidato que o PT apoiou,
01:16:17que foi o Boulos, não é?
01:16:19E aí eu queria saber de você o seguinte,
01:16:20você não acha que talvez o projeto do PT não encontre a adesão
01:16:25dessa parte da população que não quer projeto social,
01:16:28não quer talvez entrar no sistema previdenciário,
01:16:32não quer formalização, quer muito mais a emancipação,
01:16:36nem vou falar em empreendedorismo, né?
01:16:37Preendedorismo é só uma faceta, mas quer mais a emancipação
01:16:40do que propriamente projetos, programas sociais.
01:16:43Você não acha que uma pessoa com o Pablo Massal
01:16:45ou alguém que encare essas pautas, né?
01:16:50Tem muito mais adesão do que o PT?
01:16:52Isso seria um fato do PT olhar para dentro e tentar criar
01:16:55programas, propostas para esse tipo de pessoa?
01:17:00Olha, eu penso que na sociedade democrática cabe todo mundo.
01:17:06Cabe aquele que tem um espírito mais empreendedor,
01:17:11que não quer programa social, que acha que não precisa
01:17:15de políticas públicas.
01:17:18Eu respeito.
01:17:19Agora, a gente, num país como o Brasil,
01:17:25a gente não entendeu o papel das políticas públicas,
01:17:27eu acho que é um pouco falta de empatia.
01:17:29Isso me assusta.
01:17:31Isso me assusta mesmo.
01:17:32A sociedade perder a capacidade de ser empática,
01:17:36de se pôr no lugar do outro,
01:17:38de sentir a dor do outro.
01:17:40Você pode dizer que você não quer política pública,
01:17:44mas a mãe que está...
01:17:45Tem um ressentimento também.
01:17:46Mas a mãe que está na periferia,
01:17:49com três, quatro filhos,
01:17:50e ela não tem o que pôr em cima da mesa
01:17:52para os filhos comerem,
01:17:53ela precisa de política pública.
01:17:55Sabe, a criança que muitas vezes não tem condições
01:18:01de comprar o material escolar na escola,
01:18:04ela precisa de política pública.
01:18:06Sabe, o SUS é uma imensa política pública.
01:18:09As pessoas no Brasil...
01:18:11O Brasil é o país com a maior política pública
01:18:14de saúde do planeta.
01:18:17Do planeta.
01:18:18Agora, a pessoa, por mais que as pessoas falem
01:18:21que o SUS não funciona...
01:18:22Tá, mas você sabe que você pode chegar
01:18:25numa unidade de saúde,
01:18:26se você passar mal agora,
01:18:28você tem uma unidade para você ir.
01:18:29Se ela está funcionando mal ou bem,
01:18:31é questão da gente melhorar a gestão.
01:18:33Mas o sistema está ali para te atender.
01:18:35Então, eu acho que a gente dizer
01:18:36que nós não precisamos de políticas públicas,
01:18:39eu acho que aí é um exagero.
01:18:41Agora, você tem uma parcela da sociedade
01:18:43que eu acho que é evidente
01:18:47que ela se sente empreendedora.
01:18:51Nós podemos até debater se ela é empreendedora ou não.
01:18:55Porque o conceito de empreendedorismo,
01:18:57muitas vezes, olha,
01:18:58eu vou abrir meu negocinho ali.
01:19:01A mulher fala,
01:19:02eu quero abrir o meu salão de cabeleireiro,
01:19:04minha clínica de beleza.
01:19:06Isso é empreendedor, acho legal.
01:19:08E nós temos que ter política pública para o empreendedor.
01:19:12Olha, eu vou abrir uma oficina,
01:19:14eu vou abrir uma marcenaria.
01:19:16Agora, o que a gente tem que discutir
01:19:18são as novas formas de submissão também.
01:19:21Porque muitas vezes,
01:19:22o moto entregador,
01:19:24é verdade,
01:19:24ele trabalha hoje,
01:19:25ele não trabalha amanhã.
01:19:27Ele pode escolher se ele trabalha de manhã
01:19:28ou se ele trabalha à tarde.
01:19:30Mas, a rigor,
01:19:31lá na frente,
01:19:32ele não é dono do tempo dele.
01:19:34Porque se ele não trabalhar,
01:19:36se ele não fizer entrega,
01:19:37ele não leva comida para a casa dele.
01:19:40Aí, ele sofre um acidente de moto,
01:19:42ele vai ficar seis meses acidentado.
01:19:45Ele precisa de um seguro.
01:19:46Quem é que vai pagar esse seguro?
01:19:48Celular furtado.
01:19:49Celular furtado,
01:19:50a moto que funde o motor.
01:19:52Quem é que vai dar conta
01:19:53dessa relação?
01:19:55Então, nós temos que debater tudo isso.
01:19:57Agora,
01:19:58você falou aí de uma figura que...
01:20:01Eu acho que o Brasil tem que...
01:20:03Eu vou falar aqui o que eu penso.
01:20:05Ninguém precisa concordar.
01:20:07Eu acho que o Brasil tem que debater
01:20:08a questão
01:20:09do voto no partido.
01:20:13porque me assusta
01:20:15que influencers
01:20:18sejam colocados
01:20:21na política
01:20:22e você pode ter daqui a pouco
01:20:25influência ganhando a eleição
01:20:26e sem você ter,
01:20:29efetivamente,
01:20:30nenhuma consistência.
01:20:32Como é que você pega um influencer
01:20:34e coloca ele
01:20:35para tocar uma prefeitura
01:20:36do tamanho de São Paulo?
01:20:37Para fazer gestão?
01:20:38Olha o risco que você corre.
01:20:41Então, eu acho que esse é um...
01:20:44Eu acho que a gente deveria...
01:20:46O PT...
01:20:47E a gente não abriu mão disso
01:20:48em nenhum congresso.
01:20:50Eu não sei onde é que o PT
01:20:51deixou de defender.
01:20:53Por que deixou de defender?
01:20:54A gente tem que votar
01:20:54a defender voto em lista.
01:20:56O voto no partido.
01:20:58Democracia sólida.
01:21:01Para a democracia ser sólida,
01:21:03você tem que ter partidos sólidos.
01:21:06Aí vão dizer assim,
01:21:06olha, mas o voto em lista puro
01:21:09eu não quero.
01:21:10Eu quero voto estrital.
01:21:12Tá bom, nós vamos debater
01:21:13qual o modelo de voto.
01:21:15Mas eu acho que a gente tem
01:21:16que começar a debater
01:21:16qual o programa dos partidos.
01:21:19O que o partido pensa
01:21:20para a sociedade?
01:21:22O que o partido pensa
01:21:23para a prefeitura?
01:21:24O que o partido pensa
01:21:25para o Estado?
01:21:26Porque o partido é maior
01:21:27que os indivíduos.
01:21:28Porque daqui a pouco
01:21:29nós vamos ter a política
01:21:31ela sendo tomada
01:21:34por pessoas que operam
01:21:35bem as redes sociais,
01:21:37mas que aí,
01:21:38na hora que você perguntar
01:21:39o que você vai fazer
01:21:40com a saúde?
01:21:40O que você vai fazer
01:21:41com a educação?
01:21:42O que você vai fazer
01:21:43com a assistência?
01:21:44O que você vai fazer
01:21:45para a política de esporte,
01:21:46de cultura?
01:21:47Essa pessoa não ter
01:21:48absolutamente nenhuma proposta?
01:21:51Isso é muito preocupante.
01:21:52Então, acho que essa questão,
01:21:54o PT, na minha avaliação,
01:21:55tem que levantar
01:21:55a bandeira do voto em lista
01:21:57urgente
01:21:58para a gente
01:21:59voltar a debater propostas
01:22:01nos partidos.
01:22:02Os partidos são maiores
01:22:03que os indivíduos.
01:22:03Essa proposta de lista
01:22:04é para deputado,
01:22:05para vereador.
01:22:06Agora, isso majoritário
01:22:07não tem que...
01:22:07Não, mas você...
01:22:08Não, eu sei, eu sei.
01:22:10Eu estou te dando um exemplo.
01:22:11Eu estou te dando um exemplo
01:22:12do fortalecimento dos partidos.
01:22:15Evidente,
01:22:15se um partido
01:22:16aceita uma influência
01:22:18para um cargo majoritário,
01:22:20mas eu acho que
01:22:20se você começar
01:22:22a defender o voto em lista,
01:22:24você começa a mudar
01:22:25a lógica da sociedade.
01:22:26A sociedade começa a debater
01:22:28mais a proposta
01:22:28do partido
01:22:29do que do indivíduo.
01:22:31Prefeito,
01:22:32eu já passo para você,
01:22:32Nicola, a gente está caminhando
01:22:33para os últimos sete minutos,
01:22:35mas eu queria saber
01:22:36sobre essas movimentações
01:22:38que você mencionou
01:22:39do partido,
01:22:39de coisas que são internas
01:22:40e que acabam
01:22:41se tornando externas
01:22:43por interesse
01:22:43de algumas pessoas
01:22:44ou até mesmo
01:22:45de parte de seus adversários.
01:22:46E eu quero saber
01:22:47como é que você analisa
01:22:47o posicionamento
01:22:48do presidente Lula
01:22:49diante dessa situação,
01:22:51já que hoje
01:22:51ele é o principal líder
01:22:53do PT.
01:22:54Há um apoio dele
01:22:55para o senhor
01:22:57e como que o senhor
01:22:58tem analisado
01:22:59a maneira como o presidente
01:23:00vai lidando
01:23:01com essas divergências,
01:23:02com coisas que poderiam
01:23:03ser resolvidas internamente,
01:23:05mas que acabam ganhando
01:23:06vocalização
01:23:08para fora do partido.
01:23:09Olha, eu defendo
01:23:10que o presidente Lula
01:23:11ele não entre
01:23:13em nenhuma disputa
01:23:13interna do partido.
01:23:15Eu acho que o presidente Lula
01:23:16é a figura
01:23:17de unidade do PT.
01:23:19É ele que unifica o PT.
01:23:20Eu acho que ele não tem
01:23:21que entrar
01:23:22em disputa interna
01:23:23nenhuma.
01:23:24Deixa a gente
01:23:25fazer o debate.
01:23:26Nós fazemos o debate.
01:23:27a militância
01:23:29que os filiados
01:23:30do PT escolhem
01:23:31e depois ele vem
01:23:31e unifica todo mundo
01:23:32e está tudo certo.
01:23:33Eu acho que é isso
01:23:34que tem que acontecer.
01:23:35Três minutos.
01:23:35Vai lá.
01:23:36É uma questão rápida.
01:23:37Muitos desses coaches
01:23:39que influenciam
01:23:41motoristas
01:23:41de aplicativo
01:23:43dizendo que
01:23:44o Estado
01:23:45quer roubar o dinheiro
01:23:46cobrando impostos.
01:23:47A gente vê também
01:23:48outros influencers
01:23:48dizendo que
01:23:49o PT é a representação
01:23:51do capeta
01:23:52do mundo.
01:23:53Outros tantos
01:23:54dizendo que o PT
01:23:55quer acabar com a família,
01:23:56que quer uma ditadura
01:23:57do PT.
01:23:58O que o senhor tem
01:23:59para dizer
01:24:00para todas essas pessoas
01:24:01que são levadas
01:24:02a crer
01:24:03nessas ideias
01:24:04que me parecem
01:24:04um tanto terraplanismo
01:24:06diante do que o senhor
01:24:07está dizendo
01:24:07de uma visão
01:24:08mais democrática
01:24:09do PT.
01:24:11Como que o PT
01:24:11se posiciona?
01:24:12O que você tem a dizer
01:24:13para esse terraplanismo
01:24:15antipetista?
01:24:17Olha, eu penso
01:24:18que
01:24:19dois debates
01:24:22serão fundamentais
01:24:23no próximo período
01:24:24no Brasil
01:24:25e no mundo
01:24:25na minha avaliação.
01:24:26que é o debate
01:24:27do pensamento
01:24:29fascista
01:24:30contra a democracia.
01:24:32Eu acho
01:24:32que a democracia
01:24:33se ela perder
01:24:35vai ser uma tragédia.
01:24:36A gente já viveu isso.
01:24:37É que às vezes
01:24:38a gente não
01:24:40racionaliza.
01:24:42Essa coisa
01:24:43meio
01:24:44hegemonista
01:24:46usando um conceito
01:24:48gramistiniano
01:24:48para caracterizar
01:24:49o fascismo.
01:24:52Essa coisa
01:24:52de avalanche
01:24:53foi tomando conta
01:24:55da Europa
01:24:55e desembocou
01:24:57no nazismo
01:24:58e no holocausto.
01:25:01Eu penso
01:25:02que
01:25:03nós vamos ter
01:25:04que fazer
01:25:05um embate
01:25:06com muita força
01:25:08entre
01:25:08esse pensamento
01:25:10fascista
01:25:10e a democracia.
01:25:13Eu acho que é o grande
01:25:13embate
01:25:14no próximo período
01:25:15e permeado
01:25:17pelo debate
01:25:18da verdade
01:25:19contra a mentira.
01:25:21É evidente
01:25:21que falam
01:25:22mentiras
01:25:23e mais mentiras.
01:25:24As fake news
01:25:26são disseminadas.
01:25:27Agora,
01:25:27eu acho que a gente
01:25:28tem que continuar
01:25:29debatendo a verdade,
01:25:31defendendo o que é a verdade,
01:25:32defendendo
01:25:32o que é a realidade
01:25:34das posições.
01:25:35E se nós
01:25:36formos fazer
01:25:36um balanço
01:25:37do que é o PT,
01:25:39nós vamos ver
01:25:39que o PT
01:25:39é o grande partido
01:25:41da transformação
01:25:41da vida
01:25:42do povo brasileiro.
01:25:43É o partido
01:25:44do Luz
01:25:44para Todos,
01:25:45é o partido
01:25:46da transposição
01:25:46do Rio São Francisco,
01:25:48do Bolsa Família,
01:25:49do Minha Casa Minha Vida,
01:25:51é o partido
01:25:52que gerou
01:25:53o maior crescimento
01:25:55econômico
01:25:55da nossa história,
01:25:56que mais apoiou
01:25:57o empresariado,
01:25:58que apoia
01:25:58a agroindústria,
01:26:00é o partido
01:26:01agora
01:26:01do pé de meia,
01:26:02é o partido
01:26:02do crédito
01:26:03do trabalhador.
01:26:03Tem tantas outras
01:26:05coisas que virão.
01:26:06Então,
01:26:07essa é a verdade.
01:26:08E a verdade
01:26:08tem que ser confrontada
01:26:10e acredito
01:26:11que ela vai derrotar
01:26:11a mentira.
01:26:12Prefeito,
01:26:13só para a gente
01:26:13arrematar
01:26:13nossa conversa,
01:26:14por que o senhor
01:26:15vai deixar
01:26:15a sua candidatura,
01:26:17a oficialização
01:26:18da sua candidatura
01:26:19para a reta final ali?
01:26:22Para que eu possa
01:26:22agregar mais apoio
01:26:24à minha candidatura.
01:26:25Então,
01:26:25vou dialogar
01:26:26até o último momento
01:26:28para que outras
01:26:30forças possam vir
01:26:31também apoiar
01:26:32a minha candidatura.
01:26:33eu acho que é assim
01:26:34que se faz
01:26:34democracia,
01:26:35dialogando.
01:26:36A sua ideia,
01:26:36então,
01:26:37já é chegar
01:26:38a esse ponto
01:26:39com uma construção
01:26:40que te traga quase
01:26:41a certeza
01:26:42de uma eleição?
01:26:43Não,
01:26:43a certeza da eleição
01:26:44só no dia 6 de julho,
01:26:46mas que construa
01:26:47um campo político,
01:26:51uma força política
01:26:52que dê sustentação
01:26:53às mudanças
01:26:54que o PT
01:26:55tanto precisa
01:26:55para que a gente
01:26:57chegue forte
01:26:57em 26,
01:26:59reeleja o presidente Lula,
01:27:00comece a enfraquecer
01:27:02esse pensamento
01:27:04autoritário
01:27:05de inspiração
01:27:06fascista
01:27:06que cresce no Brasil.
01:27:08Não estou dizendo
01:27:08que todos
01:27:09do campo da direita
01:27:10são assim,
01:27:11eu estou dizendo
01:27:11que tem
01:27:11uma parcela
01:27:13da direita,
01:27:15infelizmente,
01:27:15que se norteia
01:27:16e se inspira
01:27:17no fascismo
01:27:18para que a gente
01:27:19possa mostrar
01:27:20que o Brasil
01:27:21é o país
01:27:22que escolheu
01:27:22a democracia,
01:27:24que escolheu
01:27:24a paz,
01:27:26que escolheu
01:27:27a convivência
01:27:28com a diferença
01:27:30porque é isso
01:27:30que importa,
01:27:31é a gente viver
01:27:32pacificamente
01:27:33independente
01:27:34do que as pessoas
01:27:35pensam,
01:27:36independente
01:27:36daquilo que elas
01:27:37acreditam.
01:27:38O Brasil
01:27:38é vocacionado
01:27:40para a gente viver
01:27:40em paz
01:27:41e é isso
01:27:41que eu acredito.
01:27:42Edinho Silva,
01:27:43obrigado por mais
01:27:44uma participação
01:27:45conosco aqui,
01:27:46as portas estão
01:27:46sempre abertas.
01:27:47Obrigado.
01:27:48Nicoli, obrigado.
01:27:49Eu agradeço.
01:27:49Um grande abraço.
01:27:50Valeu, Vá.
01:27:50Matos, até a próxima.
01:27:52Monteiro, valeu.
01:27:53Zanini, a gente vai ficar
01:27:54de olho lá nos bastidores.
01:27:55Obrigado.
01:27:56Um grande abraço,
01:27:56obrigado pela tua participação
01:27:58e a você que permaneceu
01:27:59conosco em mais esta
01:28:00segunda-feira.
01:28:01Um grande abraço
01:28:01e a gente se vê aqui
01:28:02ao longo da programação
01:28:03da Jovem Pan.
01:28:04Fiquem com Deus.
01:28:05Tchau.
01:28:08A opinião
01:28:09dos nossos comentaristas
01:28:10não reflete necessariamente
01:28:12a opinião
01:28:13do Grupo Jovem Pan
01:28:14de Comunicação.
01:28:19Realização Jovem Pan News.

Recomendado