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  • 28/04/2025
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou que o futuro do século XXI dependerá da parceria entre EUA e Índia. Após o anúncio de avanços no acordo comercial, Marcio Sette Fortes, professor de negócios internacionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), analisou os possíveis reflexos para o Brics.

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Transcrição
00:00E olha, o futuro do século XXI será determinado, claro, pela parceria entre Estados Unidos e Índia.
00:06A declaração foi feita pelo vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance,
00:10depois de confirmar que esses dois países avançaram nas negociações para um acordo comercial
00:16que evita as chamadas tarifas recíprocas.
00:19Mas será que essas negociações podem trazer reflexos para os integrantes do BRICS,
00:24o grupo do qual a Índia faz parte?
00:26Vamos analisar todas essas possibilidades com o Márcio Sete Fortes,
00:31ele que é professor de negócios internacionais do IBMEC.
00:35Márcio, primeiramente, bom dia. Obrigada por participar ao vivo com a gente,
00:39comigo e Mário Almeida aqui do Agora.
00:41Bom, Márcio, o acordo indica que a Índia, nesse caso,
00:45poderia ser transformada, então, em um novo polo estratégico para os Estados Unidos,
00:50no lugar da China, não?
00:51Sim, é verdade. Trata-se de uma estratégia de se aproximar da Índia, nesse momento,
01:01para contrabalançar o peso da China no mercado internacional.
01:06Isso não é só uma questão estratégica comercial,
01:10mas também é uma questão estratégica que envolve defesa e segurança internacional.
01:14O objetivo dessa aproximação é não só um reequilíbrio,
01:21mas também ter um parceiro estratégico cada vez mais próximo no Oriente,
01:26que esteja junto, inclusive, na iniciativa militar,
01:31que envolve os países do Grupo Quad, como o Japão, a Austrália,
01:35o próprio Estados Unidos e a Índia.
01:37Essa aproximação é muito positiva para inúmeros setores da economia.
01:42Agora, quando a gente fala de tentar escolher um parceiro
01:47para se contrapor a esse crescimento da força chinesa internacional,
01:52tem sempre esse perigo de você escolher um outro parceiro
01:54que depois cresça muito e volte a ser também um perigo.
01:58Quais são as características da Índia que a colocam agora, na tua opinião,
02:01como uma escolha estratégica para os Estados Unidos?
02:03O fato de ela estar nos BRICS faz parte desses fatores?
02:07Comenta um pouquinho a peculiaridade da Índia nessa relação.
02:10Olha, a Índia é um parceiro extremamente interessante,
02:15não apenas para desequilibrar a reação no Extremo Oriente,
02:20onde a China é um país predominante na economia global,
02:24mas a Índia tem algumas características muito interessantes,
02:27como um mercado consumidor bastante atraente
02:30e grandes oportunidades para o mercado norte-americano,
02:33principalmente na área de defesa e segurança.
02:35os nossos norte-americanos têm interesse em fazer parceria com a Índia
02:40para a construção, por exemplo, de veículos militares,
02:43fazer a construção do bledad striker, por exemplo,
02:47ou o mercado indiano poderá ser um mercado interessante
02:51para a compra de caças F-35 de guerra norte-americanos.
02:57E existe também ali um interesse muito grande
03:07na reorientação, por exemplo, de grandes empresas como a Apple,
03:13que passaria a produzir em território indiano
03:16em vez do território chinês,
03:18o que reduziria de alguma forma a dependência das exportações chinesas,
03:28que nesse momento vem sofrendo com tarifas extremamente altas,
03:32mas convém lembrar e deixar bastante claro
03:35que ainda assim existe e existirá e continuará existindo
03:40a dependência do fornecimento de metais estratégicos,
03:45de minerais estratégicos chineses para o mercado indiano,
03:49para a confecção da montagem,
03:51que é a última etapa de realização da construção dos iPhones chineses,
04:00iPhones que agora seriam indianos.
04:02Então existem várias áreas de interesse.
04:05A Índia é um mercado muito interessante, como eu disse,
04:08não só de forma estratégica,
04:10mas também de forma comercial ao interesse para que ambos os países se aproximem,
04:16também como forma de desestabilização dessa aproximação
04:21que cada vez se torna maior no âmbito dos BRICS.
04:24Agora, Márcio, se a Índia passa a se beneficiar muito
04:28desse acordo com os Estados Unidos,
04:30enquanto outros países do BRICS não o fazem,
04:34existe de alguma maneira a possibilidade de haver
04:36uma falta de cooperação ou de coesão do grupo em si?
04:42Olha, esse sempre foi um problema, por exemplo,
04:46que existiu no âmbito do Mercosul.
04:48O Mercosul, sempre, quando nós olhamos em termos de comparação,
04:52o Mercosul sempre foi um limitador para acordos comerciais bilaterais,
04:56o Mercosul sempre foi um limitador,
05:00mas as vantagens do Mercosul sempre permaneceram.
05:04Por exemplo, o Uruguai, em determinada época,
05:06teve o interesse de fazer um acordo multilateral de investimentos
05:10com os Estados Unidos,
05:12e isso havia ali o impeditivo do Mercosul.
05:17Então, os países vão, certamente, pesar na balança
05:21o que será mais interessante em termos de ganho.
05:24Seria um ganho bilateral com os Estados Unidos,
05:26até porque os BRICS não têm uma limitação,
05:29como tem o Mercosul, nesse sentido.
05:31Então, os acordos bilaterais, muitas vezes, são mais satisfatórios,
05:38muitas vezes, trazem ganhos maiores.
05:40E lembramos que esse acordo bilateral,
05:42que surgiu no encontro de fevereiro,
05:46entre o primeiro-ministro Modi e o...
05:50na Casa Branca,
05:51ele preparou a visita futura do presidente Trump à Índia,
05:55e esse é um acordo que é muito mais amplo do que a área comercial apenas.
06:00É um acordo que envolve segurança,
06:02é um acordo que envolve a área comercial,
06:05as próprias tarifas de 26% impostas pela China,
06:09perdão, as tarifas de 26% impostas pelos Estados Unidos à Índia,
06:15elas estão suspensas temporariamente,
06:18enquanto a negociação comercial avança e avança rapidamente.
06:21Então, há áreas distintas, como, por exemplo, defesa,
06:26como, por exemplo, comércio.
06:28Então, não é um acordo...
06:30E energia também, não é um acordo que está restrito a uma única área de interesse,
06:35é um acordo mais amplo e que certamente trará ganhos à Índia também,
06:40e a Índia terá esse interesse em continuar.
06:42Agora, você, na sua outra resposta,
06:44apontou muito bem a ideia de que
06:46o fato de você se aproximar com os Estados Unidos na parte comercial e produtiva,
06:51por exemplo, no caso dos iPhones,
06:53não torna a Índia desnecessária nessa equação.
06:55Quer dizer, o fornecimento, por exemplo, dos minerais raros,
06:58segue tendo que acontecer.
07:00Com esse acordo tão amplo, que vai também para a defesa,
07:02e que, portanto, tem uma certa cutucada política aí na relação com a China,
07:08pode ter um acirramento da relação Índia e China,
07:11quer dizer, independente até dos efeitos disso nos BRICS,
07:13mas a China pode também começar a agir de uma maneira mais intensa
07:17e tentar dificultar, por exemplo, as exportações de minerais para a Índia?
07:22A grande preocupação da China é que os minerais que são exportados,
07:28os minerais estratégicos que são exportados agora,
07:31sejam direcionados para os Estados Unidos,
07:34para o mercado de armamentos,
07:36para o mercado de tecnologia sensível ligada à produção militar,
07:41que sejam vendidos para serem transformados em armas.
07:45Essa preocupação chinesa se expressa em duas formas.
07:51Primeiro, a proibição da exportação desses minerais.
07:54E, segundo, a própria aplicação de uma sobretaxa recíproca.
07:58Então, a China já bloqueou isso para os Estados Unidos.
08:02Se ela poderia bloquear isso para a Índia, poderia.
08:05Mas, nesse caso, fica muito claro que a produção é específica para celulares da Apple
08:11ou será específica para outros setores que não o setor militar.
08:15Exceto quando o acordo bilateral entre Estados Unidos e China estiver vigindo
08:23e a construção, por exemplo, de blindados como o Striker, que eu falei,
08:28ou outros equipamentos de guerra, equipamentos militares estiverem feitos conjuntamente na Índia,
08:40isso poderia, sim, ser um impeditivo para a exportação desses minerais estratégicos da China para a Índia.
08:47E os Estados Unidos estão procurando outros fornecedores, como a Ucrânia e o Brasil.
08:51E você falou várias vezes da questão da defesa, né?
08:55E aí tem uma... Nesse acirramento todo, um aspecto que a gente vem debatendo é
09:01que a guerra comercial, na verdade, ela não escale para o nível de defesa.
09:05Mas você está falando várias vezes da preocupação também da China
09:07de que os minerais não cheguem para esse tipo de produção,
09:10da camada aí relacionada à defesa em relação à Índia.
09:14Dá para a gente um panorama rápido, assim, curto, mas de como que essa possível...
09:18Como é que os termos da defesa também acabam sendo um pano de fundo nessa guerra comercial?
09:23E quais são os próximos passos aí para eu ficar atento?
09:27O momento é bastante delicado porque a Índia vem passando por questões fronteiriças com o Paquistão,
09:35questões associadas a terrorismo.
09:37Os Estados Unidos do presidente Trump já deixaram claro,
09:41desde o primeiro mandato do presidente Trump,
09:43que haveria um esforço na luta contra o terrorismo islâmico especificamente.
09:50A Índia agora está sendo apoiada pelos Estados Unidos.
09:53Temos que lembrar que os dois países, Índia e Paquistão,
09:56são dois países nuclearizados,
09:59são dois países que têm suas rixas que não são atuais,
10:06são bastante antigas,
10:07mas também que a Índia contrabalança o peso naquela região
10:12por também ter alguma questão no norte do país relacionada com a China
10:18em termos de desentendimentos que estão atualmente encapsulados,
10:23mas que realmente mostram que existe ali uma tensão
10:28que não é de hoje, é uma tensão antiga,
10:32mas que os Estados Unidos se aproximando da Índia
10:35pode realmente reforçar o peso da Índia na região
10:39e esse reforço do peso da Índia na região
10:42pode gerar atritos futuros com a China,
10:47principalmente por os Estados Unidos já estarem muito presentes na Coreia do Sul
10:52e agora reforçando possivelmente sua presença com a Índia.
10:56Nós temos que lembrar que os Estados Unidos fazem exercícios militares com a Índia
11:03mais do que qualquer outro país do mundo.
11:05Estados Unidos e Índia são grandes parceiros em termos de exercícios militares.
11:09Isso funciona também como elemento de dissuasão
11:12para pretensões chinesas em relação a Taiwan.
11:17Muito obrigada, Márcio Sete Fortes,
11:20professor de negócios internacionais do IBMEC.
11:23Obrigada por ter participado ao vivo com a gente aqui do Agora
11:26e uma ótima semana para você.
11:28Muito obrigado, bom dia, ótima semana.
11:30Ótima semana.

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