O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que países como o Brasil "ficaram ricos" ao impor tarifas sobre produtos americanos. Felipe Corleta, sócio da GTF Capital, analisou o teor dessa declaração, além de outros destaques econômicos da semana no Brasil e no mundo.
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NotíciasTranscrição
00:00E o nosso assunto agora são os destaques econômicos da semana.
00:03Vou conversar com o Felipe Corleta, economista, que vai ajudar a gente a fazer um balanço dos principais eventos dos últimos dias.
00:10Corleta, boa noite. Bem-vindo de volta ao Jornal Times Brasil.
00:14Boa noite, Natália. Para todo mundo que está em casa acompanhando a Times Brasil nesse sábado, vamos bater um papo aí.
00:21É, vamos nessa. Bom, pensei em começar, temos vários pontos aqui para abordar,
00:25mas pensei em começar pelo IPCA 15, que foi divulgado ontem e trouxe então uma alta de 0,43% em abril.
00:32Estamos falando de uma taxa menor do que a de março, mas quando a gente olha para o acumulado em Corleta,
00:38alta de 2,43% no ano, 5,49% nos últimos 12 meses.
00:45Quero ouvir qual é a sua percepção e as suas preocupações em relação a esse número.
00:51Olha, tem algumas formas de a gente olhar para esse número.
00:54Primeiro que ele saiu em linha com a expectativa do mercado, ou seja, foi um número que,
00:59apesar de ter vindo esse 5,5% de inflação nos últimos 12 meses, que é bastante alto,
01:04bem acima da meta do Banco Central, que é 3%, com limite de tolerância de 4,5%,
01:10mas foi uma inflação que veio em linha com o consenso, em linha com o que o mercado esperava.
01:15Algumas coisas que preocupam.
01:16A inflação de alimentos, que atingiu o oitavo mês consecutivo de alta,
01:19isso tem um impacto direto para os consumidores, o preço dos alimentos,
01:24e também para a popularidade dos governos, especialmente do governo federal.
01:29Então, isso é um fator a se ficar atento.
01:33Agora, uma coisa interessante de a gente falar sobre a inflação no Brasil,
01:37é que apesar de a gente ter essa inflação corrente, a inflação atual bastante elevada,
01:41na última semana, há uma percepção de que a inflação futura vai melhorar.
01:45E isso se traduziu em queda da curva de juros, inclusive expectativas de que a taxa de juros,
01:52a taxa Selic, que o Banco Central usa para tentar frear a inflação,
01:56possa não subir mais tanto quanto o mercado esperava anteriormente.
02:00Então, a inflação corrente no Brasil está bastante alta,
02:04o item alimento são oito meses contínuos de alta,
02:08isso pesa muito no consumidor e na popularidade dos governos,
02:12mas há uma expectativa um pouco mais otimista com relação à inflação daqui até o final do ano,
02:17e em 2026, que é o horizonte que o Banco Central vai estar mais atento.
02:22Corlete, você mencionou aí o item alimentação e bebidas,
02:25que de fato foi o que registrou o maior aumento,
02:28e aí chamou de mais atenção o dado, o número relevante automático,
02:32com mais de 30%, café e leite também puxando esses aumentos.
02:37A gente tem no radar, no horizonte, expectativa de baixa desses itens e de outros também?
02:45A inflação de alimentos é tida exatamente pela oferta e demanda dos produtos.
02:51Então, quando tem uma questão sazonal ali no preço dos alimentos,
02:55a gente vê bastante nas frutas, nas hortalistas, no tomate,
02:58muita volatilidade de preço de acordo com quando que se colhe,
03:01enfim, e tem momentos do ano que a produtividade desses itens é maior.
03:06Com relação a outros produtos que você mencionou, como leite, café,
03:08esses são produtos que são praticamente precificados no mercado internacional.
03:13Então, se há problemas de produção em qualquer lugar do mundo,
03:16isso se reflete em alta de preços por aqui.
03:18Então, a gente está vendo o mundo inteiro sofrendo com inflação de alimentos mais elevada,
03:24e aqui no Brasil não é diferente.
03:26O que se pode fazer, na verdade, para tentar controlar a inflação de alimentos
03:31é o governo conseguir manter o dólar mais baixo.
03:35Efetivamente, o câmbio acaba sendo a única varável sobre a qual se tem algum tipo de controle
03:40para tentar baixar esse preço de alimentos através do câmbio.
03:45Felipe Corleta, que é sócio da GTF Capital,
03:49quero aproveitar a sua participação aqui ao vivo, claro,
03:52para a gente também olhar para fora, né?
03:54E não tem como a gente não falar das tarifas de Donald Trump
03:58e atualizar a nossa audiência do que rolou essa semana,
04:02porque a cada dia tem novidades.
04:04E em que momento a gente está?
04:06Como é que você está vendo as declarações mais recentes,
04:11conflito de diversões ali entre Estados Unidos e China?
04:14Quero te ouvir sobre isso também.
04:17É, a gente está vendo realmente uma guerra comercial muito nas declarações, né?
04:23Os ruídos estão muito elevados, ainda não se tem acordo,
04:27nesse momento as tarifas estão aquelas tarifas que o Trump decretou,
04:32de 145%, a expectativa de que haja uma redução desses valores,
04:37inclusive o próprio Trump admitiu isso essa semana,
04:40isso animou os mercados,
04:42mas a gente teve declarações muito céticas também por parte de autoridades chinesas,
04:47quer dizer, alguns ministros de comércio da China, por exemplo,
04:51deram declarações essa semana dizendo, ó, não tem conversa nenhuma,
04:54tudo que sair dizendo que está tendo negociação sobre tarifas é fake news,
04:59e isso preocupou também bastante, né?
05:01Então, do lado da China, a gente está vendo essa postura mais cética,
05:05tentando resolver as coisas na Organização Mundial de Comércio
05:08e evitando conversas muito diretas com os Estados Unidos,
05:12e nos Estados Unidos que começou com um tom muito agressivo
05:14e colocando tarifas muito altas naquele, naquela,
05:20os Estados Unidos elevou, daí a China retalhou, os Estados Unidos elevou ainda mais,
05:23então nessa guerra comercial, os Estados Unidos parecem ter recuado um pouco essa semana,
05:27pelo menos no tom do discurso, inclusive com o Trump dizendo,
05:29que busca um grande negócio, um big deal entre Estados Unidos e China.
05:34Então, a guerra comercial segue, tem muito ruído,
05:37todos os dias a gente tem autoridades falando sobre isso,
05:40isso impactando os preços de mercado,
05:43mas até agora ainda não temos nenhum tipo de solução,
05:46especialmente entre Estados Unidos e China,
05:47mas, no entanto, a gente teve algumas coisas positivas essa semana,
05:51o acordo dos Estados Unidos com o Japão é bem positivo para a economia global,
05:55e a gente parece também estar vendo algum caminho um pouco melhor
05:58nos acordos com a União Europeia, especialmente no que toca na indústria automobilística,
06:03que é essa principal balança comercial entre Estados Unidos e Europa,
06:07está na parte dos carros.
06:09Então, é uma guerra comercial que continua, tem muito ruído,
06:12aumenta muito a incerteza dos mercados,
06:13e até agora a gente ainda não tem grandes definições.
06:16E aí, as ações, obviamente, vão oscilando,
06:20quero te ouvir daqui a pouco sobre os resultados das Big Techs,
06:23essa semana a gente teve bastante informação nesse sentido,
06:26mas antes, Corleta, quero te ouvir sobre essa fala mais recente de Donald Trump,
06:32que envolveu, que citou o Brasil, dizendo que o Brasil, entre outros países,
06:36é o tipo de nação que enriquece as custas de países como os Estados Unidos.
06:43Como é que você ouviu essa declaração?
06:46Como é que isso bateu no mercado aqui?
06:49Olha, no mercado teve pouco impacto,
06:51porque todo mundo percebeu que é absolutamente nonsense o que ele falou.
06:56Dizer que o Brasil é um país rico e que enriquece as custas dos Estados Unidos
07:00é ignorar o fato de que o Brasil é um país pobre.
07:02Então, assim, ele tende a falar isso, esse tipo de declaração forte,
07:08a gente tem visto isso muito no perfil do Trump,
07:11mas efetivamente a gente tem hoje, entre Brasil e Estados Unidos,
07:15uma balança comercial bastante equilibrada.
07:17Inclusive, a gente vende para os Estados Unidos, em geral, matérias-primas,
07:21produtos brutos, commodities, especialmente alimentos,
07:25e importa muito serviços e produtos industrializados.
07:28Então, se tem alguém que contribui mais para a cadeia de valor do outro país,
07:33é o Brasil para os Estados Unidos,
07:34que importa serviços e produtos que demandam mais mão de obra.
07:39Efetivamente, a gente exporta para eles suco de laranja, soja, carne,
07:43então são aço, enfim, não são produtos muito industrializados.
07:50Então, a transferência de riqueza nessa relação,
07:52na verdade, é de Brasil para os Estados Unidos,
07:54mas a gente olha para isso e entende também que é o jeitão do Trump
07:59de falar e de negociar essa questão das tarifas comerciais.
08:05Ô, Corleta, e a nossa Bolsa, qual que é o destaque da semana,
08:09qual que é a tua avaliação?
08:10E já vou colar aqui também um pedido para fazer uma análise do dólar.
08:15Ah, legal.
08:16A gente teve um melhor fechamento da Bolsa desde setembro de 2023,
08:21então a gente está falando aí quase dois anos que a Bolsa não atingia os patamares
08:24que fechou de 135, 136 mil pontos.
08:28Esse nível de preço, quase estamos a 2% de tocar um recorde histórico na Bolsa brasileira.
08:36Isso não quer dizer que a Bolsa está cara,
08:38isso quer dizer efetivamente que a gente tem uma melhora,
08:41a gente via o nosso mercado há muitos anos sofrendo bastante,
08:45andando lateralmente,
08:47e pode ser uma oportunidade essa semana seguinte
08:49de vermos a Bolsa tocar um novo recorde histórico.
08:53O que chamou a atenção efetivamente foi esse recudo dos Estados Unidos
08:57que animou os mercados, inclusive os mercados lá nos Estados Unidos
08:59voltaram praticamente muito perto dos preços que estavam antes
09:04do chamado dia da libertação,
09:06aquele dia que o Trump anunciou todas as tarifas,
09:10que os mercados derreteram,
09:11que a gente teve inclusive a Bolsa caído 6%, 7% lá nos Estados Unidos,
09:16e a gente já viu essa semana
09:19os mercados voltarem praticamente para o mesmo preço
09:21que estavam antes disso, do anúncio das tarifas.
09:24Então, isso é o principal fator.
09:27Mas aqui no Brasil, essa possibilidade
09:29de que talvez a inflação futura vá cair
09:32e talvez a Selic não precise subir tanto,
09:34ajudou muito empresas domésticas a performarem essa semana na Bolsa.
09:38Então, por exemplo, o Grupo Pão de Açúcar subiu quase,
09:40se eu não me engano, 15% essa semana,
09:42a gente teve um Ibovespa que subiu quase 4% na semana,
09:46foi uma semana bem positiva efetivamente para os mercados
09:48por conta dessa expectativa de juros menores lá na frente
09:51e também dessa melhora dos mercados lá fora
09:53em função da guerra comercial.
09:55Com relação ao dólar, a gente também tem um fechamento positivo,
09:58o dólar fechando abaixo de 5,70 pela primeira semana
10:01em bastante tempo.
10:03Se eu não me engano, em janeiro foi a última vez
10:05que a gente teve o dólar fechando nesse nível
10:07abaixo de 5,70,
10:09e isso representa uma fraqueza do dólar internacional.
10:12A gente tem visto um dólar cada vez mais fraco,
10:16inclusive desde os anos 70,
10:19nenhum governo teve uma performance tão ruim do dólar
10:23desde a posse nos primeiros 90 dias,
10:26como a gente está vendo agora com o Trump.
10:28Então, esses ruídos e essa incerteza
10:30estão enfraquecendo o dólar a nível global
10:33e aí o real também se beneficia dessa situação,
10:36até porque a gente fica relativamente neutro
10:39nessa guerra comercial, o Brasil não é o maior afetado.
10:42Então, o dólar está se comportando bem,
10:44a gente tem uma taxa de juros bem alta no Brasil
10:46que permite que o câmbio tenha essa âncora
10:49e a expectativa é que o dólar permaneça
10:52abaixo de R$ 6 até o final do ano,
10:54pelo menos é a nossa aqui na GTF.
10:56Tá certo.
10:57Bom, que venha uma semana de mais calmaria aí
11:00a ver se isso é possível.
11:02Felipe Corleta, sócio da GTF Capital,
11:04muito obrigada pela entrevista,
11:06pela participação ao vivo nessa noite de sábado.
11:09Boa noite, Natália, boa noite para todo mundo que está em casa.
11:13Obrigado.
11:14Até a próxima.